procuro a casa e os epigramas
que dividem toda a esfera
alimento-me de morangos e neve
que crescem na ficção das coisas
até porque o diamante duro
nem sempre rasga a superfície do ser.
o caminho?
a certeza
que nem todos os dias sabem apagar
talvez por isso as estrelas cadentes
ainda batam à tua porta.
procuro a casa e os criptogramas
que distinguem todo o emblema
alimento-me de mascavo e pele
que cravam na fracção das coisas
até porque o destino duro
nem sempre rende a artífice do ser.
o carimbo?
a clareira
que dividem toda a esfera
alimento-me de morangos e neve
que crescem na ficção das coisas
até porque o diamante duro
nem sempre rasga a superfície do ser.
o caminho?
a certeza
que nem todos os dias sabem apagar
talvez por isso as estrelas cadentes
ainda batam à tua porta.
procuro a casa e os criptogramas
que distinguem todo o emblema
alimento-me de mascavo e pele
que cravam na fracção das coisas
até porque o destino duro
nem sempre rende a artífice do ser.
o carimbo?
a clareira
quem nem todos os dias sabem afagar
talvez por isso as estrelas carentes
ainda beijem a tua porta.
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
Björk, pagan poetry
talvez por isso as estrelas carentes
ainda beijem a tua porta.
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
Björk, pagan poetry
Ah Jorge! Fiquei encantada com a introspecção dos versos lidos, relidos e perdidos. Divaguei ainda mais ao toque suave e instrumental da música e vozes.
ResponderEliminar“Um código secreto esculpido
...
É poesia pagã”
Um beijo!
só uma frase:
ResponderEliminaramo nossas viagens!
beijo, parceiro de primeira classe.
As estrelas, não sei; mas sua poesia nos beija, nos deixa a alma repleta de matéria indecifrável, e bela, e terna, e...
ResponderEliminarBeijo doce.
lívia,
ResponderEliminartropecei nesta faixa da bjork acidentalmente no fim-de-semana e confesso que a escutei dezenas de vezes desde então até agora. é, sem dúvida, "uma poesia pagã" que nos toca profundamente.
um beijo!
amiga cris,
ResponderEliminarcada viagem poética na nau do teu dizer é uma experiência marcante que se repete.
um beijo, marujo de voz afinada!
larinha,
ResponderEliminarrevi, ontem, "o carteiro de pablo neruda" (para aí pela quinta vez :)), uma das obras-primas do cinema contemporâneo. recordo uma réplica de mario ruopollo a propósito da leitura de um poema do amigo neruda, pelo próprio, quando ambos estavam defronte do mar, em conversa amena, sobre a relação do mundo com as metáforas e, por inerência, com a própria poesia; confessava-lhe o espontâneo carteiro: "é estranho. não o que o texto diz, mas o modo como o sinto".
é justamente aí que reside a verdadeira questão em poesia, verdade? mais do que a mensagem, agarramo-nos aos efeitos que suscita no tecido sensitivo que nos cobre aquilo a que chamamos de corpo.
um beijinho doce!
A estrela que beijou a porta deste poema entrou na clareira mais azul e alimentou-se, desafiando o paladar do verso num púrpura tão intenso e sensual que "raga a superfície do ser.
ResponderEliminarNão sei de onde cresceu este "diamante", por lapidar, que está para lá/cá desse sabor-poema... talvez o brilho de uma estrela carente avistada na fracção de um afago; talvez o brilho de uma estrela carente refugiada na candura de uma neve fria... que importa, desde que vislumbre a sua luz numa qualquer porta! (e a tua, jorge, continua entreaberta!:))
Morangos, adoro! A neve, o delírio dos meus sentidos! Por isso é deliciosa esta contrução poética!
Parabéns dupla poética!
Beijinhos
Cris e Jorge: corda e caçamba.
ResponderEliminarCafé com leite.
Queijo com goiabada.
Pão com manteiga.
Morango com chantili.
O cravo e a rosa...
Sigam com esse consórcio vida afora, para nosso gáudio!
Abraços para os dois queridos!
Embriagar-se de duas almas
ResponderEliminar(o oceano é uma ponte)
é um deleite.
Cada palavra
é o trigo
(porque bela a pureza
dos pensamentos) .
Cris de Souza
e Jorge Pimenta
sabem beber vinho
com as conchas das mãos
(dentro as palavras) .
Cris de Souza
beijo-te, carinhosamente
Jorge Pimenta
abraço-te, fortemente.
Poeta
ResponderEliminarEstou chegando e em silêncio ouvi o murmurar de bela poesia.
desculpe ir entrando assim, mas gostei de ficar.
Sonhadora
Essa é uma parceria afinadíssima. Estrelas cadentes que batem e beijam a porta...Não sei, vi uma alma masculina e uma alma feminina versejando com as estrelas. Lindooooooo poema! Muito belo...
ResponderEliminarBeijos,
Realmente, essa é uma dupla imbatível!
ResponderEliminarAmo!
Sabem por que?
Porque a receita sempre da certo.
Não tem erro...:)
Fui lendo, e antes de chegar aos nomes, já sabia (sentia), que havia sido feito pelos dois.
Estrelas cadentes... carentes... lindo demais!
Abraço bem grande, para enlaçar a dupla.
Cid@
isto pede uma francesinha, urgente!
ResponderEliminarLindíssimo texto! há dias e palavras que não se apagam...
ResponderEliminarParabéns à dupla!
jb,
ResponderEliminarlendo o teu texto não vejo uma dupla, mas uma tripla de escrita, tal é a maestria da tua leitura que inscreve o texto não na sua explicação, mas refundição. é esta a magia maior da poesia: salta de mão em mão e, camaleonicamente, chama a si os rostos que deixamos viver dentro de cada um de nós. e há neve e fogo... morangos e raízes... luzes e sombras... mas, não será sempre assim?...
um beijinho!
zelita,
ResponderEliminara tua grandeza não está nas palavras que escreves; está nas palavras com que bordas o teu coração. como isso se nota tanto na maioridade da tua poesia como na singeleza de um depoimento/comentário.
um beijo com admiração!
amigo domingos,
ResponderEliminara poesia não tem pátria, raça, nome ou filiação política; a poesia é o tal oceano que abre pontes entre nós, ora quando escrevemos, ora quando lemos. e nesta dialética de sentires, erguemos as mãos em concha clamando pelo vinho maior que as inebrie: o papiro dos afectos.
um forte abraço, amigo-poeta!
olá, sonhadora,
ResponderEliminarnão pares diante da soleira, não espreites, não batas à porta... entra. esta sebenta de rosas e cardos é de quem a queira tocar.
sê sempre bem-vinda!
um beijo!
tania, querida,
ResponderEliminaras estrelas, por mais cadentes ou carentes que sejam, sempre nos rondam a porta. umas vezes ousam entrar; outras vezes limitam-se a olhar, em rasgo lascivo, e a desaparecer com rastos líquidos, tornando a sua peugada quase impossível de garantir. e de novo caem, batem e fogem. pobre daquele que vem à porta, para as receber; é que cai, quebra-se... e permanece...
um abraço!
cid@, amig@,
ResponderEliminaré curioso como te referes a mim e à cris associando cada uma das mãos a dois leitmotf da composição: as estrelas cadentes e as estrelas carentes. na mouche, doce amiga; uma é da lavra da cris; a outra é da minha. qual é qual? :)
um beijinho imenso!
ai o colesterol... ai ai... :)
ResponderEliminarum abraço, laurita!
ana f.,
ResponderEliminar"há dias e palavras que não se apagam"... como gostaria de ter escrito isso...
um beijo e um sorriso!
Jorge, meu querido poeta, vc sempre me surpreende com belíssimas paisagens!
ResponderEliminarA sua poesia inspira sonhos e me presenteia com metáforas belíssimas!
É uma passeio sinestésico pelos sentimentos que pulsam dentro de mim...
ADORO ler-te!
Beijos
coleccionadora de sonhos,
ResponderEliminare por falares de metáforas:
há dias, revendo "o carteiro de pablo neruda", recordei uma frase do inocente mário ruopullo quando conversava com mestre pablo: "será o mundo uma metáfora das coisas?". neruda não foi capaz de lhe responder... tão mais fácil se fosse, verdade?
um beijinho e um agradecimento sincero pelas tuas palavras-carinho!
Diálogo poético com peito aberto, espalha poesia (e levo comigo).
ResponderEliminarparceria encantadora.
abraços
mai,
ResponderEliminara poesia a duas vozes ganha eco nas demais que aqui pousam, elevando os textos a "poliálogos" permanentes e de sentidos e sensações renovados.
um abraço!
Jorge, você me perguntou qual é qual, e eu vou tentar responder no acerto, okey? =)
ResponderEliminarAcho que as estrelas cadentes são suas, e as carentes são da Cris.
Não me pergunte por que acho isso, pois não saberia explicar... Eu acho, e pronto!...hehehe
Acertei??? ;P
Nossa, vocês tem muita sintonia!
ResponderEliminarHarmonizam as palavras,
os sentimentos
na poesia.
E é sempre com alegria
que eu leio vocês.
Com carinho
Fátima
Adorei completamente este vosso duo de palavras.
ResponderEliminarentre morangos e neves, estrelas cadentes e carentes, vi a meus olhos passar tanto que em mim, também sinto.
Obg pela beleza.
Jorge, e a ilustração...um encanto!
Beijinho aos dois
cid@,
ResponderEliminarisso não é pontaria afinada; é proficiência leitora. na mouche :)
um beijinho!
fátima,
ResponderEliminare o mais curioso é que as coisas com a cris surgem com grande espontaneidade. há uma troca de rascunhos e raramente afinações. quero crer que o grande aferidor seja mesmo o oceano que leva e traz os garatujos da sebenta :)
um beijinho e grato pela simpatia das palavras!
andy, amiga,
ResponderEliminarsó quem tem morangos na voz e neve nos dedos consegue tocá-los sob a máscara das palavras. tu, nisso, és modelar!
um beijinho!
Bom dia, Jorge e Cris
ResponderEliminarQue a palavra se faz no confronto de modos diferentes de pensar e sentir é uma evidência também na vossa parceria, no vosso poetar a dois olhares que se encontram num horizonte comum que nós frequentamos também espreitando as estrelas cadentes afagando nossas moradas carentes de sentido e de afecto.
Abraço apara ambos
amigo jad,
ResponderEliminarque melhor diluidor da diferença do que a poesia? ela não escolhe gostos, preferências, afinidades ou tendências; ela simplesmente é. como nós, afinal (embora para o caso humano retirasse o advérbio de modo, que atrapalha e muito). :)
um abraço!
Profícua parceria! Parabéns!!!
ResponderEliminarbjs
Jorge, meu doce poeta amigo,
ResponderEliminarEssa dupla rasga, sim, a superfície do ser e adentra.
Sinto-me estrela cadente/carente a beijar-lhes os versos que habitam nessa casa.
Bravo!
Bjs, de brilho intenso
jorgíssimo,
ResponderEliminaracho muito interessante o experimentalismo da partilha e tento, em vão, descobrir quem é quem, escondido detrás de cada palavra.
é uma delícia retornar ao seu quintal... e ver que tudo continua lindo.
deixo um abraço dos meus.
r.
olívia,
ResponderEliminargrato pela presença e especiamente satisfeito por teres gostado.
um abraço!
Teu espaço me cala...
ResponderEliminarAbraço, poeta!
ira, amiga,
ResponderEliminarpor mais que a casa se encontre perdida por entre mapas com tojo e musgo, a verdade é que ela existe e a demanda por si é a demanda por cada um de nós. cuidado com as estrelas cadentes/carentes que pré-anunciam a sua rota; tantas vezes o belo ilude e engana... mesmo que ulisses, tenhamos, pelo menos, um ouvido protegido com cera. o outro? que seja até rasgar.
um beijinho!
querido amigo roberto,
ResponderEliminarnem tudo permanece igual; com a tua chegada, até a árvore mais indolente se agita só de escutar o nome do vento. É um gosto ter-te por cá.
um abraço!
a propósito, desejo que o reencontro com valadares, as suas gentes e as nossas gentes tenha sido um pouco mais que memorável!
ana luz,
ResponderEliminaracabo de passar no teu espaço, também. como tu, sou almocreve da luz mas peregrino das sombras, algures num limbo que aponta a viagem como porto em si mesma.
tocou-me especialmente aquilo que escreveste no último post. genesíaco, no mínimo; e a felicidade ali, a erguer-se por entre ilusões, sentimentos e lágrimas (à esquina da maçã).
um beijo!
A carencia apaga se...ao ler as tuas palavras...
ResponderEliminarBeijo d'anjo
acerca de estrelas cadentes e carentes que tu, sonho, aqui recuperas:
ResponderEliminara carência pode apagar-se, mas permanece... a queda...
um beijinho e um sorriso!
Olá, Poeta!
ResponderEliminarVim deixar-lhe um abraço, pelo seu dia...
Hoje é o Dia Nacional do Poeta! (Se isso vale só no Brasil, não importa! rs)
Deixo o meu carinho e admiração pelo seu belíssimo poetar que ressoa do lado de cá do Atlântico.
Beijos, querido!
Lindo... Quanto mais carentes são as estrelas, mais brilho possuem.
ResponderEliminarolá, almocreve do silêncio,
ResponderEliminarque gesto bonito, o teu! em portugal, não estou seguro de que tenhamos um dia para homenagear os poetas, de modo directo; temos, sim, para a poesia, curiosamente numa data distinta da assinalada no brasil: o 21 de março. senti, ainda assim, o carinho de modo bem vivo. agradeço-to e devolvo-te, ou não fosses tu, também, homenageada neste dia!
um beijinho com versos nos lábios, poeta!
janaina,
ResponderEliminarabsolutamente de acordo contigo: quanto mais carentes, as estrelas, mais brilho possuem; quanto mais cadentes... provavelmente, mais sombrias e frias...
um abraço!
Oi, Jorge!
ResponderEliminarObrigada, querido! Fico feliz com as suas palavras!
Eu gostaria de fazer uma retificação ao meu comentário a este poema... (um tanto envergonhada aqui... rs)
Acredita que eu não percebi que se tratava de um dueto seu e da Cris? Afff! Perdoem-me! Cris, vc principalmente! Perdão, Flor!
É que o poema de vcs está tão unificado... vcs são tão integrados, que eu sequer percebi onde começa um e termina o outro! rs
Por isso, ao comentá-lo, fiz menção apenas a vc Jorge. Peço desculpas e agora sim, dou o meu aplauso em dobro a esses dois lindos poetas que praticamente já são um só na arte de versar!
Beijos aos dois! :)
Alimento-me de palavras, olhares e presença.
ResponderEliminarmenina dos sonhos,
ResponderEliminarnão te preocupes. nem a cris nem eu sabemos exactamente onde começa a mão de um e a de outro :)
um beijinho renovado!
quanto mais não seja, vanessa, para nos recordar de como são duros os silêncios, as sombras e a ausência :)
ResponderEliminarque bom que levas tudo isso contigo um pouco pelos blogues aonde vais.
um beijo!
E assim somos capazes de mudar o mundo e transfigurá-lo à luz de estrelas cadentes.
ResponderEliminarBelíssimo, Jorge e Cris.
Beijos.
Eterna procura poética...
ResponderEliminarBelo !
em cada gesto, em cada passo, em cada movimento, em cada decisão, em cada sorriso, em cada lágrima, o mundo muda: envelhece, conquista, perde, cai, levanta-se... mas, entre o céu e o inferno, reafirma a sua condição. como nós, afinal.
ResponderEliminarum abraço. dade!
eterna procura existencial!
ResponderEliminarum beijo, celamar!
a pareceria com a Cris é um campo fértil, mãos que vivificam o verbo em solene (ou insolente) odisséia,
ResponderEliminarabraço
assis,
ResponderEliminaro verbo solene... o verso insolente... a tua voz jamais dormente.
um forte abraço!