terça-feira, 2 de março de 2010

Quis, um dia,
banhar-me na tua saliva
e engolir a água onde escondes o olhar
mas
as lágrimas jaziam no colo
e os lábios há muito estavam desabitados
como se o sangue nunca tivesse lavado as rochas.

Resigno-me, hoje,
a preencher a noite
com pétalas que se desprendem dos dedos
esperando que um dia
o sol se deite dentro de mim
depois de adormecer no horizonte.

Talvez seja melhor
secar o rio
e encolher o seu leito;
é que deixei de saber sonhar…
(a noite fá-lo por mim…).

5 comentários:

  1. Fogo, e eu que ia escrever sobre os dedos que são pétalas!!!!Coincidência.
    Não deixaste de sonhar, apenas te esqueçeste de dormir. Sereno!

    Beijo, abraço, aquele tal abraço!
    LauraAlberto

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  2. jorge,
    o que seria do poeta sem a sua capacidade de sonhar?
    esse fingimento, dormindo ou acordado é uma espécie de impressão digital de quem faz poesia.

    (lembra de Pessoa dizendo do fingimento da dor que "deveras sente"? ... é mais ou menos por aí...)

    é assim que sinto isto. mas... o que sei eu?

    bem, sei que gosto de vir ao seu cantinho jorge.
    e de ler suas coisas, feitas com tanto capricho.

    abraço mineiro do
    roberto.

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  3. À Laura e ao Roberto, um muitíssimo obrigado pelos vossos comentários neste post que eu, aparentemente, perdi na hora da sua aceitação (aselhice tecnológica, mesmo, hihi)
    Um abraço!

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  4. Ups... que estranho... afinal estão aqui (embaraço...)

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  5. Maravilha das maravilhas. A noite fá-lo com certeza e ainda há de ter constelações. Abraço.

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