terça-feira, 27 de abril de 2010


The Smiths, Girlfriend in a Coma


antes do amor
a maçã verde
em ramos de morder
como o desejo que se estica
para além da vida
(até à morte é tão pouco tempo…).


o amor
todo o mel que escorre,
espesso e lento,
das palavras que perderam a boca
no corpo frágil do poema;

todos os olhos que lambem,
em salto acrobático,
os frutos da época
sem medo do riso do tempo.


e depois do amor?
tão só palavras cuspidas da boca suja
como versos disparados com musgo
a apodrecer, cínicos,
ao lado de maçãs serôdias
(as mesmas que recusaram as tuas mãos).

23 comentários:

  1. Oi. Vi seu blog relacionado no do Juan e a música dos Smiths me convidou pra cá.
    Um ex namorado costumava tocá-la qnd brigávamos, pois dizia que quando eu estava brava eu ficava imóvel, impassível. Aí eu ria e a briga acabava.
    Quanto ao amor, estou na fase da colheita e confesso que me deu um medinho de chegar no final da safra depois que li isso.
    Tentarei aproveitar o máximo de maças que puder!
    E, quanto ao blog: parece-me muito interessante, com ótimos escritos e dicas legais. Voltarei pra ler com mais calma.
    Abraço.

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  2. Olá, Sophia!
    Pois, sê bem-vinda!
    The Smiths é uma banda com a qual cresci e porque a música é a própria vida, também associo faixas como The Boy with the Thorn in His Side, Girlfriend in a Coma ou ainda There Is a Light that Never Goes out a momentos marcantes do meu percurso.
    Quanto ao texto que comentas... pois, se não é difícil escrever sobre o amor... Estou a ler um livro que me veio parar às mãos por acidente ("Uma História de Amor Treze Vezes", de António Gregório) que me tem marcado especialmente. Talvez essa tenha sido a mola para este exercício, não direi académico, porque, vivencialmente, todos e quaisquer uns já passaram por etapas pré, durante e pós relacionamento; considerá-lo-ei apenas um olhar.
    Um abraço e obrigado pelas tuas palavras!
    P.S. O blogue do Juan é um daqueles espaços onde me perco senão diariamente (as exigências do quotidiano nem sempre o permitem),quase.

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  3. Amigo, só te consigo enviar o nosso abraço...

    Beijo, longo!
    Laura

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  4. Só te consigo mandar o nosso abraço...

    Beijo, longo!
    Laura

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  5. quem mesmo disse que no amor e na guerra todas as armas são (in)válidas. abraço

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  6. Laura amiga, recebo-o e retribuo-o com os braços do tamanho dos ramos que não souberam ser verdes.

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  7. é nas situações extremadas que, mesmo contrariando os cânones éticos, nos revelamos menos cavalheiros e mais vulgares. mesmo sabendo que nem todas as armas são/devem ser válidas. são os efeitos de uma condição humana bem distante da ideal.
    um abraço, Assis!

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  8. Haverá coisa mais encatadora do que viver o amor no tempo do riso? E mais difícil quando as maçãs amadurecem para lá do tempo...
    Beijinho

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  9. é quase um jogo de sobe e desce o amor; o tempo do riso e o período das maçãs serôdias. Quase inevitável o ascensor dos afectos que ora nos projecta acima do mercimento, ora a cobra a deferência com a descida ao reino de Hades.
    Inevitável pensar num conto que li há pouquíssimo; chama-se "Cair" (é do António Gregório) e, a dada altura, sugere:
    "Que evitarei a paixão como evito as fezes dos cães que me tentam seduzir os passos - aliás, a propósito, por falar nisso, a paixão ergue-me as costas e faz-me olhar para a frente e para cima e negligenciar completamente o chão: não imaginas a quiantidade de merda que piso quando amo. Prometo jamais voltar a amar, mas a eternidade desta promessa tem o mesmo tamanho das outras todas, o tamanho da sua própria duração, nem mais nem menos - a eternidade é um bolo demasiado grande para comer de uma só vez: come-se às fatias."
    Em síntese: reconhecendo o baloiço que nos desorienta a bússola vital, quem lhe consegue dizer "não"?
    Beijo, Sombra!

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  10. Só depois que perdemos tudo, estamos livres para fazer qualquer coisa...até mesmo ir em busca de outro amor...

    ...Amor é ter tudo em dia...e no outro nõa ter nada...mas o percurso vale à pena...como vale!

    abraço!

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  11. oi nossa que modo lindo de comentar você acaba sempre agradecendo seu amigos acho lindo amei seu espaço e adorei o poema amor num sorriso passarei ca com mais calma beijinhos boa semana

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  12. É mesmo isso, Juan; reciclar, reerguer, refundar, renascer. É esta capacidade de auto-regeneração que nos há-de tornar vivos... mesmo que depois da morte.
    Um abraço, Juan!

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  13. Obrigado pela visita e pelas palavras-sorriso, Anita! Volta, sim. Até já!

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  14. "O amor, a chave que abre qualquer porta!
    Até a dos corações desalmados;
    O amor, a nau de viagens de luz e sombra..."

    (M.C.L.M)

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  15. sejamos, por isso,eternos marujos, na água ou em terra, de dia ou de noite, na luz ou nas sombras...

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  16. Gosto do que escreves.... E é sempre tão dificil escrever sobre o amor...
    Bj

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  17. se é, Magnólia... se pensamos demasiado, o texto torna-se artificial; se deixamos o coração escorrer sobre o papel, torna-se piegas... procuro deixar, apenas, o sopro do vento percorrer as galerias que se estendem entre o coração e a razão. Às vezes dá nisto...
    Beijinho!

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  18. Simplesmente maravilhoso o teu poema!
    Gosto de sentir a forma como te entregas à poesia. Vê-se que tens intimidade com ela...
    Parabéns!

    Um abraço

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  19. Obrigado pelo carinho vozeado que aqui deixaste, Zélia; são afagos sempre mais ternos que a própria poesia.
    Um abraço!

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  20. Fala com o sentimento a pulsa, meu caro.

    E The Smiths me lembra minha adolescência! abraço

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  21. E a mim, caro Cristiano, e a mim...

    Um abraço!

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  22. Antes do amor: amava,o amor: amo, depois do amor: amarei.

    beijos meu querido amigo.

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  23. Só na conjugação intertemporal o verbo assume a sua plenitude semântica.
    As tuas palavras estão sempre carregadas de verdade, querida Amiga.
    Um beijinho enorme!

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