“O fundamento de toda a experiência tem de estar fora da experiência.
E, assim, para a Poesia, o Oásis e o Deserto são as tenazes que a geram, já que a realidade não se baseia só na substância das coisas, mas também no seu caudal e relacionalidade. Tudo se define pelo diferente. E para a Ideia da Totalidade de uma Vida Única nós acreditamos na conjugação futura desses dois estados, na aparência tão contraditórios, que são o sonho e a realidade. Acreditamos numa Realidade Absoluta, numa SURREALIDADE se é lícito dizer-se assim.”
Mário Cesariny, Primavera Autónoma das Estradas
- acabo de perceber como surrealisticamente não sou surrealista: visto-me e disponho-me, todos os dias, com a experiência a servir-me de espelho…
- pois, eu sempre percebi que sou surrealista, visto a roupa que não me serve e passeio nesta fogueira das vaidades.
- não te serve… mas fica-te bem! quanto à fogueira: deixa arder…
- deita-lhe gasóleo! até porque as cruzetas se fizeram para albergar cadáveres esquisitos, queimados…
a verdadeira experiência surrealista (porque não vive apenas de si mesma, mas das intersecções que proporciona) é poder efabular sobre trivialidades absolutas e essencialidades relativas (na verdade, e sem pruridos linguísticos ou conceptuais, sobre tudo e sobre nada) com a amiga e poeta laura alberto do blogue im.possibilidade, seja no cosmopolita e variegado porto, seja numa popularmente pitoresca freamunde…
E, assim, para a Poesia, o Oásis e o Deserto são as tenazes que a geram, já que a realidade não se baseia só na substância das coisas, mas também no seu caudal e relacionalidade. Tudo se define pelo diferente. E para a Ideia da Totalidade de uma Vida Única nós acreditamos na conjugação futura desses dois estados, na aparência tão contraditórios, que são o sonho e a realidade. Acreditamos numa Realidade Absoluta, numa SURREALIDADE se é lícito dizer-se assim.”
Mário Cesariny, Primavera Autónoma das Estradas
- acabo de perceber como surrealisticamente não sou surrealista: visto-me e disponho-me, todos os dias, com a experiência a servir-me de espelho…
- pois, eu sempre percebi que sou surrealista, visto a roupa que não me serve e passeio nesta fogueira das vaidades.
- não te serve… mas fica-te bem! quanto à fogueira: deixa arder…
- deita-lhe gasóleo! até porque as cruzetas se fizeram para albergar cadáveres esquisitos, queimados…
a verdadeira experiência surrealista (porque não vive apenas de si mesma, mas das intersecções que proporciona) é poder efabular sobre trivialidades absolutas e essencialidades relativas (na verdade, e sem pruridos linguísticos ou conceptuais, sobre tudo e sobre nada) com a amiga e poeta laura alberto do blogue im.possibilidade, seja no cosmopolita e variegado porto, seja numa popularmente pitoresca freamunde…
"E há palavras e noturnas palavras gemidos
ResponderEliminarPalavras que nos sobem ilegíveis à boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos conosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar".
Que você continue com a experiência a servir-te de espelho, amigo Jorge, pois assim vai indo bem (em time que está ganhando não se mexe...rs)
Abraço grande, e te deixo com esse poema do Mário Cesariny prá embelezar teu dia.
Cid@
:-) !!!!
ResponderEliminarcid@, é belíssimo o trecho do poema imortal "you are welcome to elsinore" que aqui transcreves. o rodrigo leão tem-no musicado, numa versão em que o texto é dito pelo próprio cesariny. tenho-o em cd, mas procurei o link de um possível vídeo no youtube para te enviaa, sem sucesso...
ResponderEliminarquanto à máxima de que "em equipa que ganha não se mexe": ainda bem que o treinador não é o dunga ou o queirós, não? (hihihi)
um beijinho, amiga!
amiga laura, dúvida existencial emanada de um espírito em combustão: o gasóleo é inflamável? (hihihi).
ResponderEliminar:-)
um abraço!
Eu cá acho que sim, sem duvidas!
ResponderEliminarSiga e tunga!
Beijos
Nada mais surreal do que a troca de experiências mundanas; do que alguém ouvindo outro alguém.
ResponderEliminarBeijos.
e essas experiências torna-se tanto mais sobrerreais quanto envolvam múltiplos outros, como nesta rede de blogues, por exemplo.
ResponderEliminarum beijo, lara!
dois avisos: preciso parar de fumar...
ResponderEliminarpreciso ler cesariny...
ah, e preciso te ler também, poeta.
ando (por motivos muitos) tão relapso...
já chego pedindo perdão.
e deixando um abraço,
bardo bragantino... bracarense...rs
seu amigo, todo dia, o
roberto.
"A experiência não é o que acontece ao homem, é o que o homem faz com que aconteça a ele". (Huxley)
ResponderEliminarE sobre as leitoras do meu blog lerem os post´s pela ótica feminina, ainda que o post não tenha gênero, rs. Bem, a gente olha através da nossa janelinha, com mil identificações...
também visto roupa que não me serve para passear na fogueira das vaidades do dia a dia...mas, cada vez mais vou a desnudar-me...
ResponderEliminarjorge, querido, então que belo é esse teu espelho, capaz de refletir-te em versos e pensamentos sempre tão intensos.
bah, esse livro de cesariny se tornou objeto de desejo...da alma! Eu quero! :)
beijos muitos, amigo poeta!
Jorge, dou um nó no juízo às vezes te lendo...Mas são nós bons de desatar, porque trazem respostas ínesperadas e surpreendentes... Assim, ler-te é desvendar, isso é bom.
ResponderEliminarAbraços,
Tânia
"Tudo se define pelo diferente."
ResponderEliminarFaço dessas as minhas palavras ! *-*
Oi!!
ResponderEliminarVocê disse que não conhecia a versão original do nosso Hino... Pois então... ela já está lá!...;)
Se acaso você desejar conhecer, fique a vontade.
Tenha um excelente final de semana.
Bjs
Cid@
meu querido amigo roberto, tu não chegas; tu já cá estás.
ResponderEliminara propósito de fumar: havia dezenas de grafitis na parede da escola; escolhi fotografar neste, porque os outros tinham proibido comer bolos, beber bom vinho, e assistir a jogos da selecção do brasil. percebes agora? :)
ah, quanto a não andar a ler cesariny, bom, isso sim, parece-me falha. :)
um abração, amigo de além-mar e de aquém-coração!
inteiramente de acordo, vanessa: o homem como agente e reagente; jamais como meramente "gente". nessa medida, não me surpreende a focalização pessoal (na circunstância feminina) na leitura dos teus posts (aliás, ler é, antes de mais, um posicionamento pessoal, verdade?). eu próprio li aquele diálogo como tendo no emissor um homem :-)
ResponderEliminarum beijo!
amiga andrea, a laura foi aniversariante em abril, mas só em julho consegui estar, de novo, com ela. aquele cesariny foi o seu presente de aniversário, por saber o quanto ela se identifica com ele. já o que posa sobre o livro são objectos meus e dela, como que pessoalizando o momento. um dia que seja possível "reunir a turma", como o nosso roberto tantas (e bem vistas) vezes o sugere, podes contar com um exemplar para ti :).
ResponderEliminarsobre nus e desnudos:
"strip-tease
quanto mais me dispo
menos nu
me sinto"
jorge sousa braga
um beijinho!
tânia, obrigado pelas palavras mas receio serem imerecidas... em mim raramente vislumbro respostas :); mas fico radiante e altamente sensibilizado sabendo que haja quem as consiga, entre este caos verbal, tocar.
ResponderEliminarum beijinho com imenso afecto (essa sim, uma resposta definitiva que sei exisitir).
o céu é azul, bem o sei, e se fosse pintor pintá-lo-ia, de novo, de azul. garanto que ficaria diferente do céu pintado por aquele que se me antecipou: o meu traço é diferente dos demais.
ResponderEliminaré essa a lógica, verdade, sara? ser diferente, uno, único, autêntico, mas não... às avessas ou com os passos trocados.
um beijinho!
já lá passei e conferi, cid@. na verdade, não conhecia a letra na íntegra, mas sabia de algumas referências: a d. pedro e ao grito do ipiranga, por exemplo. é que, para além de as ter estudado na escola, era inevitável sabê-las por via dos jogos do brasil nos mundiais de futebol ou às corridas do ayrton senna na fórmula 1 :)
ResponderEliminarum beijinho e um óptimo fds para ti!
eu também começo a perceber como surrealisticamente não sou surrealista,
ResponderEliminarreflicto sobre os estendais da vida
e escolho sempre a roupa mais enxuta para vestir...
dispo-me de vaidades e desenho a roupa do avesso para entender
:-) beijinho a ambos!
as vossas frases fizeram-me fabular...
entre (su)realismos e realidades, haja lugar à fábula. sempre! efabulemos, pois! :)
ResponderEliminarum beijinho, amiga andy!
O cosmos é um criptograma que contém um decriptador: o homem. Que foi mesmo que disse isso?
ResponderEliminarabração
Neste dia, querido jorge, mais ainda do que o livro, feliz me deixará tua presença =)
ResponderEliminargosto deste strip-tease ;)
beijinhos muitos, amigo poeta!
A foto me impressionou!
ResponderEliminarAmei...
beiijo,
*.*
não sei, amigo assis, mas seguramente um pensador renascentista :)
ResponderEliminarsobre o homem ser decriptador... julgo que as ferramentas estão lá; por vezes falta-lhe o código...
um abraço!
querida andrea, não sei se algum dia isso venha a ser possível, mas tenho fé plena no nosso roberto e nos seus méritos como guru! :)
ResponderEliminarum beijo antecipando o encontro da "turma" (hihihi)
um pouco loucas, as fotos, verdade? :-)
ResponderEliminarum beijo, grafite!
Rasgo as vestes que me despem...
ResponderEliminarE viva a diferença, na plenitude das suas interseções e essências!
Beijos surreais.
Quem dera poder fazer desuso de tudo que nos é real e viver o surreal na sua plenitude.
ResponderEliminarQue delícia seria...
Beijinhos
Aryane Pinheiro
Brilho da Lua
Amigo Jorge
ResponderEliminarNa balança, os dois pratos: surrealismo e racionalismo.
Não sei qual dos dois pesa mais na minha experiência.
Só sei que adoraria libertar-me mais e mais, das exigências da lógica e da razão...
Simplificaria vida e a pseudo-obra...rsrs...
Enorme abraço, querido!!!
"rasgo as vestes que me despem"
ResponderEliminarse bem entendo o que dizes, cris... quanto mais me tapo, mais escondo e menos deixo que se veja... desnudemo-nos do que sobre no corpo e na alma, pois!
um beijo!
querida aryane, algures entre o delírio esquizofrénico e a mais genuína das realidades (qual é, já agora) reside o azimute da existência. sabe-lo: um bênção; atingi-lo: a maior das quimeras.
ResponderEliminarporfiemos, ainda assim...
um beijinho!
se te compreendo, querida amiga zélia... mesmo sabendo nós que isso apenas é (parcialmente) possível na vida da arte... (raramente na arte da vida).
ResponderEliminarum beijinho!
E não é que eu feita toina copiei o tetxo todo e publiquei no meu blogue sem sequer fazer um texto ou alterar o teu, tsssss!!!
ResponderEliminarSó ao murro!
Beijos
já tinha reparado, laurita, hihihi!
ResponderEliminarPassei uma noite ‘surreal ‘pois mesmo a mesma sendo negra, passei toda em branco(rs)... E por mais que nos corredores sem estrelas do véu que se estendia a minha frente o meu rastejar fosse lento e enfadonho, não me foi impossível encontrar uma constelação... De palavras estrelas, dessas que iluminam o caminho feito vagalumes em meio à mata fechada. Seguirei a trilha para que em breve eu retorne e conte teus luminares.
ResponderEliminarLufada de beleza!
Abraços no coração