sexta-feira, 23 de abril de 2010

corrente de ar

Passeio dos Navegantes
Fotografia de José Figueira

frio...
já nem os versos me aquecem
(como poderiam trazer a primavera
se os braços não ousam rebentar
em folhas jovens?)

frio...
os dias passam
com o sabor de lábios gretados
que não sabem assobiar

frio...
os dedos enrijecem na pele

e o poema a arder em lume brando.

20 comentários:

  1. mas há que se fazer fogueira, aquecer, alumiar com palavras e rojões. abraço

    ResponderEliminar
  2. Caríssimo,

    Parabéns por abrir, aqui, uma porta de literatura, de reflexão e com ótimos elementos conceituais.

    Sigo seus passos, lerei mais do arquivo.

    ResponderEliminar
  3. O frio da primavera é um vagalume iluminando a sala. E vaga o lume... Que a esperança do frio é a chama, o calor e o poema e o poema espera a pele e o lume de um olhar.

    Abraços e bom final de semana.

    ResponderEliminar
  4. e o meu poeta de braga continua em grande forma...
    assoviando... solos de assovio...
    e o poema arde: labareda!

    ResponderEliminar
  5. Obrigado pelo vosso fogo,amigos Assis, Mai e Roberto. Já sinto menos frio :).
    Seja bem-vindo, Cristiano.
    Um abraço a todos!

    ResponderEliminar
  6. Sabias que o frio é um bom conservante?

    Em breve virá o Sol, aguarda até estenderes o teu corpo sobre os seus raios!

    Abraço, o de sempre!
    Laura

    ResponderEliminar
  7. "Arder na água, afogar-se no fogo" (Bukowski)

    Belíssimo

    abraço!

    ResponderEliminar
  8. "arder na água" (dos olhos)
    "afogar-se no fogo" (dos teus lábios

    Um abraço, Juan!

    ResponderEliminar
  9. "...(como poderiam trazer a primavera
    se os braços não ousam rebentar
    em folhas jovens?)"
    muito belo!

    espreguicei os braços e senti o abraço da primavera.

    ResponderEliminar
  10. e eu o teu, Andy!...
    Um beijinho e um óptimo fim-de-semana!

    ResponderEliminar
  11. "e o poema a arder em lume brando..."

    Tua página anda muito melancólica Jorge amigo, poderías tu começar a escrever sob o sol?
    A melancolia deveras torna os poetas mais audazes eu diria...mas ás vezes é preciso "amanhecer" para "anoitecer"...

    um beijo ensolarado pra vc! :-)

    Márcia

    ResponderEliminar
  12. Quem sabe a tua réstia de luz aponta para um tom mais primaveril, Amiga Márcia?...

    Beijinho!

    ResponderEliminar
  13. Ainda que tu escrevas sob os olhares da solidão, é sempre neste cais de "luz e sombra" que meu coração aporta noite e dia e se preenche através da tua escrita...


    Um beijo Jorge poeta de Luz e Sombra!

    ResponderEliminar
  14. As viagens que percorremos não são tão distintas assim, Poeta Amiga! E sabemos nós que a rota ora se cumpre virando a bombordo, ora a estibordo, ora, ainda, estacando a nave à espera do vento. Mas, com marujos como tu, como hei-de sentir a solidão? Jamais!...

    Obrigado pelas sempre doces e certeiras palavras, Amiga!

    ResponderEliminar
  15. Parabéns pelo espaço, Jorge! Gostei e vou ficando...

    Abraços

    ResponderEliminar
  16. E como é bem-vinda, Lou! Sempre!
    Um beijinho nos lábios da poesia!

    ResponderEliminar
  17. Jorge
    Bem bonito este poema também, mas eu sei que ainda vou dizer isto em muitos dos teus posts futuros :)
    Obrigada por tua visita la no Light, és muito bem vindo sempre, e aqui está o link do vídeo que gostaste http://www.youtube.com/watch?v=4BXNRwxNeNM&feature=player_embedded#!
    Bom fim de semana!
    bj
    Gi

    ResponderEliminar
  18. Obrigado, Gisele: pelas palavras e pelo vídeo. Aí está uma excelente proposta (caso te não importes, claro) para postar por aqui.

    Um beijinho!

    ResponderEliminar
  19. Jorge, que belas palavras encontrei aqui no teu espaço! Gosto da profundeza da alma...

    vou ficar
    abraço pra ti

    ResponderEliminar