era ali
entre o rosto e o mito
que escrevia as suas cartas
com velas nos pulsos
por onde escorria
a seiva negra da solidão
o amor roubou-lhe o alfabeto
e a mão apodreceu
sobre o tecido por terminar
era ali
entre o posto e o dito
que envelhecia as suas cartas
com celas nos punhos
por onde estarrecia
a soma negra da solidão
o amor roubou-lhe o amuleto
e o chão anoiteceu
sobre o terreno por trovejar
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
entre o rosto e o mito
que escrevia as suas cartas
com velas nos pulsos
por onde escorria
a seiva negra da solidão
o amor roubou-lhe o alfabeto
e a mão apodreceu
sobre o tecido por terminar
era ali
entre o posto e o dito
que envelhecia as suas cartas
com celas nos punhos
por onde estarrecia
a soma negra da solidão
o amor roubou-lhe o amuleto
e o chão anoiteceu
sobre o terreno por trovejar
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
Meu parceiro,
ResponderEliminarEscrever contigo é um prazer infindo!
A impressão é que nossas vozes tem o mesmo fundo musical.
E tudo flui magicamente...
Beijos cris(tais), amado-amigo.
este é o segundo exercíco que experimentamos a du(r)as penas, assim como que uma espécie de dobra(dura) que se revelou mais espontânea e natural, inclusive, que a anterior. mas, mais importante que isso ou que o seu resultado é o prazer de cruzar as mãos sobre o oceano num encontro de tinta!
ResponderEliminarum beijinho, querida amiga!
Olá, Jorge.
ResponderEliminarAcabei de ler este belo poema no blogue da Cris e aproveitei para conhecer o seu espaço, que também é lindo!
Estou seguindo-te.
Beijos,
Patrícia Lara
olá, patrícia!
ResponderEliminareste ensaio surge de uma colaboração-desafio com a cris que é sempre um prazer renovado. fico muito feliz por te saber por aqui e sobretudo por teres gostado do que encontraste, centésima seguidora (número bem redondo, não? :))
um beijinho!
Além da beleza que ficou o poema, Jorge (e Cris)...eis mais poesia:"... o prazer de cruzar as mãos sobre o oceano num encontro de tinta!" Belza pura, Jorge!
ResponderEliminarBeijo
tânia, este blogue tem-me permitido cruzar o oceano como se fosse um mero riacho. e de ambos os lados há tanto para dizer e contar... obrigado pelo teu sempre-presente carinho!
ResponderEliminarum abraço!
Vcs dois são bons demais! Uma escrita de impacto, que nos faz colar os olhos na tela e mal acreditar no que lemos.
ResponderEliminarParabéns aos dois.
Beijos.
larinha, arrancas-me o silêncio com essas tuas palavras-rubor...
ResponderEliminarfico encantado por teres gostado, maestrina da poesia!
um beijo!
Acabei de sentir a essência do arco-íris feito com as cores do amor roubado. Não serão essas as verdadeiras cores de quem conhece a solidão e, mesmo assim,sem alfabeto, trepa pelas palavras "com celas nos punhos"?!
ResponderEliminarEste poema a dois é lindíssimo! Revelador de grande sensibilidade e sentido de persistência!
Adorei!
Beijinho!
Oi, Jorge... (Obrigada pelo comentário lá no blogue.)
ResponderEliminarÉ mesmo? Centésima a te seguir?
Que legal! rs
Beijos, querido...
"o amor roubou-lhe o alfabeto"
ResponderEliminarque LINDO!
um encanto...
beiijo,
*.*
Jorge, essas mãos não apenas se cruzam, mas entrelaçam-se com maestria. E o resultado sempre me seduz.
ResponderEliminarbeijo, querido poeta!
a tua leitura pespegando as pontas do poema é urdidura de rara beleza, jb. e afinal sempre tinhas razão: há, onde menos se espera, um arco-íris com as cores que nos contornam as linhas do nome!
ResponderEliminarum beijo!
são os alfabetos do silêncio quem verbaliza as emoções, verdade grafite?
ResponderEliminarum beijinho!
andrea, o segredo está nos oceanos que, no dizer de pessoa, aproximam e não apartam... estes nossos ciberespaços-tertúlia são disso sinal inequívoco.
ResponderEliminarum beijinho, doce amiga-poeta!
Jorge querido
ResponderEliminarO talento de além-mar e o talento de aquém-mar, de mãos dadas... O resultado é esta beleza de poesia...
Parabéns aos dois grandes poetas!!!
Enorme abraço, amigo!!!
conjunções poéticas e um mavioso resultado, parabéns aos dois
ResponderEliminarabraços
zélia, é sempre especial sentir o teu carinho por aqui.
ResponderEliminarum beijinho, amiga!
um abraço, assis!
ResponderEliminarUm dueto que ultrapassa as linhas do horizonte...
ResponderEliminarEncantada com tão belo poema...
Grata pelo cavalherismo e elegância poética em meus despertares...
Maravilhoso final de semana, Jorge.
Um beijo!
má, os horizontes inscrevem-se bem para lá da geografia, verdade?
ResponderEliminarum beijinho e um agradecimento especial pela tua presença!
Um exercício lúdico que jamais imaginei fazer. Ficou bom. Ficou belo. Ficou tão íntegro que não imagino quem escreveu o quê.
ResponderEliminarQue teu inverno passe.
Do meu lado, eu agradeço que ele não tenha te tirado o alfabeto.
bj
sabes que a primeira vez que a cris me desafiou para um exercício a duas mãos, receei, justamente por me parecer difícil contrariar um certo sentido intimista e egocênctrico da máquina da escrita poética. aos poucos vou desconstruindo essa ideia, sendo certo, todavia, que há franjas de pessoalidade intocáveis, mesmo quando o texto resulta de diferentes mãos.
ResponderEliminarum beijinho com baton:)!
" E de amor se morre? "
ResponderEliminarSIM, ACHO QE SIM!
=/
"que envelhecia as suas cartas
->com celas nos punhos
por onde estarrecia
a soma negra da solidão"
Isso é como olhar no espelho :/
Nossa que dupla e quem ganha somos nos..
ResponderEliminarbjs
Insana
sara, a única dúvida no espelho é saber qual é o eu e qual é a imagem reflectida...
ResponderEliminarum beijinho!
ainda bem que gostaste, insana. um agradecimento a duas vozes desde aqui :)
ResponderEliminarum abraço!
As mãos de vocês (magicamente)
ResponderEliminarescrevem versos de partida (ao encontro)
de solidão (enquanto festejos sob o manto
de duas almas)
Prazer imenso
ouvi-los.
Abraços.
Jorge
ResponderEliminarPermita-me ser o 101º a acompanhar o movimento aqui estabelecido e convidar também você a conhecer o meu espaço:
www.espacointertextual.blogspot.com
Voltarei mais vezes.
Abraço.
o amor roubou-lhe o alfabeto
ResponderEliminarHá coisas que escapam à linguagem...
domingos, por mais que o tom possa parecer nostálgico, ou mesmo negro, o processo criativo foi um brinde contra a solidão.
ResponderEliminarum abraço!
márcio, honras-me associando-te a este nosso movimento poético que vem cruzando mãos e sensibilidades de proveniêrncias bem distintas. sê bem-vindo!
ResponderEliminarum forte abraço!
p.s. passarei no teu espaço com um gosto imenso!
há coisas que têm uma natureza supra-linguística, funcionando, elas próprias, como cracks para os mais intrincados códigos.
ResponderEliminarum beijo, vanessa!
Entre as mãos existem códigos sutis que só a cumplicidade pode exaltar. Ao amor tudo se permite sob os ruidos do silêncio.
ResponderEliminarCarinho sempre
Como no origami, teu poema 'dobradura' é arte.
ResponderEliminarParceria e completude.
P.S.
Grata pelas palavras e presença tão amiga.
carinho
liene, as mãos são o expoente máximo da cumplicidade: é que por elas se cria e se mata (e não me refiro apenas à poesia...)
ResponderEliminarum beijinho!
mai, o teu espaço é ponto de paragem obrigatória; sou eu quem agradece tudo quanto me/nos ofereces.
ResponderEliminarum beijinho!
Sempre intenso, seu espaço! abraço
ResponderEliminarparabéns aos poetas...
ResponderEliminarmuito bom...
cristiano e entre frestas, um agradecimento poético pela visita e pelas palavras dispensadas.
ResponderEliminarum abraço!
Jorge Pimenta, como um escrito a quatro mãos causa uma revolução e tudo é transbordante. Bebo um vinho na leitura e re-leitura por palavras que dançam em luxo literário. É uma explosão, terremoto, e capturo tremores no solo, e com inundações extraordinárias.
ResponderEliminarParabéns aos dois.
Priscila Cáliga
caro fabrício, a escrita partilha-se e, nessa perspectiva, quem chega nunca invade; antes saúda, acomoda-se e desfruta da companhia do outro. é o meu caso: rejubilo com a tua chegada. sente-te em casa, fabrício.
ResponderEliminarpassarei no teu blogue dentro em breve com imenso gosto.
um abraço!
priscila, a escrita a quatro mãos transfigura-se na multiplicidade de olhares; cresce, consolida-se e complexifica-se nos caules e nas pétalas de flores que vivem em permanente sede poética pelos canteiros da blogosfera.
ResponderEliminarum beijinho e um agradecimento pela visita!
Seja seiva ou seja soma, a cor da solidão é sempre escura. Sintonia fina, imagens incríveis - perfeito! Abraços!
ResponderEliminarMais um belo produto dessa parceria!- Parabéns aos dois!
ResponderEliminarBeijos
Q versos lindos encontrei por aq!...
ResponderEliminar;) bjs***
Jorge,
ResponderEliminarAndando de blog em blog te achei e, francamente, que grato achado. Um lugar, não só de poemas vertiginosos, mas de inspiração e luz.
Vi aqui, não só uma bela poesia, mas a generosidade de dois artístas.
Parabéns! Sigo-te, depois de tudo que senti.
Grande abraço
as vossas vozes soam na perfeição!
ResponderEliminardifícil escolher as palavras mais belas porque são realmente todas.
beijinho de parabéns aos dois.
jorgíssimo,
ResponderEliminarpostei um comentário há pouco, mas acho que o guga comeu.
acho corajoso esta experiência de compartilhar a escrita de um poema, misturar no mesmo tacho os ingredientes de cada um.
no caso de vocês deu certinho.
beijo grande, poeta que aos domingos se veste de vermelho e vai à pedreira rezar pra são braga.
Incrível...
ResponderEliminarabraço
queridos amigos, agradeço-vos a presença e as palavras-carinho que sempre me dispensam. a verdadeira poesia não é a do verso; é a que através dele nos toca subcutaneamente.
ResponderEliminarum abraço, nydia, lou, gi, ira, andy, robertílimo e juan!
p.s. robertílimo, na pedreira a ver o vermelho mas com os ouvidos e o coração no encarnado-luz (nome do estádio do benfica :))