Não me sei conformar.
E saio, antes de entrar,
De cada paraíso
Miguel Torga, Letreiro [in Orfeu Rebelde]
Fotografia de Jorge Pimenta
o dia punge temores
diante da opulência
da poesia
apenas loucuras
intermitentes
como se o velho que esqueceu o nome
ainda desejasse o olhar da medusa.
ainda desejasse o olhar da medusa.
jurei incendiar a voz
e cobrir de fogo os lábios
mas o beijo lírico acaba sempre
mirrado na boca do tempo
nas divisas da voz e do silêncio
ressuscitei orfeu
adivinhei-me horizonte e lira
adivinhei-me horizonte e lira
mas perdi-me em covas vazias
porque só a palavra acentua a mudez
e reinventa a eternidade:
que morte dispensa
a mão-milagre?
que fotografia
que fotografia
alonga o rosto para além do tempo?
que imagem vaza
pela borda da moldura?
pela borda da moldura?
tanto eu quis…
quis ser poeta
poema
palavra
quis colher o tempo
e acordar o corpo
quis que as raízes do meu sangue
fossem pena e tinta
quis que nos delírios do verso principal
toda imagística
fosse máquina sem tempo
toda imagística
fosse máquina sem tempo
afinal só aos poetas nascem miradouros no olhar.
lissie's heart murmur, warpaint
Jorge, mais que querido amigo poeta,
ResponderEliminarque olhar não se satisfaz ao dividir com teu olhar um horizonte poético?!
Devo dizer mais? Acredito que o poema diz por mim... melhor que eu diria!!
Beijinho feliz por este dia... Obrigada pela emoção de viver a poesia a teu lado!
miradouros de oceanos e espelhos...
ResponderEliminarlinda parceria, meus queridos!
beijinho
duo de olhares, panorâmicas, e eu em close fascinado,
ResponderEliminarbeijos e abraços
Amados, que bela parceria e que poema, vocês, ambos, que são poetas que falam profundamente à minha alma!
ResponderEliminar"porque só a palavra acentua a mudeze reinventa a eternidade"...
Beijos, beijos
Fui salba pelo beijo lírico. Bem sabes, Jorge que teus leitores, mal acabem de ler, já querem mais de ti. Sei que é desgastante, mas esperamos tua poesia, por ser única, e excelente.
ResponderEliminarQue acordes sempre com o beijo lírico das manhãs.
Mirze
Belíssimo! Os poetas alongaram a imagem do poema para além das suas, da palavra.
ResponderEliminarParabéns aos dois!
Beijos.
do mesmo olhar que abrem janelas
ResponderEliminartambém se veem outros horizontes
tudo da imensa poesia
que transborda de vocês
...
forte abraço, grande poeta Jorge Pimenta
e um beijo carinhoso na sensível poetisa
Joelma
...
Jorge,
ResponderEliminarTudo bem? Quando li: "final só aos poetas nascem miradouros no olhar.", pensei que esse olhar é de libertação e de encontro, de respeito a humanidade e ao tempo. Talvez estar distante da cova vazia porque vivo sempre estará.
Beijos.
Lu
É de Poeta a forma com que miras o olhar.
ResponderEliminarSó um verdadeiro Poeta é capaz de ressuscitar orfeu Na magia da palavras aqui inscrita.
Um beijo
Gosto sempre.
Eu também quis ser poeta! Ainda falta muito para que eu consiga me fazer um. Diferente de ti. Já nasceste como tal, caro amigo de além-mar!
ResponderEliminarMuita paz!
"jurei incendiar a voz
ResponderEliminare cobrir de fogo os lábios
mas o beijo lírico acaba sempre
mirrado na boca do tempo
nas divisas da voz e do silêncio"
[Silêncio que se eterniza em palavras, em versos desse belíssimo poema]
Beijos a Joelma e Jorge!
É melhor tomar cuidado com as coisas que a gente tanto quer, pois, mais dia, menos dia, a gente acaba conseguindo!
ResponderEliminar:)
Amei a dupla!
Parabéns ao Jorge e à Joelma.
"Todas as coisas tem seu mistério, e a poesia é o mistério que todas as coisas tem".
( Garcia Lorca )
Grande abraço aos dois, e tenham um final de semana encantador.
Cid@
Certamente, 'só a palavra acentua a mudez' e revela os silêncios, que não significam ausência de palavras, apenas a sua brevidade por vezes imposta pelo tempo/espaço. A voz do silêncio que fere os tímpanos com os ecos das palavras não pronunciadas ainda que intuídas.
ResponderEliminarAbraço forte, amigo Jorge, e óptimo fim de semana
mira no chão a transparência azul do céu: mirra.
ResponderEliminarbeijo pra vocês.
Joelma e Jorge:
ResponderEliminarAchei o poema bonito e muito profundo. Alguns comentários aqui realizados são muito pertinentes.
Muito boa parceria. Juntar assim duas vozes não deve ser fácil.
Parabéns!
Beijos para ambos os poetas.
Carolina Silva
Jorge, meu amigo
ResponderEliminarEm resposta ao que me deixaste lá no meu espaço de pulsações:
foram justamente as obrigações impostas pela realidade, que a gana pela sobrevivência me faz viver, que motivaram o poema que te enviei com o pedido de que fosse abraçado por teu olhar poético... Parece-me agora,bem claramente, que o destino dele era este mesmo, já que fora tão perfeitamente abraçado por ti! Imaginei-te envolvido nas atribulações de tua vida profissional quando recomendei que não tivesses presa em corresponder a esta cumplicidade poética (prefiro esta expressão à "parceria")...Que bom bom saber que este pedido foi capaz de suavizar teu percurso! Esta poesia concretizou-se aos outros olhares, que tão bem a receberam, no tempo que deveria se concretizar!
Serei-te sempre grata por este momento memorável e prazeroso em que partilhei um horizonte poético contigo!
beijinho eternamente carinhoso, poeta mágico!
Oi meu lindo Jorge e querida Joelma,
ResponderEliminarQue excelente dupla vocês formaram...
Por vezes, o silêncio e o olhar possuem mais a dizer do que por palavras... E é inevitável. Chega a nos transtornar, mas não é o fim, é o início de uma transformação.
Beijos,
Obrigada Jorge pela atenção lá deixada. Fique à vontade para criticar, porque será somente assim que poderei melhorar.
ResponderEliminarBeijos,
Preciso visitar Joelma, os poemas dela valem a pena. Suas fotos são lindas, Jorge, e o vídeos, uma delícia.
ResponderEliminarBeijos.
Acho os poetas meio santos. Estão sempre à procura de novas palavras, novas idéias...Eles não se preocupam com o que faz o vizinho. Beijo, Jorge!
ResponderEliminarPanorâmica sob dois efeitos parece propor alternativas de melodias para o ouvido - o revés e o encontro, a fluidez e o tranco - tudo cabe em versos que pretendem e perguntam, é a vida que reage ao giro dos ponteiros de chronos, num ajuste sensível, nada fácil, da harmonia que soa e que ressoa.
ResponderEliminarRecebam meu abraço, os dois.
Lindíssimo, já estou seguindo o seu blog...
ResponderEliminarGostei da fotografia
Beijinhos e boa semana
Incasável poesia que abraça os versos em meio de tantas palavras. As artérias pulsam num existir profundo desse querer que está além da alma.
ResponderEliminarQue lindo, meu querido amigo!!
Beijos
Belíssima parceria!
ResponderEliminarFiquei sem palavras....
o último verso é de uma beleza gritante! Maravilhoso o que a vossa visão alcança desses miradouros....
Beijo, meu querido
...
ResponderEliminarse há coisa que me delicia é experimentar os dedos dos poetas unidos, como fórmulas súbditas-ajudantes.
Parabéns aos dois :)
parto recheada de imagens..
Boa semana
Abraço-vos
Parabéns Jorge e Joelma!!!
ResponderEliminarLindo poema..forte..verdadeiro!!
Um bom final de semanas a todos...
Boa noite, Jorge.
ResponderEliminarSem dúvida, só os poetas conseguem colocar em palavras o que ninguém mais consegue, como um raio de sol ou um sentimento.
Se você é meu fã incondicional, então a recíproca é verdadeira.
Abraço, Jorge.
Oi Jorge querido,
ResponderEliminarestes miradouros duplos, abriram para mim horizontes de puro êxtase, não sei bem nominar o que acabou de me ocorrer ao lê-los. Tanto aqui quanto nas Transfigurações da Joelma.
Transfiguração deve ser isto, quando algo muda as dimensões da visão que se perde em infinitos.
Tantos infinitos já descobri por aqui, este foi só mais um deles.
Obrigada por isto, poeta que encanta.
Beijos
há muito que eu esperava por esta parceria
ResponderEliminarvocês os dois escreveram com sangue uma bela, bela poesia
[somos mais loucos ou mais lúcidos?]
beijinhos aos dois
Nas vozes dos poetas delirantes, o efeito é corte hemorrágico na pele trêmula do meu corpo menor.
ResponderEliminarBjs aos meus dois queridíssimos e brilhantes poetas
A perspectiva do poema e da imagem são belas...
ResponderEliminarAbraço
"afinal só aos poetas nascem miradouros no olhar"
ResponderEliminarPoema lindíssimo.
Imagem bem associada ao poema.
meu querido poetamigo,
ResponderEliminarte ler e sentir me faz falta..
sorvo sôfrega cada palavra ,cada verso..
e meus ouvidos se acalentam ao som que te acompanha o sentido..
beijos aos dois pelo duo imcomparável..
.."tanto eu quis ser poeta"..
volto a sentir-te lentamente mas cheia de saudade..
Meus queridos Jorge e Joelma
ResponderEliminarOs dois eternizaram instantes...gritaram silêncios...sobrevoaram infinitos...reinventaram o tempo...acordaram as palavras e escreveram com os dedos da alma num voo razante entre o tempo e o espaço.
Como sempre vou saciada de poesia...um belo momento.
Um beijinho carinhoso aos dois
Sonhadora
Saudações, Jorge e Joelma
ResponderEliminarque bonito e gostei da expressão usada pela Joelma 'cumplicidade poética', lindo!
PARABÉNS J&J!!!
alguns pedaços que foram tocando:
"o dia punge temores
diante da opulência
da poesia
apenas loucuras
jurei incendiar a voz
adivinhei-me horizonte e lira
... só a palavra acentua a mudez
e reinventa a eternidade:
tanto eu quis…
quis ser poeta
poema
palavra
afinal só aos poetas nascem miradouros no olhar."
abraços pra vocês
Jorgíssimo
ResponderEliminarQuisera que o meu silêncio falasse por esse poema, pois minhas palavras sempre despencam nas covas vazias.
Quisera ser poeta para resgatar com o mesmo olhar essas lindas palavras reinventadas.
MAS SÓ SEI QUE
Quero escalar até o miradouro e de lá poder exclamar em alto e bom som:
- VEJO DOIS POETAS DE PRIMEIRA.
Parabéns a você e Joelma.
bjs
encheram de melodia estes versos desenhados a duas vozes! belíssimo o vosso poema.
ResponderEliminarparabens a ambos!
Beijos
Ainda bem que aos poetas nascem miradouros no olhar, permite-lhes colher as visões mais maravilhosas do horizonte vida. Depois é só passar para palavras e dar-nos a beber desse elixir. Adoro!
ResponderEliminarParabéns Jorge e Joelma.
Beijinhos
cvb
Jorginho, o que é mais interessante dos olhares, é perceber que cada um faz parte de um ponto de vista diferente. No final, temos tantos olhares, para uma mesma situação! Há muita beleza nisso...
ResponderEliminarQue seu restinho de semana para vc, querido poeta!
bjks
Passei só pra registrar que estou à espera de um novo poema. Aqui me alimento.
ResponderEliminarBeijos, querido!
Olá Jorge, todo o poema é um mar de perguntas e um rio de incertezas, mas afinal só os poetas nascem com miradouros no olhar. Será? E os pintores que têm a natureza à janela da alma?...Maravilhoso poema que adorei. Beijos com carinho
ResponderEliminarJorginho e Joelma...que coisa mais linda de se ler! Fiquei pensando em como será esse encontro de poetas, como se dá essa escrita a quatro mãos, e como é possível um resultado tão lindo!
ResponderEliminarBjos para os dois,
Dani
Meu amigo, que encantamento vocês me proporcionaram! "A morte não dispensa a mão-milagre", assim como esses versos não dispensaram diferentes olhares para a completude poética.
ResponderEliminarGrande beijo e meus parabéns a ambos.