De mãos é cada flor, cada cidade.
Ningúem pode vencer estas espadas.
Manuel Alegre, As Mãos
as mãos: a palma e as costas [fotografia de jorge pimenta]
é a mão quem me guia.
hoje,
sobre o poema inconcreto.
houve um tempo em que fui as mãos
sobre a largura das coisas
em toda a extensão do corpo,
em cada olhar teu.
percorri-te inteira,
quando a luz crescia sobre o teu nome
e a escuridão abria brechas no meu.
amansámos as águas e os remoinhos
soubemos o nome dos oceanos
distinguimos as correntes,
tu, mão
eu, ainda mão
a tocar, a acender, e explodir
na translação marinha
daquela nau que jurou as índias ao casco
daquela vela que prometeu os lábios ao vento.
é a mão quem me guia.
hoje,
sobre nuvens
a adormecer antes da chuva.
pergunto-me se ainda sei o teu nome
ou se os peixes reconhecem o aquário da tua voz.
responde-me a memória que te imita como se escrevesses.
apago o rasto de tinta com a cor do teu batom;
é que se a pele secou
ainda é a mão quem me guia.
hoje.
talvez nunca mais.
the cinematic orchestra, to build a home
Jorge
ResponderEliminarSurpreendente, a mão que um dia deslizou por aquele corpo hoje escreve um poema e viaja pelas folhas de outono ainda marejando o amor.
Tudo bem contigo?
Abs
o tato na memória
ResponderEliminarda poesia
mãos que dançam
na história
Beijo
Ufa!!!
ResponderEliminarperfeito
Apenas te leio, Jorge amigo... sempre encantada! As palavras (porque intuitivas) andam escassas...
ResponderEliminarBeijinho com carinho e admiração!
e quem te guia na escuridão de teu lirismo louco e cego? na lembrança da música de acordes pele a pele? a mão te guia hoje. hoje, exatamente hoje, escrevi: "este é o tempo. a morte é atemporal". é o tempo de tua mão nos guiar à poesia do hoje.
ResponderEliminarabraços de admiração incontida, amigo Jorge!
É sempre muito bom visitar seu espaço amigo, parabéns por tão belo texto.
ResponderEliminarMARAVILHOSO!
ResponderEliminarAs mãos são sagradas, sempre achei isto e lendo este poema ou ode, acho mais ainda.
Belíssimo, Jorge
Mirze
Jorge,
ResponderEliminara tua mão guia-nos por palavras-emoção únicas!
adoro ler-te, sempre!
Beijinho
p.s. a música, uma das minhas preferidas, que a Laura me deu a conhecer :-)
Jorginho meu amigo poeta portuga, você está apaixonado?
ResponderEliminarHahahahahahahahaha senti isso nas entrelinhas, hahahahahahahha pode até estar falando outras coisas mas parece estar falando de amor e paixão, hahahhahahaha.
Fala pra ela! Ah... e não se preocupe muito com as mãos... Elas servem para um poema ficar tão belo e também para fazer carinho na mulher amada!
Um abração e fica com Deus!
Ainda que seque a pele, fica o sal.
ResponderEliminarE ficam as marcas das lembranças.
=)
Um beijo, querido Jorge.
Jorge, queridíssimo amigo!
ResponderEliminarMaravilhoso e belo!
O velho Newton já havia apontado em sua terceira lei, ou princípio da ação e reação, a resposta e o efeito de uma segunda força sobre uma primeira, em mesma direção e intensidade, porém em sentidos contrários.
A mão que deslizou pelo corpo também sentiu nas digitais a força da pele e do agudo tecido.
É a força Par da natureza, onde nenhuma energia sobrevive sozinha, depende da interação com outra.
Assim, as mãos que se fazem em pares e num crescendo de pares.
E o Divino concebeu dessa forma, para que soubéssemos que quatro mãos podem edificar um Oceano inteiro.
Beijinhos imensos!
Uma bela poesia. Mãos têm um grande significado, pois tocam, cumprimentam, acariciam e, junto com os olhos, falam.
ResponderEliminarQuanto às fotos, gosto desse tipo de registro onde se vê o antes e o depois. Ou seja, a transformação das coisas e, nesse caso, com as mãos do homem.
Parabéns pela bela postagem e muito obrigado pela visita.
Um abraço
Roberto, Rio de Janeiro
Uma explícita declaração de amor onde as mãos são meros coadjuvantes, lindo texto Jorge, como sempre muita inspiração e sensibilidade. Parabéns.
ResponderEliminarOlha, muito obrigado por ceder teu texto, acabo de postar no meu site, já está disponível, e já fiz as devidas divulgações, te agradeço por isso.
Um abração pra ti.
Coincidência???
ResponderEliminarEssa blogosfera é mesmo muito maluca!
:)
Me explico: acabei de vir do blog "Sábados de Cajú" do Fred Cajú, e lá também havia um poema falando das mãos...
Ei-lo:
Mão Inválida
A magra mão se estendia,
uma mão que já não lavra
e que apenas se rendia
sem dizer uma palavra.
Uma mão com fome,
uma mão perdida,
uma mão sem nome
de um qualquer sem vida
que nada consome,
apenas mendiga.
Uma mão de alguém sozinho
que pode se revoltar,
pois não sabe dar carinho,
porém, sabe executar.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
É!... Há que se pensar!...
Jorge, belíssimo poema (só pra "variar")
:)))
Também gostei muito do seu olhar de fotógrafo.
No mais, só me resta deixar-lhe um aperto de mão, amigo e caloroso.
Fique bem. Fique com Deus.
Cid@
Não lhe guia a mão, mas o coração. Todos os seus movimentos e toques resultaram do que lhe pedia um interior cheio de afeto e de lembranças.
ResponderEliminarNão lhe guia a mão, mas o tato, que saboreia sensações e provoca emoções.
Ela é parte. E em cada palavra a que deu vida, encontramos sua belíssima arte.
Grande beijo!
ainda que o norte seja sempre a direção, e que a mão seja a bússola de uma toda geografia, e que a pele insinue contato e os olhos germinem iluminações, é este o caminho começos ou retornos,
ResponderEliminargrande abraço
Linda metonímia...
ResponderEliminarAs mãos representando o "eu" lírico sendo apresentado pelas sensações contidas no mundo através da epiderme acalorada pelo prazer de tocá-las e as verdades contidas em uma vida escondida pelas ações dessas mãos...
Abração e adorei seu comentário, afinal tu eras um dos protagonistas do poema pobre que enriqueceu com os personagens homenageados...
as mãos que nos contam do caminho quando tudo mais é escuridão...as mãos que nos sustentam quando tudo o que nos resta de seguro é um último galho de sustentação...as mãos que acarinham, que acolhem, que empurram...
ResponderEliminarsim, querido Jorge, as mãos são guias e flores e punhais.
lindo poema esse vindo das tuas mãos de poeta!
beijinho, amigo
Através do Paulocheng cheguei aqui e vou seguir os teus trabalhos de que gostei muito.
ResponderEliminarTenho de ler devagar para entender as metáforas e não me baralhar, metendo os pés pelas mãos.
a mão que tanto pode acariciar como magoar,mãos que podem embalar a vida entre o nascer e o perecer
ResponderEliminarbjs
Oi Jorge...,
ResponderEliminarLembranças são lembranças, então, melhor que sejam sempre boas...
Beijos e bom domingo,
Jorge,
ResponderEliminarTenho eu aqui pensado sobre o tempo
[deve ter a ver com meu tempo de vida no planeta...]
E fico encantada cada vez que te leio, amigo.
Mas hoje então
esse poema tátil tirou-me do chão!
Beijos, Jorge!
Caminhos mais seguros, um poema sobre as mãos, guiado por elas. Lindo, Jorge, você anda se superando.
ResponderEliminarAbraço e beijo cheios de admiração.
Jorge....
ResponderEliminarDiante de tantos comentários que são verdadeiros complementos ao teu poema, eu que sou do barro, fico até timida em faze-lo.
Mas não posso me furtar em fizer que és um grande poeta e um grande amigo.
Veja o numero de amigo que já cativastes neste nosso Brasil.
Eu por exemplo.
Um beijo.. e mais uma vez me rendo ao teu talento!!
Bom dia, Jorge. Muito linda a tua poesia, onde a tua mão é a tua alma a desvendar segredos, desejos, alegrias e até tristezas.
ResponderEliminarEla é a tua companheira, onde tudo cria, toca, seduz, e ama.
Você é a energia sentida através do toque macio, que por instantes pode desaparecer, mas voltará a falar a linguagem do corpo e da alma.
Um beijo grande, amigo.
Fique na paz!
são as mãos que nos trazem teus lindos versos..
ResponderEliminarque nos guiam pelo universo do teu sentir..
as tuas mãos..
magnífico!
beijo carinhoso querido Jorge..
Grata por tua visit e tus palavrs...sempre vetidas de magia.
ResponderEliminarBShell
Nas marés da Vida há mãos que nos prendem e sem as quias quase não podemos respirar...nem soltar gotas de chuva pelos olhos do esquecimento...Há mãos que nos preparam leitos de amor...de cor indefinida, e rompem sonhos possívies dentro do momento que passa, como batel em porto...que vagueia pelo sangue que nos dá nossa identidade...flor do jardim de Adónis , sem idade...Hoje...mãos de querer...com vontade!..só hoje...
ResponderEliminarJá te tinha dito o quanto te admirava...já? se não disse...digo-o HOJE, Jorge!
obrigada.
e ao deleite ou por transe
ResponderEliminaras mãos não julgam
as texturas das coisas,
espantam-se decerto
...
forte abraço,
grande poeta
e amigo.
As mãos tem memória própria. Quando temos esquecido os olhares, elas ainda podem recuperar a calidez duma carícia, os caminhos ocultos dum corpo ou aquele gesto que pegava ao vento. Podemos fechar os olhos e engolir-nos as palavras, mas as mãos ainda falarão a sua própria língua cheia de signos que às vezes mudam indecifráveis.
ResponderEliminarUm abraço, amigo Jorge, e óptima semana.
a mão que guia. a mão que esbofeteia.
ResponderEliminara que estrangula.
ainda sim, a mão.
mas existe, ainda, a contra-mão das coisas.
a poesia trafega.
saudades de ti, jorgíssimo. o cheiro do norte de portugal ainda não saiu das minhas roupas.
abração do
roberto.
a tua mão que traz poesias,
ResponderEliminara tua mão que traz palavras em forma de sentimentos é aquela que me guia em todas as palavras...
As tuas mãos, essa letra de encantos, que me guia em sentimentos e sorrisos.
lindo e lindo voltar cada dia aqui!!!
beijos
Ah... o sonhar sereno sob o céu de estrelas, pois, se nas mãos começa a liberdade, quem disse inacabado funda parede frágil. Teu poema inconcreto, querido Jorge, é pleno e abre brechas a pantomimas lapidadas, aqui mãos florescem em palma. Afinal, do que são edificados moinhos de vento senão do sopro dos voos, e daquela-vela-que-prometeu-lábios-ao-silêncio - é de uma beleza estonteante!
ResponderEliminarHoje pela manhã eu postava enquanto estavas fazendo teu comentário, sensação boa que deu, tanta aparente distância e ao mesmo tempo em mesmo espaço. E eu agradeço tua delicadeza.
Tenho acompanhado o desempenho do Benfica pela UEFA, terça cheguei a ver o jogo com o Manchester, aquele empate aguerrido. Agora intervalo do jogo do Inter, por enquanto mau sofrer, mas não é de hoje que aprendemos a inverter placar, é a vaga da libertadores em jogo. Daqui recebe imenso abraço pra ti!
E as tuas mãos guiam os meus olhos por mais um belíssimo poema...
ResponderEliminarBjo grande, Jorge querido!
Uma viagem aliciante a tua escrita. As mãos definem o rumo...
ResponderEliminarUm beijo
Grata pelas tuas palavras no "searas".
Um beijo
Jorge, é soberba a vossa escrita! E pergunto-me, será que sei genuinamente o nome do que é escrever? --- ensina-me a cada pouso que faço, apesar de esporádico, meu caro, uma beleza incomum no que é escrita viva.
ResponderEliminarAbraços,
Priscila Cáliga
...benditas são as tuas mãos,
ResponderEliminarobediantes mãos a grafar
em nossas emoções a alma
do poeta encantador!
bjs, muitos, meu poeta de além mar!
Olá Jorge!
ResponderEliminarPrimeiramente conheci teu blog através da postagem do Chengão...vou te confessar que não sou muito fã de poesia porém...suas poesias são maravilhosas, reflexivas, bem escritas, que produzem sentimento naqueles que as leêm.
Vendo tua maestria com a escrita, percebo que ainda tenho muito o que praticar se um dia quiser produzir meu livro.
Se não fosse pedir muito, gostaria que trocássemos idéias.
Já estou a te seguir.
http://www.empadinhafrita.blogspot.com
Meu querido Poeta
ResponderEliminarAs mãos ousam sorrisos...respiram ausências...entrelaçam carícias...murmuram ternura...gritam ilusões e sussurram vazios.
São veludo e mágoa...carícia e dor...são o gesto e a lembrança...e por vezes os farrapos com que se vestem os sonhos.
E...meu querido Jorge as palavras ficaram presas nas mãos...silenciosas...sentindo apenas os acordes sublimes do teu poema.
Deixo um beijinho e a minha admiração de sempre.
Sonhadora
Jorgíssimo
ResponderEliminarTu,mão
eu ainda mão.
Quisera ter essa mão que escreve poemas que encantam de tão altruístas(no bom sentido) e
essa sua erudição que articula letras dando um
colorido rico em metáforas e metonímias como
ninguém. Fico inebriada.
E do vídeo uma canção metafórica:
..........
By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world.
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held on to me.
bjs
Boa Semana
Olá jorge, belo o que passou pelas tuas mãos vindo das mãos do sentir. Amei demais...beijos com carinho
ResponderEliminarAs linhas do corpo e dos astros que nos marcam as mãos e nossas mãos/dedos percorrem outros corpos, outras linhas, outras vidas, as expressões rasas ou das mais profundas através do toque e dos gestos
ResponderEliminarLinda postagem, Jorge, toda ela
grande abraço
Bonito poema, onde mão e mente atuam juntas. Jorge, um grande abraço!
ResponderEliminar...tinta viva..correndo...ardendo
ResponderEliminaraflitiva nesta voz que respira
som que ressoa no lago
a imaginar a água…
…a nascer ainda dos teus beijos…
Abraço-te Poeta enquanto me preparo para ouvir To Build A Home :)
Volto para agradecer tua visita e palavras,
ResponderEliminarObrigda, amigo e colega.
um destes dias aprendi que as linhas da mão esquerda são as que nascem contigo e ficam imutáveis
ResponderEliminarque as linhas da mão direita vão sendo alteradas conforme os dias, os meses, os anos, de acordo com as tuas vivências
não sei se será bem assim, sei apenas que por vezes temos de largar
beijinho
LauraAlberto
(que foto, heim?)