o malmequer errante
entrega-se às coisas máximas
na berma do peito.
pergunta-me se existe
o amor.
a resposta rasga as veias
e entranha-se no impulso do sangue
queimando-o da raiz até às pétalas,
como o sorriso nos lábios do medo.
nesse dia
não soube o que é o amor.
nesse dia
descobriu o que é morrer.
entrega-se às coisas máximas
na berma do peito.
pergunta-me se existe
o amor.
a resposta rasga as veias
e entranha-se no impulso do sangue
queimando-o da raiz até às pétalas,
como o sorriso nos lábios do medo.
nesse dia
não soube o que é o amor.
nesse dia
descobriu o que é morrer.
Tomara que ele não escute o que lhe indagam ao arrancarem suas pétalas.
ResponderEliminarBeijos.
Barbaro. Nota dez.
ResponderEliminarEssas são as expectativas do amor.
Abs
Pobre malmequer!
ResponderEliminarPara certas coisas, não existem respostas, pois ou já as temos conosco, ou nunca as entenderemos...
"Como o sorriso nos lábios do medo"... pois é amigo, nem todos os sorrisos são de alegria, embora todas as alegrias comportem um sorriso...:)
Amei a fotografia de José Figueira, pois azul é minha cor predileta. (Te garanto que não é pelo motivo que você está pensando!...rs)
Paz e Bem prá você
Cid@
que tenha então morrido de amor... na entrega incondicional ao processo do amor que nos alimenta e também nos mata. Quem já se entregou a esse fogo sabe que, depois dele, há uma vida outra.
ResponderEliminarbelíssimos versos, meu querido poeta!
beijinho pra ti
Por isso sempre preferi o bem-me-quer.
ResponderEliminarabraço.
a fotografia é *****
coisas inevitáveis como o amor e a morte, a dor e o prazer,
ResponderEliminarabraço
"...a resposta rasga as veias
ResponderEliminare entranha-se no impulso do sangue
queimando-o da raiz até às pétalas,
como o sorriso nos lábios do medo."
belíssimo!
adoro malmequeres, e flores do campo...e recordei-me daquela brincadeira de criança, a "desfolhar" pétalas de malmequer..."bem me quer, muito pouco ou nada" :-)
Beijinho!
lara, provavelmente respondem "bem-me-quer/mal-me-quer... ou ama-me/não me ama...
ResponderEliminarreceio bem que as pétalas, como sísifo escalando a montanha, jamais se esgotem no pólen dos dedos...
um abraço!
gilson, viva! há instantes dizia à lara que provavelmente a única resposta que se escuta é bem-me-quer/mal-me-quer. já não sei se a voz dicotómica não cederá lugar à via de sentido única repetida em eco: mal-me-quer/mal-me-quer...
ResponderEliminarum abraço!
azul é a tua cor favorita, cid@... em todo o caso, quer-me parecer que pelas mesmas razões que entre 11/06 e 11/07 vibras igualmente com o verde e o amarelo, não? hehehe!
ResponderEliminarum beijinho!
se é verdade, querida andrea. o fogo do amor que mata, mas que redime, também, numa pira sagrada que exorciza medos, fantasmas, alegorias, bosques, faunos e outras alimárias que povoam a periferia do processo amoroso. quanto à outra vida depois do amor... será?... há fogos que nem os bombeiros conseguem extinguir...
ResponderEliminarum beijinho!
este josé figueira é um poeta das objectivas...
ResponderEliminarobrigado, em@.
um abraço!
e porque há coisas inevitáveis, ainda mais inevitável se torna erguer os braços à poesia. é lá que tudo se apazigua e revolve (só não sei se... se resolve...).
ResponderEliminarum abraço, poetaço!
também o fiz, andy. tantas vezes... mas há outros rituais campestres que não esqueço: "o teu pai é careca ou cabeludo?", por exemplo. lembras-te? :-)
ResponderEliminarum beijinho!
Oh, malmequer, já dizia Vergílio Ferreira: "O erro é a verdade à espera de vez"! O fogo do amor não morre, podem queimar-lhe as pétalas mas a raíz mantem-se lá!..
ResponderEliminarbeijinho
p.s. tenho andado um pouco ausente na escrita mas não na leitura! Até breve!
sombra,
ResponderEliminaré incrível como foste buscar uma das frases que mais marcam a minha relação com a vida. nada é definitivo e mesmo o erro arrisca ser a nova meia-verdade.
a propósito do fogo (no amor, como em tudo), é incrível como os homens o associam à destruição, quando as suas valências simbólicas estão muito mais próximas da redenção. recordo, por exemplo, as queimadas com o intuito de renovar e reforçar o poder fertilizante das terras. assim é com o amor. definitivamente... sem verdades, só erros (à espera de vez).
um beijinho!
Jorge, querido
ResponderEliminarHoje faço diferente: mando-lhe a letra da marchinha Mal-me-quer, de Newton Teixeira e Cristovam de Alencar (carnaval de 1940), gravada pela RCA Victor, por Orlando Silva e lançado em discos 78 rpm
MAL-ME-QUER
Eu perguntei a um mal-me-quer
Se meu bem ainda me quer
Ele então me respondeu que não
Chorei
Mas depois eu me lembrei
Que a flor também é uma mulher
Que nunca teve coração
A flor mulher iludiu meu coração
Mas meu amor
É uma flor ainda em botão
O seu olhar
Diz que ela me quer bem
O seu amor
É só meu, de mais ninguém
Agora, digo-lhe o porquê disto: quando li seu maravilhoso poema, veio-me à mente o pensamento sobre a perenidade das coisas do amor... No amor, nada é descartável, nada é démodé, nada fica obsoleto. Você, aqui, neste seu belíssimo Errância, feito de versos fortes, modernos, atuais, parte do mesmo lugar de que partiu o autor da antiga e ingênua marchinha. Isso, para mim, é maravilhoso: sinto-me jovem, ou até melhor, atemporal...
Muito grata, amigo, pelo momento único que me proporcionou com este seu trabalho extraordinário!
Grande abraço
Toda pergunta já tem uma resposta.
ResponderEliminarGosto muito de ler-te.
Voltei só prá dizer que você errou redondamente a respeito do azul...rsrsrs
ResponderEliminarAo contrário do que você deve ter pensado, não sou e nunca fui torcedora do cruzeiro. Eu, e toda a família torcemos pelo Atlético Mineiro (que é preto e branco).
A história com o azul, deve ter começado bem na infância, pois como tenho os olhos muito azuis, as pessoas me perguntavam, brincando, se eu enxergava tudo em azul...:)
Então é isso. E no domingo, me faça o favor de torcer pelo meu Brasil, okey?...;)
Beijinhos
Cid@
concordo contigo, querida zélia: nada no amor é fortuito, nada é discricionário, nada é absurdo, nada é descartável ou passível de arrependimento. a essência da existência está na capacidade de nos relacionarmos com as pessoas acrescentando-lhes o que de melhor temos e recolhendo o mesmo delas, sem cobrança ou exigência. é assim com todo o tipo de relações: amor, amizade, companheirismo...
ResponderEliminarum beijinho, zélia amiga!
por isso gosto de sócrates (o grego; não aquele que usurpa o seu nome aqui em portugal e que lhe é o antípoda em pessoa): respondia a uma pergunta com... outra pergunta.
ResponderEliminarobrigado, vanessa! também não passo sem te visitar a toda a hora lá no teu divã :-)
beijinho!
ena, isso é que foi chutar ao lado. e logo do rival atlético. seria o mesmo que alguém dizer-me que sou do sporting quando o meu coração é vermelho - o do benfica. mil desculpas, porque este é o tipo de lapsos que podem valer uma amizade ou até um casamento, hihihi.
ResponderEliminara propósito, o roberto, amigão do primeira pessoa, é cruzeirista militante, mesmo.
quanto a torcer pelo brasil: torço, sim e sempre. só o não farei na sexta feira, dia 25/06. aí, até o deco, o pepe e o liedson torcem por portugal, hihihi!
um beijinho, amiga!
as vezes eu morro mesmo sem querer saber morrer..
ResponderEliminaradorom teus escritos, sempre fala ao meu coração!
também eu, sarah... também eu...
ResponderEliminarum abraço!
"nesse dia
ResponderEliminarnão soube o que é o amor.
nesse dia
descobriu o que é morrer. "
sinto me enquadrar de algum modo nisso!
-
Gostei do que escreveu, ME li nessas linhas! =)
Tocante da raiz ao pó !
ResponderEliminar(Já sequei tantas vezes...)
Beijos cris-tais, luso das liras.
cris, os enigmas do amor e da morte velados nas pétalas das flores são a essência da vida. sejam eles cantados em tom agudo ou grave, sintetizam o mistério da existência. arriscaria que nascemos para amar e ineviatvelmente morrer; ser feliz ou sofrer são apenas franjas periféricas desta síntese primordial.
ResponderEliminarum beijinho!
sara, também me revejo tanto no que escreves...
ResponderEliminarabraço!
Está aí uma boa resposta:
ResponderEliminar"a resposta rasga as veias
e entranha-se no impulso do sangue
queimando-o da raiz até às pétalas,
como o sorriso nos lábios do medo."
Amar também é morrer. ;)
Beijos
amar é, sem dúvida, também morrer...
ResponderEliminarum abraço, lou!
Mas, nossa! Que lindo!
ResponderEliminarAdorei o blog.
Virei aqui sempre.
Beijos, parabéns.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarobrigado, rízia! sê bem-vinda!
ResponderEliminarum beijinho!
Amei
ResponderEliminarO mar assim como seus poemas nos possibilitam mergulhar no desconhecido...
ResponderEliminarabraço
juan, todo e qualquer poema carrega um insondável mistério. é isso que os torna apaixonantes... é isso que torna o ser humano tão especial.
ResponderEliminarum abraço!
Parabéns Jorge....
ResponderEliminarCreio que conheceremos o real significado do amor somente a beira da morte.
se é verdade, thabata...
ResponderEliminarum beijinho e um agradecimento pela visita.
Olá, Jorge.
ResponderEliminarTe encontrei algumas vezes já, no Mosaicos - da nossa amiga Cida. Mas foi um comentário seu num poema dela ("Eu")que me trouxe aqui, mas o que me manteve definitivamente, foi a riqueza que encontrei. Adorável este teu lugar.
Um beijo, boa semana!
olá, denise. é verdade, sou frequentador assíduo da casa da cid@. pessoa muito especial, sem dúvida. fico contente por teres chegado até aqui e, sobretudo, por teres gostado do que encontraste. passei lá no teu para um olá, também.
ResponderEliminarum beijinho!
Essa tua errância é tocante, Jorge ...se apazigua ou resolve, ainda não sei. O certo é que eu fico parada, estasiada, e quando dou por mim estou ali, perdida em frente à tua última linha.
ResponderEliminarNormalmente não leio comentários, mas desculpe, não resisti a estas palavras.
"arriscaria que nascemos para amar e ineviatvelmente morrer; ser feliz ou sofrer são apenas franjas periféricas desta síntese primordial". Demais!