quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

campo florido

o vento desprende leves palavras
e um tímido clamor de terra
estaca como um barco falhado
na titubiância da voz

no almíscar da manhã
sob o rosto frágil
de uma perfeita melancolia
um bater de asas quase imperceptível

é a sombra do voo passado
pousando sobre mim
como mariposa aturdida
que se enganara na flor

procura rosas de espuma
com pétalas de esgar obscurecido
lá bem longe do mar
sob o olhar indiferente de gaivotas e pelicanos

na semiconsciência de não ser
desprendo o olhar e sonho
poder ainda distinguir as estrelas
por entre as linhas da tua mão


The Smiths, There Is a Light that Never Goes out

5 comentários:

  1. leve
    colorido
    doce
    campo florido

    acariciado pelas asas do sonho
    sons cambiantes de luz e sombra

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  2. Por entre vozes com raios de luz, reflexos de sombra e o almiscar dos sentidos nasceu este "campo florido".... :) com uma doçura que lhe é particular!...

    Sombra

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  3. "poder ainda destinguir as estrelas
    por entre as linhas da tua mão..."

    Luz

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  4. Haja flores, estrelas, sol e luas.
    E mãos para as colher!!!
    Beijo amigo

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  5. Campo florido de bons versos. A maestria das palavras ilumina-se. Abraço.

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