sábado, 24 de abril de 2010

Entre o Livro e a Liberdade

O Colectivo Silêncio da Gaveta, em parceria com a Nuvem Voadora, reedita o sucesso de Abril de 2009, momento em que, procurando assinalar o Dia Mundial da Poesia, fez crescer nos troncos de dezenas de árvores de Vila do Conde cerca de 2000 poemas de poetas de todo o mundo.
Este ano, nos dias 23, 24 e 25 de Abril, no jardim da Avenida Júlio Graça em Vila do Conde, recriaram algo ainda mais original e com um efeito visual arrepiante. Dispersas ao longo de dezenas de metros de jardim, ergue-se um verdadeiro canavial onde o açúcar a extrair mais não é do que as palavras de poetas portugueses e estrangeiros. Lado a lado, convivem portugueses, espanhóis, gregos, checos, brasileiros, uruguaios, cubanos, só para citar alguns dos que guardo na memória. Ao longe, é possível cheirar pequenas folhas de papel girando ao vento, como girassóis à procura dos olhos que os guiem (ou os percam).
Ao lado de nomes consagrados (como João Pedro Mésseder ou Valter Hugo Mãe) agitam-se folhas de autores a darem os primeiros passos nestas lidas. Perdi-me entre as palavras do Henrique Barroso, da Laura Alberto, da Sara Costa – todos poetas amigos. Também lá plantei três poemas, um deles presente neste blogue (Viagem, postado no dia 18 de Fevereiro), e dois outros publicados no entretanto extinto Circum-viagem – Rua Crepuscular e No Quarto.
Deixo aqui um pequena preciosidade em que, qual beija-flor, pousei, enquanto voava sobre os poemas:

alvejaste-me
com uma bela perdida
no peito

(Pedro Pirata)





22 comentários:

  1. Projeto singular e de tirar o fôlego! Meus olhos e minh'alma agradecem!

    Abraços

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  2. Belíssimas imagens Jorge amigo, jardim mais lindo não poderia existir...e os poemas alçam vôo...

    beijos, daqui de perto, do lado esquerdo do peito...

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  3. Jorge. Que saboroso teu espaço. Que vinho este poema, amei:

    alvejaste-me
    com uma bela perdida
    no peito

    Voltarei, voejarei por aqui mais vezes.

    Priscila Cáliga

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  4. Simplesmente maravilhoso o evento!
    Simplesmente maravilhosa a idéia!
    Imagens lindíssimas!
    Obrigada por dividí-las
    comigo...
    Um abraço

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  5. Também assim penso, Lou. Mas crê-me que Vila do Conde, plantada à beira mar, ganhou um pinhal de papel bem singular, neste fim-de-semana!

    Senti exactamente isso, Amiga Márcia: jardim mais bonito não poderia existir.
    Pudésseis ambas poder lá estar...

    Abraços!

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  6. Obrigado pela tua visita, Priscila. Também a mim o poema tocou de forma particular. Senão, repara: entre alguns milhares, fixei-me justamente naquele. Curioso...

    Um abraço!

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  7. Zélia, são, na verdade, iniciativas como esta que ajudam a tornar vivas as coisas que valem a pena. Basta de palavras aspergidas sobre as efemérides; tornem-se elas mesmas as efemérides!

    Um beijinho!

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  8. Amigo, já vi as fotos!
    E nós lado a lado!
    Passo lá amanhã para ver, ler e viver!
    Beijos
    Laura

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  9. É sempre bom quando conseguimos perceber que o poeta e consquentemente sua poesia possam adentrar no cotidiano de seus bairros, empregos, escolas...

    ...O verdadeiro poeta é o homem capaz de usar sua poesia para mudar o mundo...o mundo em que vivemos...e o mundo que existe dentro de cada um...!


    Abraço

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  10. Parabéns pela participação no evento, pelos poemas partilhados e pelo disfrutar do sol em duas rodas!...

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  11. Belíssimo post! Belo poema, fotos, jardim e tudo e tudo!
    Bjinho

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  12. Passa, sim, Laura. Estás lá em papel agitando as folhas na brisa. Tu e todos os que respiram poesia, emparelhando as palavras com o sol.
    Beijinho Laura!
    Beijinho, Andy!

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  13. Curioso o teu post, Juan. Sabes que com esta iniciativa se pretende celebrar não apenas o livro e a poesia, mas também os 36 anos do 25 de Abril, revolução sem tiros que pôs termo a quase 50 anos de Ditadura em Portugal. Daí a designação de "Entre o Livro e a Liberdade".
    Um abraço, Juan!

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  14. É pois hoje que se comemora aniversário a revolução dos Cravos. Nada melhor que poesia e paz, revolução sem sangue.
    "Foi bonita a festa pá, fiquei contente/ainda guardo renitente, um velho cravo para mim" Chico Buarque

    Grande abraço e parabéns pela tua participação de versos ao vento.

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  15. São sempre estas as melhores revoluções, verdade Assis? O único sangue que escorre é o da bela perdida no encarnado do cravo!
    Um abraço!

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  16. jorge,
    que lindo!
    comovi-me vendo as varetas e os poemas, bandeiras brancas...

    caramba... que lindo!

    viajei no tempo.
    viajei.

    abraços e votos de uma semana em grande, poeta de braga!

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  17. Jorge, que delícia meu jardim ter deixado de ser secreto ao teus olhos, contudo é com imensa alegria minha pronúncia de que ter pousado no teu, trouxe-me mergulho profundo que tanto aprecio e banhar letrativo aos meus olhos turvos, à caça de renovo e refrigério sempre.

    Volte sempre, será uma honra dialogar contigo neste universo.

    Abraços!

    Priscila Cáliga

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  18. Os jardins podem ser ora proibidos, ora secretos; as suas flores serão sempre bandeiras coloridas bailando diante de olhos que as possam tocar.
    Obrigado, Priscila. Voltarei, sim. Encontrar-nos-emos viajando de jardim em jardim.
    Beijinho!

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  19. Lindo, sim, Roberto! Um espaço imenso, de perder de vista, onde as nações perderam as montanhas e os oceanos; tudo era poesia!

    Um abraço e uma óptima semana, escritor, cronista, poeta e amigo do Mundo!

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  20. Manuel Vasques (João Rios)26 de abril de 2010 às 16:22

    Amigo Jorge,

    Como um dos responsáveis pela iniciativa venho uma vez mais agradecer o seu contributo para a nossa instalação e dizer-lhe conto aprecio as suas fotografias.

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  21. Amigo Manuel (João Rios)
    Eu é que me sinto tentado a agradecer-lhe: pela belíssima e marcante (visual e afectivamente) iniciativa, pela aceitação dos meus textos, pela conjugação de tantas diferenças, pela coragem de vencer dificuldades e... pela poesia!
    Um abraço e até sempre!

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  22. Arrepiei aqui. Pelas imagens e pela descrição. E viva a poesia!!!

    Beijoca

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