Já não esperas o sul do corpo
ou as pérolas nos olhos dos pássaros.
[entre os uivos dos vivos e a serenidade dos mortos]
podes perder o instante
mas ainda há a eternidade.
praia da polvoeira
II. tiestes
o sol roeu-nos o corpo
lambeu-nos os ossos
e limpou-se ao tecido da pele.
ao castigo escapou a alma
que vive acima do homem
e não se deixa seduzir
pela nudez da tua voz.
são pedro de moel
III. máscara
corvos loucos
pintam os rostos e
despem os corpos
com pincéis negros na voz.
a arder-lhes no voo
a noite:
faz ninho sobre o meu peito.
jorge molder
alfabeto do corpo
mãos grávidas
ascensor dos deuses.
jorge molder
lhasa & stuart staples, that leaving feeling
Jorge,
ResponderEliminara imagem do sol a limpar-se "aos tecidos da pele" ..
as "mãos grávidas" ,tuas, a parir letras e palavras em belos versos..
leio e releio tuas Etiquetas, volto as mais antigas,retorno.. se pudesse enchia as paredes com elas..
Um beijo.
tetralogia do corpo que arde em sentidos ardis...
ResponderEliminarSe me permite uma observação:
ResponderEliminarPegadas que buscam a
Luz...
À Sombra
da Mão que tece o infinito...
(Um poema a ilustrar o outro...)
Beijo iluminado, poeta alado!
De carne e osso, ´
ResponderEliminarSou argila
Barroso
As mão de quem me criou,
E dos céus me olhou!
Ah, imenso poeta
ResponderEliminar...
é dessa viagem
que me alimento
...
forte abraço
pleno de admiração!
Etiquetas corporais, articuladas como ossos, tendões e músculos.
ResponderEliminarGrande abraço.
Meu querido Poeta
ResponderEliminara noite:
faz ninho sobre o meu peito.
No silêncio do meu peito...ouvi a magia do momento...bebi as palavras.
Beijinhos
Sonhadora
O nosso momento esta presente em nós
ResponderEliminarbjs
Insana
ingrid,
ResponderEliminarhá tantas coisas melhores que estas etiquetas para colar nas paredes... memos com a inscrição "não esquecer" :)
agora mais a sério: agradeço as palavras que me tocam fundo no coração.
um beijinho com imensa ternura!
caro ribeiro,
ResponderEliminartemos o corpo, mas só somos o corpo quando sabemos arder, verdade?
um abraço em quadratura!
ana-de-luz,
ResponderEliminareis que a síntese sinestésica desta tetralogia (falo dos textos verbais, mas também dos icónicos) acontece. permite-me:
"Pegadas que buscam a
Luz...
À Sombra
da Mão que tece o infinito..."
um beijo com o teu poema ainda a bailar-me nos lábios!
querida michelle,
ResponderEliminarde carne e osso ou de argila barrenta, a mão criada é sempre mais genuína que a do seu criador. é que este aquele olha de baixo para cima, na sua frágil pequenez; já este, escarnece em olhares distantes, desde um olimpo que um dia herdou.
que projecto autocrático e despótico este a que chamamos de "criação", verdade?
um beijinho!
amigo domingos,
ResponderEliminarfa-la-emos juntos [a viagem], então. com imenso orgulho meu.
um forte abraço, poeta-amigo!
caro marcantónio,
ResponderEliminarimagem incrível, a tua. pergunto-me se nesta relação que tudo converte em lógicas hiperonímicas e hiponímicas, não será o corpo ele mesmo, também, uma etiqueta com cordel invisível apontando aos céus de onde mãos invisíveis exercem a sua ciência intangível? pergunto-me... não espero a resposta (há muito que a deixei de esperar...)
um abraço, poeta!
amiga sonhadora,
ResponderEliminarque desde o ninho saibamos aguardar pela alvorada mais próxima... e que a magia da poesia continue a arder no peito.
um beijinho!
insana, querida,
ResponderEliminar"O nosso momento está presente em nós"
ainda que nós sejamos muito mais do que o momento, verdade?
é que "[entre os uivos dos vivos e a serenidade dos mortos]
podes perder o instante
mas ainda há a eternidade."
um beijinho!
Jorgito, meu doce poeta, além mar!
ResponderEliminarAh, as tuas mãos! Quantos partos a expulsar os mais lindos rebentos alfabéticos, que hora toca o céu (luz), outras o inferno (sombra), mas sempre, sempre a roçar-me a pele e a me imprimir voz.
Adoro essas etiquetas!
Gostei da mudança do espaço, sutil, como vc.
Bjs, com os uivos dos vivos
Meu querido amigo Poeta! Vc é magnífico com as palavras! Eu adoro essas suas "etiquetas" sabia? Acho-as super originais e de uma grandiosidade poética incrível! Vc é genial! :)
ResponderEliminarBeijos
oh, doce ira,
ResponderEliminaras mãos e seus partos...
são sempre, as mãos, o que mais nos aproxima da perfeição. tudo quanto tocam transformam, transformando-se. o mais curioso é que, na maior parte das vezes, sem a devida atenção do pensamento ou mesmo do coração que, egoisticamente, se desprendem do corpo e rompem em direcção a destinos insondáveis. já as mãos, leais proletárias, agarram a vida, a verdadeira, a real, aquela que faz suar e sangrar. que todos os partos poéticos passem pela mão, também.
um beijinho imenso!
amiga dos silêncios,
ResponderEliminarum singelo e directo obrigado. há palavras que devem ser utilizadas no seu sentido mais denotativo, sob pena de serem esquivas como os pássaros no beiral da poesia. que o meu agradecimento não engane.
um beijinho!
Jorge, onde encontraste este vídeo?
ResponderEliminara música que me falavas no Lua :-)... acredita, este vídeo deve ser uma verdadeira relíquia! Está demais.
Não me canso de o ver e ouvir, ao mesmo tempo que bebo das tuas belíssimas etiquetas.
Beijo Amigo!
p.s. adoro ver pegadas na areia
Não, eu não quero perder nenhum instante!
ResponderEliminarSerá que há eternidade?
Quero viver a vida a cada momento.
Fazer dela encantamento.
Para não sentir saudade.
Depois, quem sabe?
Do meu corpo despido,
da vida despojada.
Posso, então, pelos corvos loucos ser devorada.
Do cuidado com o meu corpo, curvas?
... Mais nada!
Apenas o esqueleto.
E se, minha alma, puder escapar de mim, sem nenhum defeito.
Pluft!
Evaporarei no etéreo.
Só assim desvendarei o mistério
Que existe acima do homem
E, quem sabe? Encontre paz.
com carinho
Fátima
Jorginho,
ResponderEliminar(Ata-me com teus sons e mais ainda com tuas palavras)
Que medo tenho deste instante perdido não caber na eternidade que venho moldando pra mim, Jorginho.
ResponderEliminar"e não se deixa seduzir pela nudez da tua voz"
Lindo demais, querido!!!
Beijinhos e um cheiro!
E quem é que pensa em eternidade, "naquele" instante exato?
ResponderEliminarJorge, meu querido
ResponderEliminarHá uma etiqueta inquietante que insiste em rebrilhar , sempre, na nossa testa, no nosso peito...
Quando olhamos no espelho, muita vez, fazemos vista grossa, disfarçamos, fazemos de conta que ela não está grudada ali...
Lindamente instigantes as tuas etiquetas!
Maravilha, amigo, grande poeta!
Beijinhos
Você tens a poesia pulsando nas mãos!!
ResponderEliminarPerfeito demais. beijos
maravilha poeta, as tuas etiquetas me deixam mudo mas ampliam o mundo,
ResponderEliminarabração
p.s. pensei que a eternidade pode ser efêmera - ou uma fêmea
olá, amiga andy,
ResponderEliminareste vídeo estava algures no youtube. procurei a música cirurgicamente, até porque sabia que havia um vídeo (já o tinha visto; é daqueles que apresentam uma imagem fixa). ao desbravar um pouco mais, dei-me conta deste, que é, na verdade, uma verdadeira preciosidade em termos expressivos (e porventura técnicos). não podia deixar de o postar :)
um beijinho com rastos de areia!
olá, fátima,
ResponderEliminaré entre o instante e a eternidade que o homem se faz. o resto... apenas a (des)fragmentação do que lhe é marginal.
um beijinho apontando à etern(a)idade!
pólen, querida,
ResponderEliminarnada receies, a nenhum instante será pedido o passaporte para a eternidade.
pensa antes que a eternidade respira nos pulmões alados do instante; o seu oxigénio? cada um de nós.
um beijinho!
vanessa,
ResponderEliminare passado "aquele" justo instante, quem... não pensa?
um abraço!
querida amiga zélia,
ResponderEliminarnormalmente as etiquetas usam-se para nos recordarmos daquilo que não podemos esquecer. mas, quem esquece o que lhe dá gozo e prazer? ou quem, espontaneamente, recupera o que magoa e faz sofrer?
ah, malditas e tão necessárias etiquetas, algures a meio caminho entre o veneno e a cura...
um beijinho!
ju,
ResponderEliminare tu, para além de poesia que rufa (conheço-a do teu blogue), tens a gentileza extrema na voz :)
um beijo!
ah, assis,
ResponderEliminare se as tuas palavras não entumecem de vaidade esse mundo que dizes ficar maior... agradeço-te o carinho das palavras, poeta-por-demais-admirado (e admirável).
um abraço!
será a eternidade a mulher? não creio... a eternidade esgota-se no momento; a mulher vive para além dele (sabemos nós merecer a linha infinita que a sua presença sempre risca sobre nós?).
Amei o III - Máscara.
ResponderEliminarImagens belíssimas, parabéns!
Perfeita conjugação de poemas que se encadeiam de uma forma harmoniosa transmitindo a mesma mensagem um através do outro. Passar por aqui é me enriquecer do saber e da bela cultura.
ResponderEliminarParabéns meu bom amigo pelo post tão gostoso de ler.
Abs
não perco o instante de ser seduzida por seus pincéis, a vertigem se demora na pele, seus contornos são irreristíveis.
ResponderEliminarbeijo, poeta-parceiro-primoroso!
isadora,
ResponderEliminarquantas vezes as máscaras se sobrepõem aos rostos? o mistério e a imprevisibilidade levam quase sempre vantagem relativamente à contundência do que se torna evidente. e, assim, vivemos em permanente carnaval...
um beijinho!
caro gilson,
ResponderEliminarconjugação harmoniosa é a da tua presença (sempre especialmente simpática e viva por aqui) com as etiquetas. todas as palavras e seus sentidos se amplificam.
um abraço!
cris,
ResponderEliminarfosse eu o pintor... que pintas...
um beijinho, queridíssima amiga e parceira em-alguns-dos-meus-mais-sentidos-momentos-poéticos!
amigo, bem antes de vir aqui, escrevi um texto que postei no meu blogue, acho que a resposta está lá!
ResponderEliminarCoincidencias!!!!
Beijo
Laura
Jorge,
ResponderEliminartem selinho para voce no meu blog.
teu blog me faz feliz!
beijinho.
laura, amiga,
ResponderEliminarprisioneiros?... só se do desejo de liberdade. ode às asas e ao ar que as segure.
beijinho!
querida ingrid,
ResponderEliminaragradeço-te a distinção. é um gosto e um privilégio ler-te e saber que me lês.
um beijinho imenso!
Voltei para agradecer a visita ao Luz e a indicação de Lhasa... Já a conhecia e me encanta...
ResponderEliminarDuas canções dela me fascinam: Rising e La marée Haute...
Encantada, poeta alado!
No corpo que perde os instantes a alma vai ganhando a eternidade, pois vamos perdendo a seda da pele, mas esta não atenta as palavras nem os versos. Por vezes a voz mirra-se e os rostos vestem os instantes mais negros mas o desejo ardente de um recomeço “faz ninho sobre o meu peito”. E ainda que efémeros, corpo e alma reencontram-se nos instantes que parecem, por vezes, eternos.
ResponderEliminarEtiqueta a etiqueta, vais pintanso o caminho
"[entre os uivos dos vivos e a serenidade dos mortos]".
Beijinho
ana-de-luz,
ResponderEliminarrising é uma das mais belas canções alguma vez feitas. e a letra, então? um destes dias vai ter de passar aqui no viagens :)
um beijinho!
querida jb,
ResponderEliminarque bom ter-te de regresso. as tuas leituras e ressignificações textuais amplificam a voz e ampliam os mundos em que se move.
um beijinho!
Simbólicas etiquetas ao som Lhasa & Stuart, como no clip seus versos também saem dos trilhos e torna tudo estático ao nosso redor.
ResponderEliminarUm beijo!
sair dos trilhos é, no mínimo, o reconhecimento da sua existência.
ResponderEliminarviver é ter uma roda na calha e outra fora dela, é ter um pé no chão e outro nas nuvens, verdade, querida lívia?
um beijinho!
gostei tanto (:
ResponderEliminarDura mais que um instante...Foi assim que há tempos iniciei um poema.
ResponderEliminarCaos, Gênese, Corpo e linguagem, sombra, luz e novamente o caos.
Você é incomum, Jorge.
Assim é a criação.
obrigado, tatá.
ResponderEliminarum beijinho!
...mas mesmo que seja um instante, que consuma todo o pavio.
ResponderEliminarum abraço, mai!
Jorge, entre as tranças levanta o vento norte, da qual o alfabeto do corpo produz e não há esterilidade: mãos grávidas. O monte da mirra vindo e no cantares do vento sul com frutos excelentes, com todas as principais especiarias que assopra o jardim e, se derrama os aromas; poço das águas vivas.
ResponderEliminarAbraços
Priscila Cáliga
Ola Jorge,
ResponderEliminarConhecendo tua página, tem o poeta a brincar com as palavras e as mesmas a encantar.
Visitando...seguindo..
Beijo
Fátima
Oi,
ResponderEliminarSou alguém que conheceu o inferno das drogas, que fez alicerce e morada nesse lugar. Sofri todos os horrores, ou boa parte deles e hoje me encontro limpa, sem drogas, mas consciente que tenho uma doença, sem cura, progressiva e fatal. Não tenho um intuito específico escrevendo isso, não estou procurando criticas, conselhos ou julgamentos, sou conhecedora da causa que escrevo, não há teoria. Sou apenas mais uma com vontade de colocar pra fora todos os bichos da minha história.
Obrigada
Nossa fiquei extasiada com a beleza imponente da poesia, ou seja das poesias que fizestes nascer aqui.
ResponderEliminarA pérola nos olhos dos pássaros, a essência das lágrimas que choram o mar, os pincéis que teimam em pintar ausências e a vertigem dessa dor que desconhecemos, ou no entanto conhecemos e subestimamos...
Um tsunami da íris, uma felicidade de aprendizado, pois toda vez que venho aqui aprendo muito!
Jorge, tuas etiquetas sempre me aderem ao corpo. E ficam por cá, a tecerem sobre a pele em arrepio um rendado de versos solares[ainda que eles, versos, se vistam de sombras]
ResponderEliminare a eternidade cabe inteira neste instante
um beijinho, querido amigo
eu sou sua fã ;)
Olá estava a ler outro blog e vi o nome deste seu achei bonito e vim ver e fiquei maravilhada com o que escreve. Dá-me a honra de o adicionar? Um beijinho com admiração
ResponderEliminarSempre belo mas muito nostálgico. Fica em nós a eternidade das palavras que superam o tempo. Beijos com carinho
ResponderEliminarqueridos amigos,
ResponderEliminartenho estado na grécia desde domingo, razão pela qual não tenho replicado aos vossos sempre tão ternos comentários ou visitar-vos nos vossos próprios blogues. prometo fazê-lo assim que regresse.
um abraço e um agradecimento a todos!
Olá Jorge,
ResponderEliminarsuas etiquetas
'mas ainda há a eternidade.
que vive acima do homem
pintam os rostos e
despem os corpos
mãos grávidas'
Olha, mas muito super legal do vídeo, a voz dela é mesmo uma coisa de bonita.
Coloquei um som lá e mandei pra você também
um abraço