domingo, 18 de abril de 2010

banquete


o verso
alimenta-se com a sua fome;
o poema
sacia-se com a própria sede.

eis porque
escrevo o teu corpo com cerejas
(mordo-as até ao fim);
e contorno o teu nome com água
(bebo-a para permaneceres em mim).

27 comentários:

  1. Que belo banquete, saciar um pouco de cada fome, beber na fonte o mel. Eu li o poema e lembrei daquela canção dos Beatles que não fala de cerejas e sim morangos e eternos.
    abraço

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  2. Strawberry Fields. Linda!
    Abraço, Assis!

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  3. Assis, assim não vale, porque ao ler este poema pensava em morangos, :-)!
    Jorge:
    continua a mordiscar, com calma!
    Beijos
    Laura

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  4. Olá!

    É um prazer revê-lo após alguns anos. Confesso que, inicialmente, não o reconheci, embora achasse que me era familiar.
    Provavelmente não se lembra de mim... Fui sua estagiária na Escola de Viatodos, no ano lectivo de 98/99, juntamente com a Sónia, a lúcia e a Paula.
    Agora que sei da existência deste blog e aprecio o modo como escreve, certamente serei visita assídua.

    Até breve.
    Isabel Santos

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  5. morangos, cerejas, mesmo ameixas ou mangas... a todos estes frutos um denominador comum: a frescura da primavera a escorrer pela boca. impossível não mordiscar, amiga.

    obrigado pela simpatia das palavras, lírica!
    beijinho para ambas!

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  6. lembro, com certeza, Isabel. Não há um professor em formação com quem tenha trabalhado de que me não recorde... inevitavelmente, fui perdendo o rasto à maioria deles, pelo que estes reencontros têm tanto de inesperado quanto de gratificante. fico muito feliz por ter passado por cá e, sobretudo, por ter acenado.
    um beijinho!

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  7. eu adoro frutos desde os vermelhos, até aos amarelos, roxos ou verdes, desde que sejam doces e sumarentos! :)

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  8. Simples e intenso...como o desabrochar das flores!

    Abraço

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  9. Também eu, Andy, sobretudo quando deslizam pelos lábios do verão.
    Um beijinho!

    Obrigado pela leveza do comentário, Juan.
    Um abraço!

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  10. rapaz,
    você está cada vez melhor. e, pode ter certeza, jorge (por mais que eu esteja enganado... e que esteja lendo aqui versos concebidos num passado), dá uma imensa alegria vê-lo crescer, verdejante, florescendo diante dos nossos olhos.

    homem-árvore.
    um poeta em flor.

    falar novamente de minha admiração por você é chover no molhado.

    chovo!

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  11. Não, Amigo Roberto, estes textos são actuais. Tenho um livro de poesia publicado em 2007 (A-Simetria das Formas: O Espelho e o Reflexo) que percorre vários anos em que deambulei por um território que fica a meio caminho entre a poesia e as reflexões em prosa poética. Hoje não me revejo totalmente no que lá está, mas vejo-o como uma etapa no processo de maturação.
    Mas, no essencial, tudo apenas me faz sentido...porque há pessoas como tu que actualizam o que escrevo e lhe conferem o(s) sentido(s). Sei que entendes o que se pretende com isso dizer...

    Um abraço, Amigo do Mundo!

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  12. Lindo!!

    Um beijo amigo inspirado!!

    Márcia

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  13. "o verso
    alimenta-se com a sua fome;
    o poema
    sacia-se com a própria sede."

    a mim basta-me a amizade. a tua, por exemplo.

    Beijinho, Márcia!

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  14. Adoraria ler A-Simetria das Formas: O Espelho e o Reflexo !
    bjinho Jorge :)

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  15. bonito.
    também gosto de fruta suculenta, mas sem ser ácida (porque ácida só mesmo com sal).
    beijinho

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  16. Também eu prefiro a fruta suculenta, Em@, mas então se for chocolate... ai, perdição...
    Beijinho para ti e para a Karla, agradecendo a ambas terem feito escala neste pequeno porto de mar.

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  17. Teria um gosto enorme em to oferecer, Gisele. Diz-me apenas como proceder.
    Beijinho!

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  18. cerejas, são um colar de rubis que ao coração coloco, mas é na boca que morro quando lhe coloco a boca!! quem não poderá de gostar de cerejas?? eu gosto, imenso imenso, e o poema aqui veste-se com o verso, e assim nasce a cereja... e vermelho fica o corpo interno que na memória não se perderá...

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  19. "colar de rubis que ao coração coloco, mas é na boca que morro quando lhe coloco a boca".
    As cerejas perdem a cor e o sabor na cesta onde espalhas as tuas palavras.
    Beijinho!

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  20. Jorge
    Sendo assim, ficaria muito feliz em receber um presente tão valioso. Vc mandaria em formato digital, pois existe um oceano que nos separa... :)
    Meu e-mail giselefreirefotografia@gmail.com
    Grande abraço
    Gi

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  21. "o verso
    alimenta-se com a sua fome;
    o poema
    sacia-se com a própria sede."

    a mim basta-me a amizade. a tua, por exemplo.

    Beijinho, Márcia!

    (...) O que mais posso dizer, senão, obrigada!


    "Nesta nau de poesia, o melhor das viagens, é que ora noite ou dia, haverá sempre um porto, de braços abertos, indeferente ao barco, iate ou canoa, desta proa, jamais vou deixar de buscar o meu cais..." (m.c.l.m)

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  22. jorge não conseguiu postar no poema "Premonição Vã", que é lindo demais.

    e ficou ainda melhor com memórias de um beijo.
    tenho que ir à reunião dos trovante... preciso ir.

    vamos?

    abração,
    r.

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  23. Vamos, Amigo! Falo com a Laura e vamos por aí fora, que dizes?
    Um abraço!

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  24. Ah, Jorge... delícia de sentidos. São eles que eternizam o sentimento, que continua lá a vibrar, mesmo quando não resta nada além daquele sabor inesquecível na ponta da língua.

    Excelente, do jeito que eu gosto de mastigar.

    Beijoca

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