jorge molder
houve um dia em que fomos mãos
a inaugurar a geografia das mãos.
deitávamo-nos com voz de cerejas
e acordávamos numa canção de embalar,
frágil, feminina, quase imperceptível .
e eu fui criança
e tu demasiado alta para as minhas mãos,
mãos pequenas, mãos incompletas, mãos de criança.
e o choro molhou-me os pés,
percorreu-te os planos
e fez do futuro um rio atolado de medo plural.
houve um dia em que deixámos de ser mãos.
cultivámos silêncios na estrada
e riscámos o mapa das mãos.
sei que tudo existe para ser dito
tudo existe antes de ser dito
mas nada permanece depois da palavra
e dos incêndios de voz;
são autos-de-fé pagãos
que só os poetas ateiam
com os fósforos dos dedos,
são narrativas queimadas
no livro encarnado dos afectos.
procurámos os lírios na própria voz
atirámos acusações contra a parede
e a verdade passou a escrever-se sem as nossas bocas.
houve um dia em que nos encontrámos,
com mãos escondidas nas luvas
e a areia a preencher os bolsos.
era tarde
e já nem sabia de que lado nascia o sol,
olhei para cima das recordações
e não encontrei os grandes versos.
no fundo negro dos teus olhos
aprendi que as mãos anoitecem nas mãos.
tindersticks, until de morning comes
– deixa-me beijar
as ondas que trazes nos braços.
– há beijos que matam.
ousas?
"no fundo negro dos teus olhos
ResponderEliminaraprendi que as mãos anoitecem nas mãos"
olha só e é isso mesmo - belíssimo silêncio esse
Beijos!
querida luíza,
ResponderEliminarse nem as mãos sabem o que existe para lá do seu silêncio, o que saberão os homens?
beijinho silencioso!
Existe uma tempestade Jorginho...e essa é difícil colocar em palavras ;), bjs!
ResponderEliminar«no fundo negro dos teus olhos
ResponderEliminaraprendi que as mãos anoitecem nas mãos.»
Pois... Mais um poema de nos cortar a respiração e de fazer sentir um nozinho na garganta.
Bonito, Jorge... Bem bonito!
Beijinho!!
ai, as tempestades que devastam todas as árvores que plantamos no corpo... nenhuma palavra as saberá restituir à virgindade original.
ResponderEliminarbeijinho, luizita!
"Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se."
ResponderEliminar(Sören Kierkegaard)
Beijinho
cristina-amiga-jornalista,
ResponderEliminaro nó na garganta deixa impressões digitais. é que as mãos, antes de adormecerem nas mãos, percorreram a superfície onde outrora morou o beijo. e, acredita, há mesmo beijos que matam.
beijinho!
p.s. se amanhã tiveres disponibilidade, deixo-te a versão em papel do despertar.
Os beijos, as mãos, as vontades provocam tempestades interiores saboreando momentos que só o querer pode transmitir... Mãos que degustam tempestades...
ResponderEliminarBeijos querido
Há, pois... Eu acredito.
ResponderEliminarDe manhã, estou na UM; de tarde, tenho uma entrevista no centro da cidade e, portanto, andarei por lá. Tem preferência entre a manhã e a tarde?
Beijinhos!
sandra,
ResponderEliminarresposta dada. não ouso contestar :)
beijinho (que não mata)! :)
Hum... iniciei, com tua leiura, uma viagem de luz... sem sombra... agarrada às mãos de minha infância...
ResponderEliminarAh... às vezes é tão difícl voltar a ter as mãos vazias!
Beijinho saudosista, Jorge alado!
suzana, querida amiga,
ResponderEliminarpobre de nós sem as tempestades. só o que agita, abana e por vezes faz cair ajuda a conhecer em toda a sua extensão.
beijos mil!
de manhã vou para guimarães, onde dou uma aula, mas de tarde podemos tomar um café no centro da cidade, caso te seja conveniente. entretanto definimos a hora, certo?
ResponderEliminarbeijinho!
aninha-de-luz,
ResponderEliminarsoubesse eu onde se esconde o berço branco da inocência.
que mãos tecem a teia da saudade? as mesmas que arrancam as promessas às linhas da mentira, as que arremessam as presenças contra as paredes vazias, as que segredam partos sem gravidez? oh, que viagens essas... fazem-se sempre em arrepio nocturno...
beijinho, querida amiga!
Mãos que desenham na alma e no ventre, desejos e sonhos... Fantasia em versos e poesias...beijos achocolatados
ResponderEliminarHoje fiz a tal viagem por dentro de mim, mas levei-te comigo, não queria perder-me no caminho outra vez, acho que nunca cheguei ao destino… e sim, há beijos que matam. Por vezes só damos por isso quando estamos prestes a ousar de novo, mas vale sempre a pena ousar, quem sabe haja um renascer.
ResponderEliminarChegou-me melancólico o teu poema e sabendo que nada fazes por acaso, fiz um escalpe, como de costume, à letra da canção, ali costuma residir a tua mensagem principal…
Também adorei o desenho:) e apeteceu dizer: ouso sim, apesar da morte :)
Muito forte o poema de hoje, daqueles que arranca a pele devagarinho.
Gostei muito, amigo-dos-meus-encantos.
Beijinho.
querida sandra,
ResponderEliminarmãos simplesmente mãos, os artífices do homem, o erro dos deuses. porque, afinal, pelas mãos se edificam babéis, mas também pelas mãos se derrubam catedrais.antes mesmo da chegada da cruz.
beijinho e muito chocolate!
amiga-de-todos-os-encantos,
ResponderEliminaras principais viagens fazem-se sem mala e sem escova-de-dentes; basta a certeza da viagem.
o poema saiu-me melancólico, admito. o reencontro com mãos que se perdem, com mãos que envelhecem, que mãos que não mais seguram a capacidade de moldar, fazendo da viagem de infância apenas roteiro de fim-de-semana com o mar tão distante da rota. e sim, a letra da música não está afastada da mensagem do texto, que desceu de paredes com a cal desbotada para poder ler-se melhor.
quanto às ousadias: que melhor morte senão a que se colhe nas ondas dos braços dauqele que conhece o mar?
as tuas interpelações agigantam a escrita e enormizam as leituras e os leitores.
um beijinho imenso!
Amigo poeta, depois das tuas palavras é que parece nada mais existir. Tu dizes tudo, Jorginho. Quando escreves inauguras um mundo. Eu olho com olhos de esteia. Perfeito, querido!
ResponderEliminarBeijos,
Jorge,
ResponderEliminarquantas saudades de viajar por aqui...
adorei o teu desenho com poesia, lindíssimo!
o poema perdura nos sentidos da alma depois de o ler.
p.s. a morte será mais certa se não beijar ou se se ousar beijar?
será que não ousar beijar, fará morrer lentamente?
Oh! que mãos mortíferas...
ResponderEliminarentram na pele como tiros de morte!
E para meu alívio só os beijos bastam!
Se ousos beijar-te,
em vísceras e veias,
nem redoma, nem cristal,
vertem as teias!
jamais compreenderemos o silêncio.
ResponderEliminar=)
bjs, querido.
Doce encontro aquele que permite a cada qual ser dono do seu destino em geografia de mãos, mesmo que anoiteça.
ResponderEliminar...pois sabes, eu nem sei exatamente como preferes que eu me refira a ti: se Jorge, se Jorges, se Pimenta - fica então a pergunta - para ti, para além de ti. E um sorriso :)
Lendo você agora, lembrei-me de Cecília Meireles, quando em A arte de ser feliz já dizia:
ResponderEliminar- "houve um tempo em que minha janela se abria para um chalé...para um rio...para para uma cidade...e meu coração ficava completamente feliz". Esta é a arte, ler os teus versos, me faz abrir uma nova janela na vida e meu coração fica muito feliz.
Meu querido Poeta
ResponderEliminarAs mãos anoitecidas choram silêncios...sentem vazios...gritam palavras...guardam segredos...escondem os medos...desvendam mistérios.
E sim...ousam o beijo...há mãos que beijam...e há mãos que ferem...são tudo e nada...por vezes apenas gestos.
E há meu querido Poeta...as mãos de mãe...que apagam todas as tempestades...que enchem todos os vazios.
Hoje as minhas mãos ficaram mudas...o teu poema tocou-as.
Beijinho carinhoso
Sonhadora
taninha,
ResponderEliminarse eu conhecesse a linguagem dos homens, dos animais, das plantas, dos silêncios, dos vazios, da euforia, da sorte e da morte, das crianças e dos velhos, dos deuses e dos demónios saberia fazer versos inteiros, com uma forma redonda que acolhesse as demais formas do universo. assim, contento-me com traços de tinta imperfeita que cobrem todos os tecidos do tempo.
beijinho, querida amiga!
andy, querida amiga,
ResponderEliminaros beijos são como os poemas: explodem na corrente sanguínea do desejo perdendo portos, bússolas e velas. mesmo sabendo da sua vulnerabilidade, não se evitam; procuram-se.
há, todavia, poemas e beijos que morrem antes de chegarem à boca.
não se trata de saber distingui-los; trata-se de querer saber...
beijinho!
nosso poeta Drummond cantou certa vez "tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo" e finaliza o poema "esse amanhecer mais noite que a noite". somos sumo da mesma fruta que escorre deleitosa,
ResponderEliminargrande abraço poeta
Pois o que vi foi um poema com uma condução brilhante, com figuras inusitadas e um fecho belíssimo. Sigo como teu grande admirador.
ResponderEliminarGrande abraço, amigo!
michelle,
ResponderEliminarsão mãos, feitiços, maldições e toda a poção mágica as percorre com o casco endurecido, pois as margens foram então perdidas. e de cidade para cidade, minguam os paraísos e sobram os abismos.
procuram-se os rostos que deram forma às mãos.
beijinho grande!
conhecesse o silêncio as debilidades que nos aveludam o sonho e todas as bocas respirariam melhor.
ResponderEliminarbeijos, fernand's!
Com as tuas mãos, poeta, escreves poemas que nos envolvem e nos deixam em silêncio, muito bom.
ResponderEliminarbjs
oa.s
rejane,
ResponderEliminartoda a mão tem uma geografia branca, sempre; insondável, quase sempre; inexpugnável, nunca. entre a mão e a marioneta, fios de nylon invisíveis esttemecem a cada movimento dançante, ora à direita, ora à esquerda, enquanto o esgar idiota de pinóquios de face hébria colide contra o cinismo daqueles dedos frenéticos, em orgasmo existencial. por que é que as mãos tecem os lugarejos que não querem habitar? por que razão todos os seus escravos se resignam ao tormento do não grito? e o silêncio povoa a planície dos homens que sonham com o dia em que a criação seja perfeita: sem mãos.
beijinho de alguém que nasceu com mãos. o nome? que importa...
querida giomara,
ResponderEliminarque essa janela para a luz nunca venha a ser fechada. os teus olhos merecem-na.
um abraço!
querida amiga-do-sonho,
ResponderEliminarsabes o que mais me impressiona nas mãos? sabem tocar; talvez nunca tenham sabido ser tocadas...
belíssima a tua leitura.
beijinho com as mãos do poema!
poeta-amigo assis,
ResponderEliminarainda que moldem a noite, as mãos tentaculares abrem janelas, escancaram portas, tocam corações, avistam barcos que partem, anunciam barcos que chegam. e os olhares agradecem em aplausos quiméricos que se afogam na imagem im.perfeita de édens de água salgada.
todavia, nas suas palmas, algures entre dedos prestidigitadores, erguem-se altares com as janelas e as portas fechadas, onde os barcos se amarram, frios e cinzentos, ao cais adormecido pelo cadafalso do tempo.
os druidas? os poetas que morrem no suspiro de cada verso.
abraço inteiro!
celso, querido amigo e singular poeta,
ResponderEliminarainda não sei se sou eu que conduzo o verso se é ele que me guia. adivinhasse eu as respostas e não escreveria versos; faria política. :)
forte abraço!
oceano azul,
ResponderEliminarsão invisíveis as mãos.
são frágeis os versos. emancipam-se, rebelam-se, e partem, levando consigo as impressões digitais que o berço prometera ao homem. e o vazio regressa a habitar o corpo, já sem mãos, talvez ainda com versos, seguramente enamorado do tempo.
beijinho grato pelo carinho!
Sergeant Pepper,
ResponderEliminaressas tuas viagens...
Já pensou em conceder benefícios por acúmulo de milhas lidas?
A cada, vejamos, a cada 5 artes pimenteiras lidas(sem turbulências!) o leitor ganha uma viagem particular!
Heim? Ah, pimenta, não seja malagueta!
Funde logo a B. P. A. !
Beneditinas Pimentas ao Ar!
Turbine os olhos para voar!
Ou
Beneditinas Pimentas ao Ar!
Turbine as asas do teu olhar!
Jorge, encanto-de-amigo, tem carinho para ti, aqui:
ResponderEliminarhttp://meusamigosseusmimosmeusencantos.blogspot.com/
beijinho imenso.
carla,
ResponderEliminardesde que as rotas da pimenta foram substituídas pelas rotas do pechisbeque da china, as feitorias fecharam, o terreiro do paço encheu-se de ministérios e o império caiu. do sergeant pepper sobrou o lonely heart [ainda espero o club's band].
estou como o país: a pimenta alimenta-se de glórias passadas :)
nem as siglas me valem, já.
beijos e malaguetas!
amiga-de-todos-os-encantos,
ResponderEliminarés uma querida. passo já lá!
beijinho!
...pois sobre teu nome reinam iguarias que só a ti pertencem, não achas? Se posso escolher, fico com Pimenta, afinal, tem boa dita! :) Vi tua mão primeiro contornando uma caixinha de letras, um mérito; e, agora, à mão livre. Todavia, um homem plural que quer um passeio seu não precisa de mão, precisa de um grande coração e isso tu já tens.
ResponderEliminarA partida. O coração que estrebucha de dor, porque toda a saudade é um luto. Mas na melancolia dos olhos tristes nasce o sabedoria que lhes permite ler o Poema. A dor e o desatino como modalidades puríssimas do sentir. Valerá a pena?
ResponderEliminarrejane, inquietante amiga,
ResponderEliminaraprendi umas quantas coisas sobre mãos [a míngua aguça o engenho e o questionamento]; sei outras tantas sobre pluralidade [quem escreve, partilha]; segredaram-me mais algumas sobre especiarias [inerências da antroponímia]. mas... que sei eu de corações?
um abraço!
pimenta
Jorge, meu amigo,
ResponderEliminarpercebo contrastes, como se preto e branco fosse teu poema, o que se mostra pelas mãos, o tato do sentir; e pelo oculto sentimento, dos olhos negros a mostrar coisas que não se percebem.
Maravilhoso como sempre.
Na pressa apenas te digo que volto a ler esse novamente, pois teus poemas merecem o vagar das coisas imnpossível, e quem sabe torná-las possíveis.
Você tem razão no que concordo plenamente, no seu comentário no seu post anterior, também faço o mesmo, as coisas, filmes, lugares que nos tocam (e de novo o tato em todo seu sentido), devem ser revisitados.
Jorge, espero que tenha gostado da dedicatória no meus post "Aniversário da Xerfie 2" e tenha sido a contento sua relação com Elvis, a relação da história, de certo!
Grande abraço meu amigo do além-mar, estarei de viagem em semana da Páscoa para la tierra de Brad Júnior, mi Buenos Aires querido! Mas apartir de segunda-feira, tenho internet, revisitarei aqui com certeza. E desculpe qualquer coisa.
Beijinhos
ouso! para morrer melhor, e, acordar mil vezes depois, para morrer ainda melhor, se o sal da vida estiver contido nos contornos.
ResponderEliminarjopi, seus escritos estão intensos. puxa, exigi e depois ousa.
o curto pode fatal. fatal para a vida. é preciso escrever intenso para o intenso ser vida... saltar no beijo!!
o poema lá em cima, essa obra feita na mão - mãos é o caminho.
caro jopi,
é um poeta, e o poeta sabe o que quer de si. aparentemente você parece vir do passado, mas na realidade você vem do futuro!
saudações primaveris
“ deixa-me beijar
ResponderEliminaras ondas que trazes no braços.
– há beijos que matam.
ousas? “
“ deixa-me beirar
as ondas que tocam nos braços. “
- há beiras que marcam
ouças? ”
* não resisto a esse teu mar de inspiração.
beijo, poeta precioso!
Amigo Jorge Pimenta!
ResponderEliminarCá estou eu lendo mais um belo poema filosofico, mas lindo como sempre!
Conheça o meu novo blog, seja seguidor e deixe seus comentários:
http://transpondo-barreiras.blogspot.com
Um abraço e um bom fim de semana.
e.a.,
ResponderEliminartoda a partida sucede a uma chegada e anuncia nova partida. entre as saídas e as entradas nos portos, todos os rostos e sorrisos que sabemos vir a recuperar, devagar, se não na estrada da vida, seguramente nos trilhos da memória. e o luto faz-se de branco, como sabiamente entre os muçulmanos.
beijinho!
querida cissa,
ResponderEliminarli acerca do jovem português que inventara os cocktails irresistíveis; gostei especialmente da ênfase no advérbio de quantidade "muuuuuuuuuito", a propósito da pretensa amizade com dona xerife, deliciosamente travesso e irresistivelmente malicioso. [não subsistem dúvidas de que dominas como poucos as regras da trama narrativa, sabendo adensar a curiosidade no momento certo para, no seguinte, a cortares :)].
quanto à dedicatória, é de uma nobreza incrível. eu atrevi-me a lançar o repto de incluires elvis na tua intriga e tu fizeste-o com toda a sapiência que os contadores de histórias exibem: fugindo ao lugar-comum de o compatibilizar no anacronismo do tempo, em carne e osso, optando, antes, pela subtil presença no nome dos cocktails, inventados por um tal português [seria vasco da gama???]. genial. um detalhe: adorei a decoração: preto e branco :)
beijinho, querida feiticeira-de-estórias; diverte-te em terras de brad [ainda que não evitando o azar de um desencontro: tu em buenos aires e brad no brasil :)].
beijinho e até ao teu regresso!
não-sou-eu-é-a-outra,
ResponderEliminarleio o teu comentário enquanto escuta "morgue", dos mão morta. está no álbum "nus" e tem uma melodia que ousa entrar-nos nas veias e percorrer-nos as ondas que nos navegam o corpo. sem beijos, apenas choques eléctricos em relâmpagos de luz vazios que acendem o tempo húmido. e o passado é apenas passado; e o presente, quase passado; e o futuro... ninguém o sabe, ou deixaria de ser tempo.
beijos em arrepio!
cris-querida-de-sousa,
ResponderEliminarnão há muita gente capaz de agarrar em versos incompletos e dotá-los de uma musicalidade e sentido que complementam o outrora vago e disperso. grande remate o teu, aqui.
beijinho, feiticeira de lira depurada!
caro josé,
ResponderEliminaré sempre um momento especial receber a tua visita nestas viagens. agradeço-te a amabilidade e o convite para o nascimento deste novo pedaço de ti.
um forte abraço!
As mãos anoitecem nas mãos, tão certo como são todos os homens cegos na escuridão da vida.
ResponderEliminarQuanto aos beijos, como não ousar, Jorgito querido, se neles bebemos universo e poesia.
Ouso-me beijar os poemas antes da partida.
O desenho (não sei se teu)ilustra o vaivém do mundo em respiração. Lindo, lindo!
Beijos de anagrama de america
AMEI!!!
ResponderEliminarPrincipalmente a parte que diz:
"sei que tudo existe para ser dito
tudo existe antes de ser dito
mas nada permanece depois da palavra
e dos incêndios de voz."
Jorge, outro dia li esse texto, e lembrei-me de você...:)
"Os poetas não são em nada, como pensam alguns superticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação.
O de que eles mais gostam é de estar em silencio - um silencio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios.
Um silencio...Este impoluível silencio em que escrevo e que tu me lês."
Tenha uma linda semana.
Beijo
Cid@
Olá, como vai? :)
ResponderEliminarAdorei sua nova foto do perfil! ;)
E adorei seu post, também. Profundo, intenso, inspirador... Nossa, adorei! Meus parabéns.
"– há beijos que matam.
ousas?" - simplesmente perfeito!
Um ótimo final de semana para ti, beijos.
Após as palavras
ResponderEliminarhá beijos que matam
e mãos que ressuscitam os atos.
Poema encantador e belo desenho!
Beijos, querido Jorge!
Jorge,
ResponderEliminarnossas mãos nos levam onde já vivemos e onde vamos ainda, pelo tempo chegar..
teus versos são passado e futuro..
intensidade..
beijos querido poeta..
ira, querida amiga,
ResponderEliminaros homens são cegos na escuridão ou não fosse a noite o seu espelho quimérico mais semelhante. das alvoradas, apenas reminiscências de tempos em que os abraços eram ventres e os beijos o fogo que separou a ordem do caos. hoje, os beijos matam. ontem ofereceram vida, com palavras de abismos que se escrevem com a humidade escorrente da boca, nas manhãs de nevoeiro e cal. amanhã? se os lábios não apodrecerem e não cairem, o beijo reinventar-se-á a si mesmo, pela mão [já não anoitecida] do homem.
um beijinho com carinho infinito!
querida cid@, amiga de sensibilidade incomum e de carinhos sempre tão enternecedores,
ResponderEliminarquantas vezes não é o silêncio a mais eloquente das formas de sentir e dizer? especialmente se se tratar do silêncio impoluto de quem se dá a ler, de quem se deixa ler e de quem lê, num círculo de afinidades sensoriais [mais do que verbais] infinitas.
registo a nota final do versos que citas: "Este impoluível silêncio em que escrevo e que tu me lês.".
irresistível!
beijinho silencioso!
bianca,
ResponderEliminaragradeço a visita e ainda mais as palavras que aqui deixas sobre o post.
um muito obrigado!
um abraço!
querida lívia,
ResponderEliminarapós as palavras... antes das mãos... entre o beijo e o lábio...aquém do verso e além do silêncio. eis o homem!
beijinho grande!
amiga ingrid,
ResponderEliminarintemporais [porque sem noção de passado, presente e futuro] são as mãos com que escreves a tua amizade.
um beijinho!
A vida é feita de ousadias...
ResponderEliminarBeijo d'anjo
Creio que já tanto foi dito nos comentários anteriores. O meu será apenas mais um a reforçar que é uma pequena pérola de sensibilidade. Parabéns!
ResponderEliminarenfim, minhas caravelas xavantes deságuam no Tejo, ainda que para cometer um pleonasmo!
ResponderEliminarcomo acabei de dizer ao Assis:
pesada é a leveza da mão do poeta.
abraço
sonho,
ResponderEliminara vida só se faz de ousadias porque esconde a morte... e a sorte.
beijinho!
arroba,
ResponderEliminaragradeço as palavras e fico sobretudo sensibilizado por teres sentido o poema de modo tão especial.
um abraço!
wilden,
ResponderEliminardesde as varandas do tejo te digo que pesada é a mão que castiga o poeta; é que mesmo aliciado por palavras de algodão, os sentidos do que escreve prenunciam ondas de chumbo... em eco pleonático.
um forte abraço!
Querido Jorge,
ResponderEliminarpassei rapidamente para agradecer tuas belíssimas palavras nos teus comentários, aqui e lá no meu blog. Me trouxeram "Buenos Aires" como está capital federal que cheguei em menos de hora.
Volto para ler e reler seu poema com carinho, você merece e seu trabalho também.
Grande experiência e oportunidade para mim como leitora assídua que tento ser de sua obra.
Grande beijo amigo do além-mar.
"mas nada permanece depois da palavra
ResponderEliminare dos incêndios de voz;
são autos-de-fé pagãos
que só os poetas ateiam
com os fósforos dos dedos"
As fogueiras, para mim, nunca mais serão as mesmas, depois de ler algo tão lindo.
Maravilhosas as suas palavras, querido.Amo te ler, mas nem sempre comento, as vezes faltam-me palavras para isso.
Uma linda semana.
Beijinhos
nada permanece depois da palavra…
ResponderEliminaroutro dia eu li: as palavras são como flechas!
é isso!
..Claro!!!!!
ResponderEliminare (c)em mil... ou (sem)ousadias..o beijo!
Assiria
de beijos te invento
ResponderEliminare me alimento
do retrato que faço
mas a cada viagem
às luzes e sombras
retraço
em rimas e afagos
as tuas raízes
:existes
sempre por um triz
beijo
Vira e mexe eu venho aqui me visitar. Nunca me decepciono. Decidi favoritar de vez. =)
ResponderEliminarLindo, um absurdo.
beijos e parabéns pelo blog!
Jorge,
ResponderEliminarcada vez que venho ler-te fico mais encantada. Lindíssimo esse poema, de ler, guardar e reler. E lembrou-me de teu conterrâneo Lobo Antunes, que eu adoro:
"Nunca tivemos tempo, não é, uns para os outros, e agora é tarde, estupidamente tarde, ficamos assim a olhar-nos, ausentes, estrangeiros, cheios de mãos supérfluas sem bolsos para ancorar, à procura, na cabeça vazia, das palavras de ternura que não soubemos aprender, dos gestos de amor que nos envergonhamos, da intimidade que nos apavora."
Um beijo!
deixando pegadas...beijos achocolatados
ResponderEliminarÉ um poema que nos transporta nas metáforas até ao mais intimo de nós.
ResponderEliminarHá uma sequência temporal muito significativa e termina com uma porta aberta para o infinito.
Obrigada.
Um beijo
Ousemos :)
ResponderEliminarSempre.
Jorge,
ResponderEliminarUm caminho poético percorrido pela magia das próprias mãos que o descrevem.
Mãos nascidas na inocência das canções de embalar, crescidas no desejo dos afectos, apelando por beijos silenciados na voz dos poetas e proclamados no incêndio das palavras... Por vezes há verdades escritas com os olhos das mãos e que deixam recordações guardadas nas luvas com que as "vestimos"... E quando "as mãos anoitecem nas mãos" a geografia já foi desenhada.E esse mapa é lido "com a voz das cerejas, com "mãos incompletas", com os pés molhados... Vale sempre a pena ousar!
Um grande beijinho, cheio de saudades!
ana cecília,
ResponderEliminarsó agora regresso, depois de hibernar uns dias dos blogues. é agora tempo de actualizar o viagens e de encetar todas as viagens em redor da escrita dos meus bloguefriends. estou ansioso e curiosíssimo por assistir aos novos desenvolvimentos da saga xerife :).
desejo que a tua viagem a bienos aires tenha correspondido na íntegra a tudo quanto dela desejaste.
beijinho e até já :)
parole,
ResponderEliminartodos os incêndios têm uma dupla face: se, por um lado, iluminam e acendem a verdade, por outro, esterilizam em pedra-carvão todas as demais verdades. e eu que nunca sei qual das verdades é a que me cabe no bolso. envergonhado, escondo os dedos [não vão eles reacender a fogueira].
beijinho grande!
p.s. a tuas palavras ternas ainda ardem dentro de mim.
amiga dos cabelos longos,
ResponderEliminarnada permanece depois da palavra, mas... nada foi antes dela, verdade?
beijinho!
assíria,
ResponderEliminaré caso para dizer que nenhum beijo mata mais do que a ausência do beijo :)
beijos e ousadias :)
loba,
ResponderEliminarno viés das tuas palavras a certeza de uma existência. quimera ou realidade? nos versos que estrangulam silêncios a definitiva e derradeira verdade.
beijos e uivos!
isadora,
ResponderEliminaraquilo que te desejo é que te sintas bem por cá. estas viagens são, antes de mais, plurais.
um abraço poético!
carina,
ResponderEliminarquando por cá aportas, tenho a certeza de duas presenças muito queridas e ansiosamente aguardadas: tu mesma e um convidado das letras especial. recordo-me de teres trazido, já, borges por mais que uma vez; agora lobo antunes. sem dúvida que és pessoa muito bem relacionada :)
e sobre o tempo: "somos o tempo" [o inevitável borges]
beijinho com um sorriso especial por te ter por cá.
querida sandra,
ResponderEliminaras tuas pegadas têm lugar cativo neste espaço que é teu, também. sempre doce a tua presença! :)
beijos e chocolates!
querida lídia,
ResponderEliminaré esse o risco maior de viajarmos para o interior de cada um de nós: quando mais entrámos, mais fora parecemos estar. e as portas permanecem por fechar. ainda assim, é na viagem [poesia] que nos sentimos completos, verdade?
beijinho com infinita ternura!
ousemos, pois.
ResponderEliminarbeijos, luísa!
amiga jb,
ResponderEliminarque saudades de te ler, reler, encontrar e reencontrar. nas tuas mãos, o destino de todas as mãos se reescreve. como os poemas, afinal :)
beijinho com a forma das mãos: infinito!
Jorge, hoje encontrei uma coisa fantástica cá em casa!! Passo a explicar: há uns anos, escolhia um poema por semana, que deixava em lugar de destaque cá em casa e, passada a semana, guardava para dar lugar a outro.
ResponderEliminarEstava, hoje, em limpezas, entre livros, mil e uma folhas e coisas do género, quando encontrei um poema seu, que me fez particular companhia de 20 a 26 de Abril de 2009. Curioso, no mínimo.
Beijinhos! :)
Ah!! Já andei a pesquisar umas coisas simpáticas para a sondagem/estudo. Depois falaremos sobre isso!
ResponderEliminarBeijos.
cristina, é mesmo verdade? e se não for pedir demasiado, poderás dizer-me qual era o poema? ainda do a-simetria das formas, ou do blogue [a ser do blogue, do circum-viagem, por certo].
ResponderEliminarolha, esse ritual poético é de uma sensibilidade extrema. em tempos fiz algo de semelhante: fotocopiava e recortava os poemas que sentia (des)escreverem-me [eugénio, sophia, espanca, garrett, al berto, herberto helder...]. mas jamais ousei expô-los; guardava-os como segredos meus. curiosamente, já não sei por onde andam :)
então, tens aproveitado as férias para, entre outras coisas, pensar no despertar nº 64? xi, tens andado a fazer mais do que o próprio director da publicação, hehehe! estou ansioso por escutar-te :)
beijinho e uma óptima páscoa!
É mesmo verdade, é, Jorge! :) O poema é o “Plurali(uni)dade” e está, curiosamente, entre um de Cesariny e outro de Eugénio de Andrade! Bem acompanhado, portanto. :)
ResponderEliminarQuanto à pesquisa, trata-se de uns estudos relativamente recentes, que poderão ser úteis, mas que, confesso!, ainda não li atentamente. Espero fazê-lo, entretanto.
Beijinho e boa Páscoa!
recordo-me bem desse plurali(uni)dade :)
ResponderEliminarpobres eugénio e cesariny; tanta e tão boa gente de quem se poderiam vir a rodear (hehe).
fico a aguardar veredictos sobre o texto que arranjaste, jornalista-amiga!
beijos e uma óptima páscoa!
Tenho a dizer que, até então, nem o Cesariny nem o Eugénio se queixaram! :)
ResponderEliminarA propósito, há mesmo olhares poderosos!... Sem dúvida. :)
«Bastará
De ti
Um olhar
Para que todo eu renasça
Não em sonho…
Mas na certeza de te Amar!»
Beijo.
cristina,
ResponderEliminarhá já tanto tempo que não vestia essas palavras... sabes que tenho a escrita desse livro como qualquer coisa de muito balizado no tempo e que sinto tão distante, já, do que escrevo agora... mas cada uma das suas palavras tem um sentido vivido e que jamais em mim morrerá. creio bem ser essa a essência da poesia.
beijinho, querida amiga-poeta-jornalista :)
p.s. não me digas que fizeste uma auscultação de opinião ao cesariny e ao eugénio para chegares a essas conclusões... :)
Jornalista que se preze faz uma investigação séria… Portanto, face ao que me escreveu, e de modo a respeitar o princípio do contraditório [aprendi bem a lição!! :)], auscultei o Cesariny e o Eugénio, que negaram estar mal acompanhados. Dois contra um!!...
ResponderEliminarParece-me que vão, por isso, continuar a rodeá-lo… :) Algum problema?...
A propósito do poema, todo o homem é memória!... Não foi o que me disse? :)
Beijos!
PS: Para quando um novo livro?...
rendo-me à argumentação jornalística! vejo que te preparaste a fundo; é que se torna impossível contestar uma consulta de opinião epistemologicamente credível, por certo [qual foi o instrumento utilizado? inquérito? entrevista? bola-de-cristal? :)].
ResponderEliminarsobre sermos memória [mesmo que tantas vezes amaldiçoando-a]: tenho de ter cuidado com as palavras que profiro; vejo que tens uma base de dados actualizada e que, como boa jornalista que és, a invocas nos momentos oportunos :); nada a contra-argumentar, por isso, e de novo :)
quanto ao livro... tenho planos, mas com data incerta [até porque têm diversos rostos - já pensei numa colectânea ligada à produção do circum-viagem; já equacionei (e equaciono) uma só com etiquetas; pondero uma escolha mais abrangente, em termos cronológicos, com títulos agregadores...]. confidencio-te uma coisa: não sei se sou capaz de fazer a selecção; creio que venho adiando as decisões por não querer fazer esse exercício. é-me tão difícil... tenho de arranjar alguém que me ajude nessa árdua tarefa. acaso, para além de jornalista, não és também editora de poesia? :)
beijinho, cristina-amiga!
Aluno(a) que se preze não deixa ficar mal quem o(a) ensinou… ;)) [Vá… Pode rir… :)] Ah! Bola-de-cristal?... Não se usa disso em Jornalismo… Só metodologias sérias! Fiz-lhes, portanto, uma breve entrevista e eles foram bastante receptivos. E, lá está!, eles são fontes bastante credíveis. :)
ResponderEliminarOra bem… Não sou editora de poesia… É uma pena, eu sei. Eheh. Se editar reportagens e entrevistas dá imenso trabalho, nem quero imaginar seleccionar poemas… Se bem que há um poema que gosto particularmente, como bem sabe. :) Mas pense lá nisso e depois dê novidades. Vale?
Beijo!
penso, sim, querida-amiga-jornalista-de-metodologias-epistemologicamente-mais-que-comprovadas-e-relutante-aos-encantos-científicos-da-bola-de-cristal,
ResponderEliminarvou pensar seriamente no assunto, constituir um corpus e propor a publicação. tu tratas da notícia nos media, certo? :)
beijinho!
Ora bem... Se se tratar de um livro/evento que vá de encontro aos critérios de noticiabilidade [coisa séria, como tudo no Jornalismo! :)] e, mais importante!, se eu tiver direito a um exemplar do livro [ai a ética profissional!...], trato dessa divulgação, sim! :)
ResponderEliminarA propósito, já fui chamada de muitas formas, mas "querida-amiga-jornalista-de-metodologias-epistemologicamente-mais-que-comprovadas-e-relutante-aos-encantos-científicos-da-bola-de-cristal" é algo de profundamente fofo! :))
Beijinhos, Jorge!... Um bom dia para si...
hihihi!
ResponderEliminarse houver livro, um exemplar será, obviamente, teu. por razões que não se prendem [necessariamente] com lógicas de noticiabilidade :)
beijos, amiga!
Vai haver... Estou certa disso! :)
ResponderEliminarE está combinado!
Beijinho!