o amor desprende-se da janela
e o sorriso agarra-se aos lábios do medo.
entre a mágoa e o orgulho
os olhos perderam a água
e ardem, agora, no sal estéril
que ferve sob o dique da pele
nem uma lágrima para lavar a dor
nem um soluço para amansar o suor
continua a sonhar com a casa
que lhe beija o rosto seco
com o veneno dos dias.
a noite ruiu sobre a cal…
lá fora começou a chover.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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"entre a mágoa e o orgulho
ResponderEliminaros olhos perderam a água
e ardem, agora, no sal estéril
que ferve sob o dique da pele"
Chega a ser "engraçado" perceber como é tênue a linha que separa a mágoa do orgulho...!
Belo escrito meu caro!
Abraço
muito belo!
ResponderEliminar"o amor desprende-se da janela
e o sorriso agarra-se aos lábios do medo..."
Bjinho!
show!
ResponderEliminarParabéns!
Você muito me emociona com seus escritos!!!
Um forte abraço
no que diz respeito aos afectos mais profundos, Amigo Juan, nada é claro ou definido; muito menos o são as reacções deles resultantes.
ResponderEliminarmesmo que por um capricho viessem a sê-lo, jamais perderiam a sua vulnerabilidade ou mesmo efemeridade. São, afinal, a outra face dos homens, os afectos, e com eles partilham o código genético.
um abraço!
Merecia uma ilustração para O Despertar, não, Andy?:) Fico a aguardar :) (estou a brincar, hehe).
ResponderEliminarBeijinho!
Zélia, tu é que me sensibilizas com a doçura das tuas palavras.
ResponderEliminarUm agradecimento muito especial!
Beijinho!
"continua a sonhar com a casa..."
ResponderEliminarE quem não sonha? Mas, pior é quem encontra e não a pode habitar...
Lindos teus versos, Jorge! Ler-te me alimenta a alma. Obrigada
beijo pra ti
A mágoa vai escorrendo com as lágrimas, e as duas se vão juntas. Sobra o orgulho, pra nos fazer levantar e sobreviver (quando sobra...).
ResponderEliminarGosto daqui...
Beijinho.
Verdade, Andrea: talvez pior que não a ter seja encontá-la e a não pode habitar. Nesse caso, deixamos de ser o detective da alma para sermos o seu (re)construtor.
ResponderEliminarConcordo inteiramente contigo, Sophia: quando sobra... E nesses casos, nem mesmo com o mais habilidoso dos artífices para nos valer...
Beijinho a ambas!
Se já não há lágrimas e o suor secou, é chegada a altura de aninhar, continuando.
ResponderEliminarBeijo imenso!
Laura
ola muito lindo obrigada pelo carinho fique na paz de Deus Jorge
ResponderEliminarbom fim de semana
a água desaparece dos olhos (permanece o sal, que ferve sob a pele) mas não pára de chover lá fora, Amiga Laura...
ResponderEliminarUm beijinho para ti e outro para a Anita!
bracarense,
ResponderEliminarsexta-feira de cansaço (que me consome, não tenha dúvida).
passo para um colírio de poesia em seu blog.
e pra deixar um abraço amigo.
que este o encontre, quando aportar por aqui.
seu amigo das terras altas das minas geraes, o
roberto.
Visceral... salve, salve !!!
ResponderEliminarPoesia forte!
ResponderEliminarObrigada pela visita!
E fiquei curiosa... Quem é Ana Salomé?
Um abraço!
Inês
Cidadão do mundo e amigo Roberto,
ResponderEliminarboas notícias: hoje é sábado - dia de picanha, linguiça, caipirinha (hehe), mas, sobretudo, de descanso. Desfruta do fim-de-semana e retempera energias.
O abraço, esse, venho-o recebendo ao longo da semana com os inúmeros textos com que nos vais presenteando lá no teu blogue.
Volta sempre! Procurarei manter as propriedades medicinais do colirioblogue.
Um abraço!
Visceral...como a própria poesia, que acaba por ser filha primogénita das entranhas mais recônditas da alma.
ResponderEliminarUm abraço e obrigado pela visita!
Nesta viagem deambulatória pela blogosfera há umas quantas romagens que passam a ser obrigatórias. Agradeço-te a simpatia das palavras.
ResponderEliminarQuanto à Ana Salomé, é uma jovem escritora/poeta portuguesa que tem a sensibilidade e a força dos maiores. Começa a emergir agora e, seguramente, daqui por uns anos, tornar-se-á das maiores do seu tempo. Crê-me. Vale a pena espreitar o que escreve.
Um beijinho!
Caro Jorge, muito legal o teu espaço, virei mais vezes!
ResponderEliminarTenho sim uma casa e um lar, meu e meu filho e meus cães, minhas fotos, minhas músicas, livros, minhas corujas e cavalos e o amor... Do lugar físico, voou para outros tantos... mas ainda aguardo o amor igual do femininoe e masculino, sem competição, com CONJUGAÇÂO: Eu amo, Tu amas, Nós amamos... bj, prazer em te conhecer
Só da conjugação espontânea do verbo "amar", nas suas mais diversas pessoas, género, tempos e modos, ele se desprende do invólucro formal que o protege, dando sentido a todos os sentidos. É nesse então que até as insignificâncias valem a pena.
ResponderEliminarBeijinho e muito obrigado pela visita, Fernanda!
(a propósito: belo nome, o seu - ou não fosse o da minha mãe).