às vezes regresso com a juventude na algibeira.
é raro iludir esse olhar que vigia cada canto da casa como se a vida estancasse a respiração sob aquelas quatro paredes. o corpo dorme: a cabeça, os pés e os braços (o peito morreu, já, debaixo daquele hálito de loucura que conduziu à aridez das veias). mas, entre a apatia e a rebentação, há mãos que crescem na luz crepuscular, mãos que não sabem ler nem escrever, mas que sabem tocar acima do sorriso e abaixo da pele, como se a existência fosse perfeita apenas por detrás de máscaras.
às vezes regresso com a juventude na algibeira.
mas, no percurso dos gatos, estou só e anoitecido…
olha, por que não despes as ruínas com que ignoras as cidades e apagas os terramotos onde vomitas as lágrimas? é tão simples… basta que procures, nesse corpo sem massa, pelas mãos. se necessário, grita (não são precisos órgãos; há muito que aprendi a amar sem o coração). olha, por que não voltas comigo e me ensinas como se escreve, como se lê, toda a verdade embrionária? (mesmo que isso demore todos os lugares e todo o tempo que ladrilham o chão das estrelas). bastaria isso para amputar o sono milenar da anatomia da espera.
é raro iludir esse olhar que vigia cada canto da casa como se a vida estancasse a respiração sob aquelas quatro paredes. o corpo dorme: a cabeça, os pés e os braços (o peito morreu, já, debaixo daquele hálito de loucura que conduziu à aridez das veias). mas, entre a apatia e a rebentação, há mãos que crescem na luz crepuscular, mãos que não sabem ler nem escrever, mas que sabem tocar acima do sorriso e abaixo da pele, como se a existência fosse perfeita apenas por detrás de máscaras.
às vezes regresso com a juventude na algibeira.
mas, no percurso dos gatos, estou só e anoitecido…
olha, por que não despes as ruínas com que ignoras as cidades e apagas os terramotos onde vomitas as lágrimas? é tão simples… basta que procures, nesse corpo sem massa, pelas mãos. se necessário, grita (não são precisos órgãos; há muito que aprendi a amar sem o coração). olha, por que não voltas comigo e me ensinas como se escreve, como se lê, toda a verdade embrionária? (mesmo que isso demore todos os lugares e todo o tempo que ladrilham o chão das estrelas). bastaria isso para amputar o sono milenar da anatomia da espera.
catpower, evolution
Que escrever profundo.
ResponderEliminarMe deu um tipo de suspiro,
destes que a gente perde o ar na volta.
Vou guardar especialmente
essa frase:(não são precisos órgãos; há muito que aprendi a amar sem o coração).
Pergunto Jorge:Como?Me ensina,se é que sabe.
Seu texto move meu
ser hoje, que o leio e releio.
Flores e Cores pra ti.
sabes, fragmentos de ser, todos nós aprendemos, num qualquer momento das nossas vidas, que o coração não se regenera como o fígado, por exemplo. quando cai e se quebra, resta aprender a amar com os fragmentos que dele restem (partículas de um todo que, ainda assim, o não é, já).
ResponderEliminarobrigado pela visita e pelas palavras-flores e cores que aqui depositas com imenso carinho.
um abraço!
Jorge, lindas palavras vestidas de metáforas, mas tão nuas no dizer...
ResponderEliminaràs vezes penso que o coração é feito de várias camadas, cada vez que se quebra, é uma camada que sai, expondo assim mais seu interior. Quem sabe um dia nos descobriremos com o coração nu, desfeito de todas as capas, capaz apenas de amar incondicionalemte.
Quanto a Khalil Gibran, o livro O Profeta mora na minha cabeceira. Um livretinho que contém algumas da melhores palavras do mundo.
Se te apetecer, procura o texto inteiro sobre o amor, é maior do que eu te deixei, e perfeito.
um beijo, meu querido amigo!
Que texto forte Moço.
ResponderEliminarVou ter que voltar pra reler mais tarde...pode?
Enquanto isos vai la conhecer meu espaço em vermelho?
Te espero.
Bjins entre sonhos e delírios
Ei Jorge sou Catiaho(de catia) do Brasil,
ResponderEliminarseu blog expressivo
vou passaear por aqui um pouco,
depois comento com calma.
manda depois eum email seu pro meu
endereço, quero te falar sobre um concurso de
poesia que estou produzindo.
Anota ai catiaho@hotmail.com
Espero passeando pelas del~icias de seus escritos.E pode aceitar com meu email email e tudo,pq sou pessoa publica e esse é meu email de trabalho
Bjins entre sonhos e delírios
Os poetas já nascem com uma velhice nos olhos, nada parece enganá-los. Mas há sempre em alguma fissura a juventude que não se perde, porque para brincar de escrever, só sendo uma eterna criança, jovem de olhos melancólicos.
ResponderEliminarLindo texto, Jorge. =)
desesperadamente encantador, a anatomia da espera se faz com quantos corpos? maravilha poeta,
ResponderEliminarabraço
"no percurso dos gatos, estou só e anoitecido…"
ResponderEliminarO que agora parece estilhaçado, é apenas um fragmento introspectivo que se rompeu de uma ilusão inebriada. Logo seu coração estará regenerado e brilhando em um novo direcionamento do alvorecer.
Um abraço!
Maravilhoso de ler.
ResponderEliminarA existência é infundada quando há uso,por mínimo que seja,de qualquer espécie de máscara.No entanto,há normalidade nisso - por comodidade aprende-se e ensina-se a viver do modo mais conveniente , o que nunca se faz sem mentiras dubitáveis.Por isso a maioria dos homens apenas existem,e passam pela vida sem de fato conhece-lá,desmenbrá-la,enfim,sem que saibam de qualquer de suas anatomias.
Adorei o blog,e sei que posso aprender muito por aqui.
Abraço!
o amor e seus mandos e desmandos alcança um sentido pleno numa só forma: a poética. nada senão os códigos literários poderão tocá-lo de modo tão perfeito, tão pleno, tão inteiro (quiçá por tudo isso tão artificial)...
ResponderEliminarvou obviamente procurar a obra que recomendas, querida amiga andrea; pela amostra, é imperdível.
um beijinho!
olá, bloguer de em meus reflexos e afins,
ResponderEliminarvolta e revolta :); este espaço não é meu mas de todos quanto o sintam como valendo a pena.
passo em seguida pelos teus tons de vermelho.
um beijo!
Olá, cátia,
ResponderEliminarAcabo de te enviar um email replicando ao desafio que aqui genericamente deixas pousar. agradeço-te antecipadamente por isso, bem assim como pela amabilidade das palavras.
um beijinho!
larinha, a imagem do "jovem de olhos melancólicos" é, em si mesma, poema do mais fino recorte. e se não é verdade...
ResponderEliminaro poeta não sabe envelhecer.
o poema não sabe o que é o tempo;
enquanto os lermos, ambos serão imortais.
um beijinho!
oh, assis,
ResponderEliminara espera não aponta ao corpo, mas, mesmo assim, a pele acaba por enrijecer e quebrar... tantas vezes sem que nunca chegue a receber a hidratação por que candidamente aguarda...
um abração!
livia,
ResponderEliminarnão duvido que a alma e todos os seus anéis cósmicos se projectem sobre estilhaços e alvoreceres recorrentemente geradores de anarquia e caos sensitivo; aquilo de que duvido é que as alvoradas silenciem todo o puzzle que confundiu a noite, como se todas as coisas se replicassem sem deixarem marcas... nem o tempo sabe sentar-se e escutar aqueles que suspiram, já...
Um abraço!
rívia,
ResponderEliminarquem não se escondeu, já, por detrás de uma qualquer máscara, por covardia, défice de confiança, loucura, ou por qualquer outro motivo mais ou menos nobre?... shakespeare dizia que a vida era um palco e na grécia antiga as representações eram feitas em exclusivo com a ocultação dos rostos por recurso a máscaras. hoje em dia, no teatro da vida, as máscaras são de carne, pele e osso e muito mais difíceis de detectar; só quando chegámos à linha subcutânea as detectamos, verdade?
um abraço e um agradecimento especial pelas palavras.
"...como se a existência fosse perfeita apenas por detrás de máscaras." Tuas metáforas são as máscaras do teu texto sob as quais, toda a sensibilidade se revela intensa, dolorida, atemporal.
ResponderEliminarBeijos, caro amigo, cujas palavras embriagam...
Uma linda semana.
Jorge, no rabisco do banco espelhado pequena face, de receitas, recados e colheitas, o desalinho das palavras por dar voz às coisas silenciosas a despeito da margem recortada, numa tarde chuvosa em que a folhagem baila, respira-se o tempo: o globo intenso. à beira-mar, uma caminhada íntima, humilde, lírica e secreta, publica de gotas inimagináveis uma flor que bate no teclar ainda ontem era primavera, a lembrar do palácio habitável com límpidas palavras, e lábios ardentes antes da fala dos ramos floridos. ao azul convidativo, o sol dos dias com núncio de parto, o caule das açucenas alucina a cor de um cântico divino, no nu símbolo de si mesmo renunciado pelo construtor do artear invocativo que se estende, alarga a tenda em brancas flores, e se traz o dia aberto em olhar fixo em jardinar. na benignidade do mar, embebe-se por encanto ao relógio que se quebra e tenta-se ler outra vez as páginas cantantes na madrugada a sussurrar pensamento íntimo, a qual labirinto não é voz a assombrar narrativas. pelo sabor o amplexo das estrelas se resulta dos encontros da paisagem quando não se olha supérfluo, e as árvores se iluminam por dentro seda pura, com fotografia ao longo dos séculos da gaiola aberta, grafa-se respirar o vermelho do sol e o branco dos muros que se toca: da anatomia da espera.
ResponderEliminarAbraços
Priscila Cáliga
Olá Jorge
ResponderEliminarAdorei o texto e o vídeo. Vou voltar.
Grande abraço
lua nova,
ResponderEliminargrato pela visita e pelas palavras. mimas-me com pérolas que são de todo imerecidas. gentil é o teu sobrenome :)
um beijo sem máscaras! :)
Jorge, queridíssimo,
ResponderEliminarUma das coisas que mais me impressiona na sua escrita é a maturidade óbvia de cada frase, de cada metáfora, das paisagens desenhadas, como se o poeta não tivesse apenas 40 anos, mas que fosse sim, um velho marinheiro, um antigo navegador de tantos mares, tantos naufrágios. Repleto de cicatrizes e aventuras, onde guarda no peito um coração mutilado, por duras batalhas, mas que ainda resiste e ama.
Vez por outra, alcança a juventude na proa, onde mesmo anoitecido consegue arpoar alguns elementos da verdade humana.
Entre a inércia e o afã, suas mãos sabem-se alegres e tristes, pois pescadoras são e na infinita espera arrastam redes cheias de poesias.
Desejo-te uma semana de paz e inspiradora.
Bjinhos
priscila,
ResponderEliminaré incrível como a anatomia da espera tenha funcionado como mote para um texto em que as palavras são apenas pretextos e pré.textos daquilo que de mais valioso encerram: a imagem (mesmo que mental). o teu texto é, ele próprio, a espera, com e sem matéria, com e sem anatomia.
um beijo com admiração infinda!
wanderley,
ResponderEliminarsente-te aqui como em tua casa. é assim a poesia: dá e dá-se infinitamente.
um abraço!
entre a apatia e a rebentação - talvez seja este o estado permanente do poeta - que da anatomia da espera entende mais que ninguém. sentimos mais, do que os "seres normais? não sei... sentimos diferente, com certeza. beijinho, jorge!
ResponderEliminarJorge, viagens de luz e sombra possui na arte do jardinar um aroma a fazer pele jorrar óleo puro; infindas espécies de flores belas, com pétalas derramadas ao chão a resguardo íntimo toque na levíssima embriaguez da conjugação e no adentro as camadas profundas de um solo.
ResponderEliminarLindo por fora e inteligente por dentro.
Abraços.
Priscila Cáliga
"Ás vezes regresso com a juventude na algibeira..."
ResponderEliminarImagino que a "algibeira" do poeta, contenha todas as fases da vida, mesmo as que ele ainda não viveu, pois por ele "se fazer" poesia (que é uma coisa eterna), ele tem dentro de si todas as idades.
Hoje, mais do que nunca, gostaria de ser uma conhecedora de palavras para poder fazer uso delas neste momento.
Como só conheço as simples e comuns, só consigo dizer que esse texto mexeu demais comigo. Texto e imagens bem fortes, e que nos deixam uma impressão não de finitude, mas pelo contrário: o de um ser que, apesar de tudo, aposta no amor, e chega a fazer "das tripas coração", mas não se entrega.
Abraço
Cida
Jorge, um texto surrealista, mágico, tocante. Comentar o que você escreve não é fácil, pois atordoa, pelo menos eu fico atordoada. A imagem das mãos que crescem na luz crepuscular e tocam acima do sorriso e abaixo da pele é digna de uma pintura de Magritte, Dali, ou qualquer coisa assim.
ResponderEliminarbjs
"Há muito que aprendi a amar sem o coração...". Há muito que te acompanho, e o encanto é sempre presente. Lindo demais. Bjos!
ResponderEliminar...é bíblico que não devemos
ResponderEliminarconfiar em nosso coração.
mas a razão entende de amor?
e poetas entendem de razão?
estava navegando pela blogosfera,
e assim cheguei aqui.
caminhei silenciosamente e gostei
de tudo que ví.
saio de mansinho para não acordar
o dono da casa...rs
bjinhu, poeta!
olá, ira,
ResponderEliminaré incrível todo o quadro líquido que pintas na areia, com tintas de água e telas de mar. o marinheiro-pescador-pintor não é um só, mas todos quantos, com a sua mão mais ou menos gasta, agarram no pincel de algas e traçam, a movimento largo, algumas das linhas que conduzem à obra final. exemplo maior: o teu texto irrepreensivelmente tocante, belo e valioso no contexto do post.
um beijinho!
quem, entre o peito marcado com a cruz e a mão que arremessa a lança, consegue (ou deseja) a serenidade de quem navega em águas cálidas?... é este o estado de quem procura ser, simultaneamente, a cadeira e a estrada, o colibri e o caracol, o fogo e a madeira, a água e a sede...
ResponderEliminardesígnio ou opção?... o poeta que se confesse...
um abraço, nydia!
priscila,
ResponderEliminartalvez por viveres num "canteiro pessoal" tenhas uma apetência especial para transformar todas as palavras nas mais belas e exóticas flores que os olhos possam um dia tocar. as palavras que me dispensas neste cais viscoso e onde a mais fina flor é apenas o lenço aberto acenando à partida das naves continuam a sorrir-me no rosto. grato por tudo.
um beijinho!
amiga cid@,
ResponderEliminar"Imagino que a "algibeira" do poeta, contenha todas as fases da vida, mesmo as que ele ainda não viveu, pois por ele "se fazer" poesia (que é uma coisa eterna), ele tem dentro de si todas as idades."
esta ideia de que o poeta tem dentro de si todas as idades e de que a sua algibeira é do tamanho do mundo vivido e por viver talvez seja a maior verdade alguma vez dita sobre a escrita poética e a mão que a ilude.
incrível isso; não apenas para ler, mas, sobretudo, para guardar. lucidez e sensibilidade é o que sempre deixas por aqui.
obrigado, doce amig@!
um beijinho!
ana lúcia,
ResponderEliminarque bom que o texto atordoa e atira pelo ar... significa que funciona, verdade? :)
um beijinho!
daniela, olá!
ResponderEliminarconseguiste entrar, deambular, espreitar... sem nunca teres sido notada. até hoje :) ainda bem! regressa quando o desejes, anunciando-te pelo sol ou no silêncio crepuscular; num ou noutro caso serás sempre bem-vinda!
um beijo!
e não acordaste, vivian... só agora cheguei e já tinhas partido, mas o rasto que aqui deixas é aromatizado e de tinta permanente. grato!
ResponderEliminarum beijo!
Amar e escrever
ResponderEliminarsem coração e sem mãos
apenas com os olhos febris
de poéticas faíscas embrionárias
que somente grandes poetas as ouvem
e sentem marcadas nas veias.
Forte abraço,
grande poeta e amigo.
palavras tem força.. trazem a tona o dom de sentir coisas que nunca sentimos...
ResponderEliminarme trouxe Jorge nessa sua escrita sentimentos diveros, raiva, dor, amor.... bravo meu querido
Um grande beijo e obrigada por repartir seu dom conosco
...o que me encanta nos blogs
ResponderEliminarsão estes encontros de alma afins...
almas que buscam em sintonia,
a beleza de tantos corações.
obrigada pelo carinho lá em casa.
boa tarde, poeta de além mar!
bjbj
... tocar acima do sorriso e abaixo da pele...Amei ese toque abaixo da pele, Jorge. Aliás, sua escrita toca-nos bem asim, por baixo da pele. Não sei se é perfeita, mas a existência sob as máscaras é arrebatadora, como o são seus poemas.
ResponderEliminarBeijos,
Oi Jorge...eu visitei a Cida, que havia sido visitada por vc...que acabou indo parar no meu blog...rs
ResponderEliminarTenho o que chamos de "Série Pensamentos no Tecendo Ideias", um garimpo de tesouros que faço nas minhas andanças pela blogosfera. Quando é irresistível...não resisto...rsrs
Espero que não seja problema pra vc...
O texto tocante, forte e mensageiro já foi fartamente comentado - junto-me aos amigos acima, somando suas observações. Lindo demais!
Um beijo!
oh, domingos,
ResponderEliminaré isso mesmo; na poesia os órgãos tornam-se dispensáveis, pois é ela própria, a poesia, o sistema vital.
um abraço, caro amigo poeta!
olá, thabata,
ResponderEliminarse a poesia se embrenha no corpo como o próprio sangue circula nas veias, tocando, ao de leve, a alma e todas as sensações que em seu torno gravitam, então terá valido a pena escrever. mesmo que as sensações sejam a dor, a raiva, a mágoa... é que na/pela poesia elas são inteiras; como na vida, afinal.
um beijo!
vivian,
ResponderEliminaré, sem dúvida, mágico aquilo que por estas ondas invisíveis é possível tocar. até o atlântico encurta, assemelhando-se a uma pocinha de crianças na praia :)
um abraço com os dedos da alma!
oh, tânia,
ResponderEliminarquando a escrita nos toca sob e sobre a pele, muitas das vezes o mérito não está na tinta e nos seus sen.tidos (verbais e não verbais); está sim na capacidade daquele que a lê. a tua sei-a imensa!
um beijinho!
olá, denise,
ResponderEliminara cid@, para além de uma pessoa de sensibilidade incomensurável, tem esta capacidade de aproximar as pessoas. que boa esta dialética em sintonia. passarei lá muito em breve.
um beijinho e um agradecimento pelas palavras!
Um texto de beleza incrível. Lê-lo é como ouvir música com os olhos bem abertos e os ouvidos selados, já que aqui a beleza das imagens é que fomenta um desfilar de sons correspondentes.A beleza da poesia são esses saltos transversais entre os territórios sensórios. É som? É visão? É conceito? É tudo ao mesmo tempo.
ResponderEliminarExperiência estética muito densa.
Grande abraço, Jorge!
Isto são palavras... mas não se ama sem coração!! Inventa-se que se ama... e quando não se ama. esforça-se para não deixar a boca engolir o coração ou este engolir a boca (assim mesmo escrito)...
ResponderEliminaro que a vida é senão uma manta de retalhos e que tudo aquilo que fica é aquilo que somos... '' dá-me um tacho Mestre, tenho fome. Não de comida. Mas da COISA. nada dá-me mais sabor e sacia-me senão isso... estou escorregando Mestre!!!?? não estou???!! estou estou estou!!! o tacho TACHO mmestREEEE.... RRREEEE rrreee... está frio, a boca está fria... ''
abrç
Que saudades, da tua poesia!!!... e agora desta bela prosa!!!
ResponderEliminarVirei ler tudo com calma. Estou a tentar regressar após alguns momentos difíceis que a vida nos prega!
Beijinhos
P.S. Gostei muito do teu comentário no "Estrela do [teu]mar", poético e cintilante!
Obrigada!
marcantónio,
ResponderEliminarsinta-se a pequenez do texto e de quem o escreveu no teu comentário.
agradeço-te, caro esteta, as palavras gentis! um forte abraço!
olá, nãosoueuéaoutra,
ResponderEliminarse vivesse dentro da água nascer-me-iam guelras e barbatanas... se tivesse de voar arranjaria asas... se tivesse de desamar...
um beijo com... coração :)!
olá, jb,
ResponderEliminaré bom saber-te de volta, sobretudo depois de ouvir que a ausência se deveu a motivos nada agradáveis. oxalá tudo esteja, já, enquadrado das carris dos teus desejos e com o optimismo a silvar.
um beijinho!
Eu fico literalmente apaixonada por sua poesia cada vez que te leio.
ResponderEliminarbjs
Insana
"mesmo que isso demore todos os lugares e todo o tempo que ladrilham o chão das estrelas..."
ResponderEliminarbelíssimas imagens, bela prosa.
beijinho amigo!
insana,
ResponderEliminarum beijinho com imenso rubor na face :)
amiga andy,
ResponderEliminaro caminho das estrelas (felicidade) tem o seu próprio tempo e lugar; procurá-la no espaço e no tempo comuns é enganarmo-nos...
um beijinho!
Que dor explicita traz no buraco, onde antes vivia um coração, não entendo como é possível amar sem senti-lo pulsar, mas compreendo porque, talvez, seja o mesmo que o ter em meu peito e não mais viver.
ResponderEliminarDesejo que, logo, sejas tirado da masmorras que fora lançado com a arma mais letal: o silêncio.
Grande Beijo
há quem o tenha e o não sinta e quem o não tenha e, mesmo assim, num processo de readaptação, ainda saiba sentir. deste ter/poder (na afirmativa ou na negativa) se constroem, tantas vezes, alguns dos maiores enigmas da existência. com e sem coração :)
ResponderEliminarum beijinho anónimo!
Ei, ainda Catiaho,
ResponderEliminare
se gostar d econtos
estou aqui tambem.
ensina-me a viver :)
ResponderEliminarAqui regresso de peito aberto, pra reencontrar a fina foz da palavra.
ResponderEliminarSua voz penetra no mais grosso grão de areia, posto que é marítima...
Beijos além mar!
Jorge, que valiosa de algibeira, pois carrega uma preciosidade.
ResponderEliminarImagem cortante
o dissecar das partes
a superfície da espera
identificar os elementos que a compõem
O corpo em repouso a recompor as energias para as novas horas de um novo anoitecer
de um entardecer
um amanhecer
de um novo dia
cortando o fluxo da apatia, que se torna, ao permitir a continuidade dos olhos fechados ou abertos na indiferença.
Gostei do som.
Cantarolei Dia Branco do Geraldo Azevedo
Abraço prati
há trilhos que não se aprendem ou ensinam; acham-se :)
ResponderEliminarum beijinho, vanessa!
e eu aqui te recebo de braços abertos, companheira de viagem poética! as vozes que se sabem cruzar são sempre mais refinadas que as que arriscam o solo.
ResponderEliminardaqui a uns dias voltaremos a cantar em dueto :)
um beijinho, cris.tal!
vais,
ResponderEliminaresta anatomia da espera tinha de ter imagens com contornos a lápis (as fotografias de molder), mas sobretudo mentais(as que o texto suscita); procurei também o gemido (música) que julguei mais bem enquadrado. fico feliz por teres agarrado na trilogia e a tenhas fundido numa leitura só: a tua. só assim se sente e vive a poesia.
um beijinho!