fotografia de antónio nunes
o espelho tem a face queimada pelas linhas brancas que embaciam o olhar.
Ah, inspiração, és o sexo do poeta guardado pelo trifauce da obscuridade. é verdade, procurei seduzi-lo, comprar o poema, vender-lhe o corpo – a sobrevivência da plêiade é aquela côdea de pão bolorento que serve de festim às moscas. mas a ambição do inferno é apenas um balde negro e vazio que nem a faísca do olhar prostituto consegue acender.
não soube encontrar o fogo dentro de casa, mas a pólvora persiste em bordejar as pontas dos dedos enquanto o corpo áspero é muito menos que lixa a aguardar pela fricção. não havia fogo cá em casa mas todo o homem é o seu poema, mesmo que inflamável.
malditas, malditas que escorrem negras pela face, as letras que fogem aos dedos entorpecidos, moribundos sobre o papel!
malditas, malditas que me roubam as horas dos dias, as horas das noites!
e a corda enrola-se no pescoço, aperta a pele, comprime os músculos e o sangue em golfadas, pelas veias, assassina as palavras sobre a areia imunda.
às escuras, adivinho a sentença. sei que preciso do meu castigo no intervalo do meu desejo, no interlúdio da minha peça, nas letras vazias do meu poema. mas a música deixou de me tocar e os deuses, do alto da sua torre, mijaram-me em cima.
laura alberto & jorge pimenta
laura alberto & jorge pimenta
david bowie, i’m deranged
Bárbaro Lara e Jorge, esse final é surpreendente...deus que nos mijam em cima rsrs! Adorei.
ResponderEliminarbjs
escrever contigo é uma honra, sempre
ResponderEliminaralém da nossa amizade, és para mim um mentor!
Beijo
LauraAlberto
Laura e Jorge,
ResponderEliminarSenti no poema de vocês, um diálogo visceral, intenso, mesmo talvez sem intensão que diálogo fosse. Caminhos paralelos, mas fundidos em mesmo pensamento.
Maravilhoso!
Aforgar-se em poesia, pelas palavras nem sempre ditas.
O que é o homem, se não um ser em constante estado de poesia, quando em furtivos pensamentos, palavras quaisquer respigam como o mel entre os dedos?
Abraços aos dois.
PS.: Meu amigo de-além-mar, David Bowie para acompanhar... Escolha divina!
Beijos deste lado do mar.
quando as palavras nos fogem, órfãos ficamos.
ResponderEliminar=)
bjsmeus
nunca vos tinha lido em prosa, só posso dizer obrigada por me inspirarem,
ResponderEliminarpor me libertarem do casulo monotono que as palavras me nascem nos lábios e nas mãos, não as saberei nunca libertar, mas ainda assim é tão bom lê-las como por vezes as sinto.
e preciso de dizer vezes sem conta, malditas palavras, malditas, malditas!
beijinhos a ambos
p.s. tenho andado longe mas estou perto!
vislumbrei a tua sombra no post anterior :-)
Um texto profundo e de um lirismo enorme, parabéns.
ResponderEliminarA poesia verdade - está aí uma bela forma de dizer-se. A vida é isso; e a vida é lírica ou não é nada, não lhes parece? Em gumes, tem dias que são mesmo assim, voltear o vento e pedir seu próprio gin, na raíz poética profunda. E salve caros Jorge e Laura, irreprimíveis lúdicos. :)mãomorta:)
ResponderEliminartem um poeta brasileiro Augusto dos Anjos que disse um "urubu pousou na minha sorte", quanto ao mijo divinal há que se celebrar a chuva,
ResponderEliminarbeijo e abraço
Jorge,querido amigo,
ResponderEliminarapenas uma correção no meu comentário anterior, eu deveria ter escrito:"... mesmo talvez sem intenÇão que diálogo fosse". (intenção; e não intensão).
Embora, relendo de novo, percebi uma "intensão" no escrito de vocês, conforme o decorrer da leitura.
Beijos corretivos!!! rsrsrs
Parabéns pelo poema!
ResponderEliminarFORTE!! VISCERAL!!
Um beijo..
Ma Ferreira
Jorge, fortemente tocante. Extravasas sentimentos em cada palavra e deixas o leitor absorto nesta imensidão poetica.
ResponderEliminarBeijinho
oa.s
Que deliciosa combinação de palavras na perfeição do sentir e do viver!!
ResponderEliminarAdorei...
Beijos
luíza,
ResponderEliminare por vezes nem damos por isso, hihihi!
beijo!
laurita,
ResponderEliminarantes da escrita já existia a amizade. as mãos tocam-se bem acima da tinta.
escrever contigo é, para mim, um acontecimento. um abraço!
amiga cecília de todo-o-mar,
ResponderEliminar"o homem é um ser em permanente estado de poesia". absolutamente divina esta tua tirada [quem me dera tê-a escrito :); não o tendo feito, repito-a até que a voz e os dedos me doam]. ariscaria dizer que mesmo [ou sobretudo?] quando em analfabeta relação com o mundo. o pior de tudo é quando na demanda nos cruzamos com as traquinices de deus - o mal de siècle passa a correr-nos nas veias.
beijinho atlântico!
p.s. bowie é daqeueles nomes que não seguem a música; são a própria música. e ainda hoje, tantos anos volvidos depois que apareceu pela primeira vez, se mantém na linha da frente da clave de sol, ousando, renovando, reinventando.
beijos renovados, querida amiga!
e fogem tantas vezes, verdade, fernand's?
ResponderEliminarse com as palavras fugisse também a boca talvez a decepção fosse mais facilmente suportável...
beijo!
andy, doce amiga,
ResponderEliminarironia das ironias: falas de inspiração a partir de um texto em se lamenta a falta dela :)
o que distingue a escrita das demais actividades é que por mais disciplina, método e auto-exigência que exista, nada será capaz sem o sortilégio da inspiração, verdade?
somos reféns nas nossas próprias palavras. somos deuses dos nossos maiores silêncios.
beijinho, amiga!
p.s. vislumbraste a minha sombra no meu anterior post? bem queria que tivesse sido uma luz :)
arnoldo, querido amigo-poeta,
ResponderEliminaras tuas palavras são sempre um tónico para as mãos desinspiradas. grazie!
um abraço!
rejane,
ResponderEliminarvejo que conheces em profundidade a poética do insubstituível adolfo luxúria canibal. como tu, também eu tenho bem presente esse "nus" em que, de gume afiado, se desfiam as contradições que, apocaliticamente, hão-de conduzir o homem à sua própria perdição:
"Salve, cadáveres brancos da inocência!
Salve, corpos belos do amor!
Salve, feiticeiros da embriaguez permanente!
Salve, magos da existência não fragmentária!
Salve, pederastas do desejo, junkies do caos, prisioneiros da
liberdade!
Salve, irreprimível lúdico!
Salve, criadores de vida, amantes da infância, viciados do
presente!
Salve, orfãos perdidos!
Salve! Salve! Salve!"
e porquê? porque " vida é lírica ou não é nada"
um abraço, sempre instigante rejane!
A delícia das mãos que se unem, dos olhares que se ocupam da mesma paisagem e por fim se regozijam com o que é verso, frase, composição das almas. Deu pra caminhar entre as palavras e levar lá para dentro as "preces". Só resta-me dizer: amém.
ResponderEliminarPs. Eu jurava que era chuva e não mijo dos deuses. rs
bacio
amigo assis,
ResponderEliminare já que falas dos urubus pousados na sorte:
"e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta", al berto.
que a chuva nos lave sempre os olhos, poeta... sem ácido úrico :)!
abraço!
todo homem é o seu poema... danem-se os deuses!
ResponderEliminaradorei!
bj
Cobre-se, esconjura-se, lamenta-se, banha-se em urina, amaldiçoa-se as moscas, mas apenas muda-se de formato: o poema se deita e proseia, rebelde, com o poeta, mas não conseguem esconder (o poeta e o texto) sua alma, que jorram palavras compulsivamente.
ResponderEliminarAbraços, Laura e Jorge!
toda a escrita poética desenha tensões nas suas intenções, verdade, cecília? :)
ResponderEliminarbeijinho, querida amiga!
querida ma,
ResponderEliminaralguns dos mais relevantes contributos dos homens para a evolução da humanidade provêm das entranhas, mesmo que sob a forma de enjoo e náusea. nem só o belo nos toca, verdade? :)
beijinho!
Não, Jorge, não conhecia Mão Morta. O conheci a partir de ti, e por afinidade, procuro entendê-los. E salve os magos da existência, salve os órfãos perdidos, salve os criadores de vida, os amantes da infância, os viciados do presente!
ResponderEliminaroceano azul,
ResponderEliminarencontro nos textos que escreves e nas palavras que nos deixas sob a forma de comentário a razão genuína para o título do teu blogue: a imensidão da tua sensibilidade e generosidade.
obrigado!
beijinho grande!
suzanina,
ResponderEliminara combinação dos meus desvarios de escrita com os da laura é algo que, por se ter fundado na amizade, antecipou todas as palavras.
um beijinho!
"Eu jurava que era chuva e não mijo dos deuses. rs"
ResponderEliminartambém eu, lu, mas quando me apercebi de que, em lugar de lavar a terra dos olhos, as lágrimas do céu incendiavam o olhar, percebi que a providência me estava a castigar.
beijinho e um agradecimento pelas palavras destiladas pela chuva!
aninha,
ResponderEliminare porque todo o homem é o seu poema, nem sempre a nicotina nos lábios e a garrafa entornada ao lado da cama garantem a completude. há tanto que nos escapa das mãos...
beijinho!
celso, é caso para dizer que o poeta precisa tanto do poema como o poema precisa do poeta.
ResponderEliminarforte abraço, amigo!
rejane,
ResponderEliminare tenho a certeza absoluta de que não há lugar a arrependimento, certo? :) mão morta é uma banda com um trajecto curiosíssimo, hoje dotados daquela cor dourada que o mais refinado dos vinhos ganha com o tempo e o beijo do casco de carvalho.
beijo!
Opsss… moço, quanto contracenso!... tanto de poesia para justificar a falha de [não]imaginação nesta prosa poética de tão enorme “poema”. A sincronia é perfeita entre essas quatro mãos. É sangue e fogo e raiva de tanto, quando de tanto mais se exige ainda, porque o tanto é sempre tão pouco na fome dos sentidos e da poesia. Fecho magnifico o “mijar dos deuses”, ácida chuva a toldar o olhar, letras negras e malditas a cavar sulcos na pele carente e estremecida.
ResponderEliminarTrazem-nos ainda outra imagem fantástica: a imaginação = “o sexo do poeta” [como eu adorava ter inventado isso].
Magnifico poema, moço Jorge e moça Laura, parece-me que “parabéns”, sabe a pouco demais, leiam no meu “magnifico poema” a nota máxima atribuível! :)
E é claro que, só o incomparável David Bowie para completar um “poema” assim, porque ele é também poema [sou amante incondicional da sua obra]
Beijo e abraço a ambos, Laura e Jorge. Adorei esta postagem!
"procurei seduzi-lo, comprar o poema, vender-lhe o corpo"... Fui tomada por este refrão!
ResponderEliminar"Ah, inspiração, és o sexo do poeta guardado pelo trifauce da obscuridade."
ResponderEliminarPERFEITO! É incrível a forma como escreves, cada um dos teus textos me impressiona e me marca de uma forma ímpar. Parabéns pelo texto!
Belíssima fotografia também. :)
Lembrei-me agora, tenho um professor chamado Jorge também, ele escreve algumas coisas (mais voltadas para comédia e afins.)
Um ótimo restinho de semana para ti, beijo!
duma forma ou doutra já disse isso...
ResponderEliminarquero repetir, jorge!:é que cada uma de suas folhas
lavando todo o meu cinismo
inclinando-me para o ar que me colhe
feito trigo novo, ardiloso, ardido
empresto o peito ao sumo
desses teus músculos nas sentenças apimentadas
não consigo decidir se
se te colho em ordem alfabética ou se
sorvo das tuas sentenças colhendo da minha desordem ou se
apimentando uns pássaros
cresço sementes à árvores que descem sombras que despem raios,
oh raios!
teus picantes despojos, Jorge, pintando mundos aos meus desvarios.
amiga-de-todos-os-encantos,
ResponderEliminarjá to disse e repito: na volta da palavra, tomas de assalto as trincheiras do texto e cruzas algumas das linhas de protecção semântica que ele em si auto-inscreve (até a poesia se defende, hein?) para o desnudar. tu sabes ver para além do que a gelatina ocular permite; até no escuro tenho a certeza de que arrastarias a chama atrás dos teus passos. e isso é arrepiantemente belo!
obrigado a dois nomes!
beijinho!
"procurei seduzi-lo, comprar o poema, vender-lhe o corpo"
ResponderEliminarpor vezes até o poeta tem de abdicar dos seus princípios genesíacos para continuar a ser, a dizer, verdade, michelle? é, afinal, a chuva que não se deseja venha a cair para não remover a terra que se nos incrusta na alma...
beijinho!
bianca,
ResponderEliminarobrigado pelas palavras que sinto como estímulo de escrita, na certeza de que quanto mais nele o escrevente se apoie, menos dependente estará dos caprichos da inspiração.
sobre o jorge, teu ex-professor, que escreve: aparentemente, o castigo está no nome, bem o vejo, hihihi!
beijos!
carla,
ResponderEliminarcada mundo nasce de um capricho e se alimenta de desvarios que em voo picado se atiram sobre os homens, fustigando a serenidade em que um dia desejamos assentar os olhos. a pólvora, do lado de fora, em lugar de estilhaçar metades, acaricia, seduz, agarra e devasta o interior, sempre com olhos de amêndoa algarvia a quem o palato dos deuses havia sido prometido.
é assim este mundo de constrições e desalinhos: de promessa em adiamento até ao falhanço final. e as palavras mentem aos homens, e os homens enganam os deuses e os deuses iludem a eternidade.
para quando o big bang?
beijos, instigante amiga!
«não havia fogo cá em casa mas todo o homem é o seu poema, mesmo que inflamável.»
ResponderEliminarJorge e Laura, estavam, por certo, muito inspirados, quando, curiosamente, escreveram sobre a falta de inspiração.
Bravo, poetas!
Beijos,
Cristina.
Nossa! Diálogo poético desnorteante...
ResponderEliminarJorge, tu e tuas parcerias me impressionam cada vez mais... a inspiração a te rondar sempre...
Beijinho maravilhado, alado poeta!
Jorgito, meu doce poeta!
ResponderEliminarHá dias em que sinto as palavras como vento frio a roçar-me os olhos. Não as vejo por conta da névoa baixa, mas sei que estão ali a rondar e rodar minha cabeça. Penso que não são minhas, que pertencem a dedos mais hábeis, pois os meus nasceram rudes, mas ainda assim insisto e seduzo-as violentamente. Como castigo pelo pecado libidinoso, os deuses me marcam com as dores do parto, em cada verso expulsado da poesia possuída.
A parceria com Laura é instigante e deveras inspiradora.
Bjs, especial amigo
Laura e Jorge... Jorge e Laura...
ResponderEliminarNão percebo (aí no poema), onde termina um, e começa o outro. Mas de uma coisa eu tenho certeza absoluta: os deuseus nunca iriam castigá-los! :)
Beijinhos e carinhos para os dois.
Cid@
sentimentos completos e fortes para a eternidade das palavras..
ResponderEliminara secura e a necessidade do arder se controlam em suas abençoadas mãos e inspiração..
mais uma vez à perfeição!
beijos aos dois..
cristina,
ResponderEliminarinspirados? hum... simpatia a tua :) com o tal fogo de que falas, quando muito transpirados :)
beijinho, amiga-jornalista!
aninha-de-luz,
ResponderEliminardifícil [para não dizer impossível] é escrever mal ao lado da laura alberto, da cris de souza, da amiga-de-tantos-encantos, da michelle cristal... elas transpiram poesia e eu, aprendiz-de-feiticeiro, agradeço-lhes a generosidade.
beijinho, querida amiga!
ira, querida poeta,
ResponderEliminarnão poderia estar mais de acordo com o que anuncias: nada há mais duro do que sentir a névoa a rondar, adivinhar-lhe o sangue e as suas correrias sem veia, perscrutar-lhe a respiração, cheirar-lhe o hálito, roçar-lhe no corpo, mas não a poder tocar. até os olhos se embaciam neste vazio branco de quase-escrever, e o parto, adiado, desprende-se do capítulo das obras epifânicas da natureza. até os deuses nos mijam em cima...
abraço!
amig@ cid@,
ResponderEliminarse os deuses tiverem a grandeza da tua alma, assinando em ternura e carinho , seguramente que a laura e eu escapamos à sua mão castradora. obrigado!
beijinho grande!
ingrid,
ResponderEliminar"a eternidade das palavras"... que imagem perfeita a tua! já que as bocas se consomem na sua própria finitude, que a voz se estenda para além da matéria, seja em chama a arder, seja em oásis de orvalho.
beijinho, amiga!
Meu querido Poeta
ResponderEliminarO poema é o senhor absoluto do nada...como as teclas de um piano...ora leve...ora intenso...entre o espelho e a memória há silêncios sem rosto...raízes nas mãos que tateiam as palavras...numa sinfonia tocada a dois tempos...com vida própria cruzam-se dentro da pele...são um rio a transbordar na espuma dos dedos...um mergulho silêncioso que paraliza o sangue...esculpindo as palavras que ficam nas mãos...esperando pelo tempo.
Ler-te...no hoje ler-vos...faz-me divagar e deixo sempre barbaridades escritas...explica-me tu que és professor...mas fico assim (Fumo o tempo e bebo o poema), e calo-me e vou...deixando a minha admiração de sempre.
Beijinhos
Sonhadora
Os deuses jamais castrairam de inspiração, aquele que os inspira a derramar sobre meros mortais palavras que elevam, que sublimam, que encantam...
ResponderEliminarbeijos poeta.
Acho que no ultimo comentario houve um errinho na escrita...desculpa...beijinhos achocolatados
ResponderEliminarSimpatia?... Nada disso! Até não sou, por norma, muito simpática. eheheh.
ResponderEliminarBeijinhos,
Cristina.
Ah, Querido Amigo JP
ResponderEliminar....eis que cai o pano..nas áreas agitadas de um novo cenário...de um novo palco...de uma nova peça...onde se funde a alma dos deuses que nos mijam em cima..
Um beijinho
da
Assiria
Voltei para agradecer o sorriso deixado no Luz... Leituras como a tua tornam válida minha permanência por lá...Já pensei tantas vezes em fechar o blog, mas há sempre um carinho amigo que me faz desistir da ideia...
ResponderEliminarBeijinho de gratidão, poeta amigo!
Perfeito Jorge, se comentar com mais palavras, talvez distorço a essência, a inspiração ... hj ficarei apenas na obscuridade para não assassinar as palavras e as letras não fugirem do papel, bj e lindo dia pra ti.Giovanna
ResponderEliminarquerida sonhadora,
ResponderEliminaras reacções àquilo que, ainda que nos sendo exterior, consegue estender feixes tentaculares até aos baús que guardamos dentro de nós [alguns dos quais de que nem tínhamos a noção de existirem] é absolutamente única e incomparável. aquilo que sinto, quando me visitas, é que o texto, subitamente, é mais teu do que meu. e assim a poesia cumpre o seu desígnio maior.
beijinho imenso!
querida sandra,
ResponderEliminarhá momentos em que não me atrevo, sequer, a adivinhar as pretensões dos deuses, de tão discricionárias que soam. as palavras maiores que são derramadas sobre os mortais parecem-me ser, afinal, aquelas que eternizamos na sublimação do outro e do belo. o teu contributo, desse ponto de vista, é admirável. obrigado!
beijinho e chocolate!
tive de reler três vezes o teu comentário para perceber de que gralha falavas. por fim, encontrei-a, algures entre as teclas presas e os dedos ainda húmidos do chocolate quente :)
ResponderEliminarbeijinho, doce sandra!
querida amiga assíria,
ResponderEliminarrejubilo com as tuas palavras: o teu regresso a esta peça coincide com a normalização do teu palco maior: o sopro de vida sem margens.
duplamente feliz por isso!
beijinho!
cristina,
ResponderEliminarfico feliz por ter conhecido a excepção :)
um beijo, amiga simpática!
aninha-de-luz,
ResponderEliminaro comentário que deixei na tua caixa de correio corresponde às sensações que sempre experimento ao volante da tua escrita. congratulo-me por saber que, batendo à tua porta, há sempre tanto que alimenta...
um beijinho com afecto!
querida giovanna,
ResponderEliminaragradeço-te a visita e as palavras que ofereces ao silêncio. há não ditos que valem tudo quanto se possa dizer.
beijo grande!
Jorge..passei pra te visitar e ver se tinha alguma postagem. Aproveito para desejar a vc um lindo final de semana, colorido!
ResponderEliminarBeijo
Ma
Jorgito, meu queridão
ResponderEliminarRecebi Cesário Verde como um presente raro.
Obrigadíssimo!
Bj imenso
querida ma,
ResponderEliminaragradeço-te o carinho da visita e desdobro os votos de fim-de-semana em ti.
beijinho!
querida ira,
ResponderEliminaras três partes que faltam [I. noite fechada; II ao gás; III horas mortas] compõem uma das maiores obras-primas da literatura portuguesa. vale a pena espreitá-las, crê-me.
beijinho grande!
Jorge, suas palavras são derramadas nesse poema que é forte e profundo.Um poema sem voz no grito sentido de todas as palavras com emoção de um poeta.Adorei! Parabéns meu amigo.
ResponderEliminarUm Abraço!
smareis,
ResponderEliminaro mais profundo dos gritos é aquele que consumamos em silêncio.
obrigado pelas tuas palavras sempre tão meigas!
beijinho!
Olá, Jorge,
ResponderEliminara Laura é de uma profundidade, são palavras que rasgam veias e peles e expõem o sangue e a carne viva em seus escritos e mais ainda quando se juntam às suas, são as entranhas expostas em belas e tocantes composições.
Abraços a vocês
vais, querida,
ResponderEliminara laura é verdadeiramente um desafio na escrita. como pessoa, conserva a genuinidade daqueles que se imortalizam na amizade.
agradeço-te, em nome duplo, as tuas palavras generosas!
beijinho!
O intervalo das palavras é o maior castigo do poema...
ResponderEliminarCompartilho dessa penitência e saúdo encantadora parceria.
Beijinho, Jorge querido!
lívia,
ResponderEliminara penitência cumprida em boa companhia é sempre menos dura de suportar.
beijinho, amiga querida!
Texto inquietação, inebriante, intimista... Maravilhosa pintura das vísceras captadas em algumas respiradas de tempo. Adorei!!!
ResponderEliminarComo tu havias comentado lá em meu blog sobre algo como algumas pessoas desconhecerem o período ditatorial salazarista e a importância do 25 de abril para o povo lusitano, venho aqui indicar-lhe uma obra que retrata muito bem essa data, só que na visão do colonizado. a obra se chama "Vinte Zinco" (de 'zinco' mesmo) escrita por um escritor moçambicano muito bom chamado Mia Couto. Alí, se desejar, irás encontrar um novo foco para o tema e uma nova perspectiva acerca de um olhar de fora. Recomendo para repensar o tema.
Como sempre, adorei vir até aqui e rejubilar sob suas evoluções literárias. agradeço por isso... Um abraço e fique bem, companheiro. Deixemos, como diria Fernando Pessoa, que o mar nos una, não separe... Já te falei que sempre sonhei em conhecer Portugal? Boa semana!!!!
dilso,
ResponderEliminarconheço mia couto ainda que não a obra em toda a sua extensão. tive, inclusive, a oportunidade de assistir a um encontro informal com ele, cá em braga, e acrescento que é uma pessoa de um trato especialíssimo. daqueles bons momentos que guardamos no nosso chip imortal: a memória.
é um gosto sentir a tua presença nestas viagens plurais, caro amigo.
um forte abraço!
Parabens Laura e Jorge, hahahaha e que final hei, hahahaha.
ResponderEliminarrealmente a inspiração é o sexo dos poetas!!!!
Muito boas as tuas escritas!!!!
andre, viva!
ResponderEliminardos deuses nunca sabemos tudo, mas o polaroid da vida leva-nos muitas vezes a suspeitar de algumas delas, hehe!
um abraço!
sonhei contigo, jo pi. nem faço ideia, para que tal tenha acontecido. não venho aqui há muito tempo. estávamos num hospital a conversar. o assunto era sobre sangue, e aquelas coisas que se colocam no braço ou mão, e o sangue bombardeia. no sonho, surgiam na garganta. o tubo por onde o sangue passava estava um pouco denso, sem fluidez... a roupa, (estranho)a tua, era exactamente como se apresenta a tua fotografia de perfil.
ResponderEliminaracredita, achei estranhissimo, que tive que vir aqui, e ler que tipo de poesias estavas a escrever. (estas coisas não são usuais)
o titulo, desta narrativa, revelou-se como um espanto...
W.S, tem razão, «existem mais coisas entre o céu e terra do que...»
um abraço