Chegas
com toalhas brancas cobrindo os pés
como se os lugares que conheces
não existissem
senão em páginas arrancadas a livros
por olhos gastos.
Escondes-te
sob flores brancas atiçando a noite
como se o céu negro que nos engole
não existisse
senão em cartas de vinhos envelhecidos
por bocas estéreis.
Partes
em dedos de tinta navegando o poema
como se o sorriso que vela a lágrima
não fosse
senão barca ébria nas veias
por lábios exangues.
Cansados de existir (ou de escrever…)
não morreste por mim
nem eu por ti;
apenas fechámos os olhos.
Mas o poema asfixiou na solidão
entre a palavra e o silêncio
(o horizonte para sempre perdido).
Mas, que diferença faz?...
domingo, 7 de fevereiro de 2010
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Há viagens que, mesmo sabendo qual era o horizonte, são percorridas de olhos fechados...
ResponderEliminarSombra
E chegados ao fim, ao termino doloroso, cabe ao poeta, ao homem, seguir o seu caminho, até sempre e para sempre!
ResponderEliminarHasta amigo!
"Partes
ResponderEliminarem dedos de tinta navegando o poema
como se o sorriso que vela a lágrima
não fosse
senão barca ébria nas veias
por lábios exangues.
Cansados de existir (ou de escrever…)
não morreste por mim
nem eu por ti;
apenas fechámos os olhos.
Mas o poema asfixiou na solidão
entre a palavra e o silêncio (o horizonte para sempre perdido)."
Os horizontes d'onde a poesia nasce jamais são findos amigo Jorge!
Tua poesia faz toda a diferença...
Márcia