sexta-feira, 13 de abril de 2012

desvio de névoa noturna para olhos que veem na obscuridade


Consegui esta coisa miraculosa […]de que não há outro exemplo aqui: criar dentro do Amor. Criar, você compreende? A criação, criação, CRIAÇÃO, CRIAÇÃO! A criação perfeita, com todas as suas exigências, é intimamente ligada, transubstanciada ao Amor!
Vinicius de Moraes, Correspondência

fotografia de jorge pimenta


sentamo-nos no silêncio
e trocámos palavras escritas
sem tinta aparo ou papel,
somente refrões entornados
no sumo do lençol

inaugurámos a fome
a perna que toca à esquerda da carícia
e de rasura em rasura
mordemos gomos de alvoradas
lábios acesos e ventres nus

dormimos, por fim,
como se não tivéssemos sono
a dois braços de distância do frio
da terra
e de todas as mortes.

eu sempre acreditei na combustão do corpo
sobre a pele do poema
mas sei dos arco-íris guardados
para o tempo da solidão

 [tiquetaque
tiquetaque
tiquetaque]

apagaste a luz depois de entrares em mim
para que não adivinhasse que saíste:
a minha loucura dobra-se nas tuas mãos
enquanto o tempo habita os vazios
do mel envenenado
na soleira da minha porta.


Caros amigos, o Paulo Cheng tem, no seu blogue, uma rubrica em que os próprios seguidores são os dinamizadores diretos. Intitula-se turismo e prevê que, à vez, e por convite, alguns dos seus leitores apresentem, com texto e fotos, a sua cidade. Desta vez, o privilégio foi meu. Neste link encontrarão o livre-trânsito para um pouco do que Braga, a minha cidade, tem para oferecer:
http://www.paulocheng.com/2012/04/turismo-com-jorge-pimenta.html#more 

radiohead, last flowers

49 comentários:

  1. Morder gomos de alvoradas, que imagem que gostei tanto! :-)Te ler é redescobrir o mundo, Jorginho, reinventá-lo, muito bom...

    Beijos,

    ResponderEliminar
  2. muito belo Jorge esse encontro na pele dos olhos em ternura e a saudade.

    beijos

    ResponderEliminar
  3. "eu sempre acreditei na combustão do corpo
    sobre a pele do poema
    mas sei dos arco-íris guardados
    para o tempo da solidão".
    Aqui me detenho a saborear as sílabas. Ha um tanto e um contudo enquanto amanhece a paixão.


    grande abraço

    ResponderEliminar
  4. Oi Jorge,

    "arco-íris guardados para o tempo da solidão", isto salva-nos da "morte". O poeta não deixa de ser um salva vidas de si mesmo,se aquece com as palavras quando há hipotermia de sentimentos, se arrefece com a palavra quando há combustão de sentimentos, boia sobre a palavra quando há afogamento dos sentimentos. A palavra salva-nos de todas as formas, salva-nos de nós mesmos. Em mim, a palavra dentro mata-me, quando fora ressuscita-me.

    Beijos

    ResponderEliminar
  5. A imagem de alguém que escreve fundida a de quem acaricia um corpo. Arroubos me tomam nesta leitura.

    Beijo.

    ResponderEliminar
  6. A cada dia que passa as tuas palavras me encantam mais. Sou viciada nestes teus versos que abraçam a minha alma num encanto de canções.
    Perco-me nas letras escritas, e, naquelas que ficaram por dizer. Descubro-me, sempre, neste arco-iris sentimental.

    O corpo queima intimista entre as falas do querer...

    Lindo demais!!

    Beijos, meu amigo

    ResponderEliminar
  7. "eu sempre acreditei na combustão do corpo
    sobre a pele do poema
    mas sei dos arco-íris guardados
    para o tempo da solidão"

    E nesse silêncio tanto aqui,
    parei para sentir teu poema, Jorge:

    subcutâneo. Lindo, lindo!
    Abraço, poeta!

    ResponderEliminar
  8. Sabe, Jorginho, há tanto tempo que acompanho os teus escritos, e sempre tomada de espanto, de encanto... mas os teus últimos poemas deixados aqui têm chegado de um jeito diferente, se é que pode ser possível ainda mais encanto e arrebatamento. Queria te dizer que também sei desses arco-íris guardados para o tempo da solidão. E que esse é um dos poemas mais lindos que já li em toda a minha vida.

    Bjos

    ResponderEliminar
  9. Nossa, que combinação... título, imagens, presenças poéticas, música...adoro radiohead!

    "apagaste a luz depois de entrares em mim
    para que não adivinhasse que saíste:
    a minha loucura dobra-se nas tuas mãos
    enquanto o tempo habita os vazios
    do mel envenenado
    na soleira da minha porta."

    acho que eu deva dizer isso à poesia, hein!?

    Beijinho meu amigo querido e mágico! Grata sempre por teu carinho em minhas Transfigurações!

    ResponderEliminar
  10. "apagaste a luz depois de entrares em mim
    para que não adivinhasse que saíste"
    Fiquei a processar este poema, especialmente estas palavras...

    Ainda estou a processar :)

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  11. reparou que a liberdade
    responde igual semente?

    beijo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ou porque, é bela, de olhar, de ouvir, repetidas vezes - só bela.
      igual música

      beijo

      Eliminar
  12. Quando leio seus versos, faço-o por duas vezes. Na primeira, eu me deixo levar pelo sentimento que me provoca. Na segunda, tento entender o fundamento de sua inspiração. Pode ele não corresponder ao que minha imaginação oferece.
    Hoje, fiquei com a sensação de que a vivência do amor já trouxe a espera da ausência.

    Grande beijo, meu amigo, e parabéns, mais uma vez, pela sua sensibilidade e talento.

    ResponderEliminar
  13. Jorge,

    Tudo bem? "apagaste a luz depois de entrares em mim" me permitiu o entendimento do desejo completo que se faz visível no amor ideal.

    Beijos.

    Lu

    ResponderEliminar
  14. Jorge, acabo de postar a sua matéria lá na sessão Turismo, tanto o texto como as fotos ficaram maravilhosas, e quero te agradecer pela colaboração e te parabenizar pela linda cidade onde moras. Um lugar muito bonito, deve ser por isso que seus poemas são tão inspirados, não é?

    Mas obrigado mesmo pela força por lá, e já sabe, precisando, estou às ordens, ok?

    Abração pra ti.

    ResponderEliminar
  15. Boa noite Jorge,
    Cheguei aqui através do site do amigo Paulo Cheng e primeiramente lhe parabenizo pela excelente matéria postada por lá.

    Adorei o poema, tem muita intensidade e sensibilidade.

    Já estou seguindo.


    Abraços Flávio.
    --> Blog Telinha Crítica <--

    ResponderEliminar
  16. Jorge, querido PoetAmigo,
    a presença da ausência ainda respira,
    mesmo que necessite estoques de arco-íris feito oxigênio para distrair-se e desviar de névoas noturnas.
    Mas, inevitavelmente, por fazer-se tão poema-presente, nos permita ver na obscuridade.

    A Poesia liberta, mas também
    [tic-tac – tic-tac].

    Belíssimo poema, Jorge! (com todas exclamações!!!)
    Beijos!

    ResponderEliminar
  17. Jorge, se me permite,
    Lembrei-me deste soneto de Vinícius por uma linha sutil qualquer.
    Beijos!

    Soneto de fidelidade
    (Vinícius de Moraes)

    De tudo, ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento

    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em seu louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento

    E assim quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama

    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure

    ResponderEliminar
  18. Jorge, essa imagem de morder gomos de alvorada plantou um sorriso nos meus lábios... e um gosto doce...

    E eu sou toda pele eriçada sobre este poema, um dos mais lindos de todos! e minha loucura escreve-se pela tua mão, tantas e tantas vezes...

    beijinho, amigo querido!

    ResponderEliminar
  19. Arrisco minha lanterna na tua escuridão e digo:
    É sobre o lençol que as mãos mais versam.
    É sobre o corpo que o silêncio mais grita.
    É sobre a fome que a carne se alimenta.
    E é acordado que se faz a perfeição do sonho.
    Na soleira de toda porta há sempre uma intenção,
    Ainda que seja vestida de loucura.
    Bj, meu amigo que transubstancia a palavra

    ResponderEliminar
  20. Olá, sábio amigo Jorge!
    Que poema saboroso!
    Quando os poetas e amantes se encontram, engendram poesia sem escrita, só com gestos e atos líricos numa metalinguagem singular.

    Amigo, fui visitar tua cidade no blogue de Paulo Cheng.
    É um lugar paradisíaco e encantador, típico e digno de verve para os poetas.
    Foi um bom passeio pelo passado e pelo presente, guiado por ti, um anfitrião hospitaleiro, gentil e sábio.
    Deve ser prazeroso viver numa cidade bucólica moderna.

    Parabéns pela inspiração e domicílio!

    Abraços do amigo de além-mar!

    ResponderEliminar
  21. OLá Jorge!
    O aroma do corpo na combustão da poesia,como se quisesse abraçar o arco-íris e cantar os sonetos da fome de amor.

    Beijos no seu coração.Um feliz final de semana.

    ResponderEliminar
  22. Vim conhecer seu Blog,gostei e já vou
    ficar,pq qchei coisas lindas por aqui
    É bom ler e se apaixonar pelas belas
    postagens.
    Abraços de bom final de semana bjus Rita!

    Venha me visitar
    http://cantinhovirtualdarita.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  23. "mas sei dos arco-íris guardados
    para o tempo da solidão"

    Oásis de poemas nascidos para acalentar inquietudes.

    Linda, a foto!
    Parabéns pelo excelente trabalho sobre a nossa cidade. ;)

    Um beijo

    ResponderEliminar
  24. Jorge,
    Seus versos tem a profundidade que nos faz mergulhar e ir ao fundo, nos impregnando com o limo da sua maturidade e sabedoria.
    Não sei se ela é sabidinha ou sádica em apagar a luz quando entrou em você, para que nao percebece quando ela saia sorrateira...
    Ameiiiiii!
    Beijokas doces e um bom domingo.

    ResponderEliminar
  25. Mordemos gomos de alvoradas...
    transubstanciaram-se ao amor.
    Linda consagração pincelada no poema.

    Mas, sei do arco-íris guardados
    para o tempo da solidão

    Jorgíssimo , te ler é sempre constatar que a palavra vai mais além do que se possa imaginar.

    Fui ao blog do Paulo Cheng e me encantei com a sua cidade. Predominantemente religiosa. O cuidado que o seu país tem em preservar toda a arquitetura histórica é admirável.
    Obrigada a você e o Paulo por me mostrarem lindos pontos pitorescos daí.

    Beijos

    ResponderEliminar
  26. Oh, Jorge, que raras pessoas têm o poder de apagar luzes enquanto acendem labaredas!

    ResponderEliminar
  27. Amigo, estou de volta. E nesse domingo, plácido e tranquilo, me deparo aqui, com um poema tão lindo e especial, que até me faltam palavras pra demonstrar minha admiração.

    Sinto que é o Jorge, no seu melhor, nos encantando e preenchendo de palavras mágicas o nosso dia.


    Amei a foto!!! Você, pelo visto, se distancia cada dia mais do amadorismo, em se tratando de fotografias.

    Agora vou ao blog do Paulo Cheng, para conhecer o seu cenário do dia a dia, e ver se consigo entender um pouco, de onde você retira tamanha inspiração.
    :)

    Abraço saudoso,

    Cid@

    ResponderEliminar
  28. A foto é maravilhosa...
    Parabéns ao poeta e ao fotógrafo.
    Boa semana

    beijo

    ResponderEliminar
  29. "a minha loucura dobra-se nas tuas mãos
    enquanto o tempo habita os vazios
    do mel envenenado
    na soleira da minha porta"

    e é sempre com profunda admiração que sinto os teus versos, muito belo!

    adorei a fotografia. uma porta de flores...os dedos perdem-se antes de bater e tiquetaque
    beijinho, amigo! :-)

    ResponderEliminar
  30. Alguém disse, em meu entender muito acertadamente, que “difícil é escrever fácil”.
    Lendo o teu poema ocorre-me dizer: difícil é expressar sensualidade sem rasar o “inconveniente”. Tu faze-lo na perfeição.

    Foto muito gira.

    Vou lá ao blog "cheiriscar"... :)

    Obrigada pelo carinho das tuas palavras na minha «CASA».

    Semana feliz. Beijinhos

    ResponderEliminar
  31. Jorge meu amigo poeta!!

    Sempre leio seus poemas mais de uma vez.
    Hoje li três...
    Lindo poema, sensualidade suave e elegante.
    Parabéns...sempre.....

    Vou conhecer lá no blog do Paulo a sua cidade.
    Acabei de ganhar uma querida amiga que mora ai
    em Braga e é minha seguidora, a Fa.
    Vou conhecer a cidade da Fa ( Fabiana ), do jorge e da Silvia,

    beijos...

    ResponderEliminar
  32. Lindíssimo, Jorge!

    Acho belo esse entremear de corpos e paredes, concreto e etéreo...
    quando o poema cruza o perímetro da carne e entra em combustão, desvelando ou não o arco-íris, para aqueles cujos olhos que se acostumaram ao escuro...

    ResponderEliminar
  33. Jorge, mais uma vez estou aqui para te agradecer pela sua matéria lá, fiquei muito feliz pela tua colaboração e pela matéria e fotos em si, muito obrigado por poder contar contigo.

    Abração pra ti e sucesso no teu blog.

    ResponderEliminar
  34. Meu querido Poeta

    Morremos tantas vezes e em cada morte renascemos das cinzas que um dia foram fogo e deitamo-nos sobre o silêncio onde adormecem todos os sonhos...nas mãos fica apenas o poente que um dia foi claridade...uma presença ausente que um dia tatuou na nossa pele o amor.
    Como sempre ler-te é adentrar o mais profundo de ti.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  35. Olá, querido Jorge Pimenta.

    Poxa, uau [as exclamações tornam-se poucas para expressar esse carrossel de sentimento ao ler esta poesia].

    Pois, o amor... Antes tinha falado um pouco no Café, esse amor, tão estranho, simpático, afável, venenoso, sofrido... Não sei, são só devaneios da minha alma...

    #dormimos, por fim,
    como se não tivéssemos sono
    a dois braços de distância do frio
    da terra
    e de todas as mortes.#

    Uma cena, dois amores... Não ter sono, velar o sono - distância do frio - o calor do momento é o agasalho mais gentil... E com o amor a vida torna-se mais forte.
    Braga... Parece tão romântica, convidativa... Vou olhar o roteiro em Paulo Cheng.

    T.S. Frank
    www.cafequenteesherlock.blogspot.com

    ResponderEliminar
  36. Quando a solidão preenche-se de arco-íris é um pouco menos feridora, mesmo que não esqueça a sua condição de solidão.
    Abraço, meu amigo.

    ps. Ainda não tenho acesso ao link, mas fico paciente…:)…

    ResponderEliminar
  37. Olá amigo Jorge, Mais um poema maravilhoso e de onde tirei o que de mim faz parte.

    mas sei dos arco-íris guardados
    para o tempo da solidão

    A foto (linda)até a ampliei para ver bem o que já tinha visto. As flores e silvas preenchem o
    que outrora foi parede, vida, amor. A natureza em todo o seu esplendor. Beijos com carinho

    ResponderEliminar
  38. Oi Jorge
    Perco-me nao só pelas belezas da sua cidade mas também nos seus versos com metáforas deliciosas que me leva a devaneios por momentos.
    Preciosa sua edição no blog do amigo,parabéns.
    Nos levastes até a cidade de forma a nos prender e querer ir mesmo com pressa conhecer rs
    e esse" arco-iris guardado" ... trouxe todas as cores que precisava nesse dia.
    Obrigada pela lindeza.
    um abraço

    ResponderEliminar
  39. "...combustão do corpo
    sobre a pele do poema"
    - Leio e mentalizo essa imagem, só pra ver crepitar centelhas de poesias nos meus olhos.Para que essa combustão incendeie a minha pele, retiro-lhe a chama, porque senão de que valeria uma emoção que não se inflama?

    Amo vir aqui, arder na tua poesia!

    Beijos da Lu...

    ResponderEliminar
  40. Parabéns pelo blog Jorge, estou te seguindo. Sinta-se a vontade para visitar meu blog
    Beijos

    ResponderEliminar
  41. desvio para olhos que veem
    criação e amor
    lentes que captam os momentos das criações construídas que perecem e das criações naturais que vicejam
    e o poema entra pelas retinas

    beijo grande pra ti, Jorge

    ResponderEliminar
  42. " combustão do corpo
    sobre a pele do poema"- excelente...
    Parabéns, vou lá espreitar!
    Bj

    ResponderEliminar
  43. Coisa mais linda Jorge...
    "sei dos arco-íris guardados para o tempo de solidão..."
    É poema pra se demorar...
    Beijo e parabéns pelo Blog
    Linda escrita, lindas fotos...

    Ju

    ResponderEliminar
  44. os deuses têm pés de barro e quando caem desfazem em prantos de maldição
    fomos nós que os criamos, também os saberemos destruir

    beijo

    [que foto, raios!!!!]

    ResponderEliminar
  45. Olá que lindos os poemas adorei, feliz domingo abraços Leila

    ResponderEliminar
  46. tua lira de tirar o fôlego lembrou-me choro bandido: " saiba que os poetas como os cegos podem ver na escuridão..."

    espia: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/85947/

    outro beijo!

    ResponderEliminar
  47. apetece-me escrever-te palavras que rasgam veias, como antigamente. mas...
    os dedos gelados de assombro, à boca da cena o espanto [a voz]-[afonia-inquietação]
    queria escrever-te palavras de sangue, como antigamente. mas...
    contigo não se fala, sente-se:
    "criação, criação... sentados no silêncio..."

    linda, a cortina das sementes laranja [dulcissimo instante dos olhos da alma]
    a poesia: o poema, o poema, o poema, criação miraculosa
    o vídeo: demais, brilhante, poderoso. tão brilhante e poderoso.
    um beijo, encanto.

    OutrosEncantos.

    ResponderEliminar
  48. apenas ler,sentir e saborear..
    cada verso!
    só.
    beijos perfumados

    ResponderEliminar