é como se ficasse imóvel sobre todas as coisas.
ninguém me há-de condenar e eu deixarei de acenar aos homens (creio mesmo que a mão se perdeu entre a lâmina e a língua).
é como se esquecesse tudo o que me ensinaste.
não me podes censurar e eu hei-de enviar postais ilustrados do inferno que gela dentro de mim (estou certo de que o fogo se embebedou no licor de alfazema que os deuses roubaram a todos os prometeus cá do bairro).
é como se a noite morresse no coração de uma criança.
a poesia rasgou o papel para poder arder no alfabeto dos teus olhos (sei que as palavras estão órfãs de voz e o silêncio gira como um baloiço em redor da cidade).
a poesia rasgou o papel para poder arder no alfabeto dos teus olhos (sei que as palavras estão órfãs de voz e o silêncio gira como um baloiço em redor da cidade).
não sei se me entendeste... não foste tu que me perdeste... é como se fosse eu quem se esqueceu de si...
gavin rossdale, love remains the same
Entonteci. Quanta intensidade, Jorge, meu deus!
ResponderEliminarIsso aqui é absolutamente incrível: "é como se a noite morresse no coração de uma criança.
a poesia rasgou o papel para poder arder no alfabeto dos teus olhos"
Maravilhoso, poeta!
Beijoca
Eu entendo-te!
ResponderEliminarE deixo meu suspiro mais profundo...
qualquer algo mais seria desnecessário
beijos!
Obrigado, Sylvia e Andrea! Maravilhosa é a interacção com pessoas com a vossa sensibilidade, no coração e na tinta. Viva a poesia!
ResponderEliminarUm beijinho a ambas!
"não sei se me entendeste... não foste tu que me perdeste... é como se fosse eu quem se esqueceu de si..."
ResponderEliminare a vida vai-se cumprindo "como se se ficasse imóvel sobre todas as coisas"...
beijinho
que ninguém diga que a vida se cumpriu, se cumprirá ou se cumpre. sempre e irreversivelmente, como a abelha há-de pousar sobre as flores e deliciar-se com o pólen... (afinal, sempre assim foi, sempre assim há-de ser). nestas como em todas as coisas do ser, a gradação é sempre mais prudente do que as declarações definitivas.
ResponderEliminarbeijinho, Sombra!
"a poesia rasgou o papel para poder arder no alfabeto dos teus olhos"
ResponderEliminarbelo post!parabéns!
beiijo
")
A poesia é capaz dos delitos mais infundados... arder no alfabeto dos olhos, roer o mel que estala nos dedos, secar os rios que escorrem do rosto, espremer as amoras que pendem dos lábios, ou até mesmo amarrar a vontade ao mais fundo dos ataúdes. Para quê? Poquê? Nunca ninguém encontrou as respostas, mas... o certo é que ninguém lhe resiste.
ResponderEliminarUm beijinho, Grafite
Tu não me sabes a felicidade quando encontro versos tão precisos, de acentuação singular e de um tanto de sutilezas. Grande abraço.
ResponderEliminarÉ essa a sensação que me percorre quando mergulho na tua escrita, Poeta!
ResponderEliminarUm abraço, Assis!
não sei se me entendeste... não foste tu que me perdeste... é como se fosse eu quem se esqueceu de si...
ResponderEliminarGostei disso.
Também gostei muito que tivesses parado por aqui, Vanessa.
ResponderEliminarAté mais, algures pelos blogues!
gostei bastante desta poema, muito bom mesmo!
ResponderEliminarabraço
Estive, hoje, a navegar nas tuas águas; deixei lá a minha marca.
ResponderEliminarObrigado, Flávio.
Um abraço!
Belíssimo poema!
ResponderEliminar...ouvi-o ao som da música :)
Bjinho!
música e poesia... já só fica a faltar o chocolate para a combinação ser perfeita, verdade? (sempre tive esta torpe - mas doce - tendência para combinar o sagrado com o profano, hihihi).
ResponderEliminarBeijinho, Andy!
É como se fosse tocada, de tanta poesia! ;)
ResponderEliminarUm abraço, Jorge!
a poesia, em si mesma, não toca; precisa da pele de quem a saiba sentir para poder funcionar.é esse é o segredo, verdade, Lou?
ResponderEliminarum beijinho!
é como se teu coração fosse a alma da vida.
ResponderEliminarBem observado, Jorge! ;)
ResponderEliminara alma da vida? a poesia. o seu coração? a boca que a sabe beber.
ResponderEliminarum abraço, sarah!
:)
ResponderEliminarbeijinho, Lou!