quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Passei os braços sobre os ombros da mulher de negro. Desci as minhas mãos ao longo das suas costas. Senti-a dentro dos meus braços. O seu peito tocava o meu peito. O tempo deixou de existir. O silêncio deixou de existir. As palavras deixaram de existir. A mulher de negro encostou a testa ao meu ombro. Eu sentia todo o seu corpo velho, frágil, dentro dos meus braços. Abraçando o negro, existíamos antes, durante e depois do futuro."

Excerto do conto "A mulher de negro" (in Cal), de José Luís Peixoto



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