perdi, um dia, o mar a gemer sob as aves
mas ainda recordo o brado do promontório.
não sei porquê,
desdenho de todo o âmbar da memória
mas temo a urgência do olvido.
os seus olhos de sal
e as unhas de pedra
onde se espreguiçam o vento e o tempo
fizeram falésia no meu peito;
investem com frémito conta a pele
decapitando os caminhos que percorri
e assombrando os que não ousei pisar.
hoje, são os atalhos além da maré
que soletram o meu nome.
terei ido a tempo de assistir ao parto das árvores
que sabem germinar flores e frutos
no silêncio do mar?
hoje, em tudo creio.
[apenas duvido da viagem].
evanthia reboustica, the railway station
[tema do filme a touch of spice, realizado por tassos boulmetis]
nota: a touch of spice ["politiki kouzina"] é uma pélícula grega, com a assinatura de tassos boulmetis (2003), que toca a ligação secular (sempre tensa, no mínimo) entre as culturas grega e turca. fanis, um jovem grego, aprende com o avô, cozinheiro de profissão em istambul, que, tal como a comida, também a vida deve ser bem condimentada. acaba, ele próprio, por se tornar cozinheiro e seguir a sua vida. mais de 30 anos volvidos, fanis regressa às origens, onde reencontra o avô e o amor da sua vida; nesta confrontação com o tempo e consigo mesmo, acaba por chegar a uma conclusão: esquecera-se de temperar a sua vida.
a banda sonora tem a assinatura de evanthia reboustika. recupera a mais fina tradição bizantina na sonoridade e na delicadeza sofrida da voz. é impossível resistir-lhe.
agradeço à minha querida amiga eleni ter-me ajudado/ajudar-me a compreender um universo cultural que apenas tocara através dos canais informativos e pelos compêndios de história.
agradeço à minha querida amiga eleni ter-me ajudado/ajudar-me a compreender um universo cultural que apenas tocara através dos canais informativos e pelos compêndios de história.
um beijo, eleni!
evanthia reboustica, allspice
[tema do filme a touch of spice, realizado por tassos boulmetis]
E os seus olhos de mar, que tragavam.
ResponderEliminarRemeteu-me a Capitu, e seus olhos de ressaca. Escrevi há tempos sobre. Vou colar aqui - mandaria por e-mail, mas não tenho seu e-mail.
"E o que são os olhos de ressaca de Capitu? A tormenta, o que atormenta Bentinho, que é incapaz de dizer o que o estonteava e tonteava. Até a queda. “Se me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo” (Dom Casmurro).
Em Dom Casmurro dá-se o ato da traição quando o outro faz falta e abandona. E essa falta, que é só nossa, traz ares de ressaca. E o desencontro. Pois qualquer direção que ele pudesse tomar, jamais a encontraria."
Li "Perfume", sim.
Beijo.
vanessa,
ResponderEliminarli machado de assis há muitos anos, na altura em que estudei eça de queirós, no ensino secundário, primeiro, e na universidade, depois. são autores intemporais, porque conhecem o homem e os seus comportamentos acima de qualquer contexto social ou histórico. essa é a receita da eternidade, verdade?
um abraço!
caro joel,
ResponderEliminarpois, tenho a certeza de que quando há sal na medida certa, não só as colheres aparecerão; podes também esperar os garfos e as facas.
um abraço!
Amigo querido, que magnífico o seu poema! E os vídeos... tudo! Em perfeita harmonia com a beleza do seu poetar! :)
ResponderEliminarEu sempre saio daqui melhor do que entrei. Obrigada por isso, por me permitir crescer poeticamente e culturalmente lendo vc. :)
Beijinho
amiga dos silêncios e minha amiga,
ResponderEliminarhá blogues que não são palavras mas a própria vida - o teu.
há pessoas que rapidamente se vestem de poema - tu.
obrigado!
um beijo!
você cria imagens que nem zeus duvida!
ResponderEliminarsua lira enriquece meus dias...
beijo, precioso!
e a tua lira, então, querida amiga? é o trem que a tantos guia poeticamente...
ResponderEliminarbeijos com pimenta!
p.s. zeus? acho que nunca fez a 4ª classe e suspeito mesmo que não saiba ler. :)
beijos renovados!
Olá Jorge,
ResponderEliminarPerfume de mar?
(não resisto)... Saudade!
Bjs dos Alpes
Jorge,
ResponderEliminarhipnotizada pelas músicas que me levam a ler e reler teus versos enquanto elas durarem..
uma maré que verseja idas e vindas, e a cada releitura sensações únicas..
(ouvi as duas juntas inclusive, e me causaram bela sensação)
beijos querido poeta... perfumados!
Lembrei-me dos delírios de Bentinho em Dom Casmurro de Machado de Assis...principalmente em...
ResponderEliminar"os seus olhos de sal
e as unhas de pedra
onde se espreguiçam o vento e o tempo
fizeram falésia no meu peito;
investem com frémito conta a pele
decapitando os caminhos que percorri
e assombrando os que não ousei pisar."
beijinho de Luz, alado amigo poeta...
p.s. tu ririas do meu jeito de ler-te...
:)
Jorge. A velocidade do apalavrar como Fênix reconstroi o dicionário, que de gerações a forjar o amor no aço do rancor, com pequenez véu de contemplação entre a redenção, faz o oceano a gemer sob as asas. Há sempre uma ausência que se instala e de tão precisa clarea a pele - o prisioneiro, descobre-se? [Re]descobre-se no brêu uma constelação, e de notas faz a casa reflorir o que desapercebido no tempo o rensacer da alquimia. Pássaro ferido é paraíso no que quis sair de si pelo preto e branco que deixara de estrelar em pena. Na poética adormecida, quando o frio vem aquecer o coração na memória, com a noite se faz nascer a esplêndida emoção. Das linhas o tapete vermelho abortado, com olhos molhados em regar revelado passarinhar e jogar as iscas do transpor as leis face a face as grades que se desfazem com sopro. A música que reativa a dor perfeita ante o imperfeito ego mortal fortemente nas pétalas, que de perfume da escrita trovão, relâmpago e raios, com sinais remodelando o alfabeto por uma borboleta na parede que fala o porvir, e dos vôos denuncia a página do adeus, no selado maduro. Dos livros não entendidos, o sol rascunhando num chamado azulado e que reescreve oscular desvinculado do sistema.
ResponderEliminarAbraços
Priscila Cáliga
olá, flor dos alpes,
ResponderEliminarperfumes de mar, mas dos cultivados na montanha :)
um beijinho com maresia!
ingrid, querida,
ResponderEliminarestas duas faixas são apenas dois exemplos de todo um álbum verdadeiramente... condimentado. a não perder, mesmo.
sabes, sou exactamente como tu, na leitura: tudo faz mais sentido se embalado na marulhagem da boa música.
um beijo!
aninha-de-luz,
ResponderEliminarjá a vanessa aqui invocou o dom casmurro. ena, juro que não plagiei :)
pois, qual é o teu jeito quando me lês?! :)
beijos luminosos!
querida priscila,
ResponderEliminarainda arrepiado por esta tua leitura alegórica, onde os sentidos e os seus tidos extrapolam a lógica verbal para se inscreverem, exclusivamente, em alfabetos que elegem os batimentos do peito como maiúsculas mais-que-perfeitas.
é como dizes: o oceano geme sob a pele e a ausência cola-se à superfície da derme. o único ruído que perturba os tons gris da tela são leves e breves, quanse indistintos. talvez uma aranha esfomeada sobre uma borboleta perdida...
a teia? incinerada nas asas coloridas.
as asas? bateram com estrépito e elevaram-se na cinza do céu.
um abraço!
soletro o teu nome, AMIGO, mesmo nos atalhos, mesmo escrito no sal, no suor e nas lágrimas
ResponderEliminarBeijos
Laura
Jorge,
ResponderEliminarhoje fui ladra do teu espaço...
roubei uma pontinha da alma de ti, uma Luz que te envolve e cega
o video fascinante, porque fiquei presa nela e eu não podia ficar aqui, tinha que ir embora, para minha casa
metade de um abraço, não vá que te perca e eu não saiba reencontar o caminho para a viagem.
É fascinante ler-te, mas sobretudo senti-te.
Beijo.
:)
ResponderEliminarbeijos, laurita!
amiga dos encantos,
ResponderEliminaro sentido maior do que aqui se posta é o da partilha. agradeço-te pela vinda e pelo furto (con)sentido :)
outro meio abraço! :)
Eu no momento em que leio ñ soletro o meu nome, mas o nome de alguém, de um alguém que nasceu,vive, e mora em mim.
ResponderEliminarBjossss e obrigada pela visita lá no mundo das letras.
Jorge, da leitura alegórica os enunciados são como os leques que se abrem, e em cada movimento se diz e re-diz com voz através das retinas e, do transportar-me para o recôndito onde o vinho brilha repaginação, recapitulando minhas paredes, no arrancar preciso do hostil [perverso, egoísmo] alojado em meu caráter. E, através desta veia, ser chamada de banhada do sangue pelo verbal comum ao inverbal incomum, com traços das gotas despejadas nas madrugadas longas, quentes e frias ante a cabeceira das borboletas falantes: o oceano geme sob a pele.
ResponderEliminarAbraços
Priscila Cáliga
mais um primor da safra 2011, poeta. fico aqui com o aroma
ResponderEliminargrande abraço
“e não é que a eternidade
ResponderEliminarinscreve o seu nome na queda?” ...sempre bom tombar os olhos por teus escritos, dar uma apimentada no dia passando por aqui, Seô Jorge! 2011 aleluias! Salve Jorge e a Capadócia de letras condimentadas matando o dragão do enfado! Hum.
Sempre é tempo quando temos fome, querido Jorge.
ResponderEliminarA vida bem condimentada desperta nossa experiência afetiva.
"Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundira afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim ‘affetare’, quer dizer ir atrás. O afeto é o movimento da alma em busca do objeto de sua fome. É o eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado" (Rubem Alves)
Um beijo!
giomara,
ResponderEliminarserá essa a diferença entre identidade social e identidade emocional?
um beijo!
são as vozes aspergidas em leque sobre a borboleta que, mesmo com as asas perdidas, teima em querer voar. talvez na pluralidade destas marés enunciativas se consiga tocar a exclusividade das sensações... sob e sobre a pele.
ResponderEliminarum beijinho, priscila!
assis,
ResponderEliminarum abraço e mil e um cheiros! :)
carla, feiticeira do alfabeto,
ResponderEliminartodas as palavras que aqui moram esperam a tua varinha de condão para ressignificarem acima dos sentidos que a mão cansada ousou tributar-lhes. salvé!
um abraço!
p.s. ainda espero as nuvens prometidas :)
"A vida bem condimentada desperta nossa experiência afetiva."
ResponderEliminarlívia,
estou em crer que adorarias o filme de tassos boulmetis. estou seguro de que rubem alves gostou :)
um beijo!
Olá amigo Jorge Pimenta!
ResponderEliminarOs seus textos deixão sempre uma o nosso censo deslumbrado! Muito lindo.
Um bom ano 2011
Abraço
Jorge, de repente, um lírio borrifa visão presente que se restaura o óasis. E na loucura absorvida dos traços soprados sob e sobre a pele, grita-se a escrita do espelho da alma na pesca dos detalhes, e se aponta o lápis de cor sem ter fim como reflexão familiar; dias surgidos das cinzas e de gama gotiladas líricas fronte as asas teimosas às voltas, com mapa labial à porta ante a ação fisiológica.
ResponderEliminarAbraços
Priscila Cáliga
Jorge, hoje, logo ao entrar aqui, me perdi por um momento na imagem... embrenhei nessa neblina, e meu pensamento viajou... coisas da mente...rs
ResponderEliminarDepois, ao ler o poema, fiquei, literalmente, sem palavras!
Só encontro uma:
B E L Í S S I M O!!!
Parabéns, amigo, você sempre nos surpreendendo e se superando. Que bom!
Beijinhos de chocolate com pimenta :)
Cid@
Jorgito, mais um perfume de forte essência, que aos meus sentidos embriagam.
ResponderEliminarAh, a urgência em olvidar! Como se fosse possível apagar os temperos.
Um lindo fds e bjs repletos de codimentos
Jorge Pimenta,
ResponderEliminartu és um poeta estupendo!
Dá-me um abraço,
meu amigo!
tão profunda a solidão da árvore na fotografia, jorgíssimo...
ResponderEliminarviajando pelo poema constato o que já foi constato zilhões de vezes: "viajar é preciso".
viaje, portanto.
a poesia soprará a sua vela.
abraços saturninos,
r.
caro josé,
ResponderEliminarsão cristal as palavras que depões sobre esta mesa. agradeço-te a simpatia.
um abraço!
priscila,
ResponderEliminaro lírio acomete contra a mão lasciva que o desejou, porque um dia o maltratou, arrancando-o da terra à qual havia jurado fidelidade. gemeu, chorou, entregou-se à noite como se o sol passasse a viver apenas sob as chamas de um inferno que sabia aquecer a sua maldição. e o que fizera para o merecer? nada. as suas pétalas de veludo e o pé viçoso encheram-no de garbo; a si, primeiro; à borboleta deambulante e de asas alquímicas, depois; às mãos travessas, por fim... o mapa? perdido algures entre o horizonte e a mão alheia; os pés? sem raízes que o ajudem a caminhar... já nem o espelho ousa tocar. a desventura é a sua derradeira companheira.
um beijinho, querida poeta de estímulos imagéticos infinitos!
amiga cid@,
ResponderEliminarnem imaginas como gosto de chocolate, em geral, e de chocolate com pimenta, em particular :). sou aquilo que pode ser chamado de "guloso incorrigível" :). há, em braga, um pequeno restaurante vegetariano que tem uma tarte com essa combinação na dose perfeita - irresistível, no mínimo!
obrigado pelas tuas palavras sempre sem névoa!
beijos de chocolate (com uma pitadinha de pimenta) :)
querida ira,
ResponderEliminaro olvido é a maior mentira que ousamos impor a nós mesmos. na maior parte das vezes, é meramente figura de retórica, pois para o bem e para o mal, o sal continua a fazer parte da confecção culinária, seja a ementa qual for.
beijos!
p.s. o teu texto que ontem li é de bradar aos céus!!!
domingos, poeta-camarada,
ResponderEliminarcomo se diz em portugal, e num registo bem familiar, "venham daí esses ossos"!
abraço com a amplitude do oceano!
amigo de primeiríssima casta,
ResponderEliminareste berenika tem na objectiva as lentes de uma melancolia serena, doce, que acalenta, não destrói. os acordes pseudo-poéticos que a fotografia me arrancou teriam de ser na mesma linha, obviamente. curiosamente, há, na minha mão, uma espécie de reacção compulsiva que tende a resgatar o mar como figura estética a percorrer a escrita. não sei bem porquê. só que agora, um pouco como na fotografia: com outros elementos a pairar no fundo que cobre o horizonte. e esta árvore com raízes a agarrar-se ao oceano é tudo aquilo que sentia no momento em que escrevi.
um abraço de primeiríssima linha, amigo do peito!
Jorge,
ResponderEliminarNa falésia do peito, onde outrora se cravaram os olhos e as unhas, nascem novos caminhos inscritos com teu nome. Os atalhos são meros descansos onde o silêncio veste as palavras colhidas nas viagens onde germinam jardins e pomares que ousas perfumar. Só assim valem as memórias que nos fazem acreditar e que muitas vezes não queremos olvidar.
É delicioso ler poemas perfumados desta forma!
Beijinhos
jb, perfumada é a tua presença. sempre. com o aroma das palavras e o paladar dos versos, cozinhas sempre caminhos para as inquietações que sobrepassam os poemas. thanks!
ResponderEliminarbeijinhos!
Ah, a nossa vida cheirando ao perfume das coisas que deixamos de fazer, entrando em nossa respiração, e de repente nossos olhos vêem fantasmas de lembranças de coisas que ainda não vivemos...
ResponderEliminarAbraços mil Jorge
janaina,
ResponderEliminarainda a pensar nas tuas coisas "que deixamos de fazer" ou que "ainda não vivemos"... qual é qual?...
um beijinho!
Há tantas coisas que anseio olvidar. Mas o que tu escreves fica gravado, e como é bom ter inscrito em nós maravilhas assim. Lindo!
ResponderEliminarBeijo.
hoje, em tudo creio.
ResponderEliminar[apenas duvido da viagem].
Que força que tem essas palavras...
Muito belo!!!
Nossa, caro poeta...! Que lindo poema...Uma verdadeira obra-prima, um primor!
ResponderEliminar"os seus olhos de sal
e as unhas de pedra
onde se espreguiçam o vento e o tempo
fizeram falésia no meu peito;
investem com frémito conta a pele
decapitando os caminhos que percorri
e assombrando os que não ousei pisar".
Muitas vezes me sinto assim...Estes versos tocaram em cheio o meu coração...
Beijos
...poeta querido,
ResponderEliminarés o sal na medida certa
nesta panela chamada blogsfera,
onde todos os temperos deixam-se
exalar o perfume do encanto!
amei a imagem!!
bj, querido!
larinha,
ResponderEliminarquantas vezes o que se quer olvidar é o que a vida torna imortal...
beijinho!
malu,
ResponderEliminara grande viagem prossegue, sejam quais forem as dúvidas, verdade?
um beijo e um verso para ti!
ana kalil,
ResponderEliminaro teu comentário deixa-me sem reacção. o embaraço percorre-me os dedos :).
obrigado! um beijo!
querida vivian,
ResponderEliminareste poema começou na imagem... inspiradora a objectiva de berenika, verdade?
um abraço!
...poeta querido,
ResponderEliminarsaiba que tenho para contigo,
um enorme respeito diante da
da sabedoria, sensibilidade,
e delicadeza de alma que
se nos apresenta em cada
post!
encantas-me de verdade!
e assim,
receber lá em casa elogios
teus, é para mim mola propulsora
a continuar desnudando-me a alma,
deixando-a livre para voar
nas asas das melhores
sensações!
obrigada, lindo poeta de além mar!
beijos ternos!
Jorge,
ResponderEliminarobrigada pelo carinho, em forma de palavras, deixado no mosaicos.
beijinhos achocolatados :)
Maria Apare[cid@]
Jorge, Jorge, Jorge, meu querido
ResponderEliminarQue lindeza!
Estou muito emocionada e , por isso mesmo, caio naquele lugar comum que gostaria tanto de evitar: não tenho palavras...
Abraço bem apertado, amigo, grande poeta!
querida vivian,
ResponderEliminarnem sempre o tempo é tão generoso quanto desejamos, razão por que vamos actualizando e visitando os blogues na medida das possibilidades. ainda assim, e não obstante esta regularidade irregular, procuro passar por todos os que me são queridos. é o caso da tua "alma nua", onde os textos são vividos sempre de modo muito intenso nos sentidos e na forma. para lá de toda a explosão sensorial e semântica, nota-se um esmero e um cuidado especiais com a mancha gráfica, normalmente alternando verso longo com verso curto, numa voragem que harmoniza os diversos dizeres.
parabéns!
beijos!
querida amiga sempre bem apare-cid@,
ResponderEliminardois anos de existência num blogue é um acontecimento que merece ser celebrado por todos quantos partilham dos teus mosaicos. não poderia deixar de brindar, obviamente. que venham muitos mais :)
beijinho!
zelita, doce amiga e poeta,
ResponderEliminara tua gentileza não é traço único dos teus poemas; é também marca de pessoalidade bem distinta. agradeço-te as palavras sempre generosamente ampliadas pela tua amizade :).
um beijinho!
Olá, Jorge!
ResponderEliminarIndiquei seu espaço para a lista dos "1001 blogs para ler antes de morrer" no Vem cá, Lúisa... me dá tua mão.
bj
ana, a sério? :)
ResponderEliminarconheço bem o blogue da vanessa que visito desde os tempos de "o meu divã é na cozinha"; confesso que não conhecia a rubrica, mas vou espreitar. agradeço-te a distinção. a responsabilidade é maior agora, hein? :)
um beijo com carinho!
Ah, já te disseram tudo, nada sobrou-me a dizer, fico então só sentindo. Mas tu sempre me faze sentir com uma intensidade que quase me funde com teus versos. Parabém sempre, doce poeta!
ResponderEliminarBjo,
È tão doce seu perfume, que tem cheiro de amor faceiro!
ResponderEliminarQue magico texto de um sutil gosto de amor ..
ResponderEliminarbjs
Insana
taninha,
ResponderEliminare como este poema te estava esperando! é que as palavras com que se arrancam os versos só fazem sentido quando se nos colam na pele, verdade?
agradeço-te o carinho que sempre me toca como estímulo maior, crê-me.
beijos!
michelle,
ResponderEliminara poesia é justamente como os perfumes: há-os de que se gosta mais e que ousamos aplicar e há aqueles que não suportamos, razão por que nem na pele do vizinho os toleramos. já o amor... esse é coisa séria e nada faceira...
beijo!
querida insana,
ResponderEliminare como sabe bem esse tal do amor, verdade? invariavelmente, acabámos sempre rendidos aos sentidos :)
beijinho!
Que belo Jorge, a viagem é cheia de dúvidas no caminho, ela própria é duvidosa, mas o que importa é que o verso brota :). Gostei muito do seu espaço aqui de poesia e música.
ResponderEliminarbjs
luíza,
ResponderEliminarestive a reler as tuas palavras aqui, em "regresso" e em "viagem". é incrível como a linguagem poética fez morada na tua voz, mesmo que em singelos comentários. parabéns!
beijos!
O filme é lindo, Jorginho!
ResponderEliminarOs sentidos têm uma memória bem teimosa, não é mesmo?!
Tu acreditas que podemos ter saudade de um perfume que nunca sentimos?
Imaginar como ele seja faz ter certeza da viagem.
Um beijo e um cheiro com o aroma que desejares.
Adorei os aromas...odores...perfumes...pode percorrer as marés...olvidar caminhos percorridos...assombrar os que não percorreu, mas nunca por nunca silenciar esse mar de nostalgia, que traz no peito, que pode ser um sonho desfeito, mas se chama poesia. aDOREI TUDO. bEIJOS COM CARINHO
ResponderEliminarJorge, primeira vez que te leio, e acho que sempre vou pensar em vc como um grande oceano, pelno de memórias e olvidos, de urgências e preguiças....
ResponderEliminargostei muito!
Meu querido
ResponderEliminarHoje passando apenas para te deixar o meu carinho...um beijinho terno...e tinha saudades.
Sonhadora
O tempo, o silêncio, o amor, a morte, a crença, a viagem de nada mais precisamos para nos fazermos homens. A poesia, a música, a religião, a filosofia, a ciência são o que melhor inventámos - ou recebemos - para lhe acedermos, deles nos apropriarmos ou com eles apaziguarmos.
ResponderEliminarBelíssimo poema e lindíssima música, Jorge.
Abraço
tu és pólen e flor num dizer só. as saudades são mesmo isso: devaneios que pousam sobre memórias que nidificam sobre percepções, impressões, anseios e desejos. quantas vezes o perfume é apenas miragem, mas mesmo nessa condição de néctar frágil ele se faz vinho e boca, lábio e beijo, homem e mulher. mas, quando por detrás do oásis efabulado...
ResponderEliminarum beijinho, querida pólen!
rosa branca,
ResponderEliminarcuriosa a tua imagem: a poesia como sonho desfeito. sabes qual a imagem que mais me toca ao definir o poeta? o plantador de sonhos. é justamente sobre esta linha diáfana que distingue o que se almeja do que se perde que nos construímos homens e mulheres, que nos reafirmamos poetas e poesia.
um beijinho grande!
walkiria,
ResponderEliminarobrigado pela visita. creio bem que tens razão no retrato que pintas, mas estou em crer que não deve existir ninguém que, se estende os braços à vida e agarra tudo quanto nela se inscreve, possa ser mero lago de águas adormencidas... antes a inquietação, a turbulência, a indefinição; com os seus caracteres escrevemos a (nossa) vida.
beijos!
amiga dos sonhos,
ResponderEliminarobrigado pelo carinho. confesso que não tenho visitado com a frequência que desejo todos quantos partilham comigo o seu universo poético (e tantas vezes pessoal poetizado), mas os afazeres não mo têm permitido. prometo-me uma viagem pela tua/nossa "rosa" para breve.
um beijinho!
é justamente essa a matriz de todo o edifício humano, caro amigo jad. difícil, por vezes, é entender as suas fundações. haja sempre a arte e a filosofia para nos ajudar a ir além do óbviamente falacioso.
ResponderEliminarum abraço imenso!
há muito já não creio mais em tudo.
ResponderEliminarmelhor assim.
um 2011 fabuloso pra ti.,
bjs meus
"a desilusão nidifica em árvores tão estranhas" - ainda assim, acredito que 2011 nos possa sorrir, fernand's.
ResponderEliminarum beijo e tudo de bom!
Jorge, meu querido, eu estava com tantas, mas tantas saudades, que este teu poema entrou em mim aguçando meu corpo para todos os perfumes que fazem minhas memórias.
ResponderEliminarE então vejo esse filme, que tem para mim um significado tão especial (além de ser grego, é claro) e que considero de uma delicadeza imensa, tanto que o comprei assim que saiu por aqui...e essa música que nos entontece a alma...
que bom que eu vim te ler hoje. Alimentou-me a alma :)
beijo
querida andrea,
ResponderEliminarque bom voltar a ter-te por aqui. os perfumes que contornam as linhas da memórias são, provavelmente, aqueles que se fazem de mel, mas que se estendem ao sol, numa toalha branca, sobre a relva, onde as mais ferozes formigas decidiram moldar o seu presente. assim uma espécie de agridoce que tão bem se sente no céu da boca de "a touch of spice". e a música, então... ufa. não me canso de a escutar.
beijos, querida e doce amiga!