emil schildt, the end of the world
faço tudo para que o poema arda
mas já só tenho a certeza de nada.
às vezes penso que a poesia não existe
e que o poeta é apenas mais um homem
que deambula pelas ruas da respiração,
entre lixos e detritos,
e grita, rouco, ao medo esquecido
na tempestade da sua cidade.
aprendi que a poesia atravessa os silêncios
e campos de açucenas,
distribui primaveras
no inverno dos homens,
e costura flores e perfumes
em rostos sujos de tempo e rejeição.
mas a voz perde-se na doença anónima
que há-de costurar o seu corpo seco.
sabes,
eu fui poeta
antes do corpo virar do avesso
e fui amante
depois que as mãos se tornaram pequenas
fui também homem
antes da escalada ao sol
sobretudo fui louco
nas letras que navegam o teu corpo.
hoje,
a poesia já não é mais que o sangue adormecido nas veias:
todo o canto tem verso branco
e métrica imperfeita
nas mil e uma noites de distância
do teu nome.
placebo, protect me from what i want
"- Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo". (Caio Fernando Abreu)
ResponderEliminarsacio a sede com a própria sede. e a água torna-se dispensável...
ResponderEliminarbeijos, vanessa!
Tu és poesia, Jorge!E o teu sangue (aposto)não está adormecido nas veias.
ResponderEliminarBeijo
mil e uma noites de distancia e todo o périplo para nunca se fazer chegar, as palavras consomem os dias com seus castelos de versos, o sangue do poeta é puro destilado há que se sorver dos avessos,
ResponderEliminarabraço grande
Tua poesia me atinge em cheio. Impacta, adentra-me, rasga o banal e destrói clichês. Placebo tomamos em comum, mas tuas palavras não são inócuas, não é placebo: ativa neurônios.
ResponderEliminarEnorme prazer te ler.
Abraços!
sandra,
ResponderEliminaras veias são vigilantes; não deixam que o sangue durma, mesmo quando amolecido pelo ópio do tempo, da memória e da melancolia.
beijinho, querida amiga-poeta!
são mil e uma noites
ResponderEliminarmil e um poemas
mil e tantos ideais.
que a viagem se faça inteira na roda dos números de magia indefinida.
abraço amigo, poeta assis!
amigo celso,
ResponderEliminartemos, certamente, muito em comum para lá de placebo (refiro-me à banda, mas também, quem sabe, ao lexema): o gosto pela poesia.
é um prazer e um privilégio meus esta tua presença e todas as tuas palavras-estímulo nestas viagens que se fazem nunca solitariamente.
um forte abraço!
"..faço tudo para que o poema arda.."
ResponderEliminar..arda de mão em mão, na fragilidade do poeta!
Gostei da sua poesia!Parabéns!
Um beijinho
da
Assiria
como um sopro de vida na fragilidade do poema :)
ResponderEliminarbeijinho!
nos corre nas veias o sangue e o branco, unos na escalada da loucura que libertamos em nossas mãos..
ResponderEliminarviagem onde o rumo é traçado a cada verso.
mais um encantamento aos sentidos as tuas palavras Jorge..
beijos querido amigo e obrigada sempre!
querida ingrid,
ResponderEliminarquem te agradece o carinho imutável sou eu. tu sabes como costurar os remendos dos versos, porque tens nos dedos a poesia dos sentidos.
beijinho!
Jorginho, teu poema é exatamente assim: ardente! Não o toco, porque queima a mão, mas o incêncio se faz no olhar. Abraso-me quando te leio. E é tão bom! Gosto imensamente, imensamente....da tua escrita, você sabe, não?
ResponderEliminarBeijos,
taninha,
ResponderEliminarporque o fogo restaura e purifica, deixe-se arder!
sabes tu o quanto me é grato ter-te por cá, verdade, querida amiga?
um beijinho com a imensidão do fogo!
Que intensidade Jorge.
ResponderEliminarUma busca quase que ininterrupta daquilo que o poeta poder ser.
às vezes sinto que a poesia nos invade de forma sorrateira, como uma serpente bem grande.
Depois essa mesma serpente nos enrola e nos quebra os ossos, tritura cada parte de nós. Mas ao invés de nos engolir, como próximo passo, ela nos larga ali, quebrados e, aos poucos, vamos nos recompondo de novo, até a seguinte poesia nascer...
Um abraço
malu,
ResponderEliminaro poeta remexe, busca, persegue... quando julga que alcança, olha para o lado e vê alguém remexido, quebrado, vencido; o espelho faz morada nos seus ossos. só a poesia lhe concede a mão e o olhar moribundos para poder reencontrar os pés e os passos...
beijinho!
Adorei o blog..
ResponderEliminarestou ficando aqui, retribui?
beijos,
http://pathyoliver.blogspot.com
Jorgito, sempre!
ResponderEliminarTua poesia me rasga a pele e invade o osso, o sangue acorda, ao invés de dor, ânimo, pois o fogo que queima o avesso me purifica, ainda que nas mil e uma noites de distância do teu nome.
Bjs do avesso
olá, patrícia,
ResponderEliminarclaro que sim :)
agradeço a simpatia das tuas palavras.
beijinho!
ira, querida amiga,
ResponderEliminartudo o que nos define recta e bússola começa do avesso. é a mão que entalha a imperfeição quem tudo move.
beijinho de viés [etapa 2 entre o avesso e o direito :)]
"sacio a sede com a própria sede. e a água torna-se dispensável..."
ResponderEliminarBonito...vou ser-te bem honesta,nunca curti muito poesia...rsrs,pode me censurar.Mas estou aprendendo a gostar lendo alguns poetas brilhantes como tu.
Bom fds,bjk
a palavra enfeitiça, emiliana. o perigo é dizer-se, um dia, que estamos a dar-lhe uma oportunidade. enreda-se-nos nos corpo e nunca mais nos liberta. mas... é tão bom!!!
ResponderEliminarbeijinho!
Na minha certeza do nada, e na amplitude da tua poesia aprendi que os silêncios conseguem ser invadidos por palavras que lhes tocam.
ResponderEliminarÉs poeta.
beijos
OA.S
A poesia é uma das mais belas maneiras de se expressar os silêncios, Jorge alado! E tu a utiliza com grande sensibilidade! Saiba que te escuto...
ResponderEliminarBeijinho de Luz e um fim de semana ritmado!
JoPi, acho que encontrei mais um pouco do rio onde ela extravasa... mas juro-te pelo mais sagrado, que não sei da poesia, nem do poema. não sei conhecê-la, não me atrevo a conhecê-la... somos desconhecidos, mas conhecidos que se encontram sem saberem o espelho um do outro.
ResponderEliminare, ai, até atiro-me à raiz do palco, traves de madeira, e as palavras bailam certeiras, qual essencia desnuda cantando ''sabes,
eu fui poeta
antes do corpo virar do avesso
e fui amante
depois que as mãos se tornaram pequenas
fui também homem
antes da escalada ao sol
sobretudo fui louco ''
pois, acabo eu, agora
porque a lua, ser lunário, com brilhantina alisou meus cabelos, e desceu às raízes da própria costura que me habita as veias... azuladas tal como o fundo da noite, de onde partem todos os segredos.
- /// bem, extravasei... ///
palavras de mar que perscrutam o silêncio dos homens. os olhos, líquidos, perdem-se no encantamento da voz que um dia lhe mentiu o poema.
ResponderEliminarobrigado, amiga-dos-oceanos!
beijos paea ti!
aninha-de-luz,
ResponderEliminarsoubesse eu dos silêncios tanto quanto julgo saber do ruído...
beijinho grande!
não sou eu é a outra,
ResponderEliminarmaior poeta não é aquele que verseja como as aves; é o que é ave sem saber que verseja.
um abraço, poeta!
p.s. "porque a lua [...] desceu às raízes da própria costura que me habita as veias... de onde partem todos os segredos." poderoso!
Minorias, esquecidos, e tudo o que era rejeição o poema acolhe e distribui.
ResponderEliminarBeijo.
larinha,
ResponderEliminarpudesse ele, na generosidade da tua voz, conceber-se maior...
beijo!
O Jorge, mesmo sem o São, vence..
ResponderEliminarSua espada é a palavra..
Seguindo seu espaço, claro!
Poesia é combustível incombustível, arde, queima, mas nunca consome-se por completo.
ResponderEliminarLindo, lindo, lindo, Jorge. Cada vez mais fã dos teus escritos.
Um beijo.
"aprendi que a poesia atravessa os silêncios
ResponderEliminare campos de açucenas,
distribui primaveras
no inverno dos homens"
A poesia tem esse dom de transmutar estações, sensações, emoções...
Amo a tua poesia.
Um lindo e primaveril fim de semana.bjs
Lindo poema, meu amigo do além-mar.
ResponderEliminarMe senti na estrada, acelerando, freiando, ao ritmo do poeta, do seu poema. Me senti livre, por ora presa, "sangue adormecido nas veias".
Interessante como esse poema tem álternância de "velocidade" no que significa, mas próprio ritmo.
Me lembrei de novo do Llorca, me desculpe, mas pela palavra "açucenas" e depois pela própria alternância do poema. O "duelo de tigre e açucenas" de llorca, em "o poeta diz a seu amor que lhe escreva".
Por certo tens identidade própria, autenticidade, mas a lembrança de outro grande poeta, é bonito, também sangue correndo nas veias.
Grande beijo, te cuida.
PS.: Também tenho restrições a certas redes sociais,neofita talvez, mas percebi que o Facebook é uma boa ferramenta para divulgação do meu trabalho.
querida raquel,
ResponderEliminarde são jorge, apenas tenho o facto de combater o dragão (na imagética desportiva portuguesa, o grande rival do meu clube do coração :)).
a palavra pode bem ser uma espada, já o diziam camões, eugénio de andrade e cesariny. mas a minha palavra só arranha :)
um beijinho e uma agradecimento!
p.s. amarante, o topónimo que levas no nome, é uma cidadezinha portuguesa, no norte, muito bonita e de que gosto particularmente.
doce c.,
ResponderEliminartodos os homens que procuram alguma coisa, levam consigo livros, tinta e pelo menos um nome numa mão; uma forca, um canivete e terra na outra. e o mais curioso de tudo é que, na sua diferença, ambas as mãos aprenderam a conviver uma com a outra. as más línguas dizem que esa é a razão para o nascimento dos poetas e da poesia.
um beijinho!
querida carina,
ResponderEliminaressa é a verdadeira magia da poesia; arde e faz arder sem nunca queimar. é a rota do fogo!
beijinho com carinho!
Jorge, este poema é belíssimo... E, desta vez, não há versos que me chamem mais a atenção do que outros, ou que ache particularmente bonitos. O poema vale assim mesmo, completo. E vale muito! Muitos parabéns!
ResponderEliminarUm beijo!
PS: Saltou-me aqui à vista "dragão"... Combate o dragão?! Não gostei de saber... :/
parole, ninfa da palavra,
ResponderEliminara poesia define-se na expressão-limite do dizer. emily dickinson diz "quando leio um livro e ele faz o meu corpo inteiro tão frio que nenhum fogo pode me aquecer, eu sei que aquilo é poesia". e porquê? porque nela, e só nela, os contrários se harmonizam de tal modo que aos olhos de quem lê parecem apenas retórica.
um beijinho em verso!
cissa, contadora de histórias que amarra [a propósito, como vai a dona xerife? :)],
ResponderEliminarlorca é um monstro sagrado. não me recordava do poema a que aludias no teu comentário, razão por que o fui reler. e lá estão os topoi do tigre e da açucena na convivência belicosa daquele que rasga as veias para se conhecer. afinal, de que serve não se ter a si mesmo? talvez a carta chegue a com ela o sangue volte a remexer a terra...
é admirável, lorca, verdade?
beijinho! é tão bom ter-te nestas viagens!
pois, é bem verdade, cristina. este jorge, no estrito cumprimento das responsabilidades de que foi investido por baptismo e nome próprio, só podia combater o dragão :). e neste fim-de-semana, de modo ainda mais especial, hehehe!
ResponderEliminarbeijinho, querida-jornalista!
Ser poesia, ter poesia, escrever poesia, sentir poesia...ler em uma letra a poesia do infinito...Te imagino assim.Beijos achocolatados
ResponderEliminarDepois deste fim-de-semana falaremos, então... Bem seriamente! eheh.
ResponderEliminar[Estou a pensar com os meus botões: benfiquista?! tchhh...]
Beijinho!
sandra,
ResponderEliminarobrigado pelo teu carinho sempre tão docemente achocolatado!
beijinho!
pois,
ResponderEliminarprefiro então aguardar por domingo às 22.30h :)
o meu orgulho é sempre tão encarnado :)
[portista? tchhhhh...]
beijinhos de [ainda] campeão :)
Portista, pois claro! E com um orgulho bem azul! :))
ResponderEliminarA propósito, gostei muito desse "ainda"... eheh.
Beijos azuis... bem portistas!!
Jorge, após a leitura do poema, só tenho uma coisa a lhe dizer:
ResponderEliminarUUUUUUUUUUUUUUUUUU
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
UUUUUUUUUUUUUUUUUU
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
:)
... e a labareda dessa candeia vê-se ao longe, mesmo antes de chegar ao poema, porque o combustível que a ateia é poderoso, não apaga com um sopro, muito menos com essa ventania de "emil"
ResponderEliminar... aqui tudo é vivo, desde a primeira palavra
... o sangue corre ardente na veia do poeta em aflição, na guerra das contradições que lhe guerreiam dentro do peito... "é um não querer mais que bem querer...", ou será o contrário...
... e a poesia acontece e escorre ardente pela pele de quem a lê...
e é curioso... parece um poema escrito a quatro mãos...
estrofe sim é raiva... estrofe não é grito urgente...
há poetas imortais [perdoa repetir-me]nunca o seu sangue secará, tu serás um deles!
beijo, amigo-dos-encantos-meus
:)... é que esqueci de fazer referencia ao video... que [após o arranhão que o nome do poema me causou] o meu primeiro "acto" foi fazer-lhe um escalpe da letra :))
ResponderEliminarlindo:)
tudo perfeito, sempre:)
[tenho uma curiosidade imensa nesse sofrido jornal...:)]
boa sorte para o jogo [seguro que vai haver muito mais que arranhões, logo à noite, eheheh, eu?!.... pois... eu sou "verde" como o título deste poema ;)]
mais bjin, num sorriso.
cristina,
ResponderEliminarvê lá se amanhã não vais estar azul... de raiva :)
beijos com desportivismo (ei, mas não com tanto desportivismo quanto possas julgar, hehe!)
as tuas interjeições são sempre uma maravilha, cid@ amig@. fazes-me sorrir :)
ResponderEliminarbeijinho enorme!
amiga-de-todos-os-encantos,
ResponderEliminara poesia é, também, o grito e a fúria que, na sua unidade, convertem, refratariamente, o poeta em outro(s) eu(s). olha, os teus olhos sabem ver para além das palavras, são olhos que desnudam [raios, a sensação de nudez pública (aquela que tantas vezes nos atormenta nos sonhos, acintando o suor) é bem pior na realidade :)]; e isso é simultaneamente extraordinário e assustador.
o título do poema: foi justamente na construção do último número d'o despertar que surgiu este trocadilho, lá no gabinete dos jornalistas-amadores. a frase "o que não se escreve com as letras do nome" ficou a bailar-me na cabeça [na verdade, foi até mais no peito do que na cabeça :)] e ontem, quando consegui ter algum vagar, juntei-lhe a candeia e a combustão e deixei que este mote se desfiasse. deu no que deu. parece que não posso dispor de tempo livre [hehehe].
placebo é uma das minhas bandas de referência. curiosamente, nunca assisti a um concerto seu ao vivo. a letra desta música é verdadeiramente inquietante. incrível como esses olhos de leopardo conseguiram desviá-la do breu da noite.
beijinho!
Que poema, Jorge!
ResponderEliminarQue poema, meu querido amigo!
Eu quis destacar um verso, que me servisse de mote para o comentário, mas qual... Como destacar um só verso?
Bravo, amigo!
Abraço bem apertado, do lado de cá do mar.
zelita,
ResponderEliminarsempre especial a tua visita.
beijinho salgado desde o lado de cá do mar (o advérbio "cá" subitamente tornou-se ambíguo; serve a ambos os lados do oceano :))
O desportivismo de quem aceita, com normalidade, uma vitória do FC Porto e a derrota do seu clube?! Pois claro! eheh.
ResponderEliminarBeijinhos, Jorge...
Querido Jorge,
ResponderEliminarSeu poema é arte que arde no corpo o grito da alma e perpetua a sede no infinito.
Beijo!
Poesia é vício! ;)
ResponderEliminarUm beijo
Amigo Poeta, que coisa magnífica é esse poema! Estou aqui de boca aberta, literalmente, viajando nas metáforas que vc bordou com mãos tão sensíveis. Parabéns, amigo. Vc é maravilhoso!
ResponderEliminarFique com mais um dos meus silêncios, pq, sinceramente, não sei dar-te outra coisa nesse momento que o meu silêncio e a minha admiração.
Abraços poéticos. :)
JP, no principio dos meus 20 anos escrevi mil e tal poemas. Era obsessivo. Queria escrever, escrever. Escrevi de facto muito, em bruto. Aquele, é apenas um, que já lapidei, mas não o suficiente. Há anos que mantenho um baú fechado cheio de papelada escrita, bem longe de mim. Nunca mais mexi. Um dia, alguém, disse-me que quando fosse velha iria ter muito tempo e trabalho para escolher e ''endireitar'' as palavras... em suma, corrigir /alterar/ lapidar!! Mas até chegar a velhota (se lá chegar), muita água rolará debaixo da ponte, logo, ainda muito mais papelada/netada escreverei... portanto, irá ser uma velhice que nem conto, de muita escrita. Quem sabe se até lá, desbloqueio o meu péssimo talento para a Língua Portuguesa. No entanto, infelizmente, tenho ''medo'' da escrita, em tempos escrevi um pequeno poema em que vociferava tantas razões, existências; anos depois encontrei-o, e fiquei chocada... existem muitos outros textos dentro do mesmo conceito de escrita, não tem de ser necessariamente poesia!!
ResponderEliminarNão sei se algum dia crescerei, o suficiente, para saber escrever e dizer alguma coisa com juízo!!!
Beijos...
Meu querido Poeta
ResponderEliminarTu és o POEMA...não tens sangue...o que te corre nas veias são palavras...a tua sede, só a poesia a mata...a poesia é o grito profundo da tua alma...a poesia é o que te veste...fazes amor com a poesia...escreves-TE.
Deixo o meu beijinho carinhoso e a minha admiração profunda.
Sonhadora
Muito prazer.É assim que te conheço,todinho pelo avesso.Todinho sentimentos velozes que se espraiam e se aninham neste meu coração testemunha que te le.
ResponderEliminarcom carinho,
Cris
Apareça
Nooooossa,
ResponderEliminarjá o título é tudo de delirante, e vem: doido.
pois é, e os versos, heim?
poeta homem amante louco
alfaiate tecelão
a agulha uma pena
os fios sinais gráficos ordenados com precisão
a perfurar os silêncios
beijinho, Jorge
Achei que certo tipo de dormência poética estava atada aos meus sentidos,um frio estremecido invadia as ruas e vielas das minhas palavras,emudecendo-me.Hoje,ao ler-te(e não li apenas esse poema), deparo-me com uma espécie de combustão,doando-me um tipo de freqüência cardíaca absolutamente nova.Deparo-me com um coração desejoso de um sangue a pouco repleno de friúra e agora completamente dotado de fervor poético...
ResponderEliminarA tua voz nunca há de perder-se, pois ainda que diante da ausência de sons, tua poesia e arte sempre gritará mais alto,por ti e por todos!
Obrigada,
Paz no coração!
hoje à noite falamos :)
ResponderEliminarbeijos, cristina!
lívia, querida,
ResponderEliminara única sede que não sacia com a água é a do coração! haja infinito e fortça para o nomear.
beijinho!
lou,
ResponderEliminarpoesia é vício. como [quase] todas as coisas boas da vida :)
beijinho e um sorriso pela tua visita!
amiga do silêncio,
ResponderEliminarquantas vezes nos é mais difícil saber talhar o silêncio do que gerar/ir as palavras...
um beijinho com ternura vozeada!
voz anónima,
ResponderEliminaras palavras acompanham-nos inevitavelmente; a uns, rompem o éter e fixam-se no papel; a outros, são apenas ar. num ou noutro caso, como nos silêncios, as palavras são as mantas que acolhem e a brisa que conforta. todas elas, com uma certeza: a de que nascem de uma voz que ganhou asas no tempo, no lugar e nas circunstâncias certas. por isso se fala em percurso de escrita, evolução na escrita, perfis de escrita, ou seja, aquele que aos 20 anos escrevia, sendo a mesma pessoa que o que escreve 20 anos depois, sofreu já a erosão e o polimento que inevitavelmente lhe é imposto e se impõe.
concretizando: tenho um livro de poemas que escrevi num determinado momento da minha vida; hoje, ao lê-los, sinto-os como qualquer coisa que não voltaria a escrever. e crê-me que nada tem que ver com a qualidade material, linguística ou estilística; tem que ver com a boca que os solta, que é, hoje, diferente.
em síntese, seja em poesia, seja em carta, seja em prosa, seja em nota dispersa, seja..., a escrita faz-se no tempo e no lugar próprios; deixá-los no baú das memórias é amadurecê-los, como com aquele vinho que bebe o casco de carvalho para ganhar corpo, aroma e gosto especiais. mais tarde, quando aberta a garrafa, será um vinho único - mesmo que não necessariamente o melhor de todos.
um beijinho e grato pela partilha aqui.
amiga-do-sonho,
ResponderEliminarserei eu isso tudo? acho que sou apenas eu, mesmo... e cada vez o sinto com mais propriedade.
obrigado pelo carinho que envaidece!
verdade, cris,
ResponderEliminardo avesso... nem tempo tive para pôr o meu melhor fato :)
beijinho e até já!
vais,
ResponderEliminarjá diz o povo que "de médico, poeta e louco todos temos um pouco" :)
beijinho!
dica,
ResponderEliminarhá gritos que não conseguimos suster. que bom que há quem também os escute e os sinta como seus...
um beijinho imenso!
Um poeta é o que inventa caminhos novos a cada palavra, a cada verso.
ResponderEliminarFoi o que encontrei aqui. Uma delicadeza e uma harmonia que me deixou sem palavras.
Realço:
"aprendi que a poesia atravessa os silêncios
e campos de açucenas,
distribui primaveras
no inverno dos homens,
e costura flores e perfumes
em rostos sujos de tempo e rejeição."
Esta poesia bebe-se, até à última gota.
L.B.
Olá Jorge,
ResponderEliminarQue nenhum vento apague a candeia que ilumina tão bela poesia, e por baixo tem o seu nome!
Bjs dos Alpes
Gostei do ritmo da sua poesia. Descobri esse caminho graças a menina de asas e gostei de alçar vôos por aqui. Sim, é sempre bom ver alguém que se descobre poeta e amante no avesso da vida, dos dias, das horas e se entende com as palavras como se fosse um canto. Delicioso seu ritmo. bacio
ResponderEliminarJorge, não quero ser mazinha, mas não resisto a dizer-lhe que, das 20.30h até às 22.30h, estive a fazer pesquisa/trabalho académico, mas sempre atenta a um certo jogo… :))
ResponderEliminarUm beijinho com desportivismo, não é? [caso para dizer: que não se apaguem as luzes…]
Jorge,
ResponderEliminarPorque a beleza também constrange, hoje retiro-me em silêncio.
Ser poeta é ter seus versos belos que pulsam no papel, encontrando alma que clama por cada letra. A poesia de seus versos escorre em minhas artérias trazendo tantas outras inspirações... Ser poeta é ser assim, como vc!!!!
ResponderEliminarLindo meu querido amigo!!!
Beijos
contradições do verso, "sonho que sonha só é só um sonho - mas sonho que se sonha junto é realidade" - diante de tantos poetas como não acreditar em um sonho coletivo - todos que sonham a poesia. Sonhamos juntos, o sonho pela utopia- a poesia.
ResponderEliminarBeijos grande Jorge, abarca o mundo do pensamento, da poesia, do que não possui certeza de nada, do mistério.
;)
Jorge o poeta realmente deambula pelos destroços de sentimentos quaisquer, mas capta de todos os escombros esperanças que transformam-se em letras e essas letras em novos sentimentos, as vezes não para nós, mas para enfeitar histórias alheias.
ResponderEliminarNada como a incerteza para deixar o poeta ainda maior, e quanto menor ele se sentir, maiores serão as suas palavras.
E tu?
Tu és um dos maiores poetas que já tive oportunidade de ler.
Abraços e ótima semana pra ti.
"eu fui poeta
ResponderEliminarantes do corpo virar do avesso
e fui amante
depois que as mãos se tornaram pequenas"
isto é tão imenso em significados!
aliás, é raro uma estrofe sua não conter uma epígrafe pra mim! rs...
beijo
Ô amigo!!! Esse me acertou em cheio...lindo poema. Os versos "todo o canto tem verso branco/
ResponderEliminare métrica imperfeita" seguem ecoando por aqui. Bjo, saudade das grandes!
Um beijo, Jorginho,
ResponderEliminarPelo carinho de ter me apresentado o Trovante.
"Quem foi que provocou vontades
E atiçou as tempestades
E amarrou o barco ao cais
Quem foi, que matou o desejo
E arrancou o lábio ao beijo
E amainou os vendavais"
(Perfeito. É como a sensação que temos de que estamos vivos sempre que um sopro suave acaricia nossa nuca)
Obrigada, querido!!!
Passando pra desejar-te uma linda semana.beijos achocolatados
ResponderEliminara poesia não nos abandona... mesmo sem as inspirações...
ResponderEliminarJorginho, há um livro de Borges, uma reunião de palestras que tratam do ofício do poeta, onde podemos sentir toda a intimidade dele com a palavra e ver sua relação com a literatura. Lembrei-me daquele Jorge porque neste poema que acabo de ler pude sentir (mais uma vez) a força e a profundidade da poesia deste Jorge.
ResponderEliminar"às vezes penso que a poesia não existe
e que o poeta é apenas mais um homem
que deambula pelas ruas da respiração,
entre lixos e detritos,
e grita, rouco, ao medo esquecido
na tempestade da sua cidade."
Como diria Jorge Luís...
O teu escrever é "uma ocasião para a beleza"
Beijinhos, amigo.
Jorge,
ResponderEliminarsem palavras para a beleza enorme do teu poema...tão bom ler-te, amigo!
p.s. nova fotografia do perfil, aprovada!! :-)) hihi
beijinho, amigo!
arde o poema, arde a poesia.
ResponderEliminare ardem naturalmente, sem o poeta fazer maior esforço.
e arde menos, certamente bem menos, do que ver os dragões comemorando mais uma, jorgíssimo.
no ano que vem, vamos à forra.
saudades de vir aqui.
abraço do seu amigo
roberto.
Menino...
ResponderEliminarNossa Jorge, quanta inspiração!
Tudo isso é o petróleo que queima?
Que energiza
combustão?
Parabéns!
com carinho
Fátima
Jorge, precisei de mais de uma visita para comentar este poema, porque há os que são assim, nos emudecem e nos aquecem.
ResponderEliminarsenti-me a percorrer um corredor de sombras antes de um fogo redentor, perpassando as imagens dos teus versos, com mãos de primavera sustentadas por pés em terreno de outono. E a sonoridade da palavra açucena não abandona meus lábios.
Resumindo: Bravo!!
(vou guardar esse poema entre aqueles que quero reler muitas vezes ao longo dos anos, ou pela brevidade do tempo da minha existência)
beijo, amado amigo poeta!
o poema só se realiza no leitor, nossa palavra não tem sentido sem isso
ResponderEliminarnão te pode adormecer nas veias, não pode
ResponderEliminardeixa-a dormir, descansar um pouco
o despertador tocará e será livre
beijo
Laura
lídia,
ResponderEliminarsimpatia e ternura em cada palavra! obrigado!
beijinho!
amiga dos alpes,
ResponderEliminarhá momentos em que não sei bem se o melhor é deixar a candeia extinguir-se ou permitir que me arda nas mãos...
beijinho com carinho!
cristina,
ResponderEliminarhá luzes que ardem mesmo que os olhos se percam no breu da ilusória vitória. we'll be back! we're back! :)
beijinho!
e.a.,
ResponderEliminaro silêncio das tuas palavras é sempre eco do mais fino dizer.
um beijo sem constrangimento :)
suzanita,
ResponderEliminartivesse eu nas artérias toda a generosidade que es.corre das tuas palavras.
obrigado, querida amiga-poeta!
um abraço!
querida luíza,
ResponderEliminaros conceitos de poema e poesia nunca se fizeram tão abrangentes e tão colectivos quanto nos últimos anos. as tertúlias tornaram-se espaços menos elitistas e o próprio conceito de lirismo redefine-se no sangue da própria democratrização do verso. os blogues são lugares onde o canto e a voz se redefinem e ajudam a redefinir. e a palavra entumece; e a voz alça-se; e o homem reconstrói-se... pluralmente.
beijinho imenso!
querida janaina,
ResponderEliminarde começos, tropeços e recomeços se faz a estrada que cada um leva no bolso. a quantidade de sangue e pus que as feridas vertem é proporcional ao amadurecimento e à resistência dos próprios tecidos. a sua regeneração? apenas a chave de uma nova vida. sempre com poesia!
querida amiga, as tuas palavras fazem-me estremecer.
beijinho!
loba,
ResponderEliminarque todo o corpo de reverso ainda se recorde do verso.
beijinho!
daniela,
ResponderEliminarnenhuma flecha conhece tão bem o caminho do peito quanto a que guia a poesia, verdade? até o sangue se torna mais vivo sobre a pele.
beijinho com saudades!
ai, a doçura do teu pólen!.
ResponderEliminarque dizer-te? borges é toda a literatura! trovante, muito da boa música. este jorge... apenas aprendiz de feiticeiro que não sabe mais dizer do que "a tua presença aqui é uma ocasião para a beleza".
beijinho de primavera!
sandra,
ResponderEliminarcomo as tuas visitas têm o aroma quente e o travo doce do mais requintado chocolate :)
obrigado! já só vou a tempo de retribuir os teus votos desejando-te um óptimo fim-de-semana! :)
"a poesia não nos abandona... mesmo sem as inspirações..."
ResponderEliminartantas são as vezes em que a maior das inspirações sobrevem da mais funda das transpirações... até o éter sabe como se escreve a palavra "chumbo".
seja num ou noutro caso, a poesia é fiel, sim, fabi.
um abraço!
querida c.,
ResponderEliminara poesia aquece e encanta a alma talvez porque seja ela mesma a alma ou o que de mais luminoso nela possa reverberar.
um beijinho de primavera com as açucenas a bordejar as pedras da estrada onde um dia namorou a neve.
querida amiga andy,
ResponderEliminarde todas as palavras que me visitam, as tuas têm a força de uma amizade e de um carinho que atravessam o tempo e o espaço. fico, por isso, feliz quando os versos cruzam a inércia do papel e se vestem de sentidos nas tuas mãos.
um beijinho!
p.s. esta foto é um espontâneo numa sessão de poesia lá da escola. é horrível ter de fazer pose, verdade? :)
há luzes que se extinguem mas as do que vive no peito dos homens não conhecem a escuridão. o futuro começou a construir-se ontem mesmo, primeiríssimo amigo: 4-1 ao psv de eindhoven, em casa, na primeira mão dos quartos-de-final da liga europa.
ResponderEliminara luz arde bem viva, apesar do percalço do pretérito domingo!
um forte abraço, robertílimo!
fátima,
ResponderEliminaro petróleo é apenas o combustível. pudesse eu saber da candeia :)
beijinho com ternura!
querida amiga andrea,
ResponderEliminarhá corredores de sombras que abrem em labaredas em demanda pela sacralização dos astros, esses corpos que um dia arrefeceram no flanco do espaço. nunca soube se são a verdade do homem, se a mentira dos deuses, se, ainda, a utopia da aliança divino-humana. não sei, mas ainda não desisti de procurar entender.
um beijinho! sabe tu que a tua presença neste corredor dual ajuda a desequilibrar o espectro cromático. em favor da luz, vulgarizando o breu. obviamente.
beijinho imenso!
"o poema só se realiza no leitor, nossa palavra não tem sentido sem isso"
ResponderEliminarediney, obrigado por teres ajudado a dar sentido a esta composição, passando por cá.
um abraço!
de sonos e sonhos quem não sabe? e quem não esquece?
ResponderEliminarum beijinho, laurita!
Jorge, querido
ResponderEliminarQue poema belo ! Adorei o verso :"às vezes penso que a poesia não existe
e que o poeta é apenas mais um homem
que deambula pelas ruas da respiração,
entre lixos e detritos,
e grita, rouco, ao medo esquecido
na tempestade da sua cidade."
Forte.. muito forte.
Ótima semana, bjos.
thami,
ResponderEliminarbem-vinda! fico felicíssimo que tenhas gostado desta amaragem aqui ao viagens.
beijinho!
Jorge,
ResponderEliminarEstive a rever/reler (ainda que algo “por alto”) o nº 63 d’“O Despertar”… Continuo a achar que fazem – alunos e professores – um excelente trabalho. Superam a vulgaridade, a banalidade; vão para além daquilo que “os outros” podem fazer… Mais do que um jornal escolar, vejo “O Despertar” e outros tantos projectos do género como uma verdadeira escola de cidadania e participação cívica. Muitos parabéns, novamente!
Para além de reler “O Despertar”, tive de reler este poema, uma vez mais, para juntar a tantas outras. E depois de tantas leituras, ele continua imensamente bonito!... É, aliás, de uma beleza quase arrepiante! (sem exageros) Fiquei “colada” a ele…
Beijinhos, amigo poeta!
Caro Pimenta,
ResponderEliminar...mas é fazer uma pequena viagem e, ao retornar, deliciar-me com o fato de que a meteorologia é apenas uma contingência menor. Venho te agradecer o que encontro por aqui e conforta tempos instáveis a qualquer tempo e temperatura. No momento em que retorno à ativa, sedenta, dedico-me em ler os amigos que se ocupam com copos-de-leite, que muito me fazem bem depois de rejanear na vida e antes de rejanear agora pela internet, em sombra de belos lírios.
um abração.
querida cristina,
ResponderEliminaro despertar é uma das maiores marcas de identidade da nossa escola. a sua cédula de nascimento é, inclusive, anterior à inauguração da nova escola (data de 1984, enquanto esta foi inaugurada em 1985). gerações de professores e alunos passaram-lhe as mãos, quer na elaboração, quer na colaboração, quer na leitura. não pode haver janela mais ampla e mais aberta para o mundo do que essa. na hora da aceitação do desafio percebi que a responsabilidade era maior do que as pessoas. por ter noção disso, tratámos o despertar como só ele merece. falhámos aqui e ali, mas nunca deixámos de procurar um rumo que nos parecesse aquele que valorizámos numa publicação escolar. aos poucos estamos a chegar lá. sempre a uma só voz mas com a voz de todos. a tua, inclusive :)
obrigado pelas palavras-estímulo. quanto ao poema de que tanto gostaste, sente-o teu também.
beijinho, doce amiga!
querida rejane,
ResponderEliminara geografia é mera contingência menor :). as viagens fazem-se com os pés na estrada ou mesmo sem se sair do quarto. até porque todas as viagens são partidas: as de ida e as de regresso.
é admirável o modo como vivencias os textos e, sobretudo, o modo como disso dás conta.
beijinho!
Jorge,
ResponderEliminarÉ bom que O Despertar seja essa janela aberta ao mundo… Afinal, é por ele que a comunidade vai espreitando o que se passa na escola…
Lembrei-me, aqui há uns tempos, do jornal da minha escola. Escrevi para ele algumas vezes, mas nunca me senti muito “agarrada” a ele. Julgo que foi sendo abandonado um pouco pela comunidade escolar… Mas quando, ao contrário disso, um jornal é uma marca identitária da Escola, isso é fantástico!
Assim sendo, senhor Director, continuação de bom trabalho! ;)) Olhe o peso da responsabilidade! Eheh.
Quanto ao poema, é seu (que o escreveu), de quem o leu, comentou, gostou, sentiu e de quem, tal como eu, se sentiu pequenino face à grandeza do poema ou quase purificado… Também é um pouco meu, portanto.
Beijinho grande!
querida cristina,
ResponderEliminartalvez a diferença resida no carinho que a generalidade da escola/comunidade dispensa ao despertar. é, na verdade, uma instituição dentro da instituição, o que sempre torna mais fácil o trabalho a quem o gere. tenho de to deixar em papel rapidamente :)
beijinho grande!