segunda-feira, 3 de maio de 2010

para sempre

Fotografia de José Figueira

pressinto um adeus amarrado à tua boca
chapinhando em poças de água rasa
onde outrora guardaste o mar

perco o deus nas grades do teu corpo
e a morada
nas costas de um mapa sem pêndulo

agora envelheço
na miopia da arrecadação
onde nem a doença ousa entrar


25 comentários:

  1. um poema de belas imagens, poeta
    (nas costas de um mapa sem pêndulo... deus na grade do corpo...adeus amarrado à boca...).

    e o melhor é ver tudo à sua volta crescer e frutificar (sua poesia, o blog, seus amigos e a interação).

    isto é animador.

    abração, bracarense na poesia.

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  2. Sem dúvida, Roberto! Se o eu poético se sente só, o eu-Jorge não. Sei bem o que cresce ao meu redor e valorizo-o, Amigo.
    Um grande abraço!

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  3. É o que eu te digo amigo, estás a crescer, grandiosamente!!!
    Ah, e nenhum dos dois, dos três, dos ..., está só!
    Beijos
    Laura

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  4. Neste poema seu (Eu) Poético consegui adentrar nas profundezas da estética e trazer de lá algo de enorme valor meu caro...


    Abraço

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  5. Não, querida Amiga Laura, nenhum dos dois está só. E tenho a certeza de que a poesia não é a única companheira.
    Um abraço!

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  6. É essa a magia maior da poesia. Não sabemos se somos nós a entrar nela se é ela que nos toca, penetra dentro de nós e nos modifica. Agradeço-te as palavras, Juan. Um abraço!

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  7. para sempre a poesia enfeitiça-se em ti, poeta. minha admiração e meu abraço.

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  8. Assis, e eu enredo-me nela... não é sempre assim?
    Agradeço a simpatia das palavras, mas crê-me que admiração nutro eu por ti: pela verve com que diariamente produzes e pela sensibilidade e profundidade que todos os teus textos deixam transparecer. Bravo!
    Um abraço!

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  9. nossa Jorge estou sem palavras
    tão profundo tão completo
    por que? nossa quanta dor naquele poema
    eu volto depois estou sem palavras

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  10. Muito bonito Jorge...
    Ando descobrindo bons poetas ai pelo teu norte
    Beijo

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  11. Obrigado, Anita e Magnólia! Vocês distinguem-me com a vossa visita e as vossas palavras delicadas.
    Um beijinho para ambas!

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  12. Encanta-me a tua sensibilidade, poeta! Belíssima construção! - metáforas singulares.

    Beijos

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  13. Obrigado pela visita, Lou! Qual beija-flor, também dei um pulinho breve ao teu recanto, sempre enfeitado com as mais finas flores.
    Um abraço!

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  14. viva jorge!

    "agora envelheço
    na miopia da arrecadação
    onde nem a doença ousa entrar",

    belíssimo!

    abraço.

    p.s. recorda-me o teu mail, pode ser?

    é que o papel, ironia do destino, foi dar uma volta, mas creio, como creio em todas as vontades, ele voltará!

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  15. os sentidos na ombreira do tempo
    ...
    sabor a mar que devora
    o rasto dele que perdura

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  16. Viva, Flávio!
    Tens razão: como todas as vontades, o que se procura há-de chegar. Mas, pelo sim e pelo não, cá vai o endereço electrónico: jorpimenta@gmail.com
    Um abraço, Poeta!

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  17. sabor a mar
    o rasto dele que perdura...
    sobre o asfalto
    velas cavalgam o tempo
    onde os olhares amarelecem
    como fotografia sépia.
    como fazê-lo regressar?

    um beijinho, Andy!

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  18. Jorge,confesso que rendi-me a tuas palavras, intensas ou mansas agitam-se em mim, num rodopio...como se um par de asas me queisisse fazer voar por dentro...

    beijos, poeta!

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  19. pressinto um adeus amarrado à tua boca.

    Belíssimo.

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  20. Andrea, um dos mistérios que a poesia encerra é justamente a capacidade que tem de nos tocar sem aviso, de nos envolver sem braços, de respirar sem poros... mesmo que sem palavras. Como a tua poesia consegue.
    Um beijinho!

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  21. Quantas vezes as palavras difíceis cravam os dedos nas grades do silêncio, recusando soltar-se? Pior que "adeus" só mesmo "amo-te"...
    Um beijinho, Vanessa!

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  22. Estou de regresso ao vosso convívio após um mês de forçada ausência e, Jorge, este poema nasce do fundo do silêncio onde as palavras se adensam para nos dizer na metáfora e no símbolo, pedras primeiros com que se faz o sentido.
    Parabéns.

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  23. Viva, Jad. O pessoal da blogosfera já estava a sentir a tua ausência (forçada). Eu especialmente. Um abraço!

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  24. Da blogosfera e da poesia. Evidentemente. :)

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