sexta-feira, 1 de outubro de 2010

poesia? (ou a sentença de morte)

duy huynh

os olhos cegam
no meteorito fingido da poesia.
comecei a falar baixo
para o sacrifício do verso
e perdi a nave da eloquência
no litoral do corpo.

o escopo? a tinta? o livro?
chovem sob a luz do candeeiro.

ah, poema,
renego de ti,
traço fino do amor
que floresce no musgo do sangue,
escarneço de ti,
violino sem maestro
que inveja a orquestra,
desdenho de ti,
beijo de açucena
que arrasta o lábio pelos cabelos.

e neste silêncio verbal
rolam sexos para fora do corpo,
sorrisos para o canto da boca,
sonhos para longe do peito.
afinal a cortina de água
fechou a boca de cena.

quero agora tocar a vida
no seu bocejo indomável
que se agita do outro lado do palco.
a poesia?
os tontos que lhe estendam a mão.



nick drake, place to be

54 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso, meu querido Jorge!
    Compreendo-o perfeitamente:
    como a poesia sabe ser cruel quando quer! Dissimulada, é capaz de nos fazer de gato e sapato, e a gente se arrastando atrás dela, lambendo-lhe os pés...
    Estou com você e não abro!
    Grande abraço, amigo!

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  2. ...mesmo em tonteiras tantas,
    não dá para abrir mão da poesia,
    frente ao poeta que encanta.

    sssssmackssssssss, querido!

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  3. se é verdade, zelita... o seu aroma inebria, mas fechado o livro caímos no paul da realidade.
    um beijo!

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  4. vivian,
    agradeço-te, mas, ainda assim, advirto: cuidado com ela :)
    um abraço!

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  5. Cada poesia retalha um pouco de mim... morre... renasce o que restou... diferente e tão igual como antes.

    É lindo estar aqui... sua escrita é uma viagem no tempo sem início e sem fim...

    Com carinho
    Sil

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  6. Jorge Pimenta,
    amigo e grande poeta,
    a minha salvação (por enquanto)
    é que a Poesia quando não me larga
    dos tornozelos ainda me crava
    as suas sombras na nuca.

    Aí nos perdemos:
    eu, a Poesia e os Moinhos.

    Forte abraço,
    sempre admirado
    da tua força poética.

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  7. e quantas vezes mais vamos ser tontos?
    estendendo a mão? ou fechando-a?
    Beijos

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  8. E tocar a poesia dos ventos. E deixar partir.

    Um beijo lindissimo poema.

    Bom final de semana!!

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  9. Perco o nexo, mas não perco a poesia, ainda mais de escritores como vc. Sou tonta, tonta, e assumida!

    Adorei, adorei =)

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  10. silene,
    a poesia é como o mar. pode parecer a fera mais mansa que é nunca deixa de ser a fera. quantas vezes o domador é por si domado?...
    um beijinho com carinho imenso!

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  11. caro amigo domingos,
    por mais advertências que escutemos ou façamos, quem resiste ao canto mavioso da sereia? no poema perde-se homem, nuca e, como exemplarmente dizes, os moinhos. o céu que se ganha é tantas vezes de cartão...
    um forte abraço e obrigado pelas palavras amigas!!

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  12. amiga laura,
    a poesia conhece-nos, já espiou a palma da mão, espreitou para dentro do olhos, tocou, enquanto dormíamos, a pele mais recôndita do coração. conhece-nos e sabe que mesmo desmascarada não temos forças para lhe fugir. oh, maldição...
    um abraço!

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  13. e as palavras esvoaçam neste círculo fechado de quereres e mal-quereres...
    um beijinho, ju! há muito que não te encontrava. que bom estares aqui!

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  14. nem eu, lara, por mais que procure o exorcismo :). ela sabe-o, ela conhece-me, por isso é tão altiva e sobranceira...
    um beijinho!

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  15. Cada vez acho mais nobre e grandioso o momento em que o poeta desdenha ou renega da poesia. E não há tensão contínua entre ela e a vida? O artista tem que menosprezar a arte diante da vida para que ela, a arte, não se torne um mero artifício. Já não suporto muito ouvir falar da grandeza da arte frente à existência.

    "Então, desanimamos. Adeus, tudo!
    A mala pronta, o corpo desprendido,
    resta a alegria de estar só e mudo.

    De que se formam nossos poemas? Onde?
    Que sonho envenenado lhes reponde,
    se o poeta é um ressentido, e o mais são [nuvens?
    (Drummond)

    Belo poema, Jorge!

    Abraço.

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  16. porque o mais são nuvens, degladio o poema, não por o mal querer mas por tanto e tão bem o desejar. apesar das tensões... apesar dos ressentimentos... como na vida, sem acordes ilusórios. a arte pela arte acabará por se extinguir no seu único propósito: nenhum.
    um abraço, marcantónio!

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  17. Jorge,

    É simplesmente inebriante!O que se colhe desta tua poesia é a essência do seu ventre, eternamente adorado e simultaneamente amaldiçoado!
    Quando os olhos não sorrirem...
    quando os lábios não desejarem...
    quando o silêncio não se ouvir... ~
    então a poesia morrerá na dura realidade da vida, num palco vazio, numa orquestra sem timbre, numa terra onde as açuçenas gemerão sofregamente nas noites de sol ardente, em corpos mirrados, na língua da gente...
    Ainda que nos seus espinhos sangre o coração (como no desejo de amar qualquer bela flor) e porque o coração é a sua vida, na voz da pele, a poesia será sempre amante dos tontos, musa dos surdos, sereia dos náufragos, (lou)cura dos que a renegam...

    Ainda bem que és "um dos maiores tontos que conheço"!!! :)))E que privilégio poder dar-te a mão! :)

    Parabéns Jorge, esta chuva de tinta da tua alma é simplesmente extasiante!

    Beijinhos

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  18. Esqueci... A imagem é um vestido poético, na moda de qualquer estação do ano, da vida!

    Beijinho

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  19. Jorge, doce poeta amigo,

    O poeta renega a poesia, como unhas que crescem e aparamos, mas ainda que desdenhe as garras, nunca, ele, conseguirá detê-las, pois as mesmas (unhas e poesias) crescem enquanto há respiração. Somente a morte do poeta cala suas garras.

    Veja que nem a escuridão lhe impediu de suspirar!

    Bjs, com a alegria do retorno

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  20. "a poesia será sempre amante dos tontos, musa dos surdos, sereia dos náufragos, (lou)cura dos que a renegam..."
    mas... estas são as palavras que lá faltam, ao meu texto. deixo-as aqui, com aspas, para serem lidas em sequência. perfeito! obrigado, jb!
    um beijinho!

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  21. duy huynh é um verdadeiro poeta do traço, querida amiga.
    beijinho renovado!

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  22. querida ira,
    já o tenho confessado nas réplicas aos comentários que aqui os nossos amigos vão deixando: é impossível aquiescer ao desejo de guilhotinar a poesia. ela é o suor que se escapa pelos poros, o sal que escorre das lágrimas e o sol que reverbera nos lábios. mas é também o espinho que se crava no coração, relembrando-nos de que entre o canto e o conto há apenas uma realidade: aquela que poema nenhum deverá iludir.
    um beijinho e um agradecimento pelo teu carinho incondicional - quando ausente e agora um pouco mais presente).

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  23. Não adianta, amigo, mesmo quando sacrificas, renegas e desdenhas o verso, ele retorna maior e mais poderoso que nunca.

    Quem nasceu prá ser poeta, morrerá poeta, pois é essa a sua sina.

    Quanto a nós outros, nessas alturas, só nos resta estendermos as mãos através da cortina de água, a ver se nos respinga (tomara!) um pouco que seja de genialidade.

    Nunca volto igual após beber dessa fonte.

    Jinhosssssss

    Cid@

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  24. quero agora tocar a vida
    no seu bocejo indomável]

    Trecho sublinhado de vermelho :)

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  25. e neste silêncio verbal
    rolam sexos para fora do corpo,
    sorrisos para o canto da boca,
    sonhos para longe do peito.
    afinal a cortina de água
    fechou a boca de cena.

    Ah, eu inteiramente TONTA, estendo as mãos e toco-lhe, em êatse, os versos, Jorge!
    Beijos,

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  26. Jorge,

    a poesia em tom despreocupante do bastante; leve, do pouco se faz imensurável, com a embriaguez do andar juntos. Por dentro uma prece conjugado, e se costura o céu com estrelas. Da mente se garimpa territórios explorados e inexplorados, sempre em tato à procura em asas do que dentreado vale em herança. O fascinante do versar, a caneta dançar nos papéis e a vestimenta um processar em que há ventilação: os olhos que se fecham no mais da absorção. O adentrar do nu em sua essência, em que cada fio de cabelo diamantizado encena nos ambientes: da diferença, simples razão de lábios deslizarem com tamanha veemência da morte em salto para vida. - Lázaro, sai para fora!

    Abraços

    Priscila Cáliga

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  27. "e neste silêncio verbal
    rolam sexos para fora do corpo"

    Belíssimo Jorge!

    Entendo que você possui uma “vocação para o abismo” em sua poética. O "sangue" remete ao ser intocado desta queda.

    Queda boa, doce e intensa.

    Um beijo!

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  28. poesia é sentença de Sorte, bardo bracarense.

    eu e minha bronquite mais que crônica, saudamos você e sua poesia.

    a saudade e o afeto do seu amigo das terras altas de minas, o

    R.

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  29. Há heterotopia melhor que a poesia, Jorge?
    Creio que não. Acho que Pessoa também concorda comigo (ou eu concordo com ele)." A arte tem valia porque nos tira de aqui"
    A possibilidade de habitar dois espaços... eis a oferta dela. O que pede em troca?
    Ainda que a reneguem, que seja com ela:
    "os olhos cegam
    no meteorito fingido da poesia.
    comecei a falar baixo
    para o sacrifício do verso
    e perdi a nave da eloquência
    no litoral do corpo"

    Eis do que é feita a existência do poeta! As Viagens aqui nos deixam sem rumo certo (e muito felizes por isso)
    Ainda mais:
    E me perco... Numa Free Ride com Drake
    Para o manicômio dos que crêem ter asas.

    Um beijo!

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  30. inevitável, amiga cid@.
    repara mesmo na contradição: renega-se a poesia... com poesia. o resultado só pode ser um: ela a acontecer-nos nas mãos :)!
    um beijinho!

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  31. querida vanessa,
    a tinta azul/preta já havia acabado... :) o vermelho, aqui, até que não fica mal :)
    um beijinho!

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  32. tânia, amiga-poeta, esta é a loucura de que nenhum de nós ousa, quer, pode fugir, verdade? entontecemos todos com a magia da poesia (mesmo sabendo que o verso corta o tecido da realidade pela metade).
    um beijinho!
    p.s. não te esqueças de regressar. precisamos também de entontecer com os teus versos!

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  33. priscila,
    é justamente essa redenção de vidro que ontem contestava na poesia. tantas são as vezes em que o céu é costurado de estrelas, mesmo que seja dia e a chuva lhe rasgue o ventre; tantas são as vezes que o sangue é licor, mesmo que o cadáver esteja pútrido, já; tantas são as vezes que as lágrimas são corcéis alados sobre tapetes de camélias, quando os olhos se afgam no sal.
    entre o túmulo e a ressurreição, somos lázaros de cristal que não sabem por onde se abre o trilho prometido... falsamente prometido, acrescentaria...
    apesar de tudo, quem lhe resiste? um brinde à poesia! à tua, à minha e a de quantos não sabem viver (ou morrer) sem ela.
    um abraço!

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  34. esta é a única queda que toleramos (e até desejamos), verdade lívia? a que tem por bicicleta, cavalinho de parque ou bola na terra todo o sangue da poesia!
    um abraço!

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  35. robertílimo,
    pensei nesse trocadilho: morte ou sorte? fugi-lhe por achar que desconstruiria toda a lógica interna do texto. mas, a discussão aqui alimentada por diversas vozes experimentadas, leva-me a crer que o deveria tê-lo feito; é que por mais que a poesia seja morte (da realidade), a sua inevitabilidade torna-nos, seus seguidores, homens de sorte.
    um abraço para ti e uma careta para essa bronquite indesejada!

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  36. olá, pólen.
    quem não deseja ser magro e devorar o intenso chocolate, voar, mas sentir os pés no chão, andar de bicicleta tendo a certeza de que não cairá, caminhar sem nunca perder o destino, ser bússola e caos? quem não?... é esse o estigma da poesia: por mais vidas que abra, esquece-se sempre de um detalhe importante: tudo se erupciona no vulcão da vida, desta vida. e o regresso a si é tantas vezes acompanhado de desilusão e frustração pela insconstância e discrepância dos universos (real e poético).
    ainda assim, quem lhe resiste?
    um abraço!
    p.s. nick drake é magnífico. sabias que o seu álbum "pink moon" é considerado (já não sei por que revista de especialidade) um dos melhores 100 de sempre?

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  37. poeta de olhos iluminados, banho-me em teus versos. afortunados os que te lêem,

    abração

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  38. Não sabia não, Jorge. Conheci Drake no início deste ano e me apaixonei de cara. Até arrisquei uns versos de tão encantada que fiquei:


    Há um precipício no lado B destes dias
    Que sugere beijos em doses homeopáticas.

    O que pretendia era estalar minhas vértebras
    Entre teus dedos de camaleão quimérico
    Até te ver sugar essa tentação sonâmbula
    Que me consome com fisgadas noturnas.

    Toma de assalto as horas e os sonhos...
    E com eles monta um espetáculo repetido
    Até o dia em que não possa mais dormir,
    Em desvario com pílulas de inquietude.

    Consta que pode ser vício de nuvem
    E que não tem cura, só esquecimento.

    Os “invisíveis” receitam a insanidade,
    Desatam os cabelos, confundem minhas pernas.

    Numa dose emprenho de “souvenir” e vontade,
    Atrás do balcão... Sem mas... Cria-ativada.

    E me perco... Numa Free Ride com Drake
    Para o manicômio dos que crêem ter asas.

    P.S. Não precisa aprovar esse comentário, querido. Era só pra responder o que fizeste.

    Beijinhos

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  39. Jorge que aravilha...
    Sentir um vento soprando em mim.

    bjs
    Insana

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  40. Jorge, penso que a poesia é como a língua-mãe, por mais que nos mudemos de país, sempre falaremos primeiro por ela as coisas mais verdadeiras, as sensações primeiras, aquilo que nos importa.

    às vezes também brigo com ela, fico exausta, quero um sentir, um dizer que não seja da pele tatuada e sangrando. Mas não há para onde correr quando até os pés acreditam ter asas, e a realidade é esta onde me sinto viva, não a outra me se sufoca em mediocridades.

    querido amigo, à tua poesia estendo sempre a mão, e me confesso tonta, tonta, tonta...

    beijinho, poeta!

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  41. Não troco de mal com a poesia pois ela só me encanta e não me desdenha, já que não me
    atrevo a subjugá-la, antes, tão somente admirá-la. Cabe a ti, poeta querido, e isso o fazes com maestria para o deleite de quem o lê, conquistar seus favores de deusa altiva e domar a tempestade arrebatadora de seus caprichos.
    Apesar de tudo, Jorge, me encaixo perfeitamente no manicômio dos que crêem ter asas... não pelo talento de fazer poesia, mas pelo dom de alcançar altitudes extremas ao lê-las.
    Beijokas.

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  42. amigo assis,
    iluminadas são as tuas palavras, como sempre sucede.
    um abraço com a luz da admiração infinita!

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  43. pólen,
    como não aceitar esta deambulação por um território tão misterioso quanto o de drake? "os invisíveis receitam a insanidade"... como vocês sempre dizem, "este verso me pegou" :)
    obrigado por esta partilha tão especial!
    um abraço!

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  44. insana,
    por vezes estes moinhos giram compassadamente às mãos do vento que eles próprios sopram. ao moleiro exige-se que esteja atento: tantas são as vezes que apenas colhe tempestades...
    um beijo!

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  45. andrea, amiga,
    não podia estar mais de acordo contigo. por isso escrevo... por isso escrevemos... mesmo que o animal selvagem visado seja, por vezes, a poesia, ela própria, com todas as gavetas de manjerico e alecrim que apontam infernos transvestidos de paraísos. também, quem quer viver exclusivamente na respiração dos anjos? a vertigem, a inquietação, a respiração rouca, a desordem e a inconstância são trilhos para a mais serena das baías celestiais. até porque viver as coisas é compreendê-las e só as compreendendo sabemos como vivê-las.
    um beijo com lábios de poesia! afinal, independentemente do estatuto que lhe confiramos, ela está sempre tão viva...

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  46. lua nova,
    estarei quase totalmente de acordo. a única nuace é a do advérbio "só", quando te referes ao encanto infinito que a poesia em nós suscita. então, e quando ela se esconde do poeta, iludindo vozes, versos, sensações que outrora lhe serviu em bandeja de ouro na fonte de parnaso?...
    há dias comentava um post da poeta laura alberto, escrevendo-lhe "mão aberta, mão fechada, mão aberta, mão fechada, mão aberta, mão fechada... e os fios de areia que não sabem se devem cair, se permanecer...".
    oh, poesia, como o mar, no dizer de bernardo santareno: "é enganador, oh se é! hoje está grande, medonho, de meter medo ao mais valente... pra logo amanhã, quando a gente vai fugir pra sempre, se pôr calminho, todo festas e tegatés. pudesse eu! ai, pudesse eu!"
    um abraço, amiga!

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  47. A poesia é "enfermidade" da alma, Jorge.
    Não existe cura, remédio e não há para onde fugir.
    Vai doer para sempre!
    Mas dá para fazer uns curativos de versos.
    Alivia um pouco.

    Beijos
    Rossana

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  48. assim vamos fazendo, verdade, rossana? :)
    um beijo grande!

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  49. Estendo as mãos e corpo todo.

    Se é pra morrer, que seja com o verso nos lábios...

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  50. Ironicamente, lembrei do Quintana:

    " Quem faz um poema, salva um afogado. "

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  51. o pior é quando é o verso nos lábios que mata...
    "quem faz um poema, salva um afogado"... e se a escrita mirra na ponta dos dedos? o náufrago é o poeta e ninguém lhe há-de valer...

    um abraço!

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  52. Querido Jorge

    Das tantas coisas lindas que li por aqui, há esse teu poema maravilhoso, há esses versos: "...comecei a falar baixo para o sacrifício do verso e perdi a nave da eloquência no litoral do corpo". Versos exatos, perfeitos, de um lirismo que é só teu. Sejamos tontos, sempre...bjo, carinho imenso!

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  53. daniela, querida,
    há loucuras que fazem parte do genoma da sanidade mental, verdade? a poesia, com os seus truques e manhas, é indiscutivelmente um daqueles licores explosivos sem que podemos passar.
    um beijinho!

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  54. http://chegadessaudade.blogspot.com/2010/10/blog-post_1860.html poesia.

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