A certa altura disse-me: “Não basta viver a dor, ainda ter de a escrever”
e percebi que tínhamos voltado ao começo
Pedro Paixão, Amor Portátil
Porto, Piolho [fotografia de Jorge Pimenta]
há uma estrada incompleta em cada manhã.
não sei se chove, se faz frio
mas nela tudo respira
ao longo do alcatrão de imagens
onde até as flores de berma
têm os braços abertos para os dias simples.
procurei reler o tempo e os teus segredos
mas a morte passou de mão em mão
sem qualquer ruído
com nenhuma aragem
nem um vulto de vento
em aproximação noturna;
apenas manhãs
e as suas estradas incompletas.
houve um dia em que me juraste todas as janelas
como se o céu morasse na tua boca
e as certezas fossem a parte líquida do teu mundo,
houve um tempo em que acreditei
em pequenas lâmpadas, pontos de luz
íris e retinas de lírios
a escorrer pelas frestas dos muros.
só que esquecemos que os espelhos refletem imagens
murchas vagas quase esquecidas
em delírios de febre sobre discretas imperfeições.
e a palavra sabe-o.
tu sabe-lo, mesmo que o não digas.
eu adivinho-o,
porque as certezas passaram a ser impulso
de fórmula indefinida
como aquela canção que nos incendeia o jato da melancolia.
sento-me junto à risca do teu nome:
a estrada cospe a minha loucura
e todas as ilhas do teu silêncio.
chamam por mim as pálpebras do adormecer
contudo espero,
cansado,
neste canto de mundo
pelo refrão da canção.
finges morrer
enquanto sonho com as mãos que escavaram o ventre.
radiohead, how to disappear completely
O belo Porto e o seu encanto!
ResponderEliminarQuanto ao poema, o que dizer?
Lindo!
há poucas cidades com uma luz tão melancolicamente doce como o porto, sim, margarida.
Eliminarum beijo!
essa foto era para ser minha...rs
ResponderEliminarjorgíssimo,
saudades.
adorei sua entrevista no Roxo Violeta. e fiquei feliz de ter participado. a taninha tem feito um bem enorme às pessoas, com essas entrevistas sempre muito bacanas.
beijão,
r.
robertílimo, meu querido amigo,
Eliminarquando a taninha me convidou, confesso que fiquei meio embasbacado. ser entrevistado por gente das letras e do jornalismo, como tu próprio, era tarefa que se me afigurava de grande responsabilidade mas também de grande prazer. senti ter-se estabelecido um diálogo tão próximo como aquele que mantemos com as pessoas de quem gostamos, num qualquer café de uma qualquer cidade deste nosso mundo. tudo parecia ali à mão de semear e a sensação foi a de que há pessoas que à distância dos lugares, do tempo ou mesmo da palavra vivem em nós, já. assim sinto a tua amizade, meu amigo.
a taninha é uma querida e estas suas entrevistas são verdadeiro serviço público.
obrigado a ti, meu primeiríssimo amigo; ter o teu nome associado a esta espécie de purga sensacionista foi muito importante, crê-me.
um abraço!
p.s. tens uma foto tirada quase do mesmo sítio desta :)
Uma sensação de perda vai resvalando poema fora para desaguar numa réstia de luz que não se quer apagar no coração do poeta.
ResponderEliminarUm beijo
é a luz e a sombra, lídia. até porque há luz que cega e sombras que guiam...
Eliminarbeijinho!
Todas as manhãs os caminhos, os vários caminhos se abrem e fecham-se nas noites.Parabéns.
ResponderEliminaré mesmo assim a vida, arnoldo, verdade? um enigma de trilhos e atalhos que começam e terminam nas nossas próprias manhãs...
Eliminarabraço!
Li escutando a canção...
ResponderEliminarem determinado tempo e situação, há textos que nos obrigam ao silêncio!
Beijinho, meu amigo poeta!
apesar de o título de um dos filmes de que mais gosto dizer justamente o contrário, arrisco que nenhum silêncio seja inocente... todos carregam tanto da espessura do mundo, das coisas e das pessoas...
Eliminarsobre a canção: radiohead e tom york agitam as metades dos nossos quase-todos. adoro quase tudo o que compõem.
beijinho, minha querida joelma!
Olá Jorginho tudo bem?
ResponderEliminarRapaz esse texto me trouxe várias imagens e pensamentos.
Principalmente sobre os dias que descobrimos aos poucos. As vezes achamos que sabemos tudo o que vai acontecer, mas somos surpreendidos a cada minuto. Muito bom meu amigo portuga!
Você é o cara!
andré,
Eliminaras tuas palavras são do tamanho da tua generosidade. é, meu amigo, as nossas manhãs estendem-se sempre bem para lá do calendário dos deuses.
um abraço!
você é o cara!!!
«houve um dia em que me juraste todas as janelas
ResponderEliminarcomo se o céu morasse na tua boca»
Lindo poema, Jorge! Lindíssimo. Gostei muito. Parabéns.
Beijinho.
cristina, amiga jornalista,
Eliminarsaudades tuas e da tua voz. que bom ter-te por cá, de novo.
tenho novidades sobre o concurso do público para os jornais escolares [que já conheceu melhores dias] e sobre um novo inquérito que estamos a preparar para o próximo número do despertar. a partilhar contigo dentro em breve.
um beijo!
Belíssimo poema, Jorge!
ResponderEliminarMuito parecido com nossas vidas, onde as estradas são sempre incompletas.
Bravo, poeta!
Beijos
Mirze
P.S. meu novo blog: My Truth WordPress.com
julgo que a vida apenas nos deixa tocar uma percentagem ínfima de todas as suas possibilidades. o resto é apenas efabulação, sonho e delírio. ai, as nossas estradas incompletas em cada manhã...
Eliminarbeijinho, mirze!
p.s. passarei lá na primeira oportunidade, mirze. os trilhos da tua escrita ajudam a tornar os caminhos dos homens mais definidos.
Nossa, que poema intenso, Jorge!! Doloroso... pelo menos, foi minha impressão!
ResponderEliminarA música!? Nossa!!! A letra e a melodia, fazem a gente viajar!
Viajei com suas palavras e com Hadiohead, viu!?
bjs JoicySorciere => Blog Umas e outras...
joicy,
Eliminarradiohead é mesmo a viagem. nada nas melodias e nas letras é deixado ao acaso, por ali. este ano vêm a portugal, eles que são uma das bandas mais reclamadas pelos portugueses. ainda não sei se conseguirei assistir ao concerto...
fico contente que tenhas gostado da postagem.
beijinho!
Impressed!
ResponderEliminarObrigada Jorge, por esta riqueza toda, por esta beleza.
Desde a soberba foto do nosso Porto, passando pelo inqualificável poema e acabando com um tema sublime.
"I'm not here, this isn't happening
In a little while, I'll be gone the moment has already passed".
Obrigada
Ná
ná, minha querida de olhares de além horizonte,
Eliminarpodemos não estar ali, mas, mesmo assim, tudo acontece, as coisas passam e [quase] nada mais regressa.
beijinho!
uma descoberta constante a cada dia que nasce e nos atropela sentires e nos faz pensar... um acolhimento a cada noite que escreve palavras nossas, silenciando o nosso espirito para que nos consigamos ouvir...
ResponderEliminarUm prazer ler-te Jorge.
A musica empolgante!
beijinho
cvb
amiga cecília,
Eliminarquantas vezes os nossos lugares são mesmo os mais inacessíveis? silenciamos o espírito para nos sabermos ouvir... por vezes, com a ajuda de outros dizeres, pensares e sentires. como o teu, sempre luminoso, por aqui.
um beijinho!
um poema magistral, caro Jorge. Emblematicamente dialoga com as nossas vicissitudes existenciais, as chagas do tempo, e as inquisições do sentir. nada mais apropriado que trilha musical do radiohead,
ResponderEliminargrande abraço
andei a namorar esta faixa de radiohead durante algum tempo, meu querido amigo, só não sabia para quê. o primeiro verso do texto surge no dia em que escuto a música e lhe sinto as ondas de temperatura. a completude das estradas incompletas só ontem me agitou. e o poema olhou-me pela primeira vez.
Eliminargrato pelo teu olhar-poeta-singular!
um abraço, assis!
Perfeição!!!
ResponderEliminarVersos perfeitos que carregam sentimentos livres e dispostos a abraçar as janelas sempre abertas. Entrelinhas que vivem entre as linhas de uma nostalgia bela como o sopro suave de uma brisa de outono...
Ah quanta beleza, meu querido.
Seus últimos versos, mesmo cansados, carregam o pulsar de um coração que jamais desiste...
belo demais.
beijos meu amigo
o verbo "desistir" é defetivo; não tem conjugação na primeira pessoa do singular:)
Eliminarbeijinho, suzanita!
Houve um dia que me juraste que as flores eram o Olimpo, todos os pontos de luz em todas as janelas retidas no céu da minha boca…
ResponderEliminarAbraço-te Poeta...
"Houve um dia que me juraste que as flores eram o Olimpo"
Eliminare são, poeta. olha que são! e luzem em céus da boca voltados para alguns labirintos.
um beijo com flores e olimpos para quem cuja escrita sempre me toca o insondável!
Putz, Jorge,
ResponderEliminarpostagem de uma completude sem igual,
desde o título, deu um nó de pranto na garganta
viver a dor e guardá-la não faz nada bem e mesmo a vivendo duas ou mais vezes ao representá-la na forma de escrita ou dalguma arte dá um certo alívio, parece ela fica mais amena
e sim, a cada manhã uma estrada incompleta ainda que trilhemos pelos mesmos caminhos ou atalhos, mas numa esquina ou noutra, inesperado, e penso que a cada manhã nascemos, pois 'morremos' a cada sono povoado ou não dos sonhos, e os sonhos ou os delírios pertencem a outra realidade
e aquela canção
que tanto nos incendeia o jato da melancolia como o jato do transcendente.
o poder dos acordes, dos refrões, das vozes
acredito piamente um teletransporte
e a melodia entra pelos poros, chega à corrente, corre líquida, chega às terminações e se espalha e seja de olhos abertos ou fechados nada mais é
se a estrada cospe a loucura foi porque teve o gosto na curva da língua
e se a cuspida cai em terra fértil que foi cavucada por mãos?
viajei neste vídeo
a paisagem noturna andando pela estrada e a lua deu vontade de não ter fim, no entanto precisamos amanhecer, e a sombra andando, e a sombra da cerca de madeira que de determinado ângulo lembravam muitas cruzes e a sombra na cerca, e... viajei :)
beijo pra ti
"se a estrada cospe a loucura foi porque teve o gosto na curva da língua
Eliminare se a cuspida cai em terra fértil que foi cavucada por mãos?"
ai, estas nossas estradas de curso interminável, que adormecem manhãs e despertam luares, em ciclos e contraciclos, para todas as janelas de oxigénio suspenso.
o texto acelera sobre a reta e, para não se deixar vencer pelo infinito do que se nunca se completa, ganha asas e voa, restaurando firmamentos de açucenas onde repousam as mãos outrora inquietas.
ufa, vais. que leitura a tua!
beijinho!
"há uma estrada incompleta em cada manhã.
ResponderEliminarnão sei se chove, se faz frio
mas nela tudo respira"
Perfeito!
Acordo muito cedo e cada manhã é sempre um caminho a definir.
Então, sorvo, cada amanhecer, respiro fundo a me apossar do mundo
Apenas num instante!
Sempre gosto tanto de tudo que escreves, Jorge!
Abraço, poeta!
é talvez esse o segredo maior das coisas, querida marlene: esperar pela manhã e deixar que ela nos surpreenda na infinitude das suas possibilidades; projetar demasiado torna-nos, muitas das vezes, ainda mais longe do que procuramos.
Eliminarbeijinho!
Sentimento é uma estrada que se bifurca e, muita das vezes, pegamos o caminho errado.
ResponderEliminarJorge, você a cada poema, se supera!
Lindíssimo escrito!
Muita paz!
marcell,
Eliminarmesmo sabendo das riscas, das linhas, das curvas e demais formas geométricas que cada estrada [nos] abre, uma só certeza: a de que não podemos permanecer ad eternum no cais.
um abraço!
Jorge,
ResponderEliminarEu li seu poema sentindo uma melancolia e notando as verdades que vc foi descavando.
"há uma estrada incompleta em cada manhã." A verdade é que a vida é incompleta, e nós é que a construímos a cada amanhecer através das nossas ações, palavras e sentimentos. Mas não é isso o bom da vida?? As possibilidades que ela nos dá, se não na realidade, ao menos nos delírios e devaneios.
A música é maravilhosa e como casou bem com tua poesia.
Beijokas doces!
querida marly,
Eliminarjustamente por saber que são as nossas escolhas aquilo que nos define é que sinto sempre um friozinho oblíquo a cruzar-me a coluna em cada estrada que percorro.
um beijinho!
Também já ouvi falar dos dias menos bons do Público na Escola, apesar de não saber, ao certo, o que se passa.
ResponderEliminarQuanto ao Despertar, fico à espera de novidades. E pronta para colaborar, se necessário! :)
Beijinho!
querida amiga,
Eliminarvou enviar-te uns mails que troquei com o principal responsável pelo concurso. é para veres como vivemos num mundo que [nos] adia naquilo que nos é essencial.
sobre a tua colaboração: sabes bem que sim, que conto com ela, sempre. afinal, contar com o apoio e a mão experimentada de alguém da área do jornalismo é privilégio nosso de que não nos dispensamos :)
um beijinho!
por esta hora, todas as explicações já devem estar na tua caixa de correio, querida amiga-jornalista.
Eliminarum beijo!
Oi Jorge,
ResponderEliminarMelancólico e agonizante... Triunfal procura pelo querer mais, arraigado sempre pelas raízes do amor, como se numa palavra, numa imagem, numa canção, ele pudesse ali, naquele momento, lhe conceder uma luz. Uma insanidade permitida, enfim.
Beijos, meu querido amigo,
Ana (Lúcia).
querida ana lúcia,
Eliminaradmirável este teu comentário. todo o homem é ele mesmo e a sua demanda; pode cair, pode perder-se, pode perder, pode não encontrar, mas não pode nunca ganhar raízes e deixar de ter o olhar bem acima das estrelas que falsamente se erguem, pseudovigilantes, diante de si. são estes os segredos de todos os nossos instantes.
um beijinho terno!
Lindíssimo este poema.
ResponderEliminar"Há uma estrada incompleta em cada manhâ"
Os seus poemas sâo como "estradas incompletas", que se vão completando conforme sentimos as palavras...
Abraço
rita,
Eliminarhá momentos em que completarmo-nos na e pela escrita já não é nada mau, verdade?
um beijinho, querida poeta madeirense!
tuas viagens no universo dos instantes são de uma riqueza sensorial imensa; de se perceber o olhar e a voz de cada poro em cada instante vivido ou esperado. espetáculo de texto.
ResponderEliminarPS: sobre teu bom gosto musical já comentei, mas sua performance como fotógrafo tem sido também impecável...
grande abraço, Jorge.
celso, meu querido amigo,
Eliminarhá momentos em que sinto que viajo nos meus instantes, noutros suspeito que sejam os instantes a viajar em mim. e neste jogo de forças nunca sei quem ganha ou quem perde. sobram sempre silêncios como se ainda estivéssemos no sono uterino à espera do instante para encetar a primeira [e última?] viagem.
forte abraço, poeta-amigo!
p.s. tecnicamente nada sei de fotografia, acredita. tenho a certeza de que as minhas fotos estão atoladas em imperfeições. ainda assim, procuro captar na lente os instantes que por vezes me escapam à própria retina.
abraço renovado!
amanhecemos sem adivinhar o dia, no seu espetaculo natural e interminavel de nascer e morrer, porem ha explosoes das novidades e estas determinam apenas uma ideia, a de que nao temos o tempo.
ResponderEliminarHarmonia alucinante entre poesia, imagem e som
Leve-me incompleta neste instante, mas ainda com um beijo, querido amigo, Jorgito
quantas vezes não temos nós as mãos vazias de tudo e de nada como se o tempo não conhecesse lábios, braços e prazer?... olho em viés, sabendo que a perceção é o alimento dos deuses e a fome o dos homens...
Eliminarbeijinho e estradas completas, minha querida ira!
Jorge, meu querido amigo,
ResponderEliminarmuito trabalho por aqui, mas uma paradinha para me abastecer com teu poema.
Não vou comentar sobre a foto, seria apenas repetir elogios! Convide-me se um dia sair uma exposição(Confie nesta designer gráfica com 25 anos de experiência!):)
Quanto ao rico poema, para sintetizar e muito, remeteu-me num sentido amplo, (além da ânsia pela explicação dos sentimentos, que por si só não tem explicação), às vezes em que o ser humano se preocupa na 'composição química' dos sentimentos, e se esquece de focar na Física que possibilita concebê-los em ângulos diferentes, que considera as energias e forças inseridas que emanam ou que são absorvidas por eles; que considera a velocidade, o tempo, a distância, a cinética, a cinestesia, o atrito, o movimento linear, curvilíneo, aclives e declives, encarregando de transformá-los em nós, sob essas ações/(inter)ações.
O cantor/compositor uruguaio Jorge Drexler faz um incidental dentro de sua própria música (La Nieve en la Bola de Nieve), que diz muito sobre isso:
"una copia de un sonido que de su propio sonido se realimenta
una obsesion girando en su propio espiral en nubes de tormenta
todo puede ser tan peligrosamente leve
como la nieve en la bola de nieve.........."
Voltando ao trabalho..., de novo entrarei à madrugada :(
Grande beijo!
PS.: http://www.youtube.com/watch?v=8Y_INBYkvpE&feature=fvsr
Jorge, querido amigo, eu de novo...
Eliminaragora percebi que faltava mais uma coisa a dizer (por incrível que pareça!)rsrs
Sinto que teus poemas trabalham justamente considerando essa Física que comento acima, e este em especial remeteu-me a isso.
Beijos!
querida cecília,
Eliminartentei tocar a neve justamente na bola de neve de jorge drexler, mas fui barrado, por alegadamente o vídeo não se encontrar disponível no meu país :(
ainda assim, sorvi as suas palavras nas tuas, primeiro, e nas dele, depois. nós somos o que somos na coincidência perfeita de todas as nossas circunstâncias.
beijinho!
ler a até não mais fazer sentido
ResponderEliminarporque, ás vezes, faz muito sentido
então escavar até que palavra vente.
penso que devemos agradecer os poetas pelas poesias.
um abraço.
dani,
Eliminarler até nada mais fazer sentido. até porque o não sentido é, também ele, um sentido, uma lógica, um caminho que muitas das vezes apenas espera a oportunidade para inaugurar novos e reconhecidos sentidos.
beijinho!
Oi Jorge
ResponderEliminarTodo silêncio fala, todo refrão se repete e toda estrada é incompleta até que nossos pés a trilhem.
Um beijo grande!
absolutamente verdade, van.
Eliminaraliás, o grande antonio machado disse-o com toda a lucidez que só os grandes génios da palavra têm. o meu receio é que os pés tremam, se encolham e mirram antes mesmo que a estrada ganhe o seu suor, a sua tez e o seu molde.
beijo grande com carinho!
Jorge,
EliminarA coragem é o grande dom de um caminhante.
Nossa humanidade brinda-nos com receios, nossa porção divina brinda-nos com a coragem.
Aos que caminham, a coragem já é a companheira.
Outro beijo carinhoso, querido e corajoso poeta!
Olá Jorge poeta!!! Parabéns mais uma vez pelo seu dom! vc escreve lindamente!
ResponderEliminarPoema forte, doido, sofrido!!!
Beijo....
ma, minha querida,
Eliminaronde começa o homem e o poeta?
o que se nos faz vida e poesia?
e a redenção existirá sem o castigo?
beijinho grande!
Jorge,que maravilha de poesia!Adorei essas estradas incompletas da vida e é assim mesmo a cada dia!Linda musica que escolheu!Bjs,
ResponderEliminaranne,
Eliminaré mesmo um desafio imenso completarmo-nos nos trilhos sempre incompletos das nossas estradas, enquanto as manhãs se sucedem no tempo, no seu tempo, na maior das vezes; quase nunca no nosso.
beijinho!
Onde ficará o final das estradas ?
ResponderEliminarTodas as nossas perguntas, os nossos desejos que viajam pela rua num tranvia louco que não se para, e nós, viajantes dementes que por vezes fingem morrer para assim continuar vivos. E sempre há uma melodia que nos acompanha.
Teu texto, sempre inspirador.
Abraço forte, meu querido amigo.
eduardo, meu bom amigo,
Eliminarquantas mortes fingidas e quantas vidas dissimuladas em cada uma das nossas interrogações?... mesmo que tantas vezes sem respirar.
um abraço!
E essa foi, verdadeiramente, uma viagem entre luzes e sombras!
ResponderEliminar:)
Lindo poema, e linda foto!
Parabéns amigo, poeta, fotógrafo... e tantas outras coisas, que se fosse enumerar, o comentário ficaria longo demais...rs
Coloquei no mosaicos, um pouquinho da minha muito querida Minas Gerais. Quando der, passa lá pra conhecer um pedacinho dela e de mim, tá?
Tenha um belíssimo e radiante final de semana.
Que Deus abençoe o seu lar.
Beijos,
Cid@
querid@ cid@ das palavras servidas em mãos de veludo,
Eliminarestive fora durante uns tempos, mas consegui conferir o teu post sobre a terra e as suas [tuas] gentes antes de viajar. lindo!
um beijo grande!
Há incertezas em todos os caminhos, eis que os mudamos em constância nem sempre lúcida. E há saudade em todas as chegadas, eis que o esperado já se foi e nem sempre correspondeu aos nossos anseios.
ResponderEliminarVocê está cada vez melhor, como fotógrafo (rss). Como poeta, já alcançou o meritório sucesso.
Bjs.
é mesmo assim, marilene,
Eliminarsó as nossas incertezas nos permitem riscar o que não queremos, assim nos aproximando [ainda que em passos titubeantes] de algumas quase-certezas.
beijinho!
"Há uma estrada incompleta
ResponderEliminarem cada manhã"
Que mesmice seria se assim
não fosse a incompletude
dos dias?
Tens a alma nas pontas dos
dedos, e isso encanta-me!
BjBJ
um abraço-sorriso agradecendo a simpatia do teu "dedinho de prosa" :)
Eliminarbeijo!
Olá, prezado amigo Jorge!
ResponderEliminarQualquer caminho que seguimos, levará-nos ao mesmo destino, mas com alumbramentos distintos, diante disso, o mais relevante é não nos perdermos nas trevas, porém seguir a luz.
Temos aqui mais um obra primorosa lucubrada com esmero e sageza.
Parabéns pelo esplendoroso poema!
Abraços fraternos do amigo de além-mar.
PS: A respeito de tua entrevista, quando um texto nos é saboroso, nunca é muito extenso ou maçante, mas breve e prazeroso. A sinceridade me sai com palavras espontâneas.
amigo bento,
Eliminaras palavras saem-te sempre seguras e elegantes da boca. o teu olhar percorre cada verso nas suas linhas detendo-se ainda mais demoradamente nas entrelinhas. e o poema respira mais solto, mais rosado, experimentando a saúde que apenas a hermenêutica lhe tributa.
um abraço!
Que maravilha, Jorge!
ResponderEliminarHá juras que nos corroem as madrugadas...que nos rasgam o ventre quando não cumpridas...
Obrigada pelo privilégio que é ler-te. Obrigada pelo carinho deixado nos comentários. Importante para mim tua presença. Um beijo
querida amiga,
Eliminaresse é o problema das juras... são feitas com palavras de limão, dessas que desvanecem com os primeiros sinais do sol. e o ventre rasga-se-nos a cada releitura... em branco. inapelavelmente.
falas em privilégio... esse é inteiramente meu; por me leres, por te me dares a ler.
beijinho!
Querido Amigo.
ResponderEliminarHa muito te devo essa também além do carinho que tenho por você .
Suas postagens são dignas de homenagem assim como você por esse ser humano de infinita beleza e humildade de coração.
Estou postando hoje você no meu blog também nada mais justo compartilhar dividir carinho e amizade nesse mundo virtual onde encontramos verdadeiros amigos.
Um abraço feliz final de semana estarás passando o final de semana na minha postagem.
Obrigada pela sua amizade .
Beijos..Evanir.
querida evanir,
Eliminarestive fora nos últimos tempos, mas fiz do meu regresso um reencontro contigo e todo o teu carinho, lá no teu blogue.
beijo-te as mãos com todos os sorrisos do meu agradecimento!
Jorge, teus poemas são muito bons.
ResponderEliminarUm abraço. Tenhas um bom fim de semana.
dilmar,
Eliminarsó agora, quase uma semana depois, consigo chegar até aqui para agradecer a todos - e a ti - a visita, as palavras e toda a gentileza.
um abraço e um bom fim de semana para ti também!
Meu querido Jorge
ResponderEliminarTalvez esteja a repetir-me porque gosto sempre, mas este poema tocou-me profundamente e como fiquei sem palavras...deixo um rascunho:
Sou apenas o eco de uma estrada por onde o silêncio caminha...a chaga do poema a debater-se nas cinzas das palavras...ruinas de uma manhã anoitecida...sonhos perdidos escorrendo entre os dedos da memória e entrelaçados no tempo...quase uma dança à beira do abismo...num poema de desassossego...palavras de silêncio e sangue.
Foi o que senti...e vou deixando o meu beijinho.
Sonhadora
sonhadora, minha querida amiga,
Eliminaré tão bom perceber a forma apaixonada e sentida com que vives as palavras - as tuas e as dos outros. os textos que tocas ganham vida, vida com sabor a ti.
um beijinho!
Amigo Jorge, sua poesia é impactante nos corações de quem as ler, não tenho dúvida. Parabéns, querido amigo.
ResponderEliminarpaulo, caro amigo,
Eliminaras tuas palavras são conforto e sobretudo estímulo que muito agradeço.
um forte abraço!
Já amanheceu
ResponderEliminarO que me reserva o dia todo?
mais uma longa estrada incompleta
Sonhos, delírios não cumpridos?
"contudo espero,cansado,
neste canto de mundo
pelo refrão da canção"
Jorgíssimo, o que mais posso dizer?
Lindíssimo.
E o vídeo. Viajei pelos atalhos na ânsia de encontrar um porto seguro e eis que finalmente vejo uma luz.
bjs
elisa, minha amiga haikaista admirável,
Eliminaré mesmo nas nossas estradas incompletas que compreendemos o caminho. ainda que por entre inquietações e delírios. afinal, todo o sossego é apenas o desassossego que perdeu o prefixo.
um beijinho!
Jorge
ResponderEliminarNão há Caminhos completos nem estradas feitas.
"(...)e a palavra sabe-o.
tu sabe-lo, mesmo que o não digas.
eu adivinho-o,
porque as certezas passaram a ser impulso
de fórmula indefinida (...)"
Sofrer e Amar, é destino da gente.
Um magnífico Poema.
Uma imagem familiar que me diz muito.
Abraços
SOL
http://acordarsonhando.blogspot.com/
sol,
Eliminarum abraço completo em nome de todas as nossas estradas incompletas.
p.s. o detalhe da cidade em fotografia também me diz muito.
Existem e existirão sempre estradas...horas...dias...alegrias...saudades...incompletas. O ser humano não quer ou não deixa que nada fique completo. Até a vida se completa com a morte...adoro ler-te meu amigo consegues "desnudar o mais vestido". Beijos com carinho
ResponderEliminarquerida rosa de tecido branco,
Eliminarparece ser esta a nossa sina: adivinhar as nossas incompletudes, mesmo sabendo que só no fim algo em nós se completa.
beijinho grande!
E,
ResponderEliminarpermaneces assim
necessariamente em mim.
Como um estado
ostentado num foco de luz
mórbida luz dessa tua boca esquecida
distraída na febre da imagem
similarmente passagem
Íris in-reflectida no tempo
sem sinal
facto absolutamente des-natural
impulsivamente decisivo
Céptico, expresso nesta luz indefinida…
Abraço-te Poeta*
e no teu abraço me faço abraço,
Eliminarlongo, espuma púrpura
como esfinge de olhar febril
que desconhece a carícia da anca
ou a cor dos lábios.
e nele todo o ar se enche de imagens
arquipélagos
e demais lugares
enquanto a palavra prende
atiça
inflama
e rasga
num arremesso de corpo diagonal
ao sabor de todas as coisas
e os seus verdadeiros sentidos.
abraço-te, poeta, amiga!
Como num tesouro inesgotável, Jorge, teu poema incessantemente amplia e corta numa vasta coleção em tempo lunar, mas sem fórmulas - absolutamente singular. E...como se fosse possível entregar longo abraço, recebe curtas linhas em entroncamento de trilhos, nesta tua imensa capacidade de transluzir.
ResponderEliminarrejane, querida amiga de tantos e tão plurais brasis,
Eliminarquando com o rosto na terra tantos são os versos que deixam transluzir quantos aqueles que se escondem na timidez esquiva das nuvens. e o tempo faz-se lunar, ainda que sem fórmulas, pois a ciência dos afetos nunca visitou laboratório.
e assim se torna mesmo possível entregar-te o meu longo abraço; é que há ossos feitos de mar.
beijinho!
Jorginho,
ResponderEliminarNão sei se sabes, mas sempre leio seus poemas assim que são postados. Daí passo a semana flertando seus versos, até vir aqui e postar um comentário...
Confesso que tenho me encantado por suas fotos também, essa então está maravilhosa.
Tudo respira nas estradas incompletas, lindo e tocante, pois são poucos os que sonham com as mãos que escavaram o ventre!
Beijo, querido!
querida adriana,
Eliminarse houver um verso que toque alguém num qualquer canto deste globo toda a poesia [nos] faz sentido. assim vivo os teus textos, também.
beijinho!
É maravilhoso caminhar pelas suas palavras, querido.
ResponderEliminarBjs
parole,
Eliminarsão os textos, os poemas, os versos, as linhas, as palavras... algumas das estradas que ajudam a tornar menos incompletas as nossas próprias estradas, verdade?
beijinho com saudades!
Febril. Te ler me dá febre. Corpo quente é somente a mente sedada e a alma em chamas.
ResponderEliminar"apenas manhãs
e as suas estradas incompletas."
Grande Jorginho!
Beijos,
taninha,
Eliminaras tuas palavras são sempre incêndios, não desses que ardem apenas porque foram ateados mas daqueles que tudo à sua passagem devastam por terem chama própria.
um beijinho, querida amiga de tanto tempo que nem o tempo sabe!
Se os espelhos refletissem o avesso como no retrato de Dorian Gray, talvez, as estradas guardassem mais as nossas pegadas e cuidassem mais dos nossos nomes, dos nossos ventres e dos nossos dentes tantas vezes afiados pelas palavras.
ResponderEliminarbeijoss
ps. Sua entrevista foi entrevistíssima :)
lelena,
Eliminarem espelhos nunca confio. nem mesmo nos de água. que o diga o incauto narciso :).
beijo grande!
p.s. a entrevista do roxo foi uma entre-vista; se valeu de algo, deve-o à sageza e ao rasgo dos entrevistadores. deixei apenas que os caminhos que tu e tantos outros abriram me dissessem por onde viajar.
mais uma vez versos para ler em voz alta.. ao som de radiohead.. e a foto?..maravilhosa!
ResponderEliminare ser janelas abertas aos delírios de febre e silêncio.. em tuas palavras..
bravo!..
beijos meu querido poeta..
ingrid,
Eliminarque dizer perante a ternura deste teu comentário? seguramente agradecer-te, talvez em silêncio ligeiramente rubro.
beijinho!
"houve um dia em que me juraste todas as janelas
ResponderEliminarcomo se o céu morasse na tua boca
e as certezas fossem a parte líquida do teu mundo,
houve um tempo em que acreditei
em pequenas lâmpadas, pontos de luz
íris e retinas de lírios
a escorrer pelas frestas dos muros"
amigo, de uma beleza incomparável, são todos os recantos deste teu poema, mas neste, ficou-me o olhar marejado de luz...
beijinho
saudades
andy, querida amiga,
Eliminara expressão "recanto do poema", que aqui usas, é de uma beleza incrível; imagino-me encolhido, pernas bem dobradas, ninho uterino nesses lugares que tu tão bem sabes urdir com a tua própria voz de tinta.
beijinho!
let it go
ResponderEliminarkiss
Laura Alberto
d'ya still have hands?...
Eliminarkiss