quarta-feira, 22 de junho de 2011

luzes e sombras, de alvaro gutierrez

do lado de lá

minhas palavras seguem confusas
como aglomeradas pessoas.
dê-me suas mãos e mostre a sua imensidão,
e tu me farás saber como entrar neste arrebento.
suas palavras trovejam;
veja o quanto fui influenciada
pelas suas ancas tortas.
depois eu penso, eu penso!
vê o que podemos escrever.
das suas mãos jorra o vermelho,
[não sei qual a composição certa],
esperei-te, amor,
e nessa espera, tremi.
as notas da canção,
só miram palavras, palavrinhas e palavrões
nestes lábios que não provará jamais,
seu desejo é loucura,
meu é procura.
percorri por suas palavras
– não ousei olhar este lugar,
não te reconheci,
não soube reparar-te, amor,
por não te conhecer.
pedi muito
[hoje sei
o quanto que te pedia]
mas suas arrogâncias me feriram,
tornaram-se chagas
as feridas abriram-se
me senti assim longe de mim,
do mar,
das palavras que naufragam.
ouves minhas lágrimas?
ouves minha voz
a voz contida nas palavras?
dê me suas mãos, querido,
e faz-me saber de perto teu suor.
ah, estou falando parvoíces...
como posso não te ver e sonhar?
como posso não te ter e sentir?
[ela ralhou e junto o tremor...]


e do lado de cá

escuto-te com pó nos tímpanos,
amor.
procuro ler-te os lábios,
mas as palavras têm visco
que acena, sorri, adeja o rosto e avança
contra a corrente escorregadia
dos nossos rios lisos.
e as noites são individuais
como as aves necrófagas
que desenham as suas vítimas
no círculo do olhar,
e o caminhar é apenas intenção
a uma perna só
entre movimentos cambaleantes
e sprints olímpicos
de tocha-por-arder
[prometem-me a respiração dos deuses
mas apenas me sobra o contágio do corpo]
sabes,
todos os amantes apertam o ar
mas acabam nos baixios dos braços
e na semi-fulgência das palavras.
como tu,
sinto a parvoíce a lavar-me a boca,
enquanto aguardo decisões explosivas
[o que a boca não sabe é que a pólvora
me secou nas mãos]
e palavras de linho branco
[como esconder o ópio dos lábios
se os dentes apodrecem
na prisão do corpo?]
como tu, sou parvoíce.
nenhuma promessa
pode servir-se em bandeja de ouro
como um anúncio de tv
na procissão lenta das horas
[ele desligou-se e o eucalipto da voz conseguiu adormecer].

michelle cristal & jorge pimenta


madredeus, haja o que houver

45 comentários:

  1. Que diálogo fantástico! Parabéns a ambos!

    "escuto-te com pó nos tímpanos"

    "as noites são individuais
    como as aves necrófagas"

    Destaquei apenas 2 imagens entre muitas que mereceriam destaque, tanto do lado de cá como do lado de lá. É muito bom ler um escrito com conteúdo tão rico assim.

    Grande abraço, meu amigo!
    Prazer em conhecer teu escrito, Michelle!

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  2. Parabéns à dupla de poetas, pela dupla de poesias.
    Lindas mesmo.Poesias para ler e reler.
    Beijos.

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  3. Jorge , Michele..

    Adorei o poema a quatro mãos?????
    dois corações?

    Parabéns!!

    Um beijo..

    Ma Ferreira

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  4. Emocionou-me o canto forte das vossas palavras, pareceu-me melodia ainda que percorrendo as arestas frágeis do coração.

    Beijinhos!

    p.s. foi tão bom recordar "haja o que houver", uma voz inesquecível a de Teresa Salgueiro (assim se chama, verdade?)

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  5. Jorge e seus encontros: belíssima correspondência poética...

    Beijinho de quarta-feira, alado poeta!

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  6. Amigo Jorge Pimenta!
    Só poderia ser mesmo seu este poema, mas só notei o autor quando cheguei ao fim.
    Passe nos meus e coneça o !Transpondo Barreiras".

    Um abraço grande.

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  7. Jorge, querido, as noites são individuais...essa era a tradução, que não veio, senão agora, quando os leio, para a escuridão íntima, embora extensa, onde eu divisava estrelas recolhidas: lindo tudo isso! Parcerias deliciosas essas tuas, não é pra qualquer um essas alianças e essa harmonia como resultado.
    Tentei convidá-lo para a entrevista com o Marcantonio, mas não achei caminho invisível, que pudesse ficar oculto do homenageado até que recebesse as perguntas. Fica meu e-mail: trcontreiras@gmail.com. Deixa lá o caminho para te encontrar, pois outras entrevistas virão, e espero que sejas um dos nossos entrevistados ora dessas. Sempre delirante te ler. Parabéns à párceira, à altura.
    Beijo,

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  8. Oi Jorge...

    Amigo Querido...

    Saudades desse lugar... desses versos! Como andas vc!

    Ela: ... das suas mãos jorra o vermelho...

    Ele: ... todos os amantes apertam o ar...

    Parabéns... lindíssimo!

    Beijos e dias de paz e poesia!

    Com carinho

    Sil

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  9. Michelle e Jorge.

    Os sentimentos, às vezes, parecem memórias gastas em nossas mãos. Como se já tivessem passado por ali, como quem circula em grande festa, mas não é percebido. Em sigilo, até a contrapartida do afeto.
    Por bem, ou por mal: do monólogo ao diálogo.
    Resolvido ou não: leva e traz de sensações.
    Equilíbrio ou sem. Por vezes mais corpo; em outras, mais alma; mas na medida da pretensão de cada sigilo: o descompasso casual de duas emoções.

    Belíssimo poema!
    Abraços aos dois.

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  10. Belíssimo, amigo Jorge!

    Você e a Michelle "arrasaram"!!!

    Parabéns à dupla, e tenham um maravilhoso feriado.

    Beijos,

    Cid@

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  11. Que sintonia! Maravilhosos e embalados versos, poetas. Parabéns!

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  12. Meus parabéns aos poetas, poemas lindos e perfeitos em cada verso.

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  13. Michelle e Jorge - dois [a]lados no convívio da comunicação.
    Parabéns pelo diálogo poético.

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  14. Adorei o duo poético que criaram e todas as palavras que sintonizaram... Adorei a palavra eucalipto para denunciar a compreensão e a clareza da segunda para primeira voz (do grego: Eu=BEM + callis= BELA). Não poderia deixar de falar,também, de Madredeus que embalou com sua bela melodia toda a sinfonia criada por vocês aqui. Parabéns para Michelle e ao amigo Jorge!
    Um abraço do leitor do além-mar!!!

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  15. [prometem-me a respiração dos deuses
    mas apenas me sobra o contágio do corpo]

    Amigo Jorge, que lindos esses poemas! Essa frase aí me fez "viajar na maionese", hahahaha, não sei se existe essa expressão aí em Portugal, mas ela quer dizer "divagar em pensamentos", obrigado pela oportunidade de poder ler uma obra dessas!

    Um grande abraço e fique com Deus!

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  16. Ameicada comentário, infelizmente o sistema do google fradou-me, é duro ser roubada e enganada pelo próprio sistema... amei cada palavra, cada comentário e vou dizer meu coração fez um tum de continuar...
    Para Jorge...
    Foi como compor lira de Gonzaga, então quando percorriamos cada palavra em pele e poros, foi como ele embracasse na minha esquizofrênia, envelope em um quadro, marcado e assinalado. Espero que este seja uma série de muitos...
    "Eis que a lua caminhou pelo céu de JUNHO"

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  17. Você me chamou pra dançar aquele dia,
    Mas eu nunca sei rodar.
    Cada vez que eu girava parecia
    Que a minha perna sucumbia de agonia,
    Em cada passo que eu dava nessa dança
    Ia perdendo a esperança.
    Você sacou a minha esquizofrenia
    E maneirou na condução.
    Toda vez que eu errava cê dizia
    Pra eu me soltar porque você me conduzia
    Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada
    E no final achei tranquilo.
    Ah... nem acredito
    "Acreditar no invisível é ter o visível"

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  18. Michelle e Jorge, que as palavras os unam em poesia e nos permitam deslumbrar, sempre assim, os sentidos.
    Muitos parabéns!
    oa.s

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  19. e eu fico entre o lá e o cá, e caem-me palavras e desabam versos, correnteza e melodia

    abraços

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  20. Jorge e Michelle,

    Sintonia perfeita do lado de lá e do lado de cá. Harmonia das aludidas parvoíces, que nada mais são que as palavras que tem nascedouro na alma e desaguam pela boca, num átimo, quando é à tona que elas podem exprimir a intensidade do que guarda o âmago.

    Belíssimo duo neste poema.
    Meu abraço a ambos.
    Celêdian

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  21. Ainda cambaleando com o lado de lá, deparei-me com o lado de cá. Não sei, as forças sumiram, ainda não consegui digerir, creio que terei que retornar.
    Mas algo gritou: difissilmente desejo entrar, quase sempre sair...mas o amor está em ambos. O que fazer?

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  22. o lá o cá se completando e complementando..
    ouso reparar na ferida e na intenção explosiva..
    sempre intensas vozes de dentro..
    beijos aos dois!.. emociono-me.

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  23. Jorgito, meu querido amigo!
    Eu, do lado de cá, me despindo em monólogo e vc, do lado de lá, nesse enredo individual de dois, onde os sentimentos já provaram das bocas viscosas o dilúvio.
    Parabéns aos dois poetas.
    bj imenso de saudade

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  24. Parabéns para ambos os lados!
    Com carinho
    e uma flor
    rosa
    de
    Fátima( Maraláxia)

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  25. Que palavras me restam agora depois de contemplar esplendoroso lirismo, inebriante entrega e doce deleite do amor?! Só resta dizer que esse duo é um dos mais lindos que li e os versos adejaram meu corpo e alma!!

    Beijos...

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  26. Gosto de ler pensamentos que se chocam e se acasalam assim como de vcs dois.
    Muito bom

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  27. …e as noites podem ser individuais mas as palavras bebem-se em uníssono onde os olhos se (em)prestam a navegar no riso de Zeus sem limites…


    Congratulo com um grande abraço os dois magníficos poetas*

    e
    deixo radiantemente

    Um beijinho
    da
    Assiria

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  28. Oi meu querido Jorge,
    Você encontrou uma parceira e tanto...!! Vocês formam uma dupla muito precisa nas afinidades.
    Parabéns a vocês dois!!

    Uma poesia onde os corações se comunicam. Interessante e de prender a atenção do início ao término.

    Beijos para você e Michelle,

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  29. do lado de lá"não soube reparar-te, amor,
    por não te conhecer"

    difícil nos conhecer-mos a nós mesmos, assim diria impossível conhecer o outro.

    parabéns pelos dois belos poemas pintados a 4 mãos
    bjs aos dois

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  30. Eu amei mais que amor vou seguir-te pois não quero me perder da maravilha que é você rsrs

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  31. Muito bom, Jorge...muito bem combinado...complementos...

    []s

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  32. ...a isso eu chamo 'um encontro de almas'
    unidos pelo mesmo fim.

    a inspiração aflorada de dois corações
    que falam de poesia, com a naturalidade
    de um simples respirar.

    encanta deixo beijos às duas
    almas lindas de viver!

    beijinhos da Vivian/Infoco/Alma Nua

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  33. Jorge e Michelle,
    Gostei do diálogo “do lado de lá” para o “lado de cá” que mais parece música que nos embala ou, talvez, tela onde tantas imagens mentais se criam…
    Beijos para os dois e bom domingo!

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  34. Amigo querido, antes de mais nada, quero pedir desculpas pela minha ausência. Estou numa correria sem fim e isso tem me impedido de visitar os amigos que tanto gosto.

    Agora, vamos ao mais interessante... rs

    Sintonia perfeita entre vcs dois! Adorei cada verso, cada um deles... lindos! Parabéns aos dois.

    Grande abraço.

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  35. Jorge, estou com um novo espaço:

    http://funcoesmentais.blogspot.com/

    Caso queira conhecer!

    p.s.: Retorno para comentar seu post.

    Abraços

    Priscila Cáliga

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  36. Oi Jorge...,

    De repente, senti-me na vontade de lhe perguntar se aceita fazer uma parceria comigo, na construção de uma poesia. Há tanto o que eu lhe dizer desse meu desejo, mas vou optar por esclarecer que ele se respalda em um poeta capaz de confortar o que estou sentindo. Ando embriagada pelo amor. Creio que a sua interseção possa diluir essa minha ressaca, porque eu não quero MORRER de amor SOZINHA... É esse, um sentimento muito forte, que eu venho cultivando há um longo tempo (anos e anos) e, vez ou outra, ele faz o meu coração minguar, suspirando e definhando em suplícios.
    De fato, entendo quando falam que "o amor é piegas"...

    Só há uma dúvida que me corrói, se estaria eu preparada para embarcar nessa chuva de talentos que você derrama com as suas palavras, que chegam a possuir identidades próprias em meio as suas frases, caso você aceite. Fica a minha ousadia, ao menos; sem jamais desmerecer esse seu dom.

    Beijos com gratidão pela atenção, desde já,
    Ana Lúcia.

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  37. O lado de cá se completou com o lado de lá. Belo queridos poetas. Um dia imaginei que já não existiam almas assim. Enganei-me e ainda bem. Adorei. Beijos com carinho para os dois poetas

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  38. Belissimo...
    Cumplicidade até nas palavras. bjos achocolatados

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  39. Olá querido poeta!

    Perdi-me em pensamentos ao ler seu poema...em tempo longes e próximos em que meu coração palpitava e palpita para o amor... e suas tempestades...

    Muito belo! Parabéns!

    Beijos
    Ana

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  40. Belíssimo trabalho, parabéns à ambos!
    Como citaram em comentários anteriores, a cumplicidade entre as palavras e o perfeito uso delas torna esta leitura realmente incrível.

    "esperei-te, amor,
    e nessa espera, tremi.
    as notas da canção,
    só miram palavras, palavrinhas e palavrões
    nestes lábios que não provará jamais,
    seu desejo é loucura,
    meu é procura."

    Este trecho então, perfeito!

    Tenham uma ótima semana e continuem escrevendo! Beijos :)

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  41. Um fantástico dialogo com essa dupla de poeta. Um Abraço!

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  42. Olá querido!

    maravilhoso!

    como um bom vinho
    apreciei cada palavra!

    Um Abração!

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  43. de sintonia fina, coisa bonita em encontro de versos

    beijos

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  44. Esse diálogo me deixou silenciosa imaginando coisas tantas. Sabe aquela história de que o suspiro é feito morte e se morre um pouco mais depois do último suspiro? Sinto-me assim agora...

    bacio

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  45. Jorge,
    As vezes a partida não é medo, mas profunda dor.
    Partida muitas vezes é riso e alegria, mas em outros casos, é tristeza é lágrimas.
    Difícil às vezes, ser uma menina forte quando o amor parte e parte com uma parte da gente, partindo o coração em mil.
    Beijos querido e obrigada pelo carinho.

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