segunda-feira, 26 de abril de 2010

Panfleto

Foto de José Figueira

No dia em que o Homem

calar como quem beija
gritar como quem fraqueja
amar como quem boceja
odiar como quem verseja

abro mão do terço
derramo o vinho
rasgo o verso
(onde quis ser eterno menino).

Na palma da mão
uma só certeza me permito:
senhoras e senhores,
(mesmo que sem vossa licença)
eu me DEMITO!

10 comentários:

  1. O Jorge reaccionário!!!
    A Laura diz que adorou, a Raquel também, hihihihi!
    Beijos

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  2. Quando a revolução se começa a construir dentro e não fora de cada um de nós...
    Um abraço, Laura Amiga!

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  3. creio que a nós não é permitido demissão, tu bem o sabes. abraço

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  4. Se o Homem perder o seu sentido humanista, demito-me, sim, Amigo Assis. Demito-me de ser Homem; não resigno ao direito de gritar bem acima da mediocridade.
    Um abraço!

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  5. Gostei especialmente...

    de qualquer forma não são permitidas demissões aqui!
    :) Bjinho

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  6. jorge,
    acho a revolução dos cravos um dos capítulos mais lindos da história do mundo.
    cravos nas bocas das armas... quer mais poesia?

    acho que um dia ainda aparecerá um diretor de cinema de colhões e talento bastantes, que contará esta história de uma forma linda e única...
    e o mundo inteiro se curvará diante do povo português.

    eu já estou aqui (e não é de hoje)...
    de joelhos.

    abração, meu poeta querido!

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  7. Jorge, do pouco que conheci, uma coisa já te posso dizer: certamente que versejas (em gritos ou sussurros) bem acima da mediocridade.
    Um poeta de alma reacionária? Isso parece-me muito bom!

    beijos

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  8. "...Aqueles que falam de revolução e luta de classes sem se referirem explicitamente à vida cotidiana, sem compreenderem o que há de subversivo no amor e de positivo na recusa das coações, esses têm na boca um cadáver..."

    (Fragmento de Raoul V.)

    Belo panfleto meu caro, belo panfleto!

    Abraço

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  9. Durante anos, a Revolução de Abril tornou-se fetiche de jornalistas, realizadores de cinema, pseudo-intelectuais... que a tornaram num folhetim quase exclusivamente político, assim se perdendo a sua essência: o humanismo. Das experiências cinéfilas, então, querido Amigo, é bom nem falar, pous as que conheço são quase que documentários com pretensões de refinamento. Mas ainda não perdi a esperança...
    Um abraço, Amigo Roberto!

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  10. A revolução maior, Amigos, nem sempre é aquela que podemos combater do lado de fora; é, antes de mais, a da interioridade. Nessa, sinto-me, hoje, um revolucionário aguardando que a refrega acabe na repacificação... jamais na demissão.
    Um abraço, Andy, Andre e Juan!

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