quieto permaneço
sobre os varandins da memória
o peso dos rostos
verga-se à densidade dos nomes
reacendendo imagens
que ardem no pó da vidraça.
e se um dia eu adormecer
com estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas
que pintaram
em tempos
os teus lábios
ainda te recordarás de mim?
no intervalo da espera
abraço o verso
que ergue as raízes
acima da saudade.
rodrigo leão, this light holds so many colors
sobre os varandins da memória
o peso dos rostos
verga-se à densidade dos nomes
reacendendo imagens
que ardem no pó da vidraça.
e se um dia eu adormecer
com estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas
que pintaram
em tempos
os teus lábios
ainda te recordarás de mim?
no intervalo da espera
abraço o verso
que ergue as raízes
acima da saudade.
rodrigo leão, this light holds so many colors
soberbo o teu poema, elevado nas imagens e esvoaçante nos versos, a pena está cada vez mais afiada
ResponderEliminarabraço
Supra-sumo da lindeza, amigo Jorge!
ResponderEliminar"no intervalo da espera
abraço o verso"
É o que faço, meu querido! Por isso, aqui estou, neste deleite do espirito...
Um grande abraço!!!
" e se um dia eu adormecer
ResponderEliminarcom estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas
que pintaram
em tempos
os teus lábios
ainda te recordarás de mim? "
Inesquecível! Seus retratos, de fato, são extremamente admiráveis.
(Acordou-me um sonâmbulo suspiro)
Beijos cris(tais)
jorgíssimo,
ResponderEliminareu ja ia mandar a pide (é assim mesmo que se escreve? ou, é pid?) atrás de um poema novo.
bela escolha musical, jorgíssimo.
casamento perfeito, palavra, imagem, sons.
releio o poema e emerge uma dúvida quase cruel: quantos varandins tem a memória?
deixo um abraço.
r.
ps: e o olha do josé figueira, ein?
Rapaz, canto belíssimo! Essa estrofe que a Cris destacou também me impressionou profundamente pela inebriante expansão sensória, coisa de pintura com palavras.
ResponderEliminarGrande abraço!
... prendeu-se o verso à boca ''e um dia eu adormecer
ResponderEliminarcom estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas '' e assim o futuro será o sonho feliz... mas não quero ninguém beijando-me a pele, basta-me as cerejas dentro da boca!!
abrç
"Como é díficil viver carregando um cemitério na cabeça..."
ResponderEliminar=/
gostei, como sempre!
Belo escrito meu caro...
ResponderEliminarMe fez adentrar em algo que sempre "caminha" minhas memórias...que é o de saber se nossos escritos chegam aos ouvidos ou olhos daquelas de quem é direito...
abraços!
querido amigo assis, tenho medo de penas afiadas... já imaginaste se elas ainda cortam mais que a própria vida?...
ResponderEliminara propósito, esta noite sonhei contigo e com o roberto num boteco algures em belo horizonte. depois acordei... e o único horizonte que tocava era o do monte do bom jesus, cá em braga :)
um abraço, poeta!
zélia, no dia em que o criador esboçou a mistura que originou o néctar da doçura pensou no teu nome, com toda a certeza.
ResponderEliminardestacas dois versos que sintetizam tanto daquilo que vamos sendo... afinal, a vida faz-se de chegadas, mas, ainda assim, em menor número do que as esperas, verdade?
um beijinho terno!
sabes, querida amiga cris, já nem sei se o que escrevo são retratos, se apenas esquissos toscos em papel fotográfico... tenho saudades de fotografar contigo. venha daí essa máquina :-)
ResponderEliminarum beijinho!
robertílimo, a pide esteve cá em casa com um mandato de escrita emitido por ti, director geral da poesia secreta. não tive alternativa senão escrever e a foto que saiu... vinha em negativo... a câmara nem digital é, já reparaste?...
ResponderEliminarhá pouco dizia ao assis que sonhei, esta noite, com ele e contigo algures num boteco de belo horizonte. não quero deixar de acreditar, apesar da voz asserttiva e dissuasora da manhã, que isso venha a ser possível.
quanto aos varandins... saberás tu responder? oh, eu sinto que tenho tantos... e alguns já inacessíveis...
um abração, amigo imenso!
p.s. este josé figueira é um verdadeiro poeta da fotografia, verdade? já rodrigo leão... um génio musical...
marcantónio, ando em falta contigo e com muita gente... já te li, mas ainda não consegui comentar o teu novo post. a tua escrita toca sempre dimensões tão recônditas do ser que precisam de ser exploradas para poderem dela fruir convenientemente. volto lá dentro em breve. enquanto isso não sucede, mando-te um abraço de agradecimento pelas tuas palavras sempre tão certeiras.
ResponderEliminarjorgíssima,
ResponderEliminarviver é passar os sonhos que rascunhamos, a limpo.
belorizonte nos espera.
se for preciso, mandamos a pide atrás do assis... não sobrará pedra sobre pedra.
abração, poeta!
r.
oh, se não éramos mais felizes se o canto morasse permanentemente na boca e se soltasse ao ritmo da respiração... com estrelas... cometas... astros e toda a celestialidade que só a poesia sabe onde se esconde...
ResponderEliminarum beijinho, nãosoueuéaoutra!
nem todas as varandas da memória se projectam sobre a morte, querida sara. há tantos jardins que se escondem por detrás da linha diáfana do tempo e do ser...
ResponderEliminarum beijinho!
juan, obrigado pela visita e pelas palavras.
ResponderEliminarum forte abraço!
já carreguei a bagagem com dinamite, pás e picaretas, roberto. nada sobrará, hehe!
ResponderEliminarum abraço!
"com estrelas na respiração"
ResponderEliminarmaravilhosa imagem para um delicado poema
a fotografia, os teus versos, a música... já aqui vim várias vezes desfrutar! belíssima união amigo!
ResponderEliminarobg p'los momentos preciosos com que nos presenteias sempre :-)
bjinho
Jorge, não me contento com os versos que me arrebatam, quero sempre entender: de onde vieram? Onde nasceram? A beleza assim exposta me faz rodopiar. Jorge, são tão lindos os seus versos...tão e tão lindos, tranzem-me instantes de uma felicidade que não compreendo mas acolho:
ResponderEliminar".. se um dia eu adormecer
com estrelas na respiração..."
Nossa!!!!! Se um dia eu adormecer assim, saberei dizê-lo de mim pra mim, porque li teus versos.
Menino, parabéns pelo dom...
Abraços,
Tânia
Nossa, isso é tão bonito que me arrastou, me deixou a catar a poeira dos versos na memória da vidraça.
ResponderEliminarLindo, simplesmente!
Beijo.
Jorge querido, às vezes tenho ímpetos de te pedir para que saías à varanda da vida, aquela inundada pelo céu azul e pelo sorriso do sol e feche as cortinas que dão para as sombras.
ResponderEliminarMas quando tu escreves assim, debruçado sobre tua memória, neste silêncio encantado de versos, entendo que tua alma de poeta necessita transitar, ainda que nem sempre leve, sobre os dois mundos. E da agudeza dos rostos que vão desbotando, vais criando beleza, como esta dos versos com raízes acima da saudade...e há estrelas, mais do que na respiração, na ponta dos dedos que conduz a pena que dá voz à poesia...
beijo imenso, querido amigo!
Que lindos os seus versos. Eles me arrebatam para a paixão! Beijos.
ResponderEliminarVisite os meus blogs: www.marquesiano.blogspot.com
http://wwwpalavraseimagens.blogspot.com
www.degraucultural.blogspot.com
feliz por teres gostado, ediney.
ResponderEliminarum abraço desejando encontrar-te mais vezes por aqui!
querida amiga andy, das primeiras pessoas a quem me liguei sob a mão apaziguadora dos blogues e da poesia, quero muito que saibas que sou eu quem desfruta do carinho da tua presença, das tuas palavras e da tua amizade. verdadeiramente!
ResponderEliminarum beijinho!
querida tânia, tenho a certeza de que as estrelas vivem na respiração e que é na quietude do silêncio, junto ao abismo do cansaço, que a constelação reverbera com mais intensidade. basta fechar os olhos e encostar os ouvidos ao limbo do ser, que todo o amplexo existencial se abre numa constelação de renovadas experiências. não duvides, nunca.
ResponderEliminarum beijinho com carinho imenso!
lara, a janela está aberta, já... o pó do vidro perdeu-se no estilhaço da memória... restam os ladrinhos dos versos...
ResponderEliminarum beijinho!
andrea, amiga, de novo a deixares-me sem reacção com as tuas considerações. estou seguro de que é do equilíbrio bambo entre dois mundos que nasce a poesia... daí que ela seja ferida e antídoto, simultaneamente. até onde poderá ir a alma do poeta?... quais os seus limites, as suas fronteiras, as suas forças e debilidades?... não o sei, mas a poesia talvez seja a resposta.
ResponderEliminarum beijinho de um mundo com sol (a noite sem estrelas pode esperar).
tânia, sê bem-vinda!
ResponderEliminarviajarei até aos teus blogues com gosto, crê-me.
um abraço!
Olá, meu amigo...vim retribuir o abraço, e me confesso emocionada...
ResponderEliminar"no intervalo da espera
abraço o verso
que ergue as raízes
acima da saudade"
Belo! profundo como tudo que escreves. Estou a encantar-me mais e mais...tua inspiração é tocante!
Bjos!!
denise, obrigado pela presença e pelas palavras que são sempre um estímulo de valor inestimável!
ResponderEliminarum beijinho!
Jorge, cheguei aqui pelo blog da Tânia. Faltam-me palavras para dizer da beleza e da emoção diante dos teus poemas. Estou te linkando no Longitudes, ok? Abraço.
ResponderEliminar"e se um dia eu adormecer
ResponderEliminarcom estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas
que pintaram
em tempos
os teus lábios
ainda te recordarás de mim?"
Primorosa fotografia, meu querido poeta-amigo.
Lindíssimo!
Beijo enorme
E quanto à simplicidade - ela mora aí, bem dentro, não cabe escondê-la, viu?
nydia, este "emparelhamento" promovido pelos blogues é de uma riqueza impressionante. sê bem-vinda! um beijinho!
ResponderEliminarsobre a simplicidade, sylvia: por vezes não a escondemos; ela é que nos esconde...
ResponderEliminarum beijinho! é sempre um tónico sentir-te por aqui.
Excelente, Jorge...muito bem descrito..são versos forte e carregados, ao mesmo tempo que gentis...
ResponderEliminar[]ss
rafael, um abraço com um sorriso nas extremidades dos membros!
ResponderEliminarAdormecer, nos assombra...
ResponderEliminarbelissimo Jorge
bjsss
e en-sombra, thabata... o mais difícil ainda é depois do acordar...
ResponderEliminarum beijinho!
incrível como brinca com as palab]vras...
ResponderEliminar"o peso dos rostos
verga-se à densidade dos nomes
reacendendo imagens
que ardem no pó da vidraça."
adorei...
beiijo,
*.*
cada vez mais me convenço de que são as palavras que brincam comigo, grafite... tu sabes bem o que quero com isto dizer, ou não fosses alguém exímio nas relações com elas :-)
ResponderEliminarum beijinho!
Se tu adormeceres, eu acordo-te.
ResponderEliminarSe eu me esquecer, tu lembras-me.
Se tu te esqueceres, eu lembro-te.
Até!
Beijos
Laura
Boa tarde, Jorge.
ResponderEliminarTenho andado arredio.
Desta vez, meu caro amigo, bateste no tecto do céu. A excelência já fica aquém do sublime deste poema.
É um tratado da vida que se inscreve nos versos do teu poema. E quando assim é, resta-nos ler em silêncio a vida que fo(r)mos nas palavras que escreveste.
A minha homenagem, Jorge, e os parabéns também.
Abraço
"Se tu adormeceres, eu acordo-te.
ResponderEliminarSe eu me esquecer, tu lembras-me."
sempre, querida amiga!
um abraço!
jad, amigo, já tinha saudades de te ver por aqui. embora arredio, a tua presença é uma marca que se sente bem para lá da ausência.
ResponderEliminarum abraço com amizade e profunda admiração!
Então, que tal matarmos as saudades fotográficas essa semana?
ResponderEliminarVem com a luz, que vou com a sombra.
:)
Aquele abraço!
vamos a isso. avanço eu? (só não sei se com a luz que anuncias, se com a sombra...).
ResponderEliminarbeijinho, cri(tal) querida!
Avança... seja como for, te acompanho com todo prazer.
ResponderEliminarBeijos de bom dia!
cris, vou tratar disso :)
ResponderEliminarum beijinho e até breve!
Arredio no comentário, não na visita. Essa é diária, como um ritual que nos dói quando lhe faltamos.
ResponderEliminarAbraço
obrigado, jad. sensibilizas-me com as tuas palavras e o gesto de grandeza maior.
ResponderEliminarum abraço!
"e se um dia eu adormecer
ResponderEliminarcom estrelas na respiração
e as mãos pousadas nas cerejas
que pintaram
em tempos
os teus lábios
ainda te recordarás de mim?"
UAU!!!!!!
Assim... cm dizer... fiquei sem palavras, faltaram-me estrelas.
;) bjs***