não te preocupes
deixei de fumar.
(queimei os lábios com o teu lume
não posso deixar arder os dedos...)
não te preocupes
já não bebo.
(afoguei o sorriso nas palavras
não devo confundir papéis velhos com poemas...)
não te preocupes
(sei que o não fazes)
é que para ti
o tabaco carbonizou o estio
deixando o fruto apodrecer na semente
já para mim
o vinho menstruou os sentidos
estourando as têmporas do animal louco.
deixei de procurar
morrer é muito mais que um golpe de ilusionismo
de um deus que saldou o amor.
deixei de fumar.
(queimei os lábios com o teu lume
não posso deixar arder os dedos...)
não te preocupes
já não bebo.
(afoguei o sorriso nas palavras
não devo confundir papéis velhos com poemas...)
não te preocupes
(sei que o não fazes)
é que para ti
o tabaco carbonizou o estio
deixando o fruto apodrecer na semente
já para mim
o vinho menstruou os sentidos
estourando as têmporas do animal louco.
deixei de procurar
morrer é muito mais que um golpe de ilusionismo
de um deus que saldou o amor.
Meu caro este acabou por uma bofetada...
ResponderEliminarMuito bom mesmo
abraço
se não sempre, pelo menos há momentos em que a escrita é a lavagem da própria alma... umas vezes sorri-nos, outras arremessa-nos contra paredes de pedra, lembrando-nos de que na vida também gememos... e, oh, se gememos...
ResponderEliminarum abraço, juan das palavras certeiras!
Ufa!! Jorge, na lavagem da tua alma, sou inundada por esta torrente de palavras e versos que me encantam os sentidos...
ResponderEliminarTambém gosto muito de Kandinsky,
e muito, mesmo, de ti!
um beijo
Bela e singular construção, meu caro! Destaco:
ResponderEliminar"já para mim
o vinho menstruou os sentidos
estourando as têmporas do animal louco."
- Um achado poético!
Atenciosamente,
Lou
quero deixar de fumar, jorgíssimo. ta fueda! rs
ResponderEliminarmas me queimar na sua poesia, é um trem danado de bão, como dizemos la em minas.
venho aqui, entupir meus pulmões com a sua poesia.
abração procê.
desde new jersey... capital mundial de frank sinatra.
falência múltipla dos órgãos e dos sentidos: a paixão é avassaladora. em versos então ela impõe metáforas, e carrega em vocábulos uma pipa de desilusão. Dói ler a dor mas é prazeiroso. Grande abraço poeta.
ResponderEliminarTenho passado por um momento muito feliz, mas não estou acostumada a isso.
ResponderEliminarSinto agonia em seus posts e gosto disso.
Os melhores escritos surgem do desespero (na minha visão) e confesso que essa minha 'alegria' tem me bloqueado muito...
Não sei se é pior ficar sem escrever ou ficar sem amar.
Confesso que sinto falta de escrever (mesmo sendo bobagens sem muito objetivo).
Bjk
é bem verdade, andrea, é a poesia o melhor desinfectante da alma... através dela se despredem as manchas, as nódoas, as linhas do tempo... o receio maior é deixá-la escorrer água abaixo junto da parafrenália de sujidade que na sua superfície se incrustou... é, ainda assim, um risco que estou disposto a correr.
ResponderEliminarum abraço!
lou, obrigado pela visita e pela simpatia das palavras.
ResponderEliminarum abraço!
primeiríssima pessoa, deixo-te aqui uma baforada de amizade; deixei de fumar (na verdade, nunca fumei :)), mas a locomotiva ainda é a carvão. e dela não abdico (à revelia de Quioto :)).
ResponderEliminarum abraço, sinatra das palavras!
assis, aquele que mesmo nos comentários doma a mais selvagem das palavras, tornando-a corcel dançante ao lado das giestas campestres.
ResponderEliminarum abraço, poeta!
"não sei se é pior ficar sem escrever ou ficar sem amar."
ResponderEliminarnem eu, sophia... nem eu...
um abraço!
A falência da própria vida que queima os lábios, os dedos, as palavras, os sorrisos e que insiste na revolta e desilusão!
ResponderEliminarBjinho
uma forma de enriquecer os solos é queimando a terra. depois da combustão, eles fortalecem-se e despertam para novas colheitas... que importa quem ateou o fogo?
ResponderEliminarum beijinho, sombra!
Uia, adorei as figuras de estilo! E a mensagem final encerrou a mensagem com chave de ouro.
ResponderEliminar:)
gostei *_*
beijinhos
obrigado pela visita e pelas palavras, sarah!
ResponderEliminarum beijinho!
Cheio de sal e mar revolto, adorei como sempre!
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarque bom ter-te de novo por aqui, amiga andy! as viagens ganham mais luz, mesmo com o mar permanecendo revolto.
ResponderEliminarbeijinho!
É muito bom quando te metes poesia adentro....
ResponderEliminarBeijo
a poesia toca tanta gente, magnólia, que se torna impossível resistir ao seu apelo... tu sabe-lo bem, pois também ela corre no teu sangue.
ResponderEliminarum beijinho!
Prémio para o "viagens de luz e sombra"!
ResponderEliminarNão procurar é essencial.
ResponderEliminarEu tambem parei de fumar e de beber,
ResponderEliminarvamos ver até quando irá durar.
Amigo Jorge
ResponderEliminarFico meio sem palavras ante o teu escrito.
Onde procurá-las? Na cartola que utilizas para tuas mágicas...
Lindíssimo!!!
Forte abraço, amigo.
PS- Tua visita muítíssimo me alegrou...
Oi *-*
ResponderEliminardesculpa pela demora, tava sem tempo =/
lindo aqui *-*
volta lá?
http://drykasales.blogspot.com/
prémio para o viagens de luz e sombra. amiga andy? o maior prémio é esta partilha sensível que a todos envolve no abraço de um corpo só. um beijinho e obrigado pela distinção!
ResponderEliminare que dizer eu, então, zélia? como os nossos amigos roberto de lima e pedro ramúcio dizem recorrentemente, é um luxo tê-la por aqui.
ResponderEliminarum beijinho!
olá, dryka!
ResponderEliminarse volto lá? nunca deixei de lá ir :). o teu blogue é nosso!
um aberaço!
não procurar é essencial, bem o dizes, vanessa. o que é essencial aparece, encontra-se, acha-se, tropeça-se... mas não se procura. o que se procura tem o matiz da emergência, do efémero, até porque, como diz o povo, "depressa e bem há pouco quem".
ResponderEliminarum abraço!
tenho de confessar, sarah: na verdade não fumo e raramente bebo. mas há tanto dióxido de carbono e álcool que consegue entrar na minha corrente sanguínea, ainda assim... valha a poesia, o maior exorcismo de todos :).
ResponderEliminarum beijinho e obrigado pela tua visita!
Sem dúvida é esse o verdadeiro prémio...e o "viagens de luz e sombra" respira e transborda essa partilha! Parabéns. Obg pelo que disseste no meu cantinho. Bjinho!
ResponderEliminarA palavra e a paixão que explode, esgota, exaure e se esvai como uma hemorragia. Um poema avassalador.
ResponderEliminarImpactante!
um beijo
avassaladora a tua capacidade de ver para além das palavras.
ResponderEliminarum beijinho!
Jorge, Jorge. Magnífico poema! Tanta coisa nova por aqui, tanta intensidade, tantas imagens e sons... você é incrível, poeta!
ResponderEliminarBeijoca com carinho