- Por que não soltas a âncora, apontas ao horizonte e zarpas por oceanos sem bússola, ó marinheiro?
-Quisera eu, pelicano de manchas fulvas, mas esqueci o remo e a vela…
- Por que não alças as asas sobre as varandas do mundo para seres continuamente outro, ó capitão sem leme?
- Quisera eu, albatroz de voz redonda, mas a cera da coragem derreteu nos raios da inércia…
- Por que não te deitas sobre o corpo de água e fecundas portos-por-descobrir (lá onde apenas marinheiros sabem contar as histórias que nos moldam gente e entoar as melodias com que se constroem os dias), ó marujo sem estrelas?
- Quisera eu, gaivota sem costa, mas encostei o ouvido ao mar e naufraguei no seu silêncio…
- Por que permaneces quieto, atolado num cais sem corrente, com o vento por inaugurar, ó Neptuno sem trono?
- Porque a jornada se há-de cumprir num mar que não é teu nem dos homens; corre dentro de mim e um dia hei-de marejá-lo em nau de papel e mastro de tinta. Dos círculos da viagem nascerão rosas fecundando luas brancas e extinguindo abismos negros, como luz nos contornos líquidos do teu nome.
-Quisera eu, pelicano de manchas fulvas, mas esqueci o remo e a vela…
- Por que não alças as asas sobre as varandas do mundo para seres continuamente outro, ó capitão sem leme?
- Quisera eu, albatroz de voz redonda, mas a cera da coragem derreteu nos raios da inércia…
- Por que não te deitas sobre o corpo de água e fecundas portos-por-descobrir (lá onde apenas marinheiros sabem contar as histórias que nos moldam gente e entoar as melodias com que se constroem os dias), ó marujo sem estrelas?
- Quisera eu, gaivota sem costa, mas encostei o ouvido ao mar e naufraguei no seu silêncio…
- Por que permaneces quieto, atolado num cais sem corrente, com o vento por inaugurar, ó Neptuno sem trono?
- Porque a jornada se há-de cumprir num mar que não é teu nem dos homens; corre dentro de mim e um dia hei-de marejá-lo em nau de papel e mastro de tinta. Dos círculos da viagem nascerão rosas fecundando luas brancas e extinguindo abismos negros, como luz nos contornos líquidos do teu nome.
Cativante este diálogo. E eu cativo das palavras a ecoar. Abraço.
ResponderEliminarBelíssimo diálogo...
ResponderEliminaro teu blog está cheio de luz...faz-me lembrar um lindo farol :))
Obrigado, querida Amiga! Por vezes o dia ilude-nos, deixando vazar algumas miríades de silêncio que se confundem com a luz... Já o farol... é mesmo uma miragem.
ResponderEliminartemos amigos em comum. de vez em quando faço visitas de passarinho a esse seu ninho.
ResponderEliminarhoje deixo um abraço.
admiração do
roberto.
Obrigado pela viagem, Roberto.
ResponderEliminarJá espreitei e me deliciei com o teu esconso, também :-).
Um abraço!
Jorge,
ResponderEliminarAmigos em comum é paraíso e maravilhas!
Por dizer do mar:
"O mar com fim será grego ou romano,
O mar sem fim é português."
Linda Mensagem, sim!
Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.
Ah, querido amigo, parece que andamos perdidos (encontrados) entre dialogos e vamos navegando nesse mar de papeis brancos e tinta!
ResponderEliminarBeijos
Laura
Amigo Jorge, sem dúvida um de seus mais belos textos... Lí, relí, e a mesma sensação me tomou o espírito...
ResponderEliminar"- Porque a jornada se há-de cumprir num mar que não é teu nem dos homens; corre dentro de mim e um dia hei-de marejá-lo em nau de papel e mastro de tinta."
Sabê-lo caro marinheiro que:
O importante é partir não é chegar...
Pois que a âncora desta viagem a muito foi issada e a rota dos oceanos sem bússola outrora já foi traçada nas estrelas...
Márcia