chegou, tímida, por detrás do nome. sobre os ombros, um lenço fino de algodão espreitava, ainda, o frio nos ossos e na pele. não sei se o balanço leve dos membros segurava os nervos sobre o frio, se deixava escorrer o frio que contamina os nervos... não sei... sei que tremia... tremia com o escarlate vivo dos lábios e a amêndoa, ainda amarga, dos olhos.
o corpo hirto sobre a terra fumegante e os mamilos frouxos da alvorada desdenham da sinfonia das cores e dos sentidos. onde está a cesta de vime coberta de pétalas e lábios adoptados pelas beiras de estrada? e os corpos nus gargalhando nas águas tépidas da alma? e a pele, essa semente do sol, por que renuncia às gotas de suor que sabem queimar o pó do corpo?
chegou, tímida, por detrás do nome. trazia noites compridas nas mãos e, nos dedos, o medo de ficar.
deixei de entender o frenesim do tempo e o frio das horas... desinteresso-me pelo carrossel das estações e o movimento dos astros... já só quero sentir o ciclo do sangue dentro de mim.
e lá fora? lá fora?... quero lá saber...
O que dá dimensão à palavra é a força da metáfora e do símbolo de que se alimenta.
ResponderEliminarCom eles se faz a poesia e a literatura que vai além da pura descrição do quotidiano.
Parabéns, Jorge, a primavera agradece e nós também.
lindíssimo o teu texto!
ResponderEliminarmesmo sem entender o tempo e os seus segredos, o carrossel das estações fazem pulsar o sangue ainda que a um compasso indefenido...
lá fora...a primavera espera por ti!
O teu poema é o prelúdio de uma primavera após tão rigoroso inverno. São os ciclos de renovação.
ResponderEliminarAbraços e Boa Páscoa!
gostei muito.
ResponderEliminaro que interessa,mesmo, é isso:sentir o ciclo do sangue dentro de nós. tudo o resto...logo se vê!
Boa Páscoa se fores de Páscoa ou bom Equinócio da Primavera se fores do Universo.
Beijinho
jorge, meu poeta em braga... notou que o fã clube aumenta cada vez mais? rs
ResponderEliminarquero lugar na diretoria do fã-clube dos poeta jorge pimenta.
e disso eu não abro mão.
abração, poeta.
como um corpo ela chega tímida com toda sorte de senões, mas depois espraia-se e passa a habitar os rincões das veias e a soprar velas nos sentidos. abraço
ResponderEliminarUm abraço com um especial agradecimento a ti, Jad; a ti, Andy; a ti, Mai; a ti, Em@; a ti, Roberto e a ti, Assis. As vossas palavras são a Primavera mais quente que um dia me visitou. É um gosto interbloguear convosco!
ResponderEliminarpront(us) deixo outro abraço e...logo se vê o que nos ofereces mais, como oferenda pascal :).
ResponderEliminarJorge, aquele abraço, não te consigo dizer mais nada!
ResponderEliminarBeijo, Laura
Um abraço... em silêncio, Amiga Laura!
ResponderEliminarSo uma pergunta: o k seria do sangue dentro de nós se nao fosse o carrossel das estaçoes ou a dança dos astros,fica a pergunta...
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