quarta-feira, 7 de abril de 2010

nome

breve
(como tu)
cruza olhares
e estende-se
na passerelle da vida,
sem medo de perder
sem a ilusão de vencer.
frágil
apenas frágil
(nada sabe da timidez
e jamais ouviu falar de soberba).

letra sobre letra
toca
os círculos de peixes na água
as linhas exactas da mão
e as curvas imprevisíveis do corpo.

houve tardes em que me pareceu ver
o sol a incendiar
a boca que ainda o sabe dizer;
era apenas o brilho por detrás da cortina
do tempo que eu não soube viver.

10 comentários:

  1. Jorge:
    Eu fiz ontem este poema, (nem sequer imginava que hoje postarias um com o mesmo título)
    vou deixá-lo aqui, em 1ª mão, porque só pensava postá-lo mais logo. Seria interessante embarcarmos num outro desafio poético.
    ...
    nome

    podias dar-me um nome
    e inscrever-me
    nas estrelas
    para que eu fosse imortal.

    mas nem assim
    o céu fica mais perto
    e a memória liquefeita
    atira-me para o silêncio.

    resta-te talvez
    o cheiro do meu perfume
    e o som dos meus passos
    a encher o delírio
    das tuas noites de insónia.

    já não te espanta
    que eu chegue
    à noite com o vento
    ou que te bata à porta
    à hora da sesta.

    afinal

    eu sempre fui
    uma nuvem
    passageira
    mas de paz
    na tua vida.

    Em@
    ....
    beijinho

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  2. Vejo que o Nome une as palabras em versos. parabéns Jorge e parabéns Em@, abraço

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  3. obrigada pela parte que me toca, Assis.
    esteja atento que um dia destes lanço um desafio colectivo.
    abraço

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  4. "houve tardes em que me pareceu ver
    o sol a incendiar
    a boca que ainda o sabe dizer;
    era apenas o brilho por detrás da cortina
    do tempo que eu não soube viver."

    Nas tardes, há de icendiar o sol à boca
    das palavras por dizer;
    Atrás da cortina vives
    Brilha pois o tempo do ser...


    Não ficou tão bom quanto o que tu deixou em meu blog, mas eu tentei... :-)

    beijo, e um abraço apertado...

    Márcia

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  5. Amigo, obrigada por teres deixado o "Nome" no meu blogue!
    Quanto ao resto sabe-se e não se sabe, perde-se e não se perde, mas vamos vivendo!
    Beijo

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  6. Palavras cruzadas num nome urdido (sem acordo prévio) quase em simultâneo, Em@. Agradeço o teu texto aqui no blogue, como agradeço o meu publicado bem junto ao teu.
    Um abraço!

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  7. Ó, querida Márcia, começa a ser um hábito juntarmos as nossas palavras em desígnios comuns, ora aqui, ora no teu "poetarépreciso". E como combinam!
    Um beijinho!

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  8. Talvez não saibas, Amiga Laura, mas deixei-o no teu blogue, porque, em certo sentido, germinou lá. Lia o teu "Slurp" e apeteceu-me atirar uma pedrada ao charco. Mas, mexi tanto nele que acabei por me molhar, hihihi!
    Um beijinho!

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  9. Como é difícil interpretar um poema desse porte, tal a profundidade e grandeza do mesmo. Mas que passa para a gente um sentimento, ainda que continue no campo do imponderável, passa. Parabéns intensos.

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