terça-feira, 25 de janeiro de 2011

morfina

                                           braga [pormenor]

já não sei quantas vezes
me escorreu dos dedos a tua morte.
ficava imóvel a olhar as mãos como se
em cada linha exangue adormecesse o perdão.
sei lá se deves acreditar…
os poetas vendem sempre os sonhos
que plantaram do lado de fora do coração,

mesmo que com o estore fechado.
deixa que a agulha rasgue a pele,
penetre as veias emaranhadas
jorre o sangue em golfadas
de gozo, de luxúria
até que o corpo arda em orgasmos
e se tolde a imagem em negro.

o fósforo risca a noite e acende o rosto.
tem cara feia, mau hálito e não toma banho.
falta-lhe ser homem,
aguçar o sexo
gastar a saliva na pele olorosa
onde a primavera esconde os segredos
que jasão julgou serem de ouro
[qual quê? apenas gemidos em prosa perdida].
é um poeta. um semi-homem. uma ave quase-louca.

já não sei o que te dizer
parece que todas as palavras arderam.
gastou-se a imagem em bancos de nevoeiro
e o farol queda-se em silêncio
[malditas âncoras, malditas
enrolam-se em sargaço
que vem apodrecer na praia
e o sal não te marca mais o corpo].
bocejam os poetas, esquecidos nos escolhos.

a loucura é a única certeza dos amantes.
o amor é a derradeira mentira dos poetas.

laura alberto & jorge pimenta

the legendary tiger man, naked blues

63 comentários:

  1. Jorge, suas parcerias poéticas lembram o voo de pássaros, tal o sincronismo, a beleza do dois-uno. Mas não é algo que eu estranhe, pois sua escuta é profunda, vê-se pelos comentários em diversos blogues, uma escuta atenta e sensível. Taí o resultado: uma beleza de poema. Íntegro. Uno, embora tão plural no olhar. Parabéns a ambos, Laurinha e Jorge.
    Beijos,

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  2. "a lou cura os amantes"
    para seu gáudio [ou gládio?].
    beijos, andressa!

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  3. Jorge Querido!

    Simplesmente lindo demais sua parceria com Laura!

    Amo essa linguagem "quase" agressiva e tão poética que vc usa... e exagerou dela nessa poesia para sempre ancorada na minha memória e no meu sentir!

    Beijo e muito beijos!

    Saudade grande de ti!

    Com amor
    Sil

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  4. sou pequena perante ti,
    um pequeno grão de pó que levas nas asas
    é um prazer escrever contigo, porque acabas sempre por ser o meu professor
    aos teus pés, sou pequena
    Beijos
    Laura

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  5. "os segredos dos loucos ficam com seus sentimentos... os segredos dos loucos nem são tão mistriosos assim... eles gritam pelos póros e bocas que sorriem até dormindo".

    bjs meus

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  6. Jorge, meu amigo, grande poeta!
    O fósforo risca a noite e acende o rosto.
    Lembrou-me um certo fósforo frio .
    Ah, quanta poesia , aí desse lado do oceano!
    Digo sempre: você e Laura, de mãos dadas, meu Deus!
    Demais!
    Parabéns aos dois.

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  7. Magnífico dueto Jorge e Laurinha.
    Os poetam não ousam vender...os poetas dão os sonhos a quem os quiser agarrar...
    Só é preciso ler...adorei o final


    a loucura é a única certeza dos amantes.
    o amor é a derradeira mentira dos poetas.

    Beijos aos dois poetas com carinho

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  8. Jorge e Laura,
    entorpecida pela morfina entremeada nos versos..
    de ardor ,de sensualidade.. completada pelo forte e intenso vídeo..
    bravo aos dois!..
    um beijo carinhoso..

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  9. Já não é a primeira vez, Jorgito, que nossas penas se alinham e agora em triade, pois quem sabe, os Deuses da poesias, não andam suspirando em nossos olhos o msm vento? Eu gosto e mt !
    Maravilha, a morfina que alivia os pensamentos.
    Bjs com os melhores ventos, nos olhos do poeta.

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  10. sargaço, fóforo, âncora... três das palavras mais belas que conheço, jorgíssimo...
    ainda as usarei num texto meu que terá ainda avelã, caramelo e âmbar.

    você, garimpador e garimpeiro...
    você, costurador de sentimentos e palavras.

    abraço-te.

    r.

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  11. Lembrei-me de Inês Pedrosa:

    "Como eu mato a tua morte?" (Fazes-me falta)

    http://vemcaluisa.blogspot.com/

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  12. Que venha a loucura e o amor...Dos amantes e dos poetas...Adorei sua visita...

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  13. ah, tava me esquecendo...
    divida os afagos com laura alberto...

    abração,
    r.

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  14. Poema tão marcante só poderia ter um desfecho sublime assim:

    "a loucura é a única certeza dos amantes.
    o amor é a derradeira mentira dos poetas"

    Amei!

    Brilhante parceria entre Jorge e Laura!

    Beijinhos...

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  15. essa parceria me fez lembrar de uma canção de Zé Ramalho da Paraíba:

    Parceria é par, é divisão irmã
    É mais que dois colóquios, incestos ou manhãs
    É mais que dois abraços em pedras esculpidas
    Estranhos confidentes ou feras escondidas
    Me dá tua palavra, que eu dou-te minhas mãos
    A espera transitória, efêmera paixão
    Um trâmite no espelho, virou-se mais que antigo
    E a imagem do desejo é a força que persigo
    E os mares dormirão espectros também
    E os últimos varões deixaram-se morder
    A última quimera, diáfanos irmãos
    A fonte nos espera, o ninho das canções
    A fome dos poetas, deixemos as prisões
    A saciar a sede nos cristais da criação


    abraço e beijo

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  16. Desde o primeiro voo que fiz
    pelas asas de vocês (Jorge Pimenta
    Laura Alberto) um segredo desvendei:
    a vertigem é doce, insana e eterna.

    Abraço e beijo
    os dois corações.

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  17. Adoro essa parceria...

    vocês alçam voos rasos... de modo que, os que estejam em terra, possam observá-los e acompanhá-los caso se reconheçam nesse voar...

    Supremo e humilde ao mesmo tempo...

    Beijinho de Luz, Jorge alado...

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  18. As imagens gastas se reafirmam em palavras, e gastas estas, só o que se inscreve por dentro para aguentar as lembranças fotográficas.

    Abraços!

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  19. taninha,
    ora aí está uma arte de que não desdenharia: a do voo. sonhei ser mercúrio, quis ser pássaro, mas acabei sendo... homem, apenas homem, de condição frágil, incompleta e finita (no dizer dos poetas barrocos, batel de rumo incerto que navega rumo à sua inexorabilidade).
    dos sentidos, procuro apenas não tropeçar (tantas e tamanhas são as alegorias que nos impõem, apontando escaladas e quedas do im.possível).
    de voos e de asas resta-me a poesia (a dos outros, a que aprecio e a que ensina o trilho dos pássaros; que a minha é apenas brisa anónima que não arrefece as manhãs estivais).
    um beijinho!

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  20. silene,
    gostei particularmente do adjectivo que usaste para pintar a linguagem deste poema: (quase) "agressiva". pois, nem ela convence algumas partes de mim a sorrir, a acenar e a partir sem mais regressos...
    beijinho!

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  21. laurinha,
    a modéstia tem de conhecer os seus próprios limites, caso contrário torna-se anedota. não deixei de esboçar um sorriso quando li o teu comentário. e não era para menos, brincalhona, hehe!
    um beijo com admiração infinita pela cor dessa tua tinta!

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  22. os segredos dos loucos são... a sua própria loucura. encontrá-los na diferença que diariamente se lhes impõe é o desafio maior. os poetas e os amantes que o digam...
    beijinho, fernand's!

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  23. zelita,
    esse fósforo frio dava um poema, hein? :)
    será que ele se recorda que também um dia foi luz, chama, calor e combustão (ainda que na sua breve eternidade?)
    beijinho com carinho!

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  24. rosa-branca,
    a mão que anuncia o mar à esquina da incerteza, mas que perde o olhar nas copas do pinhal, jamais tendo visto ou sabido se o oceano está mesmo do lado de lá, vende ilusões. quem ousaria comprá-las? [eu]:)
    beijinho grande!

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  25. ingrid,
    obrigado a duas vozes.
    não conhecia o vídeo, mas encaixa no perfil da banda - alternativo, valorizando os detalhes sobre o imediatamente captável em sentido colectivo. ao que parece, o tiger man também é realizador (disse-mo a laura que é fã da banda, tendo mesmo assistido a uma actuação sua no coliseu do porto, na semana passada). confesso que tenho de estar na "right mood" para a saber degustar :)
    beijos renovados!

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  26. querida ira,
    as mãos alinhadas costuram o vento. na sua voz todos os poetas são alimento, todo o poema é fome.
    reitero o tom do meu comentário na última das tuas faces: "do céu aos infernos na boca trémula do poema. o poeta? apenas homem, que como todos os homens há-de cair."
    beijos com admiração imensa!

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  27. primeiríssimo amigo,
    fósforo, sargaço e âncora são três palavras que costuram o linho da terra à espuma do mar. se, entre pontes, lhes juntarmos avelã, caramelo e âmbar, temos a doçura que estava a faltar: o homem e seus devaneios tão imprescindivelmente açucarados . diz-me, pois, se justaposição dos termos não será, já, o poema que estava por escrever?
    um abracílimo!
    p.s. a laura ligou-me dizendo que tinha umas contas a ajustar contigo. depois entrou o teu segundo comentário e lá serenou (hehehe) - brincadeira :)

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  28. que venha, pois. sabe-la-emos esperar!
    um abraço, carla!

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  29. vanessa,
    quem escreve "fazes-me falta" não estará em condições de responder à pergunta "como eu mato a tua morte?", verdade?
    beijos!

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  30. lívia,
    obrigado pelo carinho das tuas palavras.
    beijos!

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  31. assis,
    depois de ler o zé ramalho que nos deixaste aqui digo-te que até tremo só de pensar na próxima vez que me atreva a escrever a duas mãos; afinal, a responsabilidade é infinita :)
    belo texto aqui nos deixas, caro amigo-poeta! obrigado!
    um abraço!

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  32. domingos,
    camarada-poeta-amigo,
    a única vertigem é ler-te e não poder comentar. que se passa com o teu blogue que, das últimas vezes que o visitei, não me permitia aceder à área dos comentários?
    grande abraço ainda com os membros trémulos da generosidade das tuas palavras!

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  33. aninha-de-luz,
    dizia há instantes que quisera eu voar... jamais tive asas e os braços, apesar de longos, entretêm-se em voltear esterilmente em torno de letras que almas imensas como a tua consideram voo. talvez um dia as árvores me cresçam nos dedos e, espiando os ninhos, aprenda com os pássaros.
    um beijinho com luz!

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  34. larinha,
    não quis esquecer. e recordei. é assim que as imagens baças, as palavras rotas e todo o mapa fotográfico se fazem genoma em nós: de dentro para fora!
    beijinho!

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  35. Olá Grande Jorge!!
    " A loucura é a única certeza dos amantes."
    "O amor é a derradeira mentira dos poetas."

    Essas frases acima é verdadeira morfina para a vida!!
    Assim penso...
    Parabenizo à você e a Laura Alberto!
    Adorei o texto!!
    beijos na Alma

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  36. querida lidi,
    há momentos em que os termos desta equação me parecem fazer sentido. outros há em que os recombinava ou alterava. na loucura, na poesia e no amor nunca sabemos quais as chaves (se as houver) definitivas.
    obrigado pelo carinho.
    beijos!

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  37. ...entro aqui pé-ante-pé, e fico
    deliciando-me com suas parcerias,
    os comentários dos amigos, a sua
    réplica sempre tão carinhosa,
    e penso:

    meu Deus como é rica e diversa
    esta blogosfera que a tantos
    seduz!!!

    beijos desde um Brasil com
    sol abrasador!!

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  38. ... não sei como me explicar das vezes que aqui passo e saio muda...
    muda mas não silenciosa, porque os tremores me fazem trocar os pés e tropeçar...
    não sei se é do frio no estômago ou se é febre de loucura...
    sei que o som dessas cordas me arrasa
    e essa agulha a enterrar na minha veia é violência/fina/doce, é vício/sangue...
    e esse poetar é de endoidecer qualquer humano, que engole a timidez para não dizer...
    "e a loucura é a única certeza dos amantes" e dos poetas também...
    FABULOSO!!!
    beijo e abraço, Laura e Jorge
    SIMPLESMENTE FABULOSOS!!!

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  39. Jorge,

    Fui enrolando-me nas vossas palavras ”que plantaram [sonhos] do lado de [dentro] do coração”. Senti-me fora do corpo num olhar imóvel pelas linhas da sua pele. Procurei-lhe o significado dos seus segredos e olharam-me as palavras mais loucas que ardiam e logo sumiam em “bancos de nevoeiro”. Segui-as. Deparei-me com o rosto de uma praia esquecida, por vezes, onde vivem os poetas ancorados ao amor… Verdade ou mentira? “já não sei que te dizer”… dizem que de vez em quando ainda se ouvem os “gemidos em prosa perdida” loucamente emergidos em primaveras que salivam orgasmos de aromas em flor…
    O que acabei de ler é a (lou)cura de quem tantas vezes "morre" e "renasce" na poesia...

    Parabéns!

    Beijos! Acompanhados de um especial agradecimento pelas palavras que carinhosamente utilizas na resposta aos meus comentários! :)

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  40. Seria possível
    amor sem morte
    e morte sem dor?

    abraços...

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  41. inteiramente de acordo, querida vivian. a blogosfera pode ser um factor de união. e como fico grato por tantos dos nossos passos se terem cruzado.
    um beijinho desde este minho gelado!

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  42. amiga-dos-encantos,
    são infinitas as possibilidades de definição de poeta e de poesia, nenhuma definitiva ou derradeira. curiosamente, e lendo o teu cometário, questiono-me acerca destas questões e da sua relevância e prioridade. na verdade, mais do que definições alinhadas e portáteis, importa situar a questão no plano dos efeitos da escrita poética em quem a procura, seja com que finalidade for. atrever-me-ia a dizer que estou perante uma das mais arrepiantes descrições desta matéria. reli, transcrevi e guardei na caixinha dos sorrisos mais translúcidos deste blogue.
    um beijinho encantado!

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  43. ah, a janela... apenas um detalhe para onde convergem as ervas espontâneas e os resíduos urbanos nesta minha cidade...
    beijos!

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  44. querida jb,
    haverá doçura e carinho maiores do que aqueles que deixas escorrer dos dedos sempre que por aqui passas para, gentilmente, deixares a tua marca? de resto, aquilo que há instantes dizia acerca do comentário da amiga dos outros-encantos é perfeitamente enquadrável naquilo que senti a propósito do teu comentário: explicitas os efeitos da poesia em ti com... a mais fina poesia.
    um beijinho!

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  45. será possível a vida sem amor, dor e morte?...
    um abraço, júlia e vinícius!

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  46. Meu amigo poeta, que divino este seu poetar! Amei cada verso, cada estrofe desse seu poema, mas a última estrofe foi arrebatadora! Perfeito!

    Grande beijo! E minha admiração, sempre! :)

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  47. amiga dos silêncios,
    é o texto em que se anuncia que por vezes temos de saber morrer para poder voltar a viver. disse-o há tempos a alguém; já não me lembrava das palavras exactas, mas hoje elas ressoaram de novo na minha cabeça.
    um abraço!

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  48. " mais uma dose, é claro que eu estou afim, a noite nunca tem fim: por que a gente é assim? "

    parceria bem afinada, contemplo.

    beijos cristais.

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  49. Meu querido Poeta

    Uma parceria fabulosa...ficou na minha garganta um grito...nos meus dedos um aplauso...e nos meus olhos encantamento...e no meu coração estas palavras:

    "a loucura é a única certeza dos amantes.
    o amor é a derradeira mentira dos poetas"

    E o vazio é a morte das palavras...e tu estás cheio...pleno...e admiro-te.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  50. Meu querido poeta
    Tudo aqui é tao completo e glamouroso.
    Gostoso estar aqui.
    Com carinho
    Fátima

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  51. realmente essa parceria deu gosto de ver, as palavras cheias de vivacidade repercutem nessa paixão pela escrita, nessa mentira bem contada dos amantes, loucos de poesia, cheios de gozo no olhar.

    Beijos ao Jorge e Laura, concordo que essa poesia brilha e é digna de ser publicada, oks?

    Abraço

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  52. Durmo...E se durmo...E quando durmo...E se não durmo...É as custas dela.
    Prefiro o teu poema,onde tão bem foi subliminarmente descrita...Ou não(?)
    Porém,o efeito das palavras em mim é o que viciou-me,vicia-me e viciarar-me mais a cada dia...Assim é a poesia,trêmula a busco e sem dor.
    É sempre um prazer encontrá-la!

    Bons Dias!

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  53. amiga de cris.tal,
    a morfina da poesia jamais nos amofina, verdade?
    beijos emparceirados!

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  54. amiga-do/e-sonho,
    quantas vezes as palavras inteiras mais não são do que a verdadeira (derradeira) morfina com que estancamos os seus referentes interiores?...
    obrigado pelo carinho da tua sempre especial visita.
    beijinho sem palavras!

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  55. fátima,
    que bom voltar a ter-te por aqui. por vezes, nestas nossas viagens, perdemos lugares, rostos e traços, mas a sua circularidade sempre nos adverte para a falácia da ausência; é apenas estado transitório.
    beijinho!

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  56. luíza,
    é a mentira que nos faz perceber onde se esconde a genuína verdade [sem pleonasmo :)]. e, nessa perspectiva, nenhum barómetro o consegue tão bem como a mão de tinta com que [re]escrevemos as suas linhas de pele.
    um beijinho com um agradecimento muito especial pelo estímulo!

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  57. querida dica,
    paracetamol para as dores de cabeça.
    alcool para os tecidos infectados.
    água oxigenada para a pele rasgada.
    nimesulide para as inflamações...
    morfina e poesia para todos eles :)
    beijinho!

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  58. Jorge e Laura,

    parabéns, aqui, ia soar tão pequeno!!!

    Veio-me à cabeça uma citação de Pablo Neruda:
    "Escrever é fácil: começas com uma letra maiúscula (se bem que aqui vocês iniciaram com uma minúscula..hehe) e terminas com um ponto final. No meio colocas as idéias."

    Como vocês souberam fazer bem esse "recheio"!!!

    Beijos de admiração (e invejinha boa)

    Cid@

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  59. Saudações Jorge,
    moço, às vezes acho tão difícil comentar certos escritos, como este que você e Laura fizeram.
    Então, dou os parabéns pela composição de vocês, fazer junto tem outros sabores bem saborosos.
    A janela, é só ter uma greta que o verde brota, e com uma janela aberta nem se fala
    abraços a você

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  60. amiga cid@,
    somos, a laura e eu, uns reaccionários da formalidade, hihihi.
    as maiúsculas são a expressão de uma hierarquização textual tributada à forma e que se pretende, a existir, apenas no conteúdo. enfim, quase-manias, verdade? [hehehe]
    beijos, amig@!

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  61. amiga vais,
    é justamente isso. a vegetação [mesmo que daninha] sempre rasga o ventre da terra impondo-se-nos numa agonia que nem sempre entendemos. a nossa marca fotográfica? a metáfora da tampa de refrigerante que semeámos na janela...
    um beijo!

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