Amo-te, como quem te sabe, mas não acredita e não te vê morrer
Ira Buscacio
fotografia de jorge pimenta
partiste no
inverno
com a saia
azul que perdi para o vento,
purpurinas
no céu da boca
com luminescências, candeias,
e três
pingos de lágrima no rosto.
no descampado
das tuas mãos
a língua
seca
em carícias
de boca esquecida,
outrora mel
seiva e sol,
anca
furibunda
a acender
rastilhos e poemas.
não, não era
preciso termos ido tão longe
se toda a
geografia é corpo em combustão
e veneno a
germinar no ocaso das entranhas
à espera que
o amor apodreça por dentro.
partiste no
inverno
com a saia
azul que perdi para o vento.
eu?
rosto
inclinado, a franja sobre os olhos,
apenas
exílio no aroma amargo deste fim de tarde.
our broken garden, when your blackening shows
Olá Jorge, poema com aroma de saudade. Fotografia com a luz do sentir e musica na doce serenidade de um amargo no fim de tarde. Adorei esse sentir, embora me doa. Beijos com carinho
ResponderEliminarEsses olhos que observam quem se vai como ser que se funde ao vento, à paisagem, à miragem criada quando se lembra da ausência de alguém.
ResponderEliminarBelíssimo poema, Jorge.
Partidas e desencontros onde antes era primavera.Parabéns pelo belo poema.
ResponderEliminarToda partida de uma pessoa que se enraizou no nosso ser, deixa esse gosto amargo de fel na boca e um veneno que vai matando aos poucos se não deixarmos que ele morra primeiro.
ResponderEliminarBeijokas doces!
Foto lindíssima! ADOREI!
ResponderEliminarlindo Jorge! para alguns partir é necessário, mas como as pessoas dizem se voltar é porque é teu (talvez a lembrança também esteja inclusa nisto).
ResponderEliminargrande beijo!
Embebido de beleza e saudade!Belo poema!
ResponderEliminarMuita paz!
Olá Jorginho meu amigo de além-mar!
ResponderEliminarRapaz que poema esse hein! Notei muito amor e sinceridade nessas suas palavras. Parabens.
Aquele projeto dos blogs que te falei não virou nada... Se tiver alguma mudança eu te falo, pois vc seria meu convidado numero 1.
Um abraço!
perde-mo-nos nos sentidos..
ResponderEliminarno querer de bocas esquecidas..
sentido, muito sentido..
beijos querido poeta..
Encantada com as fotografias e poesia!
ResponderEliminarEncantada...
Abraço, Ziris
O título coube no contorno da face, enquanto a poesia anestesiava a musculatura, assim como esta ameaça de lágrima que não cai (fotografia espantosa). O inverno agarrou-me os pés e de lá jamais me curei. Espero todos os dias o amor apodrecer garganta abaixo, mas ele sempre escapa e fica em silêncio sob o olhar. É possível ainda encontrar mel no exílio?
ResponderEliminarO incipit é mais uma demonstração de generosidade e gentileza, coisa que só os grandes possuem. Amei!
Bj imenso nas tuas mãos, meu tão querido poeta-amigo
A imagem é linda...a que ficou aqui em meus olhos depois de ler o poema também: essa saia azul, ao vento. Tão lindo, mas tão lindo!!!
ResponderEliminarBjo
pura sinestesia esta fuga, este partir tão partido, alquebrado, um varal de imagens ao vento
ResponderEliminarabraço
Querido amigo Jorge,
ResponderEliminarEu já não sei se saudades de um amor recente é melhor do que a ausência de um, por anos... Não há nada dentro de mim, que me traga a certeza desses acontecimentos, nem mel, nem seiva, nem sol e, sequer, o veneno a apodrecer por dentro. Contudo, ainda penso que possuo rastilho e poemas a serem despertados...
Beijos e bom final de semana,
Todas as partidas, todas as despedidas têm sabor do inverno. Mas também as alvoradas tem as cores dos entardeceres, e por vezes não sabemos se amanhece ou a noite chega.
ResponderEliminarAbraço vivo, querido amigo.
Parabéns Jorge!
ResponderEliminarLindíssimo poema !
Suave e dolorosamente magnífico !
Beijos na Alma
Um lindo poema, que me faz fica feliz
ResponderEliminarpor ter vc como amigo, e por ler tudo
que é bonito
Deixo um abraço bem carinhosos
Bjuss
Rita!!!!
Queridíssimo Jorge,
ResponderEliminarSenti vontade de continuar a sua poesia...tão linda, tão perfeita! Quase-raízes sempre voltam e as saias azuis, assim como as ancas são inesquecíveis. Feliz aquele que se permitiu um grande amor, mesmo correndo todos os riscos a ele inerentes.
Bravo, poeta! Poesia de se ler com todos os sentidos, como só você sabe fazer...
Beijíssimo! Dri.
Oi jorge o seu poema , fez lembrar de um trecho de um poeta Cigano
ResponderEliminarParticpo muito de sarau literário e nesse sarau o cigano disse:
_Quando um grande amor, vai embora,
Marcas profundas deixam no coração,
Lágrimas d’alma são que fica e chora,
E, um “porque”, dessa separação!
Lembrei do pacto de amor, jurado,
Diante da lua, seu doce beijo molhado,
Prometendo-me para sempre me amar!!!!!!
Beijos , lindo poema
Jorge, como medir a distância a ser percorrida?
ResponderEliminarComo saber o tempo do passo e do ajuste, máximo ou mínimo, de cada um?
Como saber a cor da despedida?
Como reconhecer a cor da chegada?
Talvez, as aquarelas não sejam coloridas, e a gente é que insista em querer controlar a cor do que é preto e branco e vice e versa na vida.
beijoss
Três
ResponderEliminarpingos
de lágrimas
na face do inverno
a franja sobre a testa
lamenta a partida da amada
Jorgíssimo
Foi apenas o que pude dizer desse seu lindo
poema.
bjs.
para fugas e raízes: um espaço de estirpe.
ResponderEliminarpoeta de primeiríssima linhagem!
beijão, precioso.
(tem réplica no teu email, dá uma espiada)
Não vou comentar o poema agora, mesmo porque estou morrendo de pressa e atrasada para o trabalho. E gosto de ler com calma e atenção e carinho. Mas não pude deixar de vir aqui peguntar sobre o chocolate Flor de Sal, me conta tudo...Não conheço e chocolates são minha paixão.
ResponderEliminarBjos achocolatados
Dá vontade de entrar no poema e entoar versos numa voz-ternura que se sobrepõe às ruínas de um amor perdido.
ResponderEliminar"rosto inclinado, a franja sobre os olhos"
E de novo "o mel, a seiva, o sol em carícias de boca" sedenta.
Trazes a mesma saia azul que a primavera arrebatou ao vento e enches de céu os horizontes dos meus olhos plenos de ti.
Um beijo
Esqueci de comentar a epígrafe da Ira: perfeita!
ResponderEliminarBeijinho...
Dri
Imagem belíssima e poema que acena a mão em despedida lírica. Fica-me na cabeça essa saia, esse símbolo forte do que se vai sem ir.
ResponderEliminarBelo, belo, querido Jorginho!
Amigo Jorge,
ResponderEliminarO prazer da volta faz-nos esquecer da saudade da partida.
O inverno traz à prova quem deveras nos ama, pois nas demais estações, não somos tão carentes de calor e compreensão de quem amamos.
Poema engenhoso, imagem genuína e música singular.
Abraços do amigo de além-mar e ótimo fim de semana para ti e família!
Jorge, querido PoetAmigo,
ResponderEliminarbelíssimo poema na mistura do suave e melancólico.
Deixou-me a sensação de reticências, ainda marcada pela expressão: “três pingos de lágrimas no rosto”.
Como se tudo iniciasse de uma continuidade, sem começo definido; e o fim se aguardasse no gerúndio que cresce no movimento de um vento de inverno que anula o epílogo e propõem um renovado capítulo, porque talvez não exista mesmo um término quando se está:
escrevendo, chegando, partindo, exilando, retornando, amando...
E as “fugas” e “quase-raízes” podem ter a todo tempo seu sentido questionado, por ser possível existir para além-matéria a permanência e terra-firme, ainda que em rastilhos de poemas, que documentam esperança com tinta forte onde tudo é possível, porque tudo de fato pode sê-lo. E alguém duvida?
Belíssimo conjunto, querido Jorge, tudo, tudo. O incipit da Ira, (uma queridona de poesia forte e instigante), a fotografia, teu poema, o vídeo.
Beijo imenso!
Uma despedida que apesar de triste se tornou tão bela e profunda nas palavras deste poema.
ResponderEliminarBeijinhos Jorge
O que dói mais é o descampado das mãos!
ResponderEliminarporuqe as mõs unem, ofertam, são a metáfora do "dar". Perdido isso...perde-se toda a essência do "sentir"!
Te abraço
Na despedida deixou apenas milhares de lembranças, e nessas recordações os abraços foram perdidos...
ResponderEliminarTriste, porém liiindo!!!
Beijos meu amigo
OLá Poeta!!
ResponderEliminarPerfeito o quadro da tua postagem.. a paisagem.. o poema.. o video...e a dança das palavras
na fala doteu poema..
Lindo poema .. como todos..
bjs..bom final de semana a vc e tua familia!!
A riqueza de seus versos para descrever uma despedida é soberba. Está tudo aí. Podemos ler e sentir, nada mais é necessário.
ResponderEliminarGrande beijo!
Olá Jorge,
ResponderEliminarA imagem é um encanto.
Um prazer passar por aqui e me encantar com este melancólico e lindíssimo poema.
Beijo
Oi jorge, obrigada pela torcida a contação foi um sucesso, não havia muita criança como da última vez. Passei momentos agradavéis com elas. Foi tirada várias fotos , mas não foi possível colocar todas no blog, a maioria das fotos as crianças estavam de frente.
ResponderEliminarSem permissão não tem como publicar a imagem.
Mesmo assim, postei algumas fotos, depois-passe por lá para visualizar.
Beijos, bom final de semana
Despedida bela e nostálgica esta, como um inverno solitário e branco.
ResponderEliminarBeijinho , Jorge
Jorge, meu querido amigo,
ResponderEliminareste conjunto, provocou-me profundas emoções, como primeiro impacto, sua foto, maravilhosa, quase como uma gota de lágrima que corre por todo o poema, dor de arrancar quase raízes, permeada pela felicidade de as ter possuído, doce melancolia!
E eu?
Eu fico aqui a ouvir a música... a reler e, a me sentir grata, grata por ser sua amiga, ter acesso a seus poemas fazendo com que as suas emoções revolvam as minhas. Grande momento, este.
Beijos
Ei, Jorge,
ResponderEliminaraltamente tocante poder ver suas fotos, ouvir/ver o vídeo (brincava muito em dias de chuvas de fazer barquinhos e colocar na enxurrada e sair correndo atrás deles)e ler muito seus poemas, seus escritos.
Para além da conta.
e na postagem abaixo vendo as fotos e lendo seu texto, deu arrepios.
abraço carinhoso pra ti
Meu querido Poeta
ResponderEliminarDe quantos desassossegos se fazem as demoras...de que vento se fazem as lembranças...em que loucura insana se bordam os sonhos...de quantos silêncios se tecem as recordações...em quantas partidas e chegadas naufraga tempo.
Deixo o meu beijinho com carinho e a minha IMENSA admiração.
Sonhadora
"no fotograma a estrada, ali que se delineia o ventre de idas e vindas, o percurso tosco a assomar-se na maresia das horas, e os espelhos se recortam em enigmas que afagam a pele do poema,
ResponderEliminarAssis Freitas,27 de Janeiro de 2012 23:46"
quanta inveja sadia e impúdica tenho por vocês...
abraços, irmãos!
Hoje vim te visitar e dizer que ter amigos
ResponderEliminarsempre presente deixando na minha pagina uma
palavra de carinho é muito gratificante Por isso agradeço de coração a sua amizade.
Parabéns por tudo que vc tem de bonito aqui
Deixo um abraço
de boa tarde
Bjuss
Rita!!!!!!
Boa tarde, poeta. Um belíssimo poema onde a despedida se fez após um lindo amor, entrega, que teve seu ciclo fechado.
ResponderEliminarSei que o poeta encarará naturalmente e de peito aberto uma nova possibilidade de amar.
Um beijo na alma, e fique na paz!
Olá Jorge,
ResponderEliminarTudo bem? O poem não só me lembrou a partida no inverno que intensifica a dor, mas também o final de uma estação como um ciclo perfeito da natureza.
Beijos.
Lu
Jorge,alô!
ResponderEliminarLindo o post, mas triste. A paixão partiu na enxurrada e desfez-se como o barquinho. A foto parece simular uma lágrima da despedida.Como fez a foto? Frequentou algum curso de fotografia?
Abraço
de tamanha beleza, amigo!
ResponderEliminarnão tenho palavras...
quente e profundo como 'um leve triste beijo'
ficará a ser um dos meus preferidos!
:-) beijinho de saudades!
Olá, Jorge.
ResponderEliminarNaturalmente que ninguém quer que um amor termine, mas se isso acontece, nada temos a fazer além de aceitarmos, já que temos de aceitar o que não podemos mudar.
Abraço, Jorge.
desta música eu gosto, mas procurei outras e já não foram tão do meu agrado...
ResponderEliminare deste teu poema, que dizer?
temos de aprender a dizer adeus, descobrir o significado da palavra esquecer
beijo