The Finding of Don Juan by Haidee, de Ford Madox Brown
cansaste de amar pelas palavras
e as coxas dos cometas
são a única verdade
que te penetra o nome
vives a hora nos ponteiros do prazer
e o poema é a carne
onde todos os dias morre um poeta
no balanço frenético dos versos
e amanhã? que importa...
o amor serve de pasto aos vermes.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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Bem, dá-me até vontade de continuar o meu elogio à m****, mas tu escreves sempre tão bem, que não me atreveria e não se adequa...
ResponderEliminarAdiante.
Deixa-o cair, tombar, acabará em cinzas que alimentam...
Deixa ficar!
Beijos
Laura
Quando somos nós que temos a incapacidade de ver o amor de um outro modo, quando somos nós que fazemos a verdade... pouco importa...
ResponderEliminarbjinho
Sempre bom passar para te ler....
ResponderEliminarBeijo
tudo cai, a seu tempo, amiga laura. o húmus existencial lança-se à terra todos os dias, na certeza, porém, de que graças a si novos seres rebentam viçosos e pujantes. Viva a m****, pois!
ResponderEliminarum abraço, lauríssima!
don juan foi talvez o maior dos heróis românticos, sombra. Acreditava que, apaixonando-se, ascenderia à morada dos deuses, a um absoluto que torna os que amam diferentes dos demais. partia, por isso, para as relações convicto de que nelas se completaria, todavia... enganava-se... e o ciclo recomeçava. apesar de tudo, viveu pelo amor...
ResponderEliminarum beijinho e obrigado pela tua presença!
sempre bom ter o teu carinho por aqui, magnólia flor!
ResponderEliminarum beijinho!
Dom Juan se assemelha ao mito de Sísifo: o trabalho de recomeçar a mesma tarefa diariamente. Porém o amor, mesmo enquanto castigo e provação, tem as suas compensações. Belos versos. Abração
ResponderEliminarverdade, caro assis, mas há alturas em que carregar a maior das rochas montanha acima é empresa bem menos árdua e complexa que amar. pode ferir os dedos, os músculos e os ossos, mas não atinge o coração...
ResponderEliminarum abraço, poeta!
Don Juan...Barcas, estátuas, inferno...
ResponderEliminarLindíssimo o seu trabalho, Jorge!
Outra vez, parabéns!!!
Forte abraço, amigo.
zélia, de novo apenas me resta agradecer-lhe a sua presença e a simpatia do seu comentário. sinto-o com um agrado especial, tanto mais que provem de alguém para quem o domínio da palavra é um processo tão natural quanto a própria escrita.
ResponderEliminarum muito obrigado!
um beijinho grande!
É um deleite ler-te !
ResponderEliminar(Sem sombra de vírgula...)
o amor serve de pasto aos vermes...
ResponderEliminarVocê consegue ser intenso com sutileza!
Belissímo poema
abraço
um beijo, cris e muito obrigado! o maior deleite é meu: sentir-vos por aqui.
ResponderEliminarcomo o amor, afinal, juan... intenso e subtil... (pena, por vezes, não se quedar por esses dois atributos, apenas :)).
ResponderEliminarum abraço!
pois é...talvez essa seja a perdição do amor, ser uma tarefa hora árdua e doce, hora amarga e enlevada...que importa? que o amor sirva de pasto, de lastro...
ResponderEliminarbelíssimo, os versos, a figura
beijinho pra ti
esse teu olhar azul sobre o cinzentismo de algumas imagens é, no mínimo, contagiante. quem me dera ter sabido terminar o poema com "o poema serve de pasto e lastro aos vermes" :)
ResponderEliminarum beijinho, poeta amiga!
"e amanhã? que importa..."
ResponderEliminarrealmente, quem vai se importar?
adorei o post!
beiijo
Quem sabe Don Juan pudesse decifrar as razões do amor, que quando chega nos assalta sorrateiro e no desamor é tão lento e dorido. Que jamais morre de morte natural, mas que ninguém quer passar por esta vida sem sentí-lo. Dores e delícias de amar e nos entremeios - tão belos poemas.
ResponderEliminarabraços e boa semana
é porque já vi tanto cinza, que hoje nele descubro cores...
ResponderEliminarsá carneiro já explicava:
"Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além..."
O mito do Don Juan é um dos mitos de que mais gosto.
ResponderEliminarComo escreveu Lacan, ele trata as mulheres, uma a uma. E mulheres querem mesmo é fantasia, não honestidade, hahaha.
Jorge,
ResponderEliminarSeu poema me remeteu à Florbela Espanca:
"Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar..."
Abraços,
Lou
verdade, grafite, façamos do amanhã já o dia de hoje. um beijo!
ResponderEliminaré esta, na verdade, a maior contradição do amor: a emergência com que se consome e a lentidão com que nos consome... mas, olha, querida mai, estou em crer que nem mesmo don juan tenha a panaceia para este intrincado dilema. o herói romântico é um sofredor e don juan carregou as penas dos sucessivos (des)enganos. a solução? amar, amar fervorosamente, pois sempre é melhor fazê-lo, ainda que com o espectro do desamor, do que nunca o ter feito.
ResponderEliminarum beijinho!
andrea, acredito que todos tenhamos, diante dos olhos ou na palma da mão, um arco-íris. temo, apenas, o daltonismo...
ResponderEliminarum beijinho com imensa ternura!
sempre um cavalheiro, este don juan. a unidade na pluralidade será o lema (hihihi)! um abraço, vanessa!
ResponderEliminarflorbela espanca é, sem dúvida, a ninfa maior do amor. ela que viveu intensamente o amor e o desamor, daí que poucos como ela tenham sido capazes de filtrar o seu acerto/desconcerto. obrigado por no-la trazeres até à memória, querida lou. os meus versos definham à sombra da enorme poesia que espanca nos deixou.
ResponderEliminarum abraço!
obrigada pela visita e o carinho Jorge!
ResponderEliminarbeiijo
tenha uma ótima terça! :D
há lugares que se tornam de paragem obrigatória, nesta romagem cibernáutica. gosto particularmente da sensibilidade como descreves os afectos. tenho a certeza de que adorarias um autor português de nome Alçada Baptista; é, para mim, aquele que melhor conhece as mulheres e as relações! um beijinho e uma óptima semana!
ResponderEliminarBoa noite, Jorge.
ResponderEliminarHá um carreiro de formiguinhas que passam diariamente pelo teu poemar. Nele me incluo encantado com a serena opacidade do teu linguajar. É bom. Faz-nos bem. Faz-me bem. Faz-me bem sentir a emergência do gosto agridoce da inveja pela delicada subtileza com que cuidas das palavras.
Como escrevi noutro lugar: faz bem ler quem escreve bem o que pensa bem. É o teu caso. Parabéns. Abraço, Jorge.
caro jad, as palavras já só me fazem sentido se partilhadas. obrigado por permitires que o faça também contigo.
ResponderEliminarum abraço!
É um gosto grande meu que o faças. E um privilégio também.
ResponderEliminarAbraço
Achei o final feio e grotesco!
ResponderEliminarNão acho que o amor seja pasto aos vermes...
Infeliz tua colocação.
Alberto Sá
caro alberto, entendo que possas ter sentido repulsa pela imagem, mas, quando o ser cede exclusivamente à voragem cega do corpo e do imediatismo, onde está o amor? julgo que nem mesmo os vermes lhe hão-de ter tocado... :)
ResponderEliminarum abraço!