sábado, 13 de março de 2010

Tenho na agulha do meu gira-discos uns quantos nomes que vão atravessando o tempo com a desfaçatez de quem está acima de qualquer ruga ou linha indesejada. Rodrigo Leão (que segui já desde os tempos dos inimitáveis Sétima Legião ou, mais recentemente, dos Madredeus) é, desde o primeiro álbum, um dos mais escutados. Não que esteja em condições de avançar com uma fundamentação muito técnica, do ponto de vista musical, para justificar esta opção; mais que isso, resgato argumentos que, na minha opinião, são as fundações para que um edifício possa vir a tornar-se um postal turístico, um discurso uma referência intelectual ou uma música o som da imortalidade: as sensações. Ruínas, Ave Mundi Luminar, Carpe Diem e mais recentemente Cathy são apenas algumas das faixas que me entram na corrente sanguínea convidando-me a regressar aos serões de teatro, às férias que não se esquecem, àquele livro que vive connosco ou ao texto que achámos que nunca seríamos capazes de escrever. Cathy é, hoje, mais que qualquer outra, uma canção que permite a convergência de todas as sensações que distinguem os homens dos deuses, porque enquanto estes apenas sabem rir, triunfar e viver, o Homem sabe rir e chorar, ganhar e perder, mas, sobretudo, imortalizar-se vivendo e morrendo.


Rodrigo Leão, Cathy (with Neil Hannon)

Cathy
it’s times like these I wish I wrote like you
you seem to bend the words to suit your needs
you melt my heart with pure imagery
but I don’t know how to say it better
but darling since I met I haven’t been the same
[…] you’re the one I care for and that will never change…
Cathy
[…]
Cathy can you help me please
you put these things more poetically than me
I sound a howl of fields but it’s much harder when it’s so real
and I don’t know how to make it clearer
but honey when I’m near you it’s like I’m in a dream
and I don’t know how to melt the stormy weather
but just to be together is good enough for me
Cathy

3 comentários:

  1. Isto cantado por quem sabe é outra coisa! Espera... vamos cantar aquela... não é assim, agora aquela...Bem, até já temos nome de banda :-)

    Beijinho!

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  2. É verdade! Enquanto os Negreirenses e Carreirenses cantam Tony Carreira, os eruditos preferiam Pearl Jam ou Rodrigo Leão, hihihi! Só o nome do dueto não condizia com as melodias e as letras: Jorge Pimenta e as Bandoletes! Criativos estes CEF, não?
    Um beijinho, Marta!

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  3. concordo, a imortalidade de uma música acontece pelas sensações que nos trazem...
    Rodrigo Leão é único, impossível ficar indiferente...

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