– Tu, quando estás comigo és surrealista.
– Surrealista, simbolista, decadentista… Chovem os sufixos gramaticais, mas esconde-se a matriz semântica.
– Tu, quando estás comigo és surrealista, até porque o papel é permeável a toda a chuva.
– Continuo sem gabardina para resistir à enxurrada, sabes? Até porque as etiquetas sempre me confundiram e a poesia é impermeável. Tu e o teu surrealismo ajudam a entender (me)?...
– Deixa lá, a pele é permeável a toda a chuva. Afinal, o que é o sangue sem a água, a água sem o sangue, o real sem o surreal?
– Às vezes pergunto-me sobre o que está mais próximo de nós: o real ou a sua caricatura – pomposamente etiquetada de surreal? Ei, passas-me o espelho? Não consigo respirar…
– Não encontro o interruptor. [Cegueira total].
– E a pele? A impermeável pele, terá desaprendido de tactear, de alumiar?...
– Deixa-a de molho. Quem sabe encontra os ossos que vestir. Olha, parti o espelho. Crás!
– Oh, e agora? Preciso do vidro. Sabes, é que eu temo a água e o seu reflexo; foi-me dito que derrete os olhos. Já não sei o que é pior: asfixiar ou deixar de ver…
– Destapa o frasco. Bebe o veneno.
[A cortina corre, a luz apaga-se, os aplausos escondem-se no interior das algibeiras. A humilhação é o granizo que lava, hoje, o palco].
[Laura Alberto & Jorge Pimenta]
– Queria oferecer-te o que não tenho – o lobo e o cordeiro cabem na mesma veia. Achas que o ar que nos falta é o segredo que os junta?
– Toma. Gostas?
É a panela mais silenciosa que encontrei.
– Deixa-me simplesmente fic-ar.
[E a nossa vida enche-se com tudo aquilo que não nos cabe].
[Laura Alberto & Jorge Pimenta]
mão morta, tiago capitão
eu sou, quando leio voces dois, puro espanto
ResponderEliminarabraço e beijo
A impermeabilidade da pele que papel verte versos que sangram a pura sur-realidade..
ResponderEliminarmaravilhoso!..
beijo aos dois, divinos e abençoados..
Diálogo a panos suspensos... o público há de aplaudir...
ResponderEliminarBeijinho de novo!
eu, quando estou contigo, sou EU!
ResponderEliminarBeijo
Laura
ingrid, amiga,
ResponderEliminarsabes, o que a laura diz é mesmo verdade: junto a ela até o ar transpira surrealidade :)
beijinho!
sempre terna esta querida aninha-de-luz.
ResponderEliminarbeijos!
assis,
ResponderEliminaro josé gomes ferreira, em "as aventuras de joão sem medo", diz que a única coisa que não quer perder é a capacidade de se espantar.
obrigado, amigo!
Surrealista adotei-me de encarar como quase tudo surreal, evito sofrimentos!
ResponderEliminarLindo texto
Mudei de link
http://www.escrivaninhadamichellecristal.blogspot.com/
há coisas que não mudam, amiga laura!
ResponderEliminarum abraço!
michelle, estou a ir para lá :)
ResponderEliminarum beijo!
Jorgito, meu poeta,
ResponderEliminarComo dizem os cariocas: Que pão de acúcar! Viagem de êxtase, cadência de dois.
Bjossssssssssssssss
Oi Jorge (poeta) Pimenta! :)
ResponderEliminarNada a ver, mas esse jogo poético, entre você e a Laura, lembrou-me quando viajáva-mos com os filhos para o Natal na casa dos avós, os joguinhos que fazía-mos no carro, para que os meninos não se entediassem (afinal, eram mais de sete horas de viagem).
Um qualquer, dizia uma frase, e os próximos iam completando até que se formasse uma história.
Às vezes, saiam coisas hilárias, e ríamos demais. Velhos tempos!...
Por falar em Natal, de uma passadinha no mosaicos, pois postei algumas fotos do local onde passamos o último Natal, e acho que você vai gostar.
Abração
Cid@
Olá! Senti-me como um ''sapo cozido'! Devora devora e esquece-se do tempo. A fornalha devora a atenção... Gosto em ler-te e ler-vos (quem acompanha-te nas lides literárias, as tais duas mãos e não mão morta...;-))) ).
ResponderEliminarbom ano!!