berenika
conto em
mim
e a tinta avança e logo te
conto em
mim
alfabetos de urgência.
são palavras que se agitam
em ancas húmidas
que navegas,
nua,
como rotas de espuma e de prazer.
e o futuro recua enquanto te
conduzo
conduzo
no verso na rima no poema:
saboreamos abismos
saboreamos abismos
que não sabem repartir sombras
nem o medo à prova de céu.
e a tinta avança e logo te
guio
na estrada no norte no verão:
cavalgamos os lábios
cavalgamos os lábios
que ousam iludir a respiração
e o sol das outras ruas.
o destino?
a porta-sem-morada.
o desatino?
o porto por-decifrar.
ai,
e o tempo
que nunca sabe esperar?
A minha amiga-de-tantos-encantos recebeu um selo da nacasadaná e, depois de ter cumprido o preceituado nas regras para a sua atribuição, teve a gentileza de me incluir no conjunto dos 15 blogues-amigos a quem o repassar. Agradeço-lhe a gentileza e aqui replico ao desafio.
Regra 1: nomear 15 blogues.
Na impossibilidade de me decidir [é impossível; como decidirmo-nos, de entre as veias do corpo, sobre aquela de que o sangue gosta mais???], deixo-o aqui para todos aqueles que me visitam e que eu próprio procuro nestas longas viagens pelas marés da poesia. Um abraço a todos esses, meus amigos; sintam-no como vosso, por favor.
Regra 2: responder a um conjunto de perguntas.
Nome: Jorge.
Música: Cathy, de Rodrigo Leão e Neil Hannon [aqui a acompanhar o post].
Cor: Preto.
Estação do ano: Outono.
Como viajar? Acompanhado, sem ter o plano de viagem inteiramente esgotado na definição das suas linhas prévias [sempre à espera de que a viagem me surpreenda].
Frase ou palavra que mais usa: “nada te pertence; tudo é de tudo o que passa”, Jordi Virallonga [frase]; homem [palavra].
rodrigo leão [com neil hannon], cathy
Um miminho da querida amiga colecionadora de silêncios, do blogue hiperestesia.
Um abraço com um agradecimento especial a quem connosco partilha este espaço plural de sensibilidade e bom gosto.
A necessidade... A urgência da escrita, da palavra... Não há domínio perante a sua força... Gostei do poema!
ResponderEliminartantas urgências... seu texto é de perder o fôlego!
ResponderEliminararrasaste-me Jorge!
ResponderEliminaro teu punho é indomável, imagino como tu serás!
o carinho no selo...
e "Cathy"...
fiquei de lágrima no olho e nó na garganta
não merecia tanto, nem sei que dizer
só que... há "coisas" impagáveis
... ser capaz de dar tanto valor às coisas tão simples da vida, sempre me emociona...
obrigada
beijo
... posso levar?...
ResponderEliminardesculpa, esqueci de dizer que amei a imagem...
tudo perfeito!
sempre tudo te sai perfeito!
:))
Só mesmo o desatino para opor-se ao tempo e ao destino, como se nos puséssemos a beber a água salobra que mina do fundo rompido do barco como se fosse o mais capitoso dos vinhos, à maneira dos boêmios da adega de Auerbach no Fausto. Deixemos de lado as rolhas de cera!
ResponderEliminarPalavras, urgência num labirinto: grafitá-las nas paredes desde a entrada.
Grande abraço, Jorge.
Olá Jorge!
ResponderEliminarQue Odes...
Odes ao tempo, ao saber! = A urgência da respiração !
Lindíssimo !!
Parabéns pelo blog!!
Beijos na sua Alma
Creio em desatino. Em destino, não.
ResponderEliminarBeijos, Jorge.
http://vemcaluisa.blogspot.com/
Ah, a urgência...
ResponderEliminarAh, as palavras...
É , já, o destino, um desatino.
Adorei o seu poema, mais um, nesse oceano feito de versos, que você domina, de forma tão absoluta!
Enorme abraço da
Zélia
Que delícia a urgencia do corpo em letras que lentamente se formam palavras e terminam em versos transbordantes de prazer..
ResponderEliminare onde o tempo realmente deveria esperar,atônito, observando..
encantada, como de hábito,querido Jorge...
beijo de carinho..
cristina,
ResponderEliminarquantas vezes a força da palavra, a urgência do dizer é apenas o paliativo para aquele que deixou de saber... fazer. e depois chegam os poetas e os loucos, os elixires e as vitaminas. e a palavra doura-se sob a árvore que lhe beija a seiva, convence-se da sua força estival e do desejo que suscita em bocas famintas de desejo acabando por explodir num tufão de vitalidade que irrompe, rompe e quantas vezes corrompe esta esfera sagrada a que chamamos corpo.
um beijinho!
querida ana,
ResponderEliminara urgência é, talvez, o que nos define mais homem e nos afasta dos deuses, verdade? a urgência do dizer [quantas vezes de mãos dadas com a do não dizer] é a trave-mestra do ser.
um beijinho com urgência! :)
amiga-de-todos-os-encantos,
ResponderEliminarserá o homem a expressão da sua palavra e do seu silêncio? que dizer-te? que uma nova urgência se torna imperativo: a da desconstrução. ser mais imperfeito do que o que escreve versos não existe. mas é nessa imperfeição que o trovador ganha consciência dos limites da sua condição. o bosque essencial torna-se materialmente vivo na sua permeabilidade.
beijinho com atenção especial a todas as pequenas coisas da vida [aquelas por que vale a pena escrever, dizer, amar, morrer...].
marcantónio,
ResponderEliminara tua imagem do labirinto a propósito das urgências é a chave. o fio de ariadne é frágil e o pão de grimm perecível; hoje, grafitemos as entranhas, as frustrações e as alegrias, os sonhos e os delírios, as certezas vagas e a imperfeição plena nas galerias que nos hão-de conduzir à adega do ser. lá onde o vinho seja da casta mais fina... mesmo que em desatino.
um forte abraço!
querida lidi,
ResponderEliminaré urgente cantar o que nos escapa das mãos :)
um abraço!
vanessa,
ResponderEliminarcreio em desatino e destino; não naquele que nos inscreve nos caprichos estelares; antes naquele que se assume como ponto de chegada e para o qual precisamos de experimentados velejadores, de cartas-de-marear e dos mais minuciosos mapas: as mãos.
destinos/desatinos ou chegar/não chegar? [que as estrelas sejam apenas leitmotif poético]:)
um beijo!
doce zélia,
ResponderEliminarsempre a ternura a bailar-te na voz enquanto espalhas a tua alma imensa pela blogosfera. humildemente te agradeço o carinho com que sempre me distingues.
beijinho!
querida ingrid,
ResponderEliminarai, o tempo, esse maldito... eis a urgência que talvez só saibamos tocar no dia em que nos despirmos de todas as urgências...
um beijinho grande!
Jorge,
ResponderEliminarO tempo sempre urge
galopante com nossos desejos
por mais que tentemos o alcançar
ele sempre chega antes
e nunca nos deixa chegar...
Beijinho de Luz, amigo alado...
Um luminoso fim de semana...
Adorei a urgência...
ResponderEliminarMeu amigo poeta, tão querido, dos versos tão encatados. :)
ResponderEliminarEstava com saudades da melodia de tuas palavras! Que belo poema! :)
Olha, tem um presente pra vc no meu blogue, pois vc faz parte daqueles que me fazem sonhar, que traz mais cor aos meus dias... mais alegria e mais amor. :)
Beijinho
Verdade, Jorge: “o tempo nunca sabe esperar”! Identifiquei muito com todos esses “alfabetos de urgência”... Já saboreei desses abismos “que não sabem repartir sombras” e aprendi que o que há de mais belo nesse mergulho é o “porto por-decifrar”...
ResponderEliminarParabéns pelo selo, a singularidade dos escritos, versos e poemas fazem do “Viagens de luz e sombras” um blog encantador, e claro, RECOMENDADÍSSIMO! Parabéns Jorge e obrigada por partilhar conosco carinho e amizade para além das palavras...
Muito belas as música e imagem.
Um beijo!
aninha-de-luz,
ResponderEliminarchegar ao tempo e impor-lhe os nossos desmandos é tarefa impossível; resta-nos enquadrá-lo nos nossos passos, nos nossos sonhos e nas nossas realizações. só assim ele será um pouco nosso.
um beijinho com estrelas e um fim-de-semana luminoso!
carla,
ResponderEliminarurge agradecer-te :)
um beijo!
amiga-dos-silêncios,
ResponderEliminarreparaste, por certo, que também eu tenho, aqui, um presente para ti; sem ter especificado, ele destina-se a todos aqueles que vêm viajando comigo, aqui e aí, desde há muito tempo e que, pela grandeza e generosidade do coração, se tornam omnpresentes. tu és justamente um desses casos, pois claro. :)
um beijinho e um agradecimento especial! passarei por lá logo essora (como se dizia no português medieval, hehe).
querida lívia,
ResponderEliminaro viagens de luz e sombras é, hoje, para mim, muito mais do que um blogue. é um espaço aberto, plural, em torno do qual sensibilidades diversas se sentam para um chá e dois dedos de conversa com poesia e com vida. tenho, por aqui, o carinho de pessoas que fazem, já, parte do meu círculo de relações mais queridas. obrigado por estares cá dentro.
beijinho!
cavalgamos os lábios
ResponderEliminarque ousam iludir a respiração
e o sol das outras ruas...
Te leio tentando roubar de ti a sensação. As palavras fazem a ponte da alma do poeta com a alma dos humildes mortais (como eu), que se quedam em êxtase. E te ler é delírio, êxtase, embriagar-me do impossível. Mas, será a urgência um atributo humano que nos difere dos deuses? Nossa, vou pensar, acho os deuses urgentes, como os grandes poetas.
Beijinho,
Jorge,
ResponderEliminarO tempo urge sempre quando navegamos com bons ventos nas “rotas de espuma e de prazer”. Por vezes, queremos galgar o futuro na ânsia de saborear o presente mas as sombras avançam demasiado rápido e iludem até o destino…
É urgente, sim, viver nas sensações que os lábios espreitam, iludir o tempo e fazê-lo esperar...
Repito-me, mas é sempre refrescante navegar nos mares da tua poesia.
Beijinhos
sabes? és um encanto de pessoa.
ResponderEliminarnão, não consegui ver Leonard Cohen, mas fiz um pacto com Deus, para que não o deixe morrer antes de eu lhe dar um beijo :)
outro p'ra ti
obrigada pelo doce carinho que me tens dispensado
jorgito, meu amigo tão querido,
ResponderEliminarComo pode o tempo saber-se esperar, pois não o sabe tempo, sua urgência é o destino, onde desatina na imortalidade.
Já o homem vive a urgência do que não se prende as mãos.
Obrigada, meu doce amigo, por todo seu carinho.
Bjssssss
uma ode com a velocidade de toda a ansia, Heráclito não declinaria do seu rio e da sua sede,
ResponderEliminarabraço
Jorge,
ResponderEliminarA te visitar, tenho o tempo trancafiado no presente, esse instante que passa a ser eterno no verso, na rima, no poema.
Abraço urgente e calmo,
Pedro Ramúcio.
que poema...! lindo de morrer a cada conto, estrada, abismo ou verso...
ResponderEliminaro sol em cada contorno.
Parabéns pelos prémios merecidíssimos!
Beijinhos amigo!
p.s. adoro a música e a imagem é linda
tânia, querida,
ResponderEliminartens razão. quando penso, por exemplo, em mercúrio, imagino as asas no elmo e nos calcanhares à espera do vento que o catapulte para as mais loucas viagens :)
agora um pouco mais a sério: sabes por que creio firmemente que a urgência é um traço mais vinculado aos homens do que aos deuses? porque do homem sei algumas coisas [e a urgência é o batom que lhes contorna os lábios, em cada despertar] e dos deuses quase nada. :)
um beijinho para alguém cujos comentários me deixam sempre com um rubor facial que se torna de difícil dissimulação.
belissimo blog,adorei bjos!
ResponderEliminarquerida jb,
ResponderEliminardo tempo e seus constrangimentos [passados, porque vividos, presentes, porque ressoando na pele, e futuros, porque os passados ainda não estão esquecidos] apenas quero uma certeza: a de que os relógios se fizeram para deixar na gaveta da mesa-de-cabeceira sempre que as urgências agitam, envolvem, revolvem e alvoroçam o sangue que não sabe o que é o tempo. mesmo sabendo que há desatino; mesmo sabendo que o regresso a casa nos levará, de volta, à mesa-de-cabeceira. que importa? são esses os momentos por que vale a pena viver; os momentos da breve eternidade!
beijinho!
amiga-de-todos-os encantos,
ResponderEliminartambém eu tenho a esperança de que cohen, subitamente, espreite a linha acima do tejo e se deslumbre com nomes como braga, guimarães ou ponte de lima. quem sabe assim decide vir até cá dar um concerto? :)
um abraço! sabe que sou eu quem agradece todo o carinho que me tens dispensado tanto aqui como no teu blogue.
jorrgíssimo,
ResponderEliminarlembrei-me de você em dezembro, no rio de janeiro, dessa sua admiração por rodrigo leão.
teresa salgueiro (que foi vocalista dos madredeus) fazia show no rio e eu não tinha absolutamente nada o que fazer naquela noite. cheguei a ligar pro teatro e havia ingressos...
não sou sovina... mas achei um absurdo pagar o equivalente a 120 euros pela entrada no teatro...
achei um estupro.
aqui nos eua é diferente. vou ver morcheeba nesta sexta-feira. o preço dos bilhetes: 45 dólares.
sua cor favorita é o preto?
boavista? acadêmica?
deixe a águia saber disto.
abração do
r.
ps: ah, sim, o tempo não aprendeu a esperar.
ira, minha amiga-poeta tão especial,
ResponderEliminarpergunto-me se o tempo será esse monstro que nos colhe, a todos, um por um, na viagem rumo à eternidade? às vezes dou por mim a pensar que seja apenas um velho, de rosto atrofiado, que tem em cada linha da pele gravados todos os desgostos que a fragilidade da vida humana inevitavelmente lhe impõe e que traduzimos por envelhecimento e morte. e nós, humanos, debantendo-nos com os dramas da finitude, fazemos dele o vingador divino.
oh, quem me dera, ao final do dia, poder dizer-lhe que ele foi amigo e companheiro, porque me concedeu aquilo que me foi mais precioso: o tempo. mesmo sabendo que há tanto que nunca coube nas minhas mãos...
um beijinho e um agradecimento por todo o teu carinho!
amigo assis,
ResponderEliminarestou convencido de que heraclito, para desvendar os segredos da urgência [que sob a forma de águas livres de um rio que corriam sem retorno debaixo de uma ponte] tinha de ser homem muito paciente :)
um abraço!
amigo pedro,
ResponderEliminarpresente maior é o momento em que te fazes presente, esse instante em que eternizas a escrita no código maior do ser humano: a amizade!
um forte abraço!
querida andy,
ResponderEliminarberenika tem uma sensibilidade que me toca. é curiosa a sua objectiva: alonga membros, adelgaça formas, instaura ternura nos olhares e os contornos do rosto indiciam o mundo como sendo uma extensão da inocência.
já rodrigo leão é genial, verdade?
obrigado pelo teu carinho; o sol intensifica a sua chama sempre que pasas por cá.
romantic,
ResponderEliminarsê bem-vinda!
um abraço!
primeiríssimo amigo,
ResponderEliminarhá vozes que valem ouro, mas, importa descontar o valor da metáfora :)
nunca vi a teresa salgueiro ao vivo [na verdade, desde que os madrdeus se extinguiram, ela passou a ter menos projecção e, sinceramente, não sei exactamente que projectos tem em mãos, presentemente]; já rodrigo leão, outro ex-madredeus, continua em grande, somando parcerias com algumas das vozes mais carismáticas do globo. tive a oportunidade de assistir a um concerto dele em guimarães e devo dizer-te que paguei 25€ para ficar na primaira fila. garanto-te que vale cada cêntimo gasto.
sobre as cores: o preto, definitivamente. talvez não saibas, mas o equipamento alternativo original do glorioso era... negro :) qual académica ou boavista, hihihi?!
um abraço, primeiríssimo amigo!
p.s. o tempo há-de esperar pelo dia em que te encontre pessoalmente; o tempo... e a lourinha :)
p.p.s. morcheeba. hum!...
Jorge, o quê das urgências se conta, o que se sonda? o despejar-se no papel, em si devorar as curvas sinuosas; o esgosto que se emana e ao ar de dentro repousa da tempestade à espera de um novo céu - alfabeto rico da importância. das respostas precipitadas de espírito da criatura, imunda, que das palavras agitadas à perca do vomito das correspondências nuas, em linhas lagrimadas a banho à navegação interroga pelas rotas de espuma e de gozo. O que se goza indefinido, e o futuro ante a ação do presente com adentro da condução, versa-se. Na rima do poema, esta alegria do abismo que têm fins violentos, mas sem anular o triunfo, que num ósculo literário se consome, como fogo e pólvora, e a lembrar o saborear 'que não sabem repartir sombras nem o medo à prova de céu'. o cheiro da carne que embrenhada em tinta, consente o avanço e logo com os olhos de verão, que se cavalga os lábios pelo mais de pele e pêlos que ousaram iludir a respiração e sol que ilumina as ruas, a conhecer uma faísca que começa um ritual - acaricia face sedenta e suspira-se fundo. e o destino no redestino? A estremecer lentamente - prova-se? a porta-de-morada que uiva por libido. o desatino no redesatino? a nudez oculta ao porto por-decifrar, que clama gemidos e sussurros.
ResponderEliminare ai... AIII...
e o tempo,
líquido que escorre,
e se lambuza,
finalmente,
"que nunca sabe esperar?"
Aquela rua, o silêncio!
Priscila Cáliga
Urgência no amor, urgência no escrever, urgência em viver.
ResponderEliminarMaravilhoso, como aliás tudo o que escreves (até as tuas respostas ou comentários são poesia...)
Beijos (e) sentidos
Realmente, amigo, o tempo não sabe esperar.
ResponderEliminarEle corre célere.
Por isso mesmo, gostei tanto da frase: "e o futuro recua enquanto te conduzo..."
Bom demais ser conduzida assim!...:)
Parabéns pelos selinhos!
Você merece todos e mais um =D
Ah! antes que me esqueça! Amei "sua" música.
Tenha uma linda e muito feliz semana.
Abreijos
Cid@
Meu querido Poeta
ResponderEliminarabraço-me na poesia...traço a traço...letra a letra me dou...sou corpo...sou desejo...sou mar...enleio-me nas ondas de cada verso...sou pele...sou espera...sou ausência...sou cansaço...sou noite e sou dia...sou sombra...sou abismo...sou EU...sou a poesia.
És TU...o poema...profundo...o tempo que em ti é urgência...porque vives além do tempo...pairas no infínito...vives além de ti...num tempo apenas teu...lava ardente que queima a pele...céu e inferno..apenas urgência de querer estar e partir...
Meu querido, a esta hora dá-me para divagar...loucura só
Deixo o meu beijinho carinhoso
Rosa
priscila,
ResponderEliminare o tempo,
líquido que escorre,
e se lambuza,
finalmente,
"que nunca sabe esperar?"
aquela rua, o silêncio!
e o homem,
sólido mas que se adia
e amolece
definitivamente
"que apenas sabe esperar?"
ela nua, o mesmo silêncio!
um beijo!
querida sandra,
ResponderEliminaré nos momentos em que a essêcia empalidece na memória do que já foi que a urgência chama por nós à revelia das tréguas.
um beijinho!
amig@ cid@,
ResponderEliminaro selinho tem retorno. é também dos amigos que partilham a sua sensibilidade comigo. tu, obviamente.
um beijo urgente! :)
amiga-rosa-dos-sonhos,
ResponderEliminare eis que subitamente nos trazes a mão e a tinta, a palavra e o verso, o poema e a poesia. sempre embalados na cadência certeira de um eu/tu que extingue todas as sobras de uma arbitrariedade que teima em tatuar o seu nome nos des[a]tinos dos homens.
obrigado por estes versos tão genuínos!
beijinho!
Jorge,
ResponderEliminarhavia tempos sem vir aqui....mas que linda poesia.vale cada visita.
poesia de tantas esperanças, o tempo não espera - já diz a frase que gostas tanto que é do que passa sempre na praça. É isso aí, sempre vivo na poesia.
ResponderEliminarBeijos
ontem, corri a maratona
ResponderEliminarhoje, bebo a água que me sacia a sede
amanhã será já amanhã e o poema escreve-se com linhas de esperança!
Beijo
Laura
A música é doce e intensa.
ResponderEliminarO tempo nunca sabe esperar. O amor sabe, mas não sabe que sabe.
adriana, que bom ter-te por aqui de novo. reencontrar amigos, poetas, filósofos e pensadores que se cruzaram connosco num determinado momento é sempre refrescante e renovador. obrigado!
ResponderEliminarum beijo!
luíza,
ResponderEliminara poesia é, por um lado, o maior exorcizador de frustrações e, por outro, o projector de sonhos além-horizonte. enquanto houver alma e homem, a poesia será.
um beijo!
querida andressa,
ResponderEliminaro tempo não sabe esperar.
o amor? hum... acho que ainda o sabe menos...
beijos e melodias para ti!
laurita,
ResponderEliminarmesmo que com amoladores de facas, sangue sobre os poros ou olhares esventrais, a poesia é o tónico que aglutina, não desfoca. porque nela vive a esperança de ser: seja pela afirmação do sonho, seja pela negação do que o destrói [e que tantas vezes sabemos morar dentro de nós].
bejos, amiga!
Talvez o amor não saiba esperar mesmo.
ResponderEliminar"E quell'amore non so più aspettare". (Pavarotti em Miss Sarajevo, com U2)
Faz sentido.
Não sei em que estação minha alma estanca e perde o fôlego... ( Lau Siqueira)...
ResponderEliminarMediante aos versos,
Não sei,
Desnudo-me,
ou
Perco-me,
E pergunto um dia farei versos tão bem quanto aos teus?
Depois eu passo para pegar o selinho!
e se a "E quell'amore non so più aspettare" juntarmos "is there a time...?" [da mesma música, repetido em eco até que a alma doa] talvez já saibamos a resposta, querida andressa.
ResponderEliminaradiar o amor é adiarmos o que de espontâneo, genuíno, pleno e absoluto e verdadeiro vive dentro de cada um de nós. o amor não se adia; quando muito, adia-se o ser humano.
an irish kiss! :)
querida michelle,
ResponderEliminarsó quem não conheça a tua escrita pode pensar ser verdade o que dizes. e são tantas as estações que se anunciam nas primaveras da tua voz...
um beijinho com admiração!
Jorge, o mistério de detalhe íncola.
ResponderEliminar.às vezes esbarro no outono, mas o inverno o que adentro - traz-me intimidade. preto auto-análise; elegância; nobreza.
Abraços
Priscila Cáliga
Urgência seria um tema bem mais presente, não fosse a censura que exercemos sobre nós mesmos.
ResponderEliminarUm lindo poema, Jorge.
Beijo pra você.
Antes demais, a fotografia. Encantadora. Direi, ''tem rastos de mim''. Amei o estilo e já foi um estilo e o é(ainda). Assim longo!!!
ResponderEliminar-
O poema, ah falar do poema. O teu!! O Teu!! É sempre um caso sério. São as palavras que sempre ''abortam'' ao tentar engravidá-las. Às vezes fico com os filhos nados-mortos na mão!! - entendes? - Um dia quando a inspiração me visitar, escrevo e faço uma cidade cheia de insectos coleópteros.
O tempo, alguma vez ou por algum acaso soube esperar? Ou isso é uma «'istória» do destino que faz fados de linhas sem cuidado algum e, daí, o tempo nunca espera. Disseram que é a única coisa, entre a morte que ninguém conseguiu decifrar. Mas uma coisa parece acontecer com esses dois... perdem o poder perante o amor, Amor AMOR. Mas quem quer saber do amor e da estética que lhe habita? Se a curva que é renascimento húmido troca a vontade por um segundo em vez de viver a tarde inteira... então, a pergunta, ''claro, se, o tempo não espera, então nós nem esperamos!''
- jesus se existe, digo a escrever com cada coisa... deve ser as hordas de mosquitos planetários do estilo invernoso que me atacam os neurónios essenciais... risos -
«Mas uma coisa parece acontecer com esses dois... - o tempo e a morte»...
ResponderEliminarfalta-me dizer, no meio da confusa escrita (a minha), se o tempo não espera, será que nós competimos com ele? será a nossa besta bestial e bestializada naquilo que mais vai às fundeias ou está lá ancorada feita rameira que nos ostraciza perante a realidade do tempo que não se detém ao nosso pedido de espera? será ele um desconhecedor do amor, ou o mais puro invejoso que rouba os minutos, as horas e os dias?...
abrços
priscila,
ResponderEliminartantas são as vezes em que o outono e as suas cores de amêndoa doce se fazem morada em mim.
beijos!
querida dade,
ResponderEliminardo mesmo modo que o homem se debate com a sua auto-preserveção, tudo parece fazer para se agredir. neste equilíbrio instável, entram todas as urgências - desejadas e censuradas, necessárias e construídas - apontando a quadros em que a mão e o artista nem sempre vivem dentro de cada um de nós.
um beijo!
amiga não-sou-eu-é-a-outra,
ResponderEliminardisse-o já aqui em posts anteriores: berenika tem uma objectiva quase impressionista, onde as correntes dos sentidos se projectam desde o interior até ao exterior. adoro particularmente as linhas longas e delgadas de um retrato que parece ter sido guardado no seu negativo.
já sobre o tempo... andei posts e posts a dizer que o tempo é o que fazemos dele. curiosamente, ando numa fase em que me sinto tão absorvido pelo tempo que até parece que é ele que faz de mim o que os seus caprichos determinam. e, nessa medida, como entendo a imagem dos "nados morots" a propósoito das palavras que as emprenham com cambiantes ilusórias que raramente conseguimos controlar.
no limite, pergunto-me: seremos nós o tempo e tudo o mais apenas uma areia cósmica que se projecta num lugar próprio, servindo de pano de fundo, cenário cinemático ou palco teatral, permanecendo quieta, estável, fixa, a assistir aos nossos passos num rolo de primaveras que se sucedem sem parar?
sei lá... sei lá...
beijinho grande! é sempre um gosto ter-te por aqui!
encolerei uns tordos e os lindo estão a te entregar em mãos e mães as nuvens...
ResponderEliminarteu ardume junta terras, amansa placas tectônicas...
ei, carla,
ResponderEliminaras tuas palavras são nuvens na boca que as devora :)
desatino é o destino...
ResponderEliminarbeijo, poeta de grau maior!
Belíssimo poema, Jorge, bem musical!
ResponderEliminaramiga cris,
ResponderEliminardesatino é o destino. por que nunca atino? haverá tino?...
beijinho!
larinha,
ResponderEliminarmelódica é sempre a tua presença por cá.
um beijo!
aqui nesta manhã de domingo - e não por acaso.
ResponderEliminar